domingo, 12 de junho de 2016

Pensão do Inferno - Os Crimes no Pequeno Matadouro na Pradaria




















O que é o Mal? Seria uma condição, como uma doença que nós contraímos e que nos apodrece de dentro para fora? Seria algo com que as pessoas nascem; um defeito da própria natureza humana? Existiria algum tipo de força invisível compelindo e guiando as pessoas a praticar o mal? Ou ele é meramente um ponto de vista, apenas um aspecto dentro da experiência humana? Se realmente existe uma força que pode ser chamada de "maligna", ela sem dúvida esteve presente no seio de uma família que viveu na época da Conquista do Oeste americano. Um clã que praticou atos assombrosos, sangrentos e aterrorizantes que chocaram uma nação e cimentaram sua reputação como os primeiros assassinos em série do Novo Mundo, isso antes deles próprios desaparecerem misteriosamente da face da Terra. 

O mal chegou ao sudoeste do Estado do Kansas silenciosamente, como um vento frio na primavera de 1871, quando a Família Bender se mudou para a região. Aquela era a época do Velho Oeste, de colonos lutando para domar a fronteira selvagem, tentando se fixar e começar uma nova vida em uma nova terra longe do rastro de morte e destruição deixado pela Guerra Civil que havia partido a nação. Os Bender eram à primeira vista, apenas mais um grupo de almas perdidas procurando paz em meio ao caos, tentando sobreviver e desfrutar da chamada terra das oportunidades.

A Família Bender se mudou para um terreno de 160 acres de terra registrada localizada entre as cidades de Thayer e Galesburg, próximo do Condado de Labette, que era na época a principal rota de passagem para aqueles que viajavam rumo ao Oeste. Aquele era um ponto importante da jornada para todos os que perseguiam o sonho americano. Todo tipo de pessoa seguia por essa estrada esperando começar uma vida melhor, distante da devastação que a maioria havia testemunhado.


A propriedade dos Bender era pequena, tinha apenas um quarto dividido em duas partes por um tecido de carroça que havia sido aproveitado da viagem. Uma das partes era usada como habitação pela família, enquanto a outra funcionava como uma pensão que acolhia viajantes de passagem pela região. Os Bender tinham ainda um pequeno negócio, vendiam mercadorias essenciais para os viajantes como tabaco, comida para os cavalos, pólvora e álcool. Os Bender aceitavam todos os viajantes, desde que estes pudessem pagar alguns centavos pela estadia. Uma vez que era o único lugar em quilômetros onde as pessoas podiam dormir sob um teto, muitos achavam uma boa ideia passar alguns dias no lugar antes de seguir viagem.

Os Bender recebiam todos e compartilhavam suas refeições com os visitantes. Contavam sobre as últimas novidades e o que os viajantes encontrariam adiante. Para todos os efeitos, era uma hospitalidade rústica, mas dadas as circunstâncias era mais do que muitos podiam esperar. Ver um outro rosto humano, era melhor que nada... ou não?

A Família Bender tinha origem germânica, o pai e a mãe falavam apenas algumas palavras do idioma inglês, apenas o bastante para se fazer entender através de um sotaque carregado. A família era formada pelo pai Johan - chamado depois de John ou "Pa Bender", a mãe, conhecida apenas como "Ma" e seus dois filhos John Jr e Kate. Eles tinham suas excentricidades, sobretudo a maneira como eles misturavam os idiomas inglês e alemão e o fato de seu filho John Jr ser considerado "meio-retardado" em face de sua propensão a rir sem razão aparente. A mãe era um tipo de religiosa reclusa, não saia de casa e costumava agredir os filhos violentamente quando eles faziam algo que a desagradava, o que acontecia frequentemente. As pessoas que moravam perto, evitavam a família, considerando que os Bender eram estranhos e arredios. 

Kate, a filha de 20 anos, no entanto, era a mais simpática e amigável do clã. Alguns diziam que ela costumava curar as pessoas através da imposição das mãos, rezas e bençãos. Num lugar onde a igreja ficava longe, a menina oferecia algum conforto espiritual, alegando que anjos a visitavam e falavam sobre as virtudes divinas. Kate visitava as cidades próximas, oferecendo ajuda e cura até para surdos e mudos, mas havia o rumor de que a garota era apenas tolerada por ter uma boa aparência. Katie chegava até a publicar anúncios em jornais alardeando suas habilidades como curandeira.


A hospedaria dos Bender, graças a ajuda de Kate, atraía numerosas pessoas que estavam apenas de passagem. Eles ofereciam um lugar tranquilo para relaxar da cansativa jornada. Foi nessa época que muitos viajantes passando pela região começaram a desaparecer, não sendo vistos mais em lugar algum. Os eventos estranhos se iniciaram em maio de 1871, quando o corpo de um homem conhecido apenas como Jones, foi encontrado no Riacho Drum com a cabeça arrebentada e a garganta cortada. No ano seguinte, mais duas pessoas foram encontradas mortas com os mesmos ferimentos. Em 1873, mais gente desapareceu nos arredores do vilarejo e as pessoas começaram a evitar a região. Havia o rumor de que índios renegados estavam acampados nas montanhas e que estes eram os responsáveis por atacar os colonos.  

Na época, ninguém suspeitou que outros colonos podiam ser os responsáveis. Aquela era uma época difícil, na qual as pessoas precisavam confiar umas nas outras e oferecer ajuda para a comunidade com o intuito de sobreviver às provações. Além disso, a região era uma Fronteira Selvagem e haviam inúmeros perigos espreitando: bandidos, animais selvagens, fome, doença... vigoravam ainda muitas superstições; alguns achavam que espíritos vagavam pelo deserto arrastando os vivos para a morte certa nos descampados e ravinas. De certa forma, era esperado que nem todos que iniciavam a viagem, chegassem ao seu destino e que alguns acabassem se perdendo. A medida que os misteriosos desaparecimentos continuavam, a culpa recaía cada vez mais sobre os nativos americanos que habitavam reservas demarcadas. Mas essa suspeita mudaria quando um enigmático desaparecimento em particular chamaria a atenção das autoridades para o que estava acontecendo, e colocaria os Bender, até então considerados apenas estranhos, no centro das atenções.      

No inverno de 1872, um homem chamado George Loncher e sua filha de 10 anos desapareceram quando estavam voltando para sua casa em Iowa, após enterrar a esposa de Loncher em sua cidade natal. Na primavera de 1873, um preocupado Dr. William York, que era vizinho de Loncher, partiu em uma busca para tentar descobrir o que havia acontecido com ele, mas também acabou sumindo sem deixar vestígios. Ocorre, no entanto, que ao contrário dos outros, York era uma pessoa respeitada e conhecida, com dois irmãos influentes: o Coronel Ed York e o Senador Alexander York. Os dois haviam sido informados dos planos de viagem de William, portanto, quando ele não apareceu em seu destino na data combinada, eles imediatamente deram início a uma investigação sobre o que teria ocorrido. Uma enorme busca foi organizada, com mais de 50 homens contratados e mais dezenas de voluntários que residiam nos povoados. Ainda assim, ninguém parecia ter informações a respeito dos últimos lugares visitados pelo médico.


Foi apenas em 28 de março de 1873 que os grupos de busca decidiram fazer perguntas aos estranhos que viviam na Propriedade Bender. o Coronel York, acompanhado por um veterano da Guerra Civil chamado Johnson, chegaram a pousada e foram calorosamente recebidos pela família Bender, que admitiu que um Dr. York havia estado com eles e que havia partido em segurança. Quando informados do misterioso desaparecimento do doutor, os Benders sugeriram que talvez ele tivesse sido atacado por uma tribo de selvagens ao longo do caminho. Os homens aceitaram a explicação e decidiram aceitar o convite para jantar, antes de retornar para cidade e continuar com as buscas. Eles não tinham razões para desconfiar dos Bender e portanto eles foram deixados em paz.

As coisas mudaram em 3 de abril de 1873, quando York ficou sabendo que uma mulher visitando a pousada dos Bender havia acusado Ma Bender de ameaçá-la com uma faca, obrigando-a a fugir no meio da madrugada. York reuniu um grupo de homens armados e rumou para a pensão para interrogar a matriarca. Quando confrontada, Ma Bender veementemente negou a estória da mulher, e fez bizarras alegações de que ela era uma bruxa e que havia tentado envenenar sua refeição e amaldiçoar seus filhos. Ma Bender mandou os homens saírem de sua propriedade cuspindo e gritando. O comportamento da mulher era tão suspeito que serviu para convencer a todos que ela estava escondendo alguma coisa. Alguns acharam que ela era louca e resolveram se afastar. Não havia, no entanto, nenhuma evidência para sustentar a suspeita de crime.


Nas semanas seguintes, aconteceriam mas alguns desaparecimentos inexplicáveis, e rumores começaram a se espalhar de que os Bender eram os responsáveis. Uma reunião foi organizada para discutir o que fazer, e ficou resolvido que uma comissão de cidadãos iria até a Propriedade dos Bender interrogar a família e obter a verdade.

Três dias depois, um rapazinho conhecido como Billy Tole estava conduzindo um rebanho de cabras próximo da propriedade dos Bender quando percebeu que o lugar parecia abandonado, com os animais soltos e nenhum sinal de presença humana. Em face do tempo ruim, nenhuma investigação foi feita, mas dias depois, um grupo de voluntários rumou para a Pensão dos Bender. Eles encontraram o local vazio: roupas e objetos pessoais haviam sido empacotados às pressas e toda Família Bender havia deixado a casa. A medida que os homens revistavam a casa começaram a sentir um cheiro desagradável emanando do porão, cuja entrada ficava oculta por uma alçapão.

Foi ali que a macabra verdade veio à tona.

O alçapão estava trancado e a madeira da tampa havia sido pregada firmemente. Quando ele enfim foi aberto, o grupo descobriu um ambiente sujo que rescendia com o fedor nauseante de sangue apodrecido. Embora o porão estivesse vazio, o chão de pedra nua e as paredes estava cobertas de sangue coagulado e manchas antigas. Os homens arrebentaram o piso com marretas esperando encontrar corpos enterrados, mas não acharam nada além de mais vestígios de sangue coberto com serragem. Parecia claro que coisas horríveis haviam acontecido ali, portanto o grupo enviou uma pessoa até a cidade para buscar pás e picaretas afim de escavar os arredores da propriedade.  


Foi do lado de fora, na horta de vegetais que o grupo descobriu o primeiro cadáver, o desaparecido Dr. York, deitado com o rosto no chão, enterrado em um monte de terra com o crânio esmagado e a garganta cortada. Os homens horrorizados continuaram a busca e foram fazendo descoberta após descoberta. No total nove corpos enterrados às pressas foram dispostos no jardim da propriedade, bem como partes de corpos cuidadosamente serradas que não pertenciam aos cadáveres achados. Um fato macabro que sinalizava com ainda mais mortes. A maioria dos corpos haviam sofrido ferimentos semelhantes na cabeça, condizentes com o dano de um martelo e a laceração na garganta, causada por uma lâmina afiada. Entre os corpos estava o de uma criança, a filha do Sr. Loucher, enterrada sob o corpo do seu pai, bem como um outro cadáver de uma criança de 8 a 10 anos, horrivelmente mutilado. Alguns dos corpos haviam sofrido aquilo que testemunhas descreveram como "mutilações indecentes". 

Apenas um cadáver, o de uma mulher bastante jovem, permanecia intacto, e médicos concluíram que ela teria morrido por estrangulamento ou talvez até, enterrada viva. A descoberta das covas rasas contendo corpos brutalmente assassinados causou uma comoção tão grande que o local passou a ser conhecido como "Hell’s Half-Acre" (O Meio-Acre do Inferno) enquanto a família que ali vivia foi apelidada de "Bloody Benders" (Os Benders Sangrentos). Além das mortes e das mutilações, o grupo de busca encontrou enterrado no jardim um lençol contendo duas dúzias de facas e martelos, alguns ainda sujos de sangue, além de serras, garrotes e uma pistola.

Na conclusão da macabra descoberta, investigadores da polícia começaram a estudar o local traçando um medonho retrato da cruel estória de morte a Pensão Bender. Um analista conclui qual era o modus operandi dos Bender. O visitante sentava na mesa de jantar de costas para a cortina que dividia o espaço interno em duas sessões. Depois disso, a vítima era atacada por um dos Bender armado com um martelo e derrubada no chão com uma pancada. Logo em seguida, um dos outros membros se aproximava e cortava-lhe a garganta antes de arrastar o corpo para o alçapão oculto. Também chegaram a conclusão que Kate Bender desempenhava um importante papel ao atrair homens para a casa, insinuando que estes poderiam "ter sorte" durante a madrugada enquanto os demais membros da família dormiam. Kate também realizava sessões de cura ou de invocação de espíritos na mesma mesa, distraindo os hóspedes sentados naquela cadeira para que seu pai ou irmão desferissem o golpe mortal. 


Depois de confirmar a morte, os corpos eram despidos de suas roupas e de seus bens e mantidos no porão até que chegasse o momento de transportá-los para o jardim ou horta durante a madrugada. Para garantir que as vítimas estavam mortas ou para dificultar seu reconhecimento, os corpos eram mutilados com marretadas até que a face se tornasse uma polpa sangrenta. Quando os Bender leram a respeito de técnicas de reconhecimento através de marcas, tatuagens e digitais, eles passaram a cortar os dedos de suas vítimas com tesouras e raspar a pele com raladores de metal. 

Curiosamente quase uma dúzia de buracos de bala foram encontrados nas paredes e no teto da casa, evidenciando que algumas das vítimas tentaram reagir ou que nem sempre o plano funcionava. Kate Bender e seu irmão foram descritos com indivíduos simpáticos, ainda que ele apresentasse uma faceta simplória. Os dois eram responsáveis por convencer os visitantes que tudo estava bem e que eles estavam em segurança. Na realidade, os dois eram assassinos frios, com uma crueldade aterradora. 

O testemunho de várias pessoas pareciam apoiar as teorias dos investigadores a respeito dos crimes na Pensão Bender. Um hóspede chamado William Pickering, que viveu para relatar a sua versão dos acontecimentos contou ter sido atacado à faca por Kate Bender depois que ele se negou a sentar na cabeceira da mesa de costas para a cortina. Outro homem, um padre católico contou que em uma visita ficou preocupado quando viu Pa Bender tentando esconder um martelo de aparência medonha em uma toalha. Sentindo que algo estranho estava para acontecer, o padre deixou a casa optando por dormir na estrada. Vários convidados lembraram que os Bender chamavam a cadeira na cabeceira da mesa de "assento de honra" e insistiam para que os visitantes sentassem ali. Um homem que atendia pelo nome de Sr. Wetzell, acompanhado de seus colegas de viagem, contou ter sido xingado por Ma Bender e expulso da Pensão depois de ter se negado a assumir o assento. Ele contou que Pa e John Bender surgiram em duas oportunidades atrás da cortina para verificar se ele estava sentado ali. Outros mencionaram ter ouvido ruídos e sussurros através das paredes, supostamente do porão, que não sabiam onde ficava.

Outros detalhes sinistros sobre a família emergiram nas semanas e meses seguintes da investigação aumentando ainda mais a estranheza sobre o caso. Descobriram que a Família não era de fato composta de pessoas com o mesmo sangue. O sobrenome "Bender" era usado apenas por Kate, a filha. “Pa Bender” era na verdade um criminoso nascido como John Flickinger, enquanto John Bender Jr. atendia pelo nome de John Gebhart. “Ma Bender” era na realidade Almira Meik, uma perigosa criminosa condenada por matar crianças asfixiadas no Leste. Ma Bender casou várias vezes e em várias ocasiões seus maridos morriam ou partiam de maneira inesperada. Também foi especulado que John Jr. e Kate, eram na verdade primos distantes ou até marido e mulher. Outro rumor esquisito dava conta que Ma Bender havia matado seus próprios filhos, pois estes haviam testemunhado o assassinato de seus pais. Parecia claro que em meio a teia de boatos, ninguém sabia ao certo quem eram aquelas pessoas.


Era consenso que a motivação principal para os assassinatos foi o roubo, puro e simples. Naquela época, a maioria das pessoas viajava carregando consigo tudo o que tinham na vida: dinheiro e objetos valiosos. O plano dos Bender funcionava muito bem, e permitiu a eles acumular uma pequena fortuna. Dado o perigo dessas viagens, as pessoas frequentemente desapareciam e em geral ninguém suspeitava de algo além de trágicos acidentes. Os Bender aproveitaram o fato de viver em uma estrada movimentada pela qual convergiam milhares de pessoas. Também ofereciam um lugar que parecia seguro e acolhedor. Embora a maioria das vítimas tenham sido mortas pelas suas riquezas, alguns dos mortos eram notoriamente indivíduos miseráveis. Alguns suspeitavam que os Bender praticavam esses crimes para aprimorar seus métodos. Outros acreditam que as mortes eram resultado de algum prazer doentio. Embora cerca de 15 corpos tenham sido desenterrados na propriedade, acredita-se que eles tenham feito mais de duas dúzias de vítimas durante os anos em que a Pensão esteve aberta, entre 1871 e 1873.

A descoberta do "Matadouro da Pradaria", outro apelido pelo qual a Pensão ficou conhecida, causou sensação nos jornais de toda nação. É claro, logo que os corpos surgiram, as autoridades iniciaram uma caçada em longa escala pelos membros da Família Bender. Havia uma recompensa de mil e depois três mil dólares - um valor expressivo naqueles dias. Delegados encontraram uma carroça que foi positivamente identificada como pertencente aos Bender. Ela estava abandonada perto da cidade de Thayer, junto com cavalos famintos. Investigadores acreditam que a família teria embarcado em um trem e seguido para uma das cidades de garimpo na fronteira entre o Texas e o México. Aquela era uma Terra sem Lei, um lugar duro que os Homens da Lei evitavam e onde seria fácil assumir uma identidade falsa sem levantar suspeitas. De lá, eles podem ter se separado, ou rumado todos juntos para o México, atravessando a fronteira e desaparecendo para sempre.

Meses depois da fuga dos Bender, circulou um rumor de que um grupo de vigilantes rastrearam a família e os abateu a tiros. Vários outros grupos fizeram alegações semelhantes, com uma posse de famosos vigilantes afirmando ter encurralado e linchado Pa, Ma e John Jr. Segundo os boatos, os corpos dos Bender teriam sido decapitados e lançados no Rio Verdigris, Kate Bender teria sido amarrada a uma estaca e queimada viva. Esses relatos são altamente improváveis, já que ninguém reclamou a recompensa oferecida. Um rumor persistente é que Ma teria cometido suicídio no Lago Michigan em 1884. Pa teria morrido em uma briga de saloon em Utah, quando foi reconhecido por um frequentador que o agrediu com um banco de madeira. John Jr teria sido visto em 1886 e quase foi linchado no Colorado. No fim, a despeito de todas as teorias, ninguém sabe ao certo e o mistério sobre o que aconteceu com os Bender persiste até hoje. Nenhuma evidência jamais foi apresentada e isso se transformou em um dos maiores mistérios do Velho Oeste.


Atualmente, os Bender são pouco lembrados pelas suas atrocidades, embora o nome deles conste em alguns relatos de época. A história dessa Família de Desajustados gerou todo tipo de narrativa bizarra ao longo dos anos. Muitas pessoas acreditavam que a área ao redor da propriedade se tornou assombrada pelas vítimas dos crimes. O porão da casa, onde os corpos eram colocados seria o local mais fantasmagórico com testemunhas afirmando terem ouvido murmúrios e lamentos vindos lá de baixo. A propriedade original foi demolida em 1924 depois de ficar vazia por muitos anos. Nas décadas seguintes, alegados "pesquisadores do sobrenatural" procuraram o local onde ficava a casa alegando que o porão ainda podia ser acessado, mas nada foi encontrado.

Esse artigo começou com uma pergunta direta: o que é o mal? Ele seria uma força consciente, guiando as pessoas e forçando-as a cometer atrocidades? Não há uma resposta para isso...

Joseph Conrad certa vez escreveu: "A crença em uma fonte sobrenatural para todo o mal não é necessária; o homem é perfeitamente capaz de cometer atrocidades por conta própria". Esse parece ser um sentimento que se encaixa no caso da Família Bender, que sem dúvida era capaz de maldade inenarrável sem que ninguém precisasse guiá-los através desse caminho. Seja lá o que motivou os Bender a matar repetidas vezes e qual o seu destino, uma coisa é certa: eles assinaram seus nomes com sangue na história dos casos não resolvidos. 

7 comentários:

  1. Como sempre, mais um excelente artigo e ótima fonte de inspiração para jogos de horror! Parabéns!

    ResponderExcluir
  2. gostaria de saber qual foi o destino real da família

    ResponderExcluir
  3. eu adoro estes tipos de artigos cara, leio até o final saboreando cada parágrafo, por favor, faça mais.

    ah, e ótimo site, ele é maravilhoso, gostei de cada conto publicado :b

    ResponderExcluir
  4. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  5. Me lembrou aquele filme "a estrada maldita". Assustador!

    ResponderExcluir