quarta-feira, 29 de junho de 2011

Algo Cthulhiano na região central de Minas Gerais


Uma generosa recompensa de R$ 10 mil. Esse é o valor oferecido pela Associação dos Caçadores de Assombração para quem conseguir fotografar o Caboclo da Água, uma criatura que vem assustando os moradores de Barra Longa e Mariana, região central de Minas Gerais.

O monstro, descrito como uma mistura de lagarto, inseto gigante e macaco, foi visto repetidas vezes nos últimos anos por testemunhas que o avistaram sempre próximo de rios ou matas fechadas. Nos últimos meses ele apareceu em jornais e reportagens.

"A história começou a ser contada pelos nossos avós, mas passou à realidade, há relatos de pelo menos 30 pessoas que afirmam ter visto o bicho circulando por Mariana e vizinhança", conta o presidente da associação, o professor universitário Milton Brigolini Neme, 50.

Segundo ele, recentemente, um rapaz que nadava nu em uma represa da região acabou afundando misteriosamente. Quando o corpo subiu à superfície, apresentava estranhos ferimentos. "Os bombeiros não souberam dizer qual bicho teria provocado aquelas mordidas e arranhões", explica o professor, que passou a oferecer recompensa para quem conseguir fotografar o Caboclo Dágua.

Além do rapaz, o bicho teria devorado um boi e seria um predador de cabritos. Ele também atacou um idoso e um agricultor que fugiu para não ser arrastado pela criatura.

"Parecia um gorila, veio correndo pela mata e me derrubou no chão. Então tentou me arrastar para a mata, mas eu levantei e corri. Ele chegou a me arranhar na perna" contou o sobrevivente.

Pescadores também avistaram a criatura nadando num rio, eles disseram que a coisa tem o tamanho de um homem adulto, escamas pelo corpo e é capaz de ficar muito tempo de baixo da água. Um retrato falado da criatura foi feito pelas testemunhas que o avistaram (abaixo).

A Associação dos Caçadores de Assombração foi fundada há cerca de um ano e meio, com o objetivo de investigar as histórias misteriosas que têm surgido nos municípios de Mariana, Diogo Vasconcelos e Barra Longa.

Na tentativa de capturar o Caboclo d´Água várias armadilhas foram espalhadas às margens do rio. Em dois cilindros, há um líquido incolor com um cheiro que seria capaz de atrair a criatura. Vigias com câmeras tem ficado de guarda no alto de árvores esperando pela aparição do monstro.

Nós vamos provar que esse bicho existe, até lá eu não descanso”, afirmou o professor Brigoline.

* * *

Boa sorte... esse Deep One de rio parece ser bem difícil de ser flagrado.

Não acredita? Essa é a reportagem no Jornal Nacional:


segunda-feira, 27 de junho de 2011

Resenha | The Whisperer in Darkness - O melhor filme até hoje inspirado por H. P. Lovecraft


O que diferencia um filme puramente comercial de um filme feito por fãs?

Essa é a pergunta principal para entender uma produção como "The Whisperer in Darkness". Inspirado na obra homônima de H.P. Lovecraft, o filme foi produzido de forma independente pela H.P. Lovecraft Historical Society (HPLHS) e é acima de tudo uma homenagem de fãs a um dos grandes mestres do horror do século XX e uma declaração de amor a sua obra. E é justamente essa devoção que faz toda a diferença, pois quem melhor do que os fãs para traduzir a atmosfera dos Mythos ancestrais e fazer com que eles ganhem vida de forma tão espetacular?

Sem nenhum exagero, The Whisperer in Darkness é a melhor adaptação de um conto de Lovecraft para o cinema até os dias atuais. Um trabalho apaixonado de fãs que realizaram algo fantástico com recursos limitados e dedicação à toda prova.

"The Whisperer in Darkness" não é o primeiro filme realizado pela HPLHS. "The Call of Cthulhu", filme com média duração (com 47 minutos) foi lançado em 2005 e já atestava o talento e inventividade da equipe responsável por Whisperer. Ao contrário da maioria dos filmes de horror ao longo dos anos, que se apropriaram das idéias lovecraftianas e as usaram em velhas fórmulas de filme B (com direito a nudez gratuita e sangue), Call of Cthulhu era um exemplo de atmosfera. Acima de tudo, uma prova que filmes inspirados pela literatura de horror podem ser bem interessantes se roteiro e diretor respeitarem a fonte original. Call of Cthulhu foi filmado no estilo dos anos 1920, preto e branco e mudo, com música do período e cartões com os diálogos dos personagens. Era uma clara homenagem também aos filmes expressinistas alemães como Nosferatu e o Gabinete do Dr. Caligari, com suas sombras profundas e imagens surreais de rara e perturbadora beleza. O resultado foi simplesmente arrebatador, a mais fiel transição das palavras de Lovecraft para o cinema até então.

Whisperer in Darkness é um filme ainda mais ambicioso. Um salto de qualidade sensacional em relação ao seu antecessor que era claramente uma produção experimental. Ao contrário de Call, esse novo filme tem duração maior (103 minutos) e som (o Mythoscope). Filmado em um glorioso preto e branco, Whisperer homenageia os filmes do gênero noir da década de 1940 com suas sombras escuras e contraste acentuado.

Ele se baseia na novela de Lovecraft - e um de seus contos mais populares - publicado originalmente em 1931. Na trama, Henry Akeley (Barry Lynch), um fazendeiro que vive em uma região isolada nas florestas de Vermont descobre estranhas pegadas deixadas por criaturas alienígenas nas cercanias de sua casa e começa a suspeitar que uma raça de seres vindos dos abismos do espaço está conduzindo uma silenciosa invasão ao nosso planeta. Pessoas estão desaparecendo e coisas estranhas vem acontecendo na calada da noite. Ele entra em contato com Albert Wilmarth (Matt Foyer) um cético professor de folclore da Universidade Miskatonic, que decide visitá-lo e descobrir se existe alguma verdade por trás das cartas e fotografias enviadas. A partir de então acompanhamos a jornada de Wilmarth e suas descobertas aterrorizantes.

O filme é muito fiel ao texto original, com direito a trechos inteiros retirados do conto palavra por palavra. No entanto, o roteiro fez algumas concessões para que a estória se tornasse mais cinematográfica e pudesse ser adaptada para esse formato. O que para alguns puristas poderia significar uma heresia, na verdade possibilita contar a estória com mais suspense e clima. É preciso lembrar que Lovecraft tinha um estilo narrativo seco, que investia em descrições e economizava em diálogos. Seria virtualmente impossível adaptar a estória em seu formato original sem efetuar alguns acréscimos à trama. Em minha opinião, e eu posso me considerar um desses puristas chatos, o roteiro consegue explorar a atmosfera original e todos os adendos são plenamente justificáveis, mesmo as mudanças no final e a inserção de novas situações e personagens.

O roteiro inclui alguns trechos que são apenas sugeridos no conto como por exemplo o debate transmitido por rádio que motiva a primeira carta enviada por Akeley a Wilmarth. Esse trecho inclui a aparição de Charles Fort, uma personalidade dos anos 30 que se dedicava ao estudo de fenômenos sobrenaturais e um personagem muito bem vindo à trama. A troca de correspondência entre os personagens também é romanceada para que não ficasse excessivamente cansativa. As cenas que se passam na Universidade Miskatonic também são excelentes elas direcionam a narrativa e ajudam a conduzir a trama. Sem dúvida provocarão um sorriso durador no rosto dos fãs.

A mudança mais drástica ocorre com cerca de uma hora de filme, a partir do momento em que o conto originalmente se encerra, quando Wilmarth descobre o segredo de Akeley. Os autores optaram por inserir uma sequência de eventos mais longa que inclui muito mais suspense, perseguição e uma desesperada fuga pelos céus de Vermont em um bimotor. Essa adição também permite que as criaturas sejam vistas perseguindo o pequeno avião em uma cena aérea muito bem realizada. As criaturas foram geradas por CGI e são a única concessão de efeitos visuais modernos ao filme. A aparência dos terríveis seres alienígenas condiz perfeitamente com a descrição de Lovecraft e é um dos pontos altos do filme.

Do ponto de vista técnico, Whisperer in Darkness é muito bem realizado. A produção foi extremamente cuidadosa, com uma atenção meticulosa aos detalhes que beira o apuro artesanal. Para driblar as limitações impostas pelo orçamento reduzido os produtores investiram em um figurino condizente, objetos de cena perfeitos e cenários que evocam o clima da época. A atenção aos detalhes do período é notável e muitos dos itens usados pelos personagens são os mesmos produzidos pela HPLHS. O gravador com cartucho de cera e o bimotor também são originais o que concede um alto grau de credibilidade.

O elenco composto por atores de teatro recrutados para o projeto dá conta do recado e consegue criar empatia com os espectadores. Matt Foyer, que também trabalhou em The Call of Cthulhu, passa simpatia ao cético professor envolvido em uma trama macabra. Barry Lynch tem uma atuação sinistra como Henry Akeley com direito a uma risada tétrica. O primeiro encontro entre Wilmarth e Akeley quando os dois discutem as estranhas manifestações na floresta é de dar arrepios. Autunm Wendel que faz o papel de Hannah Masterson também se destaca, conseguindo transmitir para o público apreensão através de suas expressões de terror. Lembrando que nenhum deles tem muita intimidade com cinema, há de se louvar o desempenho de todos os envolvidos.

Os produtores conseguiram provar que não são necessários 150 milhões de dólares, efeitos especiais mirabolantes e nomes estelares para fazer uma grande adaptação de um conto de HPL. Com pouco mais de 350 mil eles conseguiram fazer um filme fiel e instigante que vai fazer (e que já vem fazendo) a alegria dos fãs ao redor do mundo nos festivais onde está sendo apresentado.

Que venham outros, muitos outros!



quinta-feira, 23 de junho de 2011

Fotos do live action e comentários gerais (Parte 3)

O terrível destino do Reitor Julius Montgomery, assassinado no cofre onde estavam guardados os objetos do Leilão.

Vários objetos preciosos foram destruídos e outros tantos desapareceram sem deixar vestígios.

A única pista era uma enorme pegada ensanguentada de um pé descalço deixado na cena do crime. Quem ou o que teria assassinado o Reitor? As palavras da única testemunha, a Srta. Alice Kendal não faziam o menor sentido... "uma coisa, uma criatura deformada e medonha matou o reitor e sumiu na parede carregando alguns objetos".

A edição original do "De Vermis Mysteriis" é apresentada. A maioria dos convidados sequer ficou sabendo que tal livro dedicado aos Mythos de Cthulhu estava transitando pelo salão de festas na valise de Christopher Gates.

Algumas fotografias dos artefatos reunidos antes de se iniciar o Leilão.

Itens terríveis, tesouros do passado, artefatos valiosos e falsificações.

Os objetos que despertaram o desejo e a ganância dos colecionadores.

Alguns sisudos senhores posam para uma fotografia.

O Professor Creed, que chegou a ser acusado do assassinato de David Keith ao lado do misterioso James Colton.

Essa é uma das minhas fotos favoritas. Os personagens fcaram perfeitos!

Momento de revelações. A Universidade está fechada pela polícia! Mais um crime sem solução.

Outra foto muito boa! O "fantasma" de Keith vaga pelos corredores da Universidade.

Madame Olga (à caráter personificando Blavatsky) e Elizabeth Saunders.

Roberta Henry, Burton e o Inspetor Sullivan, detetive responsável pela caçada ao assassino que vitimou 6 mulheres inocentes nas ruas de Arkham.

A Srta. Henry, repórter do Arkham Advertiser procurava descobrir a identidade do assassino em série e quem sabe auxiliar em sua prisão. Ela descobriu os segredos de vários convidados.

O assassino nazista e seu alvo. Ernest por pouco não foi eliminado pelo agente da Sociedade Thule, tendo sido salvo por Elza Muller. Elza conseguiu trocar o veneno mortal por um tranquilizante que simulou a morte de Jurgens.

Mas a noite dele não foi das melhores. Ernest foi alertado por agentes Yithianos a respeito do perigo que representavam as suas pesquisas a respeito de dimensões paralelas. As terríveis visões do planeta Terra destruído por criaturas vindas de outra realidade quase o levaram a loucura!

Alguns convidados posando para a posteridade.

Diletos senhores se preparando para o início do show.

Christopher Gates passa ara as mãos de Elizabeth Saunders o compêndio de terrível conhecimento sobre os Mythos. O que ela vai descobrir nas páginas amareladas desse tomo blasfemo?

Rivais no mundo da arqueologia: o Dr. Dietrich ameaça o Professor Crawford. Rolou até o clássico: "Nos encontramos novamente Professor Crawford, ou prefere que eu o chame de Monterrey?"

E ninguém foi capaz de descobrir a identidade do Açougueiro de Arkham... A Dra. Penderghast chegou bem perto ao entrevistar o enigmático pintor Jonathan Pierce.



E foi isso!

Foi uma ótima noite na companhia de ótimos jogadores e grandes amigos!

Esperamos repetir a experiência em breve.

Fotos do live action e comentários gerais (Parte 2)

Seguem mais fotos do Live Action:

Richard Atkins andando pelos corredores do salão d efestas. Mais atrás alguns outros convidados: a repórter do Arkham Advertiser Roberta Henry, o misterioso Sr. Alan Driscol membro da Irmandade do Destino, de costas o Professor Crawford e próximo da parede o Sr. James Colton, proprietário de um antiquário em Arkham.


Vários investigadores se encontram no corredor que leva para o salão de festas. O Dr. Keith discursa a respeito do Mito de Atlântida e suas teorias sobre civilizações perdidas para Elza Muller (que trabalha na Embaixada Alemã). Mais atrás Andrea Penderghast, Beckwith e o Professor Creed.



Já durante o Leilão, Robert Morrison apresenta o assustador quadro assinado por Richard Pickman. A obra é mostrada causando burburinho na sala. Qual a ligação dessa tela mórbida com as sangrentas mortes do infame assassino conhecido como "O Açougueiro de Arkham"?


O soturno Sr. Colton (que escondia um terrível ssssssegredo), Robert Morrison, o brilhante Professor Ernest Jurgens da Academia de Viena, o professor Horace Creed e o reitor Montgomery.


Frank Marshal ameaça o nazista Karl Hans Dietrich. O senhor Atins parace mais perdido do que cego em tiroteio (desculpem, não resisti!).


O controverso ocultista britânico Stephen Burton analisa um dos itens do leilão. Burton esperava recrutar pessoas influentes na alta sociedade para seu culto e teve êxito em seus planos. Conhecido como "um dos homens mais perversos do mundo" seu conhecimento arcano só é comparável ao seu enorme ego.


O famoso Professor John "Monterrey Jack" Crawford, aventureiro, explorador e arqueólogo. Para muitos um ladrão de túmulos e contrabandista de tesouros, para outros um grande herói. Uma pena que ele não tenha podido trazer seu chapéu, jaqueta de couro e chicote. Crawford estava às voltas com cultistas que tentaram assassiná-lo.


Alice Kendal mostra um dos tesouros que secretamente circulavam pelo Leilão, uma edição roubada do terrível "De Vermis Mysteris" um livro escrito no século XVI a respeito dos Mitos ancestrais. Vender esse item era um dos objetivos de Christopher Gates.


O perigoso arqueólogo Karl Hans Dietrich era secretamente um membro da misteriosa Sociedade Thule, um grupo de ocultistas ligados ao partido Nacional Socialista (nazistas). O próprio Fuhrer o enviou para adquirir artefatos que poderiam ajudar em caso de uma guerra. A outra missão secreta de Dietrich envolvia assassinar o professor Jurgens que havia pedido asilo político na América.


Pouco depois do início do Leilão, a medium Lydia Cabot tem uma tenebrosa visão sobre alguns dos artefatos. Aos gritos e em meio a histeria ela desmaia e é levada para a sala ao lado onde relata para os preocupados convidados o que viu graças aos seus poderes sensitivos.


Dietrich se prepara para tomar parte do leilão. Malditos nazistas, não saem de casa sem a sua suástica.


Swann, Lauren Neville, o misteioso Alan Driscol (agente à serviço dos Yithianos) e a atriz Louise Westerhan.


A tensão era palpável no Salão onde o leilão foi realizado. A medida que os itens eram apresentados os convidados travavam uma verdadeira luta para arrematar os objetos.


Pouco depois de terminar o Live. O Inspetor Sullivan registra o momento fotografando o Sr. Creed e o Monsenhor Mazarin, negociador à serviço do Museu do Vaticano. A Srta. Saunders e Lydia Cabot observam.



Algumas revelações são feitas na Sala de estar.


O Professor Crawford conversa com os demais convidados, um grupo de investigadores conseguiu juntar seus recursos para adquirir a maioria dos itens.


Já no fim do Live, um grupo de animados jogadores conversam sobre o resultado do jogo.


Creed, Kostandinov, Keith e o perigoso Sr. Randal, guarda costas pessoal do Conde russo. Randal terminou assassiando o Professor Keith com requintes de crueldade na biblioteca da Universidade Miskatonic.


Homens de Arkham: o diretor da biblioteca Professor Horace Creed, o reitor Montgomery e o brilhante físico Professor Ernest Jurgens.


O "falecido" Professor David Keith analisa um dos artefatos, a bizarra face esculpida em pedra. Poucos foram os convidados que descobriram que o objeto tiha ligação com o tenebroso culto de Tsathogua.


O Sr. Robert Morrison ao lado da Srta. Elza Muller, que se revelou uma espiã e agente dupla trabalhando para os nazistas e para o governo americano e a Dra. Penderghast que estava auxiliando a polícia de Arkham na caçada ao terrível "Açougueiro".


Terminado o evento, os jogadores discutem seus plots e ficam sabendo dos objetivos de seus colegas.


Louise, Swann e Morrison.


Morrison oferece ao Conde Konstandinov o objeto que ele tanto desejava. O fragmento da placa recoberta por símbolos no idioma Naacal. Ao lado Alan Driscol e Lauren Neville.