terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Loucura em Papua Nova Guiné - Caça às bruxas em pleno século XXI


O Mundo Tentacular é um blog de horror, e habitualmente nós trazemos imagens e ideias realmente terríveis. Mas como já foi dito em outras ocasiões, por vezes as coisas mais horrendas descritas no mundo da ficção  não chegam aos pés do horror do mundo real.

Essa notícia por exemplo correu o mundo:

8 Fevereiro de 2013

PORT MORESBY, Papua New Guinea (Associated Press)

"Informações chegam da Nova Guiné a respeito de um horrível crime. Uma mulher local foi despida, amarrada, torturada, acusada de bruxaria e depois queimada viva.

Centenas de pessoas apavoradas assistiram impassíveis sabendo que, se interferissem, poderiam também ser mortas. Mesmo a polícia, não pode fazer nada para impedir a tragédia. Esta é apenas mais uma morte relacionada a feitiçaria na ilha do Pacífico Sul. 

Populares, inclusive muitas crianças, assistiram a cena. Alguns chegaram a tirar fotos do brutal assassinato. (Não vamos cometer o ato de mau gosto de colocar as fotos desse horror, mas eles estão na internet).

Segundo testemunhas, a jovem de 20 anos chamada Kepari Leniata vivia no vilarejo de Mount Hagen. Ela foi acusada de ter realizado feitiços contra um menino de seis anos que morreu na véspera. Na área rural de Papua Nova Guiné, feitiçaria e magia negra ainda são usados para explicar esse tipo de coisa.

Kepari foi acossada pela multidão, retirada de sua casa por mais de 40 pessoas, e arrastada até uma praça. Ela foi amarrada em um poste e torturada com um ferro em brasa. Quando desmaiou, lançaram gasolina sobre seu corpo e acenderam uma pira feita de pneus e lixo. 

A polícia local ainda está tentando determinar a identidade das pessoas envolvidas. Mas o marido da vítima é o principal suspeito de ter motivado o linchamento. Ele está desaparecido desde o acontecido. O incidente ocorreu em plena luz do dia diante de centenas de pessoas". 

Crimes envolvendo atividades ligadas a "feitiçaria" vem se tornando cada vez mais comuns em Papua Nova Guiné, uma pequena ilha que era possessão da Austrália. Mulheres são as principais vítimas, acusadas de exercer malefícios e participar de rituais de magia negra. Aquelas que trabalham como curandeiras e parteiras são acusadas dessas práticas, sobretudo quando seu trabalho é mau compreendido ou resulta na morte de alguém. 

No caso de Kepari não se sabe exatamente o que motivou a suspeita de bruxaria, ela era uma dona de casa. Contudo, se a escalada de paranoia chegou ao ponto que a mera suspeita, justifica esse tipo de reação, a situação é mais séria do que se poderia imaginar.

Há um clima de medo que mobiliza as pessoas a atuar como vigilantes desde outro crime bárbaro ocorrido em julho de 2012.

Aqui está a notícia:

"Vinte e nove pessoas, buscando vingança contra um grupo de supostos feiticeiros, foram presas pela polícia e acusados da morte de pelo menos sete indivíduos.

Além de executar os "bruxos e seus comparsas", o bando também foi acusado de ter torturado e devorado partes dos prisioneiros. Acredita-se que os envolvidos tenham consumido porções do cérebro, coração, rins e outros órgãos de suas vítimas, e que tenham preparado uma sopa com órgãos genitais, em um esforço para  ganhar invulnerabilidade contra sortilégios. Segundo a crença, consumir a carne dos feiticeiros, é uma maneira de absorver seus poderes místicos e evitar que seus espíritos retornem para se vingar.   

O grupo anti-feitiçaria, uma espécie de culto que as autoridades acreditam contar com mais de 1000 participantes, foi organizado para coibir a ação de feiticeiros, bruxas e praticante de magia negra. Ainda segundo as autoridades, a prática da magia ritual sempre foi parte do folclore local, mas recentemente os feiticeiros passaram a demandar um pagamento por seus serviços, incluindo compensações de natureza sexual, o que enfureceu a população.

Muitos habitantes de Papua Nova Guiné culpam o mau olhado e maldições como a causa direta de doenças, acidentes e mortes. Para romper com essas maldições, os feiticeiros costumavam ser chamados, mas desde que eles passaram a pedir recompensas em troca de seus serviços, as coisas saíram do controle.

À despeito dos atos horríveis cometidos, os acusados "não acham que fizeram nada de errado e admitem abertamente a participação nos assassinatos". Alguns membros do grupo "anti-feitiçaria" afirmaram que a prática de assassinar bruxos e se alimentar de sua carne é uma prática comum realizada por todos os membros".

Acontecimentos como esse, típicos de tempos medievais continuam ocorrendo em pleno século XXI ao redor do mundo.

Eles são uma clara demonstração de como ignorância e superstição, o medo e a paranoia podem se converter em combustível para justificar os atos mais hediondos.

Um comentário:

  1. Olá! Estou traduzindo algumas partes do "Arkham Unveiled"... traduzi a história da cidade!

    acho que ficaria ótimo para uma publicação! Se estiver interessado, me mande um e-mail!

    zoso47@hotmail.com

    abraço!

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