domingo, 3 de julho de 2011

Atlântida - Mitos e lendas sobre o Continente Perdido


A lenda de Atlântida é ao que tudo indica, a mais persistente e misteriosa entre os povos do mundo, já há muitos séculos.

Milhares de obras já foram apresentadas a respeito do estudo de Atlântida, cuja existência, hoje em dia, nem sempre é considerada apenas uma lenda. Os vestígios e relatos sobre um continente ou ilha gigantesca, situada em algum lugar do oceano, e que desapareceu numa catástrofe, são encontrados em povos do mundo inteiro, sob diferentes versões que mantém entre si semelhanças assombrosas.

O relato mais conhecido sobre Atlântida, e que surgiu pela primeira vez na literatura apareceu no Timeu e no Critias, obras de Platão, aproximadamente em 380 a.C, no qual a sociedade atlante é relatada em detalhes tanto quanto à localização, quanto a forma de governo e sociedade, situando-a a cerca de 9 mil anos antes da época do filósofo grego. Via-se a Atlântida como uma civilização poderosa e com imensos conhecimentos científicos que beiravam o sobrenatural. Tratava-se de um império que estendia sua influência a todo o planeta e cujo fim trágico teria causado um grande choque. Na concepção de Platão, Atlântida estaria situada no Oceano Atlântico, entre o que hoje é a América do Norte e a Europa, a nordeste da América do Sul e noroeste da África.

James Churchward, um pesquisador que durante 50 anos perseguiu as provas da existência do continente da Lemúria, fala da existência de Atlântida como sendo muito mais antiga do que Platão contava. Diz-se que o célebre arqueólogo Henry Schiliemann, o descobridor de Tróia, teria descoberto um dos papiros mais antigos do mundo, onde está escrito que o Faraó Sent enviou uma expedição à procura de vestígios de Atlântida, de onde seus ancestrais teriam vindo, trazendo seus conhecimentos.

Essa informação foi dada por Paul Schiliemann, em 1912, quando teve acesso a uma série de trabalhos inacabados do avô. Ele não apenas havia descoberto peças onde se lia, em hieróglifos fenícios, uma inscrição referindo-se a Atlântida, como estabeleceu uma relação entre essas peças e fragmentos encontrados em sítios arqueológicos distantes como em Tiahuanaco, na América do Sul.


Os objetos foram analisados e sua composição mostrou que vinham do mesmo lugar. Shiliemann teria encontrado o papiro no Museu de São Petersburgo, o mesmo local onde teria encontrado outro papiro do historiador egípcio Maneton, que situava o reino de Atlântida num período aproximado de 16 mil a.C. Muitos historiadores parecem concordar com a idéia de que Atlântida seria um grande centro, do qual emergiram povos que se espalharam pelo mundo. As semelhanças encontradas entre as civilizações dos egípcios e dos maias, em lados opostos do oceano, são impressionantes, chegando a ponto de possuírem diversas palavras em comum tanto na pronúncia quanto no significado. Possuem ainda uma arquitetura muito próxima, especialmente no que se refere a construção de pirâmides. É comum também referir-se a escolha de Platão pelo nome Atlantis, que não é grego. Por outro lado a palavra tolteca (idioma maia) "atlan" significa "no meio da água". As lendas maias e incas referem-se a uma grande nação ou império que desapareceu no fundo do mar quando o mundo era jovem.

Celtas também possuem lendas nesse mesmo sentido. Seu folclore alude a povos avançados que teriam se espalhadopelo mundo depois de uma terrível catástrofe que destruiu sua capital forçando os sobreviventes a procurar outras terras. Os índios americanos, em especial os apaches acreditam que seus antepassados vieram de terras distantes além de um grande mar escapando de uma tragédia sem precedentes. A lenda é compartilhada por povos que habitam os Mares do Sul e a India Meridional. Seria possível que as similaridades entre a mitologia desses povos se traduza em uma origem comum?

Muitos pesquisadores defendiam no início do seculo XX a teoria que uma única civilização teria sido a raiz dos povos mais avançados do passado da Terra. Um mesmo povo mais avançado teria se espalhado pelo mundo após a destruição de sua cidade capital, conservando alguns aspectos essenciais que foram transmitidos para os povos com os quais eles passaram a se relacionar.

Exageradamente ou não, estudiosos situam o auge da civilização atlante há um milhão de anos, quando o império se estenderia da Islândia até a América do Sul. Segundo teóricos da Atlântida, esse imenso império teria se dividido devido a cataclismos vulcânicos, entre 800 mil a.C. e 200 mil a.C, separando Atlântida em duas ilhas centrais: Ruta e Dayta. Um terceiro cataclismo, possivelmente um tsunami, teria submergido parte de Ruta, deixando apenas a cidade de Poseidonia (ou Poseidonis) à salvo. Poseidonis teria sido o último baluarte de Atlântida a desaparecer e sua existência seria conhecida por egípcios e fenícios que resgataram de lá alguns de seus tesouros e conhecimento. As ilhas de Açores e Canárias são consideradas como parte do arquipélago restante de Poseidonis.

Há muitas teorias à respeito da ciência detida pelos atlantes. Platão se referia a utilização de cristais como fonte de energia capazes de alimentar as necessidades de cidades inteiras. Alguns acreditam que seja essa a explicação para o mistério do Triângulo das Bermudas. Um dos misteriosos cristais ainda estaria operando no fundo do mar, causando a quem se aproximasse do local um efeito de distorção dimensional. Esse tipo de teoria parece ter se ampliado após a descoberta das ruínas submersas na região de Bimini, nas Bahamas, dentro da região do Triângulo das Bermudas.

Além dos relatos de Platão, mais recentemente - sobretudo nos anos 20 e 30, surgiram visionários que buscavam desvendar os segredos de Atlântida. O médium americano Edgar Cayce acreditava receber emanações psíquicas que vinham de Atlântida e que revelavam a ele a localização secreta do Continente. Ele escreveu uma detalhada coleção com mais de 2500 narrativas psicografadas a respeito dos costumes e cotidiano do povo que habitou a mítica ilha. A riqueza de detalhes descritos por Cayce é tamanha que ele era capaz de descrever as roupas, os costumes, partes do idioma e até personalidades que teriam vivido no Continente Perdido. Cayce defendia que qando entrava em transe sua mente era enviada para o passado e ele podia viver como um dos Atlantes que era sua encarnação distante.

Outro nome associado a Atlântida é o de Helena Petrovna Blavatsky, a grande dama da teosofia se aprofundou no assunto ao revelar detalhes da história secreta de Atlântida que por sua vez lhe teriam sido entregues por monges no Tibet. Blavatsky falava de doutrinas ocultas, de grandes conhecimentos psíquicos e do domínio sobre uma avançada ciência que os atlantes possuiriam.

Influenciados pelas teorias de Cayce, Blavatsky e outros estudiosos várias Sociedades Ocultistas se formaram com o intuito de buscar esse saber milenar. Os sacerdotes de Atlântida praticariam o psiquismo, aperfeiçoando-o como ciência, sendo capazes de prever o futuro e realizar milagres de cura. O domínio sobre tais conhecimentos era extremamente ambicionado.

Em 1928, o alemão Jurgen Spanuth, propôs que antigas bases pertencentes a Atlântida teriam sobrevivido no Norte da Europa, mais especificamente nos países nórdicos. Esses sobreviventes teriam originado os povos arianos tratado como a raça superior segundo a doutrina nazista. Não por acaso, membros do Partido Nacional-Socialista alemão tinham ligação bastante estreita com ocultistas e defensores de teorias como as de Spanuth.

Atlântida continua desafiando nossa imaginação, um mistério que provavelmente continuará a nos fascinar para sempre.

A seguir: A Atlântida e os Mythos.

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