domingo, 5 de setembro de 2010

Quebrando Velhas Convenções - 8 idéias para recriar o Vampirismo em Call of Cthulhu


Vampiros estão entre os monstros mais conhecidos do Gênero Gótico.

Eles são peça chave em incontáveis romances, inúmeras estórias e contos, quadrinhos, RPGs, isso sem contar filmes e seriados de televisão.

Diante de tudo isso é virtualmente impossível ignorar tudo o que sabemos sobre vampiros. Todos sabem como eles surgem, todos sabem como eles se alimentam, onde eles dormem, o que os fere, quais seus poderes e qual é a melhor maneira de destruí-los.

Fazê-lo não é fácil, mas o acesso às informações já ajuda muito.

Em uma campanha basta mencionar a descoberta de um corpo cujo sangue foi drenado para que os jogadores desconfiem do culpado. Basta envolver na investigação um nobre do Leste Europeu com mãos frias e palidez para que o grupo deseje investigar seu porão em busca de um caixão. Uma coisa leva a outra e antes que o keeper possa dizer "Nosferatu" os personagens estão armados com alho, estacas, cruzes e todo o resto.

Não é justo!

Com o intuito de mudar um pouco o panorama, que tal dar uma repaginada nas características dos vampiros e fazer deles algo diferente mais de acordo com cenários envolvendo os Mythos?

Antes de ser acusado de heresia por mexer em conceitos consagrados, deixe eu me defender dizendo que essas são tão somente sugestões. Use tudo, use uma parte ou não use nada em sua mesa de jogo.

1 - Porque mortos vivos?

Antes de mais nada que tal romper com a velha máxima de que vampiros são mortos vivos?

É até razoável entender que para o mundo antigo, vampiros fossem vistos como seres sobrenaturais, mas que tal pensar mais além? O vampirismo pode ter sido encarado como uma condição sobrenatural pelos povos da antiguidade, tão somente, pela ausência de um conhecimento científico avançado o bastante para enquadrá-lo de outra forma.

E todos sabemos que aquilo que não dispunha de explicação era tratado como obra do sobrenatural.

Hoje a ciência médica é capaz de diagnosticar e explicar doenças incomuns que no passado eram encaradas como manifestação inequívoca de demônios, espíritos e demais seres sobrenaturais. Até o século XVIII, a epilepsia era vista como uma forma de possessão demoníaca que afligia o indivíduo causando surtos incontroláveis. O mesmo valia para casos graves de esquizofrenia onde as vozes em sua mente, na falta de melhor explicação, eram atribuídas ao diabo.

Indivíduos acometidos por doenças raras como a porfíria podem muito bem ter sido associados ao Mito do Vampirismo. A Porfíria é uma doença que se caracteriza justamente pela palidez, pela sensibilidade a luz solar e pelo surgimento de lesões desfigurantes na pele. Para as mentes ignorantes e sobretudo para os supersticiosos era mais fácil recorrer ao sobrenatural e explicar aquilo como uma manifestação sobrenatural.

A ciência mudou tudo isso e hoje entendemos a porfíria como um distúrbio enzimático. E quanto ao vampirismo?

Não seria mais fácil encarar o vampirismo de um ponto de vista científico ao invés de explicá-lo como algo sobrenatural?

Talvez o vampirismo seja um distúrbio grave que ataca o sangue: um vírus ou um patógeno que altera as funções vitais e se aloja no organismo como um hospedeiro que passa a controlar as funções, reduzindo o metabolismo à atividade quase inexistente ocasionando outras características que convencionamos chamar de vampíricas. Como toda doença, ela é passível de transmissão, apresenta sintomas e pode muito bem ter uma cura.

Encarar o vampirismo como uma doença não é uma idéia nova. O clássico romance "I am Legend" de Richard Matheson (que deu origem ao recente filme com Will Smith) trata de uma epidemia que dizima a humanidade e transforma as vítimas em seres selvagens que temem a luz do sol. O livro foi escrito em 1954 e é uma visão científica do Mito do Vampirismo. Mais recentemente o cineasta Guilhermo Del Toro, co-escreveu o romance "Noturno" em que vampiros se empenham em disseminar uma doença em Nova York, doença essa que nada mais é além do vampirismo.



Para o mundo de Call of Cthulhu posso imaginar o vampirismo como algum tipo de doença surgida a partir de algum Great Old One. Possivelmente pelo já citado Yibb-Tstill entidade cujo sangue é partilhado pelos cultistas em seus rituais. O sangue negro pode ser o catalizador de uma transformação em seres humanos que passam a apresentar características semelhantes a dos lendários vampiros.

2 - De onde vem os vampiros?

A explicação clássica é que vampiros surgem quando um outro vampiro se alimenta do sangue de um humano por três vezes. Alternativamente um vampiro "nasce" quando um vampiro interessado em transformar sua vítima a alimenta com o sangue de suas próprias veias.

Uma explicação simples é que a mordida do vampiro transmite algum tipo de substância presente na saliva que em contato com a corrente sanguínea desencadeia a transformação. Essa seria uma explicação científica satisfatória, mas podemos recorrer a outras.

O vampirismo pode muito bem ser um estado atingido a partir da força de vontade férrea. Uma condição em que o indivíduo atinge um domínio sobre suas funções vitais e transcende a própria morte. Na Idade Média existia a lenda dos Ravenants (desculpe não me ocorre uma tradução adequada). Os Ravenants eram seres que retornavam dos mortos para ajustar as contas com aqueles que os haviam assassinado. Segundo a lenda esses seres eram dotados de um ódio sobrenatural que animava seus corpos e permitia que eles andassem novamente para cumprir sua vingança.

Talvez a fagulha que anima um vampiro seja esse desejo de continuar vivendo, mesmo depois da morte física.

Em uma conhecida campanha de Call of Cthulhu, um dos principais vilões é um vampiro chamado Fenalik. Em vida Fenalik foi um sacerdote das selvagens tribos dos Scythians que habitavam o Oeste da Rússia e o entono do Mar Negro. Fenalik fora assassinado por rivais dentro da própria tribo, mas a morte não conseguiu arrefecer sua fúria e ele retornou... como um vampiro.

Eu gosto desse conceito metafísico: o ódio, as emoções, os conflitos e as paixões continuam ativos no indivíduo mesmo quando a vida o abandonou e ele retorna para continuar sua sina.

3 - O Efeito purificador da Luz do Sol

O dogma sobre vampiros diz que a luz do sol é a arma mais eficiente para destruir um vampiro de uma vez por todas. O sol consome vampiros, purificando o mundo da presença desses seres da escuridão, condenando-os a uma existência numa noite eterna.

Mas essa noção é mais recente do que se pode imaginar. Nem sempre os vampiros foram destruídos pelos raios do sol e nem sempre sua pele pálida foi incendiada quando exposta diretamente a ele.

Na verdade, nem mesmo no romance quintessencial Drácula de Bran Stoker, o vampiro do título é afetado pelo sol. O Conde era imune ao sol, a exposição a ele apenas limitava consideravelmente seus poderes. Drácula era até capaz de dar uma volta por Picadilly Circus durante o dia em sua visita a Londres Victoriana.

Da mesma forma, vampiros em Call of Cthulhu não precisam necessariamente ser afetados pelo sol ou a gravidade da exposição direta não precisa acarretar em efeitos tão dramáticos. Vampiros talvez se sintam incomodados pelo sol ou por luzes fortes, mas esse incômodo não é o bastante para causar sua destruição.

Vampiros podem ser encarados como seres de hábitos noturnos, predadores que caçam apenas quando o sol se põe e que se aproveitam da escuridão em benefício próprio, mas que não são afetados por ela. Fazer com que suspeitos de vampirismo sejam vistos andando de dia é uma excelente maneira de despistar jogadores.

4 - Onde dormem os Vampiros?

O Folclore Romeno institui que vampiros precisam descansar em seu solo natal. Drácula quando viaja para a Inglaterra ordena que seus servos ciganos escavem e estoquem uma enorme quantidade de terra das fundações de seu castelo na Transilvânia. A estranha carga é levada com ele para a Abadia de Carfax, local onde ele passa a residir.

Mais recentemente, vampiros passaram a dormir em caixões de madeira sempre mantidos em porões ou nas profundezas de uma masmorra.

Eu gosto do mito romeno, vampiros estabelecendo uma íntima ligação com o solo, não necessariamente com o solo natal, mas com o chão. Vampiros se enterrando para descansar e cavando sua saída quando a noite chega, evoca a lendária aura do monstro morto vivo. Posso imaginar em Call of Cthulhu as mãos de um vampiro saíndo do solo para agarrar as canelas de um infeliz investigador que inadvertidamente pisava sobre seu local de descanso.

Fica também a questão, por que os vampiros precisam descansar, sobretudo se levarmos em conta que nem todos eles seriam afetados pela luz do sol.

Talvez vampiros precisem de um tempo de hibernação, talvez eles só se tornem ativos de tempos em tempos e passem a maior parte de sua existência ocultos sob a terra, despertando para se alimentar, espalhar o caos e depois dormir por alguns anos, décadas ou mesmo séculos.

A idéia de um monstro sobrenatural despertando de seu confinamento sob a terra para se alimentar de tempos em tempos é bastante atraente.

5 - Sede de Sangue?

Parece ser um consenso que vampiros carecem se sangue para existir. A associação do sangue com vampiros provavelmente decorre da mesma associação de sangue com a vida. Para os antigos, o sangue simbolizava a vida, portanto vampiros ao drenar o sangue drenavam a vida de suas vítimas e assim podiam perpetuar sua existência.

Mas drenar o sangue pode ser apenas uma analogia para algo muito mais sinistro.

Vampiros em Call of Cthulhu podem se alimentar da força vital de suas vítimas. A parapsicologia reconhece a figura dos Vampiros Psíquicos, embora o termo e a definição ainda não tenham sido plenamente aceitos cientificamente. Vampiros psíquicos são indivíduos que se alimentam da força de vontade, da motivação e da própria energia de outros indivíduos. Ele não se alimenta fisicamente, como o vampiro clássico, ao invés disso drena as energias vitais de sua vítima através de sua força vontade, esgotando a vítima a medida que se fortalece.

Na década de 30 a ocultista Dion Fortune, escreveu "Psychic Self-Defense" um tratado a respeito de vampiros psíquicos e como se defender de sua atuação. O termo "Vampirismo Psíquico" se tornou popular novamente na década de 60, quando o polêmico líder da Igreja de Satã, Anton LeVey, escreveu a respeito na sua Bíblia Satânica. LeVey afirmava ser capaz de empregar sua força de vontade para drenar a energia vital de outras pessoas com o intuito de submetê-los aos seus comandos. Ele também dizia ser capaz de aniquilar uma pessoa psiquicamente e levá-la a ruína e até a morte.

Outro termo interessante é Vampiro de Energia. Segundo a teoria, energia (a força vital que possibilita a vida) pode ser transferida de uma pessoa para outra. Um vampiro de energia seria um indivíduo cuja força vital se encontra perpetuamente em desequilíbrio e que para viver precisa drenar a energia dos que estão à sua volta. O vampiro de enegia por vezes nem se dá conta de sua atuação, mas quando o faz conscientemente arruina vidas e leva suas vítimas ao desespero.

Vampiros também podem buscar outras fontes de sustento no corpo humano além de sangue.

O fluído espinhal ou líquido céfaloradiquiano, por exemplo é uma substância que rege o equilíbrio neurológico do cérebro. Um vampiro poderia necessitar justamente dessa substância, utilizando uma espécie de ferrão para perfurar a base do crânio e inserir ali um tubo coletor a fim de sugar o precioso líquido. Da mesma forma vampiros podem predar o fluído estéril produzido no interior da medula óssea ou mesmo alguns tipos de hormônios.

6 - Dos Poderes e Capacidades do Vampiro

O vampiro clássico dos romances góticos possui poderes sobrenaturais e faz uso deles para atacar suas vítimas e se proteger de seus inimigos. É um oponente implacável para aqueles que ousam ficar em seu caminho.

Na Idade Média era consenso que o vampiro tinha a força de vários homens e que era capaz de suportar os mais graves ferimentos. A base para esse poder seria uma espécie de pacto demoníaco do vampiro com as forças mais negras do inferno. Um vampiro era um seguidor do demônio e como tal detentor de seus poderes.

Com o passar do tempo, vampiros foram recebendo diferentes poderes e capacidades além da já mencionada força e resistência.

Vampiros se tornaram capazes de se transformar em animais, sobretudo predadores como o lobo. O leque de opções só fez crescer e logo vampiros podiam tomar a forma de morcegos, aves de rapina, gatos, ratos e até tigres. Vampiros sempre foram associados ao lado bestial, animalesco do ser humano e portanto nada mais justo que extrapolar essa relação, tornando possível ao vampiro asumir a forma de bestas selvagens.

Não apenas tomar a forma do animal, os vampiros também podiam dominar os animais e obrigá-los a obedecer as suas ordens como seus verdadeiros mestres. Em Nosferatu, o filme de Murnau de 1928, o tétrico Conde Orlok era capaz de controlar milhares de ratos criando uma praga de roedores que assolava Bremen. Drácula por sua vez ouvia o lamúrio dos lobos e se referia a eles como "crianças da noite".

Mas não apenas animais estavam sob o domínio do vampiro. Os poderes do vampiro incluíam hipnotismo e domínio de mentes mais fracas. Na maioria das vezes o vampiro usava esses poderes para quebrar a vontade de suas vítimas fazendo com que elas se sujeitassem a eles, se entregando sem resistir. Vampiros aptos a dominar pessoas até a servitude, como era o caso de Reinsfield ou dos Ciganos da Transilvânia em Drácula, também encontra lugar no mito clássico.
Vampiros em Call of Cthulhu podem ter uma série de poderes além dos consagrados pelo gênero gótico.

Assumir forma de névoa é um poder não tão disseminado pelo mito clássico, mas que poderia ser bastante interessante em um cenário de horror. Da mesma forma a capacidade necromântica de animar os mortos e fazer com que restos se movam e/ou obeçam ordens básicas pode ser empregado para gerar serviçais leais. Um vampiro talvez pudesse ser capaz de induzir sonhos ou pior ainda, causar pesadelos em suas vítimas, drenando assim a resistência e a própria sanidade daquele que escolheu atormentar.

Isso tudo sem mencionar a possibilidade de um vampiro se tornar um cultista e aprender magias e rituais dos mais tenebrosos.

7 - A Aparência do Vampiro

O vampiro atual apresenta uma aparência normal, podendo se misturar a população e caçar em meio a sociedade humana sem ser detectado. Um vampiro só é reconhecido como tal quando deixa à mostra suas presas, os caninos estendidos, que são usados para se alimentar.

Essa imagem moderna dos vampiros aceita até o fato de vampiros serem indivíduos sociáveis: Dotados de refinamento e charme. Os vampiros que dominaram a cultura popular contemporânea são seres sedutores que em nada remetem a sua condição de não-vida.

Mas é claro, nem sempre foi assim. Vampiros das lendas originais são tudo menos dândis sedutores, muito pelo contrário, eles eram monstros e sua aparência refletia a bestialidade de sua alma. O temor do vampiro era plenamente justificado pela sua aparência cadavérica. Vampiros no Leste Europeu eram mortos vivos no pior sentido da palavra: exalavam o fedor da sepultura, seus cabelos eram desgrenhados e assim como as unhas, cresciam mesmo após a morte, a pele pálida e fria se esticava sobre os ossos como num tambor. Os olhos assumiam uma coloração injetada de sangue, o nariz se tornava curvado como um gancho e as orelhas pontudas. Na boca, as presas caninas cresciam e se tornavam cada vez mais pontiagudas, seu hálito era quente e nauseante.

Vampiros por vezes eram associados diretamente a animais, e compartilhavam com eles características comuns, como era o caso dos vampiros que segundo o mito se transformavam em lobos. Enquanto humanos esses indivíduos tinham cabelo corporal em profusão, sobrancelhas unidas e olhos que faisacavam à luz da noite.

O exemplo mais clássico de vampiro com características animais é sem dúvida o repulsivo Conde Orlock de Nosferatu. Sua aparência remete a de um enorme rato, igual aqueles que ele comanda a infestar Bremen. Mesmo as presas de Orlock não são dentes caninos, mas a semelhança dos roedores se projetam do meio da boca.

Para vampiros envolvidos com os Mythos, ou que deles se alimentam, nada mais justo que apresentarem características medonhamente inumanas. Um vampiro que se alimenta do sangue de ghouls poderia ter o focinho destas criaturas e pés em forma de cascos fendidos. Outro que preda constantemente de híbridos dos Deep Ones se torna pouco a pouco uma aberração, semelhante aos monstruosos peixes das profundezas.

Mais tenebroso ainda é imaginar as transformações às quais estariam sujeitos os vampiros que se alimentam do sangue dos antigos.

Nada impede é claro que vampiros tenham uma aparência humana convencional, mas me parece bastante interessante fazer com que eles possam se tornar monstros quando seus instintos vem a tona, espalhando terror e insanidade por onde passam.

8 - Caçando (e destruíndo) Vampiros

Caçar e erradicar vampiros talvez sejam as tarefas mais perigosas de que se tem notícia.

Vampiros são criaturas maliciosas e cheias de astúcia que colocam sua sobrevivência acima de tudo. Eles levam vidas secretas e discretas, saíndo apenas raramente de seu confinamento a fim de não chamar a atenção.

Nos velhos tempos, contudo, vampiros eram seres errantes, que vagavam pelos vilarejos da Europa rural em busca de vítimas em regiões isoladas. Suas vítimas eram atacadas com rapidez, o monstro se alimentava, dormia e partia para o próximo vilarejo, deixando para traz apenas cadáveres e rumores. Em uma época de superstição, vampiros eram um perigo constante. Qualquer perturbação no status quo, podia ser atribuída a ação de um desses monstros sanguinários. E isso obrigava as pessoas a pegar em armas e dar início a caçada ou ainda contratar quem o fizesse.

Caçar vampiros era um ofício na Europa Medieval e erradicar o mal se converteu em uma cruzada abraçada com igual empenho por mártires e oportunistas.

Diz a tradição que vampiros podem ser afetados por vários itens especiais. Estacas guiadas através do coração, alho, cruzes e outros símbolos sagrados, espelhos, água corrente, prata... o que não falta, é munição no arsenal do caçador de vampiros. Mas até que ponto essas coisas são realmente mortais para o vampiro?

Estacas já se mostraram ineficazes contra vampiros realmente antigos que simplesmente às arrancam do peito. Não é algo simples atravessar um coração de lado a lado com um pedaço de madeira, é necessário ter algum conhecimento de anatomia e experiência. E convenhamos não se aprende a empalar pessoas com estacas em qualquer lugar. Prata segundo as lendas é um metal que fere os vampiros, contudo se a prata não for pura, o vampiro sentirá apenas um incômodo. Símbolos sagrados também podem ser empregados para afastar os vampiros, mas eles são úteis apenas se aqueles que o portam tem fé naquilo que representam, uma pitada de dúvida e tudo estará perdido.

Como se pode ver, embora o estoque de armas seja grande, nem todas elas são à prova de falhas.

Além das dificuldades inerentes de matar um vampiro, existe ainda o problema que eles não estão dispostos a se render sem luta. Caçar um vampiro é uma missão perigosa da qual nem todos os caçadores retornam ilesos.

Talvez a arma mais confiável para enfrentar um vampiro sejam magias e rituais ancestrais. Perder algumas horas para pesquisar em bibliotecas ou nos registros de uma Igreja pode ser a diferença entre o sucesso na empreitada... ou a morte! O conhecimento e a sabedoria do passado não raramente se apresentam como um recurso essencial para vencer essas criaturas. Uma peça de informação contida em um antigo livro ou escrita pelas mãos trêmulas de uma testemunha num pergaminho pode ser mais valiosa que uma afiada estaca de carvalho ou mesmo um lança chamas.

Se vampiros estiverem de alguma forma associados aos poderes dos Mythos, a batalha se torna ainda mais épica. Um vampiro em conluio com os Mythos ancestrais desenvolve características e imunidades que o diferenciam do restante de sua raça e o tornam ainda mais letal.

Em todo o caso lembre que uma coisa nunca muda: vampiros são cruéis e ardilosos. Enfrentá-los deve ser uma experiência assustadora e destruí-los é um feito apenas para os maiores heróis.

10 comentários:

  1. Saudações RPGistas!
    Muito bom esse bog,parabéns! e graças a Cthulhu Vampiros que não brilham no sol! aushauhsuahsha
    Gostaria de fazer um pedido: estou começando a me interessar pelo Cthulhu Mythos agora e gostaria de saber que contos eu deveria ler e em que ordem (se isso for importante) para entender ao menos o básico (já que essa mitologia é tão complexa),ou seja,por onde eu começo?

    desde já agradeço,obrigado!

    ResponderExcluir
  2. Muuuuuitissimo bom esse blog
    Descobri ele a cerca de dois meses e desde então tenho conferido ele diarimente.
    E essas ultimas matérias foram excelentes para mim, pois como meu grupo de RPG não se inspirava a jogar com os Mythos, sendo assim, eu introduzia um "tempero" dos mythos nas minhas crônicas de Vampiro.
    Cara, parabéns pelo teu blog, com certeza é um dos melhores blogs que eu já tive o prazer de ler

    ResponderExcluir
  3. Seusb textos continuam cada vez melhores, continue assim!

    ResponderExcluir
  4. Falando em vampiros diferentes, alguém lembra deste filme aqui? Passava na Globo em épocas ancestrais. Chamave-se "Força Sinistra". Inclusive a minha ex-vizinha era idêntica aos seres resultantes a extração da força vital...

    http://www.imdb.com/title/tt0089489/

    ResponderExcluir
  5. Força Sinistra! Quem foi moleque nos anos 80 deve ter boas lembranças desse filme. Sobretudo da personagem de Mathilda May logo no início. :-)

    As criaturas se chamavam "Space Vampires", se não me engano tem eles no Maleus Monstrorum.

    Não à toa, o romance original que deu origem ao filme é do Colin Wilson, que já escreveu muita coisa boa para os Mythos.

    ResponderExcluir
  6. A respeito d euma ordem de leitura, não existe tal coisa. Há no entanto contos melhores que outros. Mas isso depende muito de cada um.

    Eu aconselharia procurar os clássicos: O Chamado de Cthulhu, Montanhas da Loucura, A Cor que caiu do Céu, Horror em Dunwich, Um Sussurro nas trevas...

    ResponderExcluir
  7. Sem duvida um dos artigos sobre vampiros que mais atiçou minha criatividade pra usá-los de forma diferente, vou usar esse texto com certeza muitas vezes como referencia no futuro.

    Seria interessante agora alguns personagens ou monstros relacionados a série com possiveis ganchos de historia

    ResponderExcluir
  8. Hunter,

    O nome do próximo artigo é: "Seres das Trevas - Vampiros para Call of Cthulhu"

    Fico feliz que essa série de artigos tenha tido essa resposta toda. Confesso que estava em dúvida quanto a escrever.

    Vampiros sem dúvida fascinam, e continuarão fascinando por muito tempo.

    ResponderExcluir
  9. Ótimo artigo, estava a procura de possibilidades de ligação entre vampiros e os Mythos. Principalmente de ler algo em Providence a respeito das 4 formas de adquirir imortalidade (especialmente a Alimentação e Reanimação, que teria muito a ver com vampiros)

    ResponderExcluir