quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

True Detective: Resenha dos primeiros dois episódios da Terceira Temporada


Quando a segunda temporada de True Detective terminou abaixo do esperado em Agosto de 2015, parecia que havíamos visto o episódio final dessa fantástica série. A primeira temporada, que foi ao ar em 2014, se beneficiou com uma série de elementos: o fato de que produções de televisão terem atingido um padrão elevado de qualidade, um refinamento no público que desejava algo inteligente e provocativo, um roteiro muito bem escrito e dirigido e atores inspirados, quase em estado de graça. O fato de ter misturado uma história envolvente e pinceladas de sobrenatural também contribuíram para o surgimento de algo que não poderia ser visto de outra maneira, além de ser considerado um clássico instantâneo. 

A segunda temporada não foi exatamente ruim, mas ficou abaixo do esperado. Misturando uma história de sexo, corrupção, violência e repressão, com gangsters introspectivos da Califórnia e policiais problemáticos, ela teve seus méritos. Alguns altos e baixos infelizmente impediram dela igualar o brilhantismo anterior. Como dizem, lidar com expectativa sempre será complicado.

Apenas duas temporadas e True Detective parecia ter chegado ao fim da linha.

Entretanto, como qualquer um que tenha visto as temporadas prévias sabe muito bem, o passado nunca morre. Ele está lá para ser rememorado, remoído, reexaminado. Agora, três longos anos depois do encerramento, True Detective está de volta, tentando se reinventar, mas buscando nas raízes da primeira temporada a base para seu ressurgimento.


A terceira temporada de True Detective (doravante TD3), parece e soa como a temporada inaugural, mudando a quente e úmida Louisiana pelo duro e seco Arkansas, contudo, com um mistério que segue a mesma premissa de segredos perturbadores capazes de mudar o curso de vidas e corromper tudo que toca. A melhor comparação é que TD3 parece uma banda que lançou um primeiro disco arrebatador e que no segundo saiu um pouco do prumo, agora, com o terceiro, busca voltar ao trabalho original, lembrando aos fãs por que se apaixonaram por ele, em primeiro ligar.

Baseado apenas nos dois primeiros episódios que foram ao ar consecutivamente, em uma estratégia que ao meu ver funcionou bem, TD3 soa promissor. Não atrapalha em nada contar com um baita ator de presença magnética como Mahershala Ali no papel de protagonista e um roteiro bem amarrado e intrigante.

O primeiro episódio da terceira temporada "The Great War and Modern Memory," (A Grande Guerra e a Memória moderna) introduz o personagem de Ali, o detetive Wayne Hays em três diferentes momentos da sua vida: como um detetive aposentado da polícia de Arkansas dando uma entrevista a uma equipe de documentário em 2015; como um policial sendo interrogado sobre o caso mais importante de sua vida em 1990; e como um jovem detetive em 1980, investigando o referido caso, usando habilidades desenvolveu como rastreador nas selvas do Vietnã.


Logo fica claro que Wayne vai ser o centro da trama, e será através de seus olhos que iremos apreciar os desdobramentos da investigação mais importante de sua carreira. Assim como Rust Cohle, ele também tem um grau de sensibilidade sobre o mundo à sua volta, de sua sordidez e de sua inerente perversidade. Em uma das primeiras cenas em que aparece ao de seu parceiro, um típico policial durão da época chamado Roland West (Stephen Dorf), os dois estão bebendo e atirando em ratos num lixão. Wayne impede o colega de matar uma raposa, como se dissesse que o mundo não se beneficiaria caso o animal inocente fosse eliminado. Wayne é daqueles detetives que só precisa levantar uma sobrancelha ou subir o tom da voz para ter o que quer, e se não for obedecido, coitada da pessoa que está do outro lado dos seus punhos. Como vimos acontecer com um suspeito de praticar pedofilia que é interrogado de maneira nada carinhosa. É interessante o contraste da conduta do personagem nos três momentos distintos de sua vida de impulsivo para introspectivo e finalmente temeroso na velhice. As transformações faciais do personagem, com direito a uma maquiagem impressionante também chamam a atenção: que caracterização e que show de interpretação!

Assim como aconteceu com os personagens da primeira temporada, Wayne também parece incomodado pelas lembranças da sua investigação. Ele responde ao interrogatório e aceita fazer a entrevista, com a disposição de alguém prestes a fazer seu primeiro exame de próstata. Nós não sabemos ao certo o que aconteceu durante o caso e os fatos vão sendo apresentados lentamente, como em um conta gotas que jamais entrega além do suficiente mantendo um clima de suspense que aparentemente vai durar uns bons episódios. A única certeza é que o mistério é daqueles cabeludos, com direito a reviravoltas que tornaram um sujeito como o detetive durão dos anos 80, um cara cauteloso nos 90 e um homem assombrado em 2015.

Um ponto interessante é que o caso teve influência em sua vida: muitas das coisas que aconteceram em sua vivência passaram a ter uma relação direta com ele. Ficamos sabendo que Wayne se casou com uma mulher que esteve ligada ao caso e o ajudou a sondar alguns detalhes dele, que a filha do casal pode ter brigado feio com o pai em decorrência de lembranças do caso e que parte de seu padrão de vida se deve a um livro escrito pela esposa a respeito do tal caso. Mesmo depois de envelhecer e abandonar a força policial, o caso continua ecoando em sua existência. Em determinado momento ele diz "Eu costumava dividir a minha vida em antes do Vietnã e depois do Vietnã, mas isso acabou mudando para antes e depois do caso Purcell".


Mas o que exatamente foi o Caso Purcell?

Tudo começa de maneira bastante simples, mas que sabemos, por ser True Detective, irá se converter em um mistério indevassável. Em 7 de novembro de 1980, Tom Purcell, um sujeito meio grosso, típico caipira de um lugarejo do Arkansas, instrui os filhos Will e Julie a voltar para casa antes do anoitecer. As crianças se despedem e saem de bicicleta acenando para vizinhos e amigos enquanto seguem para o parque local. Os dois acabam sumindo e os detetives Wayne e Roland são mandados até a casa dos Purcell para avaliar a situação. Eles rapidamente deduzem que o ninho de amor "red neck/ white trash" está passando por maus bocados, que Tom e a mulher, Lucy não estão dormindo juntos e que ela costuma sair para a balada deixando o marido com as crianças. O primo de Lucy, outro traste estava morando sob o mesmo teto e possivelmente fez um buraco num armário para espiar o quarto da sobrinha. Há ainda uma forte suspeita sobre um índio que vive como catador de lixo e que teria cruzado com as crianças em determinado momento.

A investigação começa dessa maneira, meio atrapalhada e sem grandes pretensões. Parece ser um caso simples de desaparecimento, como muitos que acabam rapidamente com o retorno das crianças, muito choro e lágrimas. Mas quando vemos trechos da entrevista de Wayne em 2015 sabemos que a coisa vai ficar muito pior e que o caso não vai ter nada de convencional. Nesse primeiro episódio, como não poderia deixar de ser, a maior parte da trama se desenrola em 1980, quando Wayne e Roland recolhem testemunhos, interrogam suspeitos e andam com seu carro - um monstro bebedor de gasolina, para cima e para baixo das estradas do Arkansas, fazendo trabalho investigativo.


Uma das principais pistas obtidas diz respeito a um lugar chamado Devil´s Den, local de encontro de crianças e adolescentes que se reúnem ao redor de uma torre de observação. Supostamente é ali que as crianças foram vistas pela última vez por um grupo de adolescentes que parecem claramente estar escondendo alguma coisa. É na torre que Wayne, um rastreador treinado nas selvas da Indochina, encontra uma pista central - uma estranha boneca feita de palha. Seguindo um rastro quase invisível, ele vai encontrando outras dessas bonecas que parecem conduzi-lo para uma caverna. Lá, deitado com se estivesse em repouso, ele acha o cadáver de Will Purcell, mãos unidas sobre o peito como se estivesse rezando. 

Dali em diante não tem mais volta! O caso aparentemente simples de desaparecimento acaba de se converter em um homicídio e a vida do detetive acaba de sofrer uma mudança que irá redefinir a sua existência e reescrever seu destino.

Com a isca devidamente lançada, o episódio dois "Kiss Tomorow Goodbye" (Dê adeus ao amanhã) se inicia com mais perguntas e dúvidas a respeito dos acontecimentos transcorridos na década de 80. Wayne e Roland passam a dedicar atenção total ao caso, investigando pequenas pistas aqui e ali, enquanto que os segmentos centrados nos anos 1990 e 2015 oferecem pequenos indícios do que está para acontecer, sugerindo as razões pelas quais Wayne permanece em estado de alerta ao remexer suas memórias do caso.
        
Os detetives começam a investigação interrogando o catador de lixo, um sujeito chamado Woodward que também lutou no Vietnã e trouxe na bagagem lembranças e traumas de guerra. Ele parece ser um suspeito óbvio, já que foi visto nas imediações, se desloca pelas estradas e foi abandonado pela mulher que carregou os filhos. Óbvio demais, como fica claro depois de um interrogatório rápido no qual os detetives parecem descartar seu envolvimento no caso. Há um eco de niilismo na entrevista, bem ao gosto de Rust Cohle quando o veterano pondera com tristeza que sente saudades da época em que a maior preocupação dele era não saber se iria ficar vivo ou não no final do dia.


A cidadezinha de West Finger através de seus habitantes acrescenta um pouco mais de paranoia à narrativa. No episódio anterior os detetives interrogaram um adolescente que esteve no parque Devil´s Den e comentam a respeito de sua camisa da banda Black Sabbath. Rolland pergunta o que significa aquilo, e Wayne responde pelo rapaz dizendo se tratar de "Um tipo de Missa Negra". Parece claro que o roteiro irá buscar inspiração no surto de paranoia que varreu os EUA nos anos 1980, a preocupação exagerada a respeito de cultos e seitas demoníacas que supostamente estaria entranhada na sociedade americana. De fato, no auge da paranoia a respeito da ameaça de satanismo, que parecia inquestionável, muitas pessoas acabaram sendo acusadas e investigadas por suspeitas infundadas. Adolescentes no estado vizinho do Missouri acabaram sendo presos e acusados de terem tramado e executado duas crianças, encenando o que os investigadores na época acreditavam ser uma missa negra e adoração ao demônio. O caso ficou famoso como "Os Três do Missouri" e ainda hoje causa comoção, sobretudo porque os rapazes acusados eram totalmente inocentes e não fizeram nada além de ouvir Heavy Metal.

Pode parecer absurdo hoje, mas na época, tudo aquilo era sério, tanto que a primeira dama Nancy Reagan deu sua opinião a respeito do crescimento de seitas e cultos na América. Ela alertou aos pais que mantivessem suas crianças em segurança, proibindo que elas ficassem na rua depois do anoitecer, quando supostamente maníacos poderiam raptá-las. O mais irônico é que todo esse temor, jamais se mostrou justificado! O FBI, instruído a investigar os tais cultos satânicos e suas ações não encontrou absolutamente nenhum indício de que crianças estariam desaparecendo e sendo sacrificadas em altares profanos. Nada!

Isso, contudo, não impediu que pessoas fossem processadas, acusadas de participar de seitas e de sequestrar crianças. A mídia, jornais e televisão, se aproveitou desse temor crescente e como não poderia deixar de ser, fizeram a festa com manchetes sensacionalistas e especulações infundadas. A onda de paranoia atravessou fronteiras... até aqui no Brasil houve um caso escandaloso de uma creche e escola infantil em São Paulo que supostamente realizava sacrifícios e abusava de crianças. Nada foi provado, mas o dano foi enorme e duradouro.


Voltando ao caso, além dos rapazes, temos ainda as misteriosas bonecas de palha que aparentemente foram distribuídas na véspera do Halloween, algumas semanas antes do sequestro por uma pessoa desconhecida. Julie Purcell teria aceito uma dessas bonecas, lançando base para a suspeita de que o assassino teria se aproximado da menina dessa maneira, oferecendo a ela um presente e assim ganhando a sua confiança. O que poderiam ser as tais bonecas de palha? É impossível não lembrar das espirais feitas pelo assassino na primeira temporada e deixadas na cena do crime e nos lugares usados por ele para venerar o Rei Amarelo. Será que teremos alguma ligação aqui ou é apenas um aceno inocente? 

O envolvimento do FBI no caso sinaliza para o rumo que a investigação irá tomar, envolvendo o Promotor local e figurões da política que querem obviamente ganhar fama com a solução do caso. Investigações desse tipo, com grande cobertura da mídia não raramente se converte em um espetáculo para o público. Isso só reforça a minha suspeita de que teremos uma forte inspiração a respeito da paranoia do período quanto a satanismo.


Enquanto isso, Wayne e Roland seguem outras pistas, uma delas que os leva até um pervertido fichado por ter abusado de crianças e que vive nos arredores. O interrogatório segue a cartilha da época, com o suspeito amarrado e os policiais amaciando o sujeito com socos e pontapés. No fim, tudo indica que o sujeito não tem envolvimento com o caso, mas por uma "questão de princípios" ele apanha e recebe uma advertência dos detetives. A ameaça de Wayne de que o suspeito irá "bleed black cock" na cadeia não assusta apenas seu parceiro, mas qualquer pessoa que ouça tal coisa. Isso que é intimidação!

As reviravoltas começam a surgir quando no trecho de 1990 ficamos sabendo que impressões digitais pertencentes a Julie teriam sido encontradas na cena de um roubo numa farmácia. As digitais da menina estariam no banco de dados do FBI e o fato delas ressurgirem depois de tanto tempo causa um rebuliço na investigação. Wayne, dez anos após o fechamento do caso, parece surpreso e balançado pela notícia, tanto que a família percebe como o caso ainda está fresco na sua mente. É possível que algo sinistro tenha acontecido no curso final da investigação nos anos 1980, já que aparentemente algo estranho transcorreu com o pai das crianças, que "ainda tenta um recurso para sair da cadeira". O caso parece se tornar cada vez mais estranho e misterioso... veremos até onde isso leva.


O episódio termina com sinais de que as lembranças do caso em 2015 começam a cobrar um preço alto da própria estabilidade de Wayne. Em uma mesa, na companhia do filho mais velho e do restante da família, o detetive dá mostras de que está sendo afetado pela entrevista ao repetir que eles deveriam convidar sua outra filha para esse tipo de reunião - e ser informado que ela se mudou há alguns meses. O que teria acontecido entre Wayne e a filha? Por que os dois teriam se distanciado? Será que ele teria de alguma forma projetado o caso em sua família, como aconteceu com Marty Hart na primeira temporada? Provável que sim... True Detective não é um programa convencional apenas a respeito de investigação e procedimento criminal, mas um drama sobre a forma como crimes barra pesada acabam devastando a vida das pessoas incumbidas de solucioná-los.

Quando no final do episódio dois Wayne acorda no meio da rua, sem saber como chegou ali e se perguntando o que está acontecendo em sua vida, o final soa amargo e leva a crer que as coisas ficarão ainda mais complicadas, antes de chegarmos a uma solução desse mistério.

(se é que uma solução virá).

Pistas Intrigantes e Suspeitas:

• A entrada da terceira temporada mantém o mesmo estilo das outras duas, oferecendo vislumbres do elenco de maneira estilizada que parecem se misturar a imagens do ambiente. A canção de abertura nessa temporada é um cover de "Death Letter," também conhecidas como "Death Letter Blues," gravada por Cassandra Wilson. Ela é uma adaptação de um músico do Delta do mississipi que gravou a primeira versão em 1930. A canção foi redescoberta na década de 1960. Ela é uma música sobre más notícias, tristeza e moralidade. Uma entrada bem interessante para um show como True Detective. 


• A narrativa é aberta com a data de 7 de novembro de 1980, o dia em que o lendário ator Steve McQueen, um ícone conhecido como King of Cool, morreu, vítima de um mesotelioma aos 50 anos de idade. A morte de um ícone da masculinidade em uma série como TD3, também faz sentido. Digno de nota é que a data remete a três dias após a eleição de Ronald Reagan (outro ator conhecido pelos papéis rudes). Além disso, 1979 foi o último ano em que os famosos Volkswagen (nosso Fusca) foi produzido nos Estados Unidos. Um fusca roxo aparece no primeiro episódio e parece ser importante na trama. São tempos de mudança significativa.

• O personagem do detetive Wayne era originalmente branca, até que Mahershala Ali convenceu o produtor Nic Pizzolato a fazer mudanças para que ele fosse negro. A questão racial é mencionada no primeiro episódio, em uma conversa entre o detetive e a professora, ambos negros em uma comunidade majoritariamente branca. Ela é mencionada novamente no segundo episódio quando Wayne reclama com seu parceiro por não apoiá-lo sabendo que as autoridades poderiam ouvi-lo com mais facilidade. Aparentemente, a questão racial não parece ser um tema central na série, mas ela não será ignorada.

• Quem tinha saudades daquelas cenas de True Detective com detetives conversando enquanto seguem em suas viaturas pelas estradas, deve estar feliz com o retorno delas. Em alguns momentos, as cenas são muito parecidas.


• No quarto de Will é possível ver alguns livros, entre os quais um manual de escoteiros e uma edição do Advanced Dungeons & Dragons primeira edição. Só lembrando que a paranoia com satanismo na época atacou com força em várias frentes, sendo uma delas, os RPG. Tem um outro livro chamado "Land of Leng" que eu não consegui identificar ainda, mas que parece um aceno ao horror cósmico (ou eu estou vendo demais?) 

• Wayne diz que sofreu de dislexia quando criança e que levou tempo para aprender a ler e interpretar textos. Ela comenta que é fã de quadrinhos especialmente de Batman e Surfista Prateado, um deles um vigilante amargurado e obsessivo com o combate ao crime, outro um exilado galático que não encontra seu lugar num mundo estranho e hostil. Se predileção por personagens diz muito a respeito de personalidade, então Wayne vai ser um personagem interessante.

• Nesse primeiro momento, não há como dizer se TD3 vai se inclinar sobre qualquer aspecto claro ou dissimulado do Horror Cósmico ou se a aura de niilismo voltará, contudo fica óbvio a tentativa de manter as coisas estranhas. Minha opinião: não veremos o Rei Amarelo, mas teremos uma boa dose de estranheza que já mostraram a sua face com as macabras bonecas de palha e com a estranha mensagem enviada pelo assassino, que pede que as crianças possam "rir". What a fuck?


• Outra coisa que eu consideraria interessante demais se fosse explorado: uma espécie de ligação na cronologia de 1980, 1990 e 2015, na qual o detetive mais jovem tivesse insights do que ele mesmo, mais velho, estaria sentindo no futuro. Algo no estilo que o velho Dr. Gull, o estripador experimentava em From Hell de Alan Moore. Seria incrível explorar essa questão de tempo e espaço na série.

Vamos ficar atentos, True Detective está apenas no início e muita coisa ainda está por vir. 

De qualquer maneira é ótimo perceber o esforço para atrair o público órfão da primeira temporada.

Trailers:



6 comentários:

  1. Estava ansioso por esse review! Bom demais, Luciano. Tudo muito bem observado e pontuado. A parte mais legal de acompanhar séries como essa é ficar ligando os pontos e formulando teorias com a comunidade. Já acompanho o blog com regularidade, e nada melhor que o retorno dessa baita série pra animar ainda mais as coisas por aqui. Abraços!

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  2. "É impossível não lembrar das espirais feitas pelo assassino na primeira temporada" Tenho quase certeza que foram citadas espirais quando da primeira reunião dos detetives no episódeo 2, lembro que fiquei pensando:
    - Que espirais??? Perdi alguma coisa???,
    mas preciso reassistir para ter certeza.

    "a estranha mensagem enviada pelo assassino, que pede que as crianças possam "rir"". Isto também teve uma citação anterior, alguém dizendo que agora pode ser feliz, ou sorridente. Pode ser viagem minha, mas também tive um dejavú com esse "rir"!!!

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    1. Eu também percebi essa menção aos espirais, mas nesse eles citam uma espiral "triangular" o que realmente foi símbolo de pedofilos em casos reais, era tipo um grupo secreto chamado "boy lovers".
      Acredito que as espirais da primeira temporada foram fortemente influenciadas pela real.
      Deixei um link sobre o caso real abaixo:
      https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Boylover

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    2. Olá Desconhecido. Muito obrigado pela tua resposta. Não tinha conhecimento desta espiral dos Boylovers.

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  3. Estava realmente ansioso pela volta do seriado em grande estilo. As expectativas vêm sendo atingidas com sucesso nessa produção, que reúne atores de primeira, com um roteiro aparentemente sólido e tudo emendado por uma trama tão interessante quanto à da primeira temporada.

    O mistério central realmente me pegou de jeito, com tantos elementos tão famosos e caros aos anos 80, com sua paranoia com relação aos cultos satânicos. Realmente acertaram no tom da abordagem, optando por uma fotografia fria, bastante condizente com a dureza do cenário e dos personagens. E que personagens, pessoas realmente complexas, que reúnem toda aquela complexidade de luz e sombra em suas personalidades que nos fizeram ficar apaixonados por Rusty e Marty na primeira temporada.

    O resgate daquele clima contemplativo (que ficou meio perdido na 2 temporada) me agradou bastante, pena que a direção não aproveite tanto para fazer mais daqueles planos abertos que tornavam certas passagens memoráveis. Era sensacional acompanhar o carro dos investigadores por estradas cortando os pântanos intermináveis na primeira temporada. Apesar desses planos acontecerem, e de termos imagens muito bonitas, me parece que a direção as corta um pouco rápido demais, como quando os policiais estão varrendo o campo durante à noite, procurando por Will com suas lanternas - é uma cena realmente linda, mas que dura muito pouco. OUtras oportunidades se apresentam, mas me parece que o projeto é tomado por pressa nesses momentos e não aproveita todo potencial das cenas.

    Acompanhando esse elemento, o que me pareceu somente adequado foi a trilha sonora, que é bem apagada. Enquanto na primeira temporada temos uma trilha bem marcante, com momentos realmente memoráveis em que a música marca os acontecimentos, aqui ela soa bastante justa, mas somente isso.

    Outra coisa que me incomodou um pouco foi a apresentação de Wayne como sendo um evidente protagonista, o que deixa Roland meio apagado nesses dois primeiros episódios. Não que isso não seja correto, mas a meu ver, a primeira temporada foi mais competente em apresentar os seus dois personagens como centrais na trama. Se temos Cohle como o protagonista, é só porque ele é mais enigmático e magnético do que Marty, mas este último é tão importante quanto o primeiro e a impressão é que se tem, logo no primeiro episódio, é que um não é grande coisa sem o outro. Bom, posso estar me precipitando, acho que isso deve ser resolvido com o desenrolar da trama e devemos acabar conhecendo mais o detetive Roland.

    Até parece que não gostei dos episódios, mas isso não é verdade. Só acho que, apesar de ter realmente muitas qualidades, ele não está realmente a altura da primeira temporada, ao menos até agora. Diria que se a primeira temporada é 10, essa até agora é um 8,5, nota que, apesar de mais baixa, é realmente muito maior do que eu daria para a segunda ou para a maioria das coisas que assisti por aí.

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  4. Assisti a primeira temporada e a cada episódio vinha no blog ser sobre o mesmo, quando decidi iniciar essa nova temporada fiquei muito feliz de descobrir que você também está escrevendo sobre ela.

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