sábado, 19 de junho de 2010

Que se faça a Luz! - Lanternas elétricas do começo do século



Os investigadores exploravam a tumba com cuidado.

Lord Roxbury com sua espingarda de cano duplo Nitro Express preparada, a jovem milionária Desireé Blanc agarrou o braço do professor Mathias Green, egiptólogo e lider da expedição. Perto deles, o Dr. Dominic Gehard segurava cuidadosamente a Lanterna Carbide tentando reconhecer algum símbolo entalhado na antiga parede da cripta, a luz projetada era branca fazendo com que o interior brilhasse como o dia. Na última vez que alguma luz iluminou o interior daquela câmara, provavelmente emanava da tocha de algum escriba.

"Vejam esse símbolo!" disse Gehard erguendo a pesada lanterna acima da cabeça.

Mathias se aproximou e tocou com a ponta dos dedos o pequeno entalhe na rocha nua em meio a outros tantos símbolos da XIV Dinastia. "Já vimos esse símbolo antes, na Biblioteca do Cairo!"

Roxbury engoliu em seco, era o Arkh Invertido, o símbolo ligado ao culto do Faraó Negro. Dias atrás os carregadores contratados haviam desertado diante da menção dessa lenda, os homens temiam o nome pelo qual o Faraó atendia... não ousavam repetir seu nome maldito.

"Sim é ele mesmo... o selo de Nyarlathotep!" sussurrou Gehard.

Foi então que algo se projetou da escuridão, uma forma escura como um enorme morcego se soltou do teto e se precipitou sobre o pesquisador. Surpreendido a lanterna caiu de suas mãos e se espatifou no chão de pedra com um ruído metálico.

E num instante de congelante horror, um manto de escuridão desceu sobre todos.


* * *

Dentre o equipamento do investigador poucas ferramentas são tão indispensáveis quanto as lanternas.

Esses objetos corriqueiros produzidos a partir de 1908 nos Estados Unidos substituíram as perigosas lanternas à querosene e as tochas que iluminavam muito pouco.

Imagine ter de explorar uma caverna, uma tumba ancestral, uma casa com fama de mal assombrada sem contar com uma lanterna potente o bastante para vencer a escuridão que permeia esses lugares inóspitos. Uma lanterna pode ser o único conforto em meio a uma descida às trevas, uma exploração ao porão ou uma busca na câmara de mumificação.

As lanternas relacionadas a seguir estão presentes em um guia de compras dos anos 20, são utensílios que estavam à disposição na época em que se passam os cenários clássicos de Call of Cthulhu.

Lanternas Elétricas - Vários modelos de lanternas elétricas, utilizando baterias estavam à disposição nos anos 20. Elas lançam um raio de luz em uma única direção. A luminosidade é mais fraca que as antigas lanternas à gás, mas são muito menos perigosas. Uma lanterna com baterias novas tem uma vida útil de 2-4 horas, ainda que a luz comece a diminuir de intensidade quando a bateria está próxima de se esgotar. Se derrubada uma lanterna elétrica normal tem 70% de chance de quebrar o filamento da lâmpada. Se uma lâmpada reserva estiver disponível, trocá-la demora 1d2 minutos, 3d4 minutos se o indivíduo estiver no escuro. Se mergulhada na água a lanterna precisa ser aberta, limpa, seca e montada novamente, um trabalho que demora entre 5-10 minutos.


Lanterna do Minerador - Equipada com um poderoso refletor que lança luz a uma grande distância. Possui um botão para piscar ou luz contínua. Essa lanterna possui um dispositivo anti-choque - que reduz para 20% a chance dela se quebrar com uma batida. Essa lanterna ganhou fama por ser usada por policiais de ronda noturna nas grandes cidades.


Muitos policiais usavam a lanterna feita de bronze niquelado como arma para golpear (1d6 pontos de dano) o que valeu a alcunha de "porrete luminoso".





Lanterna com Lâmpada de Tungstênio - Ideal para ser usada em condições de nevoeiro e fumaça, essa lanterna é alimentada por uma lâmpada de tungstênio que cria uma luminosidade azulada. Utilizada por policiais, bombeiros, motoristas, marinheiros e outros que precisam de uma luz potente em seu trabalho. A lanterna possui função de flash com códigos luminosos internacionais.

Feita para durar, essa bateria tem vida útil de 4-6 horas.



Lanterna de Foco Amplo - A lanterna mais potente e eficiente da época possui um dispositivo de ajuste que permite aumentar ou diminuir o foco da lanterna e projetar a luz a uma distância de até 300 pés. Cada uma dessas lanternas possui uma lâmpada reserva alojada na parte posterior que pode ser acesa em caso de emergência se a lanterna principal for avariada.



Esse dispositivo de segurança garante que o utilizador não ficará no escuro caso a lanterna principal se quebre. O dispositivo anti-choque reduz a chance dela quebrar para 50%.



Lanterna Tubular - Em um tamanho conveniente que permite ser guardada no bolso de jaquetas, essa pequena lanterna produz um foco pequeno, ideal para não chamar demasiada atenção quando usada.

A lâmpada fica protegida dentro do dispositivo anti-choque reduzindo as chances dela quebrar para 40%. O dispositivo também torna a lanterna à prova d´água (desde que não seja submersa). Um contrato com as forças armadas fez com que essa lanterna fosse usada na Grande Guerra pelo Exército Norte-Americano.




Lanterna para o Cinto -Equipada com um clipe de metal, esta lanterna pode ser fixada ao cinto ou botão da calça. Ideal para trabalhos em que o indivíduo necessita ter as mãos livres. Adaptada para emergência, a lâmpada pode ter seu vidro trocado facilmente para emitir luz colorida de sinalização.

Lanternas de Carbureto - Essas lanternas eram adaptadas para o uso em minas, túneis e exploração. São lanternas grandes e pesadas ajustadas para criar uma luminosidade ampla sem um foco. Mineradores possuem lanternas de carbureto ajustadas aos seus capacetes. A lanterna gera uma chama brilhante dentro do refletor com acetileno produzindo uma luminosidade branca e forte. Lanternas de Carbureto normais duram 3-6 horas antes de se desgastarem. Uma lanterna de carbureto infelizmente é bastante frágil, ela pode se apagar precisando ser aceso novamente. A chance dela se apagar com um choque é de 80%. Consertar uma Lanterna de Carbureto demora pelo menos 1 minuto (1d3 minutos na escuridão). O nome Carbureto (Carbide) se refere a indústria responsável pela patente, a Union Carbide da America.



Lanterna de Carbureto Justrite Manual - Feita de bronze niquelado, polido com ganchos de manipulação. A lanterna é à prova de chuva e vento uma vez que o fogo fica protegida atrás de um vidro grosso à prova de choque e embaçamento. Queima por no mínimo 6 horas com uma única carga de carbeto de cálcio. Ideal para uso no campo.





Justrite de Carbureto - Ideal para vigias, operários de minas, engenheiros, trabalhadores noturnos, ou para o uso em fábricas e garagens. Muito utilizada por trabalhadores em ferrovias. A luz é bastante potente durando entre 5-6 horas com uma carga de carbeto de cálcio.

Possui um acendedor extra que pode ser acoplado duplicando assim a capacidade e a iluminação proporcionada. A lente de vidro pode ser trocada permitindo alterar a cor da luz para sinalização.




Justrite de Carbureto para Camping e Esportes - Uma pequena e potente lanterna individual que pode ser adaptada para o capacete ou cinto permitindo que o utilizador tenha as mãos livres. Pode ser usada como foco de luz com alcance de 25 metros. Utilizada pela marinha dos Estados Unidos, foi empregada na Grande Guerra à bordo dos navios.

A lanterna tem uma vida útil de 5 horas com uma única carga de carbeto de cálcio.

3 comentários:

  1. Kra, que excelente esse post! Adoro essas coisas antigas, esses anúncios antigos! Um objeto tão simples e fundamental para o explroador. (em jogos de fantasia, basta ver o quanto que uma magia Luz ou uma Lanterna Mágica pode ajudar)

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  2. Muito bom mesmo esse post. Tinha algumas duvidas com relação a lanternas nos anos 20, mas diminuiram bastante. ;D

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  3. Util e simples.
    Muito bom mesmo.

    Lembrei-me do jogo Alan Wake....acha que seria legal uma adaptação do clima do jogo para CoC?
    Abraços

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