quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Mesa Tentacular: Cenário "O Orgulho de Bahktapur" no Dungeon Carioca


Domingo passado tive o prazer de mestrar Call of Cthulhu na terceira edição do Dungeon Carioca, evento que tem atraído um público cada vez maior e mais variado para o Shopping Ion na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.

O encontro, como sempre muito animado, contou com cerca de 70 pessoas, entre mestres e jogadores. Tivemos algo em torno de sete mesas (dessa vez não contei) mas o que posso dizer com certeza é que todos os que estiveram presentes se divertiram bastante com aventuras em diversas ambientações e gêneros.

O encontro contou ainda com a presença de organizadores de futuros eventos, sorteio de brindes e descontos especiais para quem quisesse adquirir os títulos da Retropunk. Uma ótima oportunidade para conhecer novos jogadores, formar grupos e passar uma tarde agradável rolando dados.

O Dungeon Carioca tem tudo para continuar crescendo e se tornar uma ótima opção para jogadores sem grupo ou mestres que querem conhecer outros sistemas.

Nessa terceira edição, Call of Cthulhu estava representado não apenas por uma, mas por duas mesas -- tenho certeza que o Grande C, agitou seus tentáculos lá em R'Lyeh, e que com isso adiantamos seu despertar em pelo menos uma semana.

Sobre minha mesa:

O ORGULHO DE BAHKTAPUR

"Não há luz onde vocês estão britânicos. 
Não existe esperança onde vocês se encontram. 
Apenas caos, esquecimento e sofrimento eterno". 

Vou escrever sobre o cenário que mestrei, e esperar que o outro Keeper, por sinal minha esposa Laura, depois escreva um resumo sobre a mesa que ela conduziu ali pertinho.

A estória que escolhi foi "O Orgulho de Bahktapur" (The Pride of Bahktapur), uma adaptação bem perversa da aventura "Along the Indus" que faz parte do livro "Fearfull Passages".

Alguém pode se perguntar porque mudei o nome da aventura. Bem é simples, quando terminei de reescrever o cenário ele ficou tão dramaticamente diferente do original que decidi mudar também o título. Para falar a verdade, mantive apenas a ideia central e uma pequena parte da trama. Até mesmo a época da aventura foi alterada para se encaixar no período Vitoriano, no qual eu estava pilhado para mestrar desde que recebi meu "Cthulhu Gaslight", livro que expande as possibilidades do jogo e abre espaço para cenários que se passam no final do século XIX.

"O Orgulho de Bahktapur" é uma aventura na exótica India e se passa em 1888, época em que o subcontinente estava sob controle do Império Britânico. A aventura se inicia em Karachi (no atual Paquistão, na época parte da India). Os personagens são recrutados pelo Gabinete Colonial para uma delicada investigação na cidade de Bahktapur. O clima é de instabilidade e há indícios que um motim esteja prestes a acontecer envolvendo a população local. A causa de tudo isso parece ser uma figura do folclore indiano, o Padmavari, também chamado de "Homem Negro" visto repetidas vezes por moradores cada vez mais apavorados. Essa figura mítica seria um mensageiro de tragédias e desgraças e suas frequentes aparições, segundo alguns, é sinal inequívoco que os deuses não estão satisfeitos com a maneira como os indianos estão sendo governados por estrangeiros.

O Gabinete Colonial acredita que tudo não passa de uma conspiração engendrada por rebeldes, dispostos a  manipular a população supersticiosa. Contratados para conduzir um inquérito sobre o Padmavari, os personagens iniciam sua jornada fazendo perguntas e conduzindo entrevistas com especialistas no folclore local. Eles conversam com o ilustre escritor Rudyard Kipling, falam com líderes locais, tanto hindus quanto muçulmanos e pessoas que teriam visto o Homem Negro em primeira mão. A medida que revelam a conexão entre a figura e uma extinta Seita de Assassinos Thugees, o grupo começa a suspeitar que está sendo seguido e que forças estranhas estão conspirando para que a missão fracasse.

Dispostos a levar a investigação até as últimas consequências, o grupo decide viajar até um vilarejo isolado além de uma densa selva. Um território selvagem que só pode ser acessado utilizando os serviços do "Orgulho de Bahktapur", uma Companhia de Mahouts (montadores de elefantes). Viajando em uma caravana nas costas dos enormes animais, o grupo enfrenta sérios perigos, incluindo o mortal ataque de tigres de bengala, verdadeiros "devoradores de homens".

Chegando ao seu destino, os investigadores iniciam a exploração de ruínas que pertenceram a uma civilização degenerada que habitou o Vale do Indus milênios atrás. Lá desenterram indícios de que a lenda do Padmavari é mais antiga do que se poderia imaginar e que remonta a entidades de maldade absoluta muito mais terríveis que a própria Deusa Kali.

Ainda sob o choque das revelações, os investigadores acabam capturados por seguidores da Seita do Padmavari e terminam por despertar em um novo e medonho pesadelo. Arrastados por "esferas além do tempo e espaço", o grupo terá, na continuação desse cenário, decidir se concorda com as exigências dos líderes do culto para tentar salvar suas vidas e voltar a ser quem eles eram antes de iniciar sua jornada de terror.

Desculpe se não fui claro nessa descrição, mas como pretendo narrar o cenário em outras oportunidades não posso descrever todos os acontecimentos para não estragar as surpresas da trama.

A seguir algumas fotos da mesa e comentários como de costume:

Os Handouts da aventura. Consegui encontrar esse mapa bem legal e depois de imprimir, pintei com giz de cera para dar esse ar de documento antigo. O recorte de jornal foi feito com uma montagem em background de jornal que achei na internet. Os outros handouts são mais comuns, mas ficaram bacanas com imagens e desenhos de época.

Os jogadores reunidos pouco antes de iniciar a aventura. A mesa contou com seis jogadores dessa vez, personagens prontos entregues na hora para poupar tempo. Na equipe um Professor de Etnologia e Folclore Hindu, um Correspondente Internacional do Northern Star, um aristocrático Engenheiro da British-Indian Railroad Co, um Cartógrafo da Royal Geographic Society, um Médico veterano da guerra do Afeganistão e um Missionário cristão.

Seguindo as notícias nos jornais locais, o grupo fica sabendo dos "Distúrbios em Bahktapur".

Cthulhu não é a mesma coisa se não for jogado à luz de velas. E foi só começar a escurecer para acender umas velas para realçar o clima.

Já na metade da aventura, o grupo começa a ponderar sobre como lidar com atentados de fanáticos Thuggees, serpentes naja, um cadáver recheado de cobras, elefantes nervosos, entidades macabras do folclore indiano, civilizações perdidas e tigres ferozes.

Só para abrir um importante parênteses, essa aventura registrou um dos danos mais bizarros da história de CoC. Um dos elefantes rolou 01% em sua investida contra um dos tigres que atacava o grupo. O dano normal já é um escândalo (4d6 +6d6). O paquiderme literalmente pisoteou o felino que recebeu inacreditáveis 20d6 pontos de dano. Como se tratava de um impale, o dano foi dobrado!!!! Quase uma fireball de D&D! Resultado? Purê de Tigre.

Mas nem tudo foi alegria, um dos devoradores de homens mordeu o missionário causando 11 pontos de dano em um único ataque. Ouch! Que mordida!

Fim da primeira parte da aventura. Entre insanos e feridos o grupo vai ter que esperar um pouco para saber como a aventura vai terminar.

E enquanto não voltamos, um "Olá" de um dos simpáticos vilões da trama... ah esses Thuggees.

Nos vemos em breve!

Namastê!

4 comentários:

  1. não poderia deixar de fora a passagem do elefante que fugiu do Dragon Ball Z rsrs

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  2. Parece ter sido um cenário bem bacana...

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  3. Caro Luciano, esse cenário parece ser muito bom!

    Se possível, poderia me mandar uma cópia ou pode ser até um rascunho qualquer da história.

    Seria imensamente grato! De qualquer forma, Obrigado!

    [tá ai meu e-mail: elton.f.santana@gmail.com]

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