quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Impacto! - O mais violento choque de asteróide de todos os tempos


Após o incidente celeste ocorrido no início dessa semana, quando um meteorito foi filmado caindo na Rússia, a atenção do mundo se voltou uma vez mais para os céus.

Qual é o risco real de que um corpo celeste desses venha a bater no nosso planeta? Cair numa cidade, em uma casa ou na cabeça de uma pessoa?

Em se tratando de meteoritos, um cientista fez um comentário bastante pertinente: "Eles caem diariamente! A queda de meteoritos e outras partículas é algo incrivelmente comum. Você ficaria surpreso se soubesse a quantidade deles". Felizmente, na maioria das vezes eles acabam se esfacelando ao entrar em nossa atmosfera em altíssima velocidade reduzindo suas dimensões progressivamente. Além disso, a maioria acaba por se precipitar nos mares ou em locais desertos do planeta de modo que sequer ficamos sabendo deles.

Raramente a queda de um meteorito causa danos, exceto é claro quando há o azar deles caírem justamente em áreas densamente habitadas e de não terem se consumido suficientemente como parece ter sido o caso na Rússia.

Mais tranquilo? Então vamos às más notícias...

Veja bem, o grande problema não são os meteoritos.

Existem coisas muito maiores e ameaçadoras vagando pelo espaço, talvez nesse exato momento, já em rota de colisão estabelecida com a Terra. Uma rota traçada há milhares, milhões de anos com a morte de algum planeta, lua ou corpo celeste e com o consequente lançamento de destroços enormes medindo algumas centenas de quilômetros. Eles são chamados asteróides e a última coisa que qualquer habitante desse pequeno planeta azul quer, é estar no caminho de um deles.

Asteróides são imensos pedaços de rocha ou de metal que possuem uma órbita definida, ao contrário dos meteoritos eles são grandes demais para se esfacelarem na entrada da atmosfera e acabam colidindo inteiros.

O último grande asteróide que se chocou com a Terra explodiu sobre os céus da região de Tunguska, na Sibéria em 1908. A potência da explosão foi estimada entre 10 e 15 megatons, o equivalente a 1000 vezes mais energia desprendida do que a explosão da Bomba de Hiroshima. A explosão derrubou cerca de 80 milhões de árvores em uma área e 2.150 quilômetros quadrados e estima-se que tenha provocado um terremoto de 5 graus na Escala Richter. Ou seja, se esse asteróide tivesse atingido uma cidade, teria varrido tudo do mapa deixando apenas uma cratera fumegante e ruínas.


Preocupado? Você não imagina como as coisas vão piorar daqui para frente...

Tunguska é considerado o maior impacto registrado da história, mas isso não quer dizer que outros ainda mais fortes não tenham ocorrido no passado remoto. Pergunte isso aos dinossauros.

Um asteróide atingiu a Terra há aproximadamente 65 milhões de anos atrás (provavelmente numa segunda-feira) e todos os grandes répteis tiveram um péssimo dia. O que é uma maneira agradável de dizer que eles foram varridos do planeta, muitos de imediato, outros nos meses seguintes ao impacto por conta de um Inverno Solar causado pelas partículas de poeira jogadas na atmosfera.

O asteróide em questão, provavelmente do tipo Baptistina, que deveria medir quase 10 quilômetros de comprimento, deixou uma cratera de 177 quilômetros onde atualmente fica a Península de Yucatán, no México.

Mas ele não é nada, (vocês leram bem!) NADA comparado a um novo local de impacto que pode ter sido descoberto por cientistas recentemente.

Não está ainda inteiramente confirmado, mas uma cratera na Groenlândia tem potencial para ser mais antiga e ainda maior do que a pedra que dizimou os dinossauros. Se as informações se confirmarem, esse teria sido a mãe de todos os impactos de asteróide observados na Terra. O asteróide em questão deveria ter algo em torno de 28 quilômetros - o tamanho de uma cidade mediana, o que é muita coisa para um asteróide. A cratera resultante da queda desse "bebê" seria de quase 603 quilômetros de largura e mais de 24 quilômetros de profundidade.

Existem evidências de impacto dessa magnitude em outros lugares do Sistema Solar, mas até agora não havia nada desse tamanho atingindo a Terra.  

Mas você deve estar se perguntando: "Se esse impacto foi tão grande, como estamos descobrindo informações sobre ele apenas agora"?


Boa pergunta, eu mesmo estava querendo saber... Parte disso se deve a sua incrível idade de quando a coisa toda aconteceu. Quando esse asteróide acertou o planeta em cheio, a Terra era consideravelmente menor do que é hoje (talvez tivesse 1/3 de suas dimensões atuais). Além disso, a maior parte da cratera resultante teria sido tampada por bilhões de anos de erosão. Finalmente, uma das razões pelas quais sabemos tanto sobre o asteróide que aniquilou os dinossauros se deve aos fósseis e registros geológicos que ainda podem ser obtidos no local do choque. O asteróide da Groenlândia atingiu uma Terra ainda muito jovem e quase vazia de formas de vida. O fato do local ser isolado, na Groenlândia, certamente também não ajuda a pesquisadores.  

É difícil datar algo tão incrivelmente antigo, mas depois de três anos de cuidadosas escavações realizadas por um time de pesquisadores dinamarqueses, há indícios que eles estão próximos de confirmar suas suspeitas iniciais e dizer que esse é o choque dos choques.

"A evidência mais promissora é a presença de rochas de granito que foram esmagadas, derretidas e pulverizadas de uma maneira que só pode ser explicada por um repentino impacto devastador. O granito que apresenta deformação está espalhado por uma área de 30 a 50 quilômetros, centrado no local do suposto impacto. Tamanha deformação no granito não poderia ter ocorrido através de qualquer outro processo geológico conhecido. É possível ver algo similar em zonas de falhas geológicas, mas não em um círculo de 100 quilômetros" disse o líder da expedição Ianin McDonald da Universidade de Cardiff;

Pronto, depois disso quem ainda está preocupado com pequenos meteoritos cruzando nossos céus?

Acompanhe então essa simulação do impacto de um Asteróide de 500 quilômetros ao som de "The Great Gig in the Sky" do Pink Floyd.

4 comentários:

  1. Yellow, boa postagem. Recomendo tbm este video aqui:
    http://www.youtube.com/watch?v=Tz8ithgTBj4

    Em 2:37 tem um planetoide que se choca com a terra. Alguns teoricos atribuem este impacto como o responssável por termos o centro da terra ainda aquecido e gerando casmpo magnético (o que preserva a atmosfera).

    Há impactos cósmicos que vem para o bem, hehehe.

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  2. Eu imagino isso não somente pelo impacto, mas pelas coisas que podem trazer... Algo como no filme Evolução, ou A cor que caiu do céu. Apesar que em jogo, pode-se inserir as duas coisas. Na vida real, seria paranoico se tivéssemos os dados de tudo que chega à Terra...

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  3. Deformações rochosas misteriosas de eras passadas somente descobertas recentemente e em um lugar isolado você disse?
    Sei não ein, isso tá parecendo mais é uma outra coisa...

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  4. Cara bom post, esse vídeo eu ja conhecia, incrível como o Pink Floyd combinou com isso 0/

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