sexta-feira, 19 de julho de 2019

Histórias ao Redor da Fogueira - Dez Lendas Sinistras do Velho Oeste


Quem não gosta de uma boa história de fantasmas em volta da fogueira?

Uma certeza é que cowboys no velho oeste adoravam, e isso ajudou a construir lendas e histórias que sobreviveram até os dias atuais. De estranhas criaturas nas pradarias a mitos dos Nativos Americanos, passando por espectros de mulheres e crianças e alguns horrores verdadeiramente de gelar o sangue nas veias, a Marcha para o Oeste serviu como base para muitas histórias apavorantes. Havia momentos em que pessoas se tornavam lendas, e seus fantasmas se levantavam para prosseguir com sua jornada, provocando arrepios naqueles que ouviam os relatos.

Algumas lendas relutam em desaparecer. De Jesse James até o Holandês Perdido, esses mitos são difíceis de serem esquecidos. Da mesma maneira, entidades do Velho Oeste parecem se recusar a morrer, assustando crianças e cowboys igualmente. No vazio das pradarias, na noite escura ou sob um céu de estrelas, as lendas parecem muitíssimo reais e não são poucas as vezes que você pega a si mesmo acreditando nelas.

Conheça aqui algumas lendas nascidas no século XIX, quando o Oeste selvagem ainda estava sendo domado por homens e mulheres de fibra e coragem.

"El Muerto" do Sul do Texas


No inicio de 1800, os limites territoriais entre o Sul do Texas e o Mexico não eram bem definidos e as fronteiras se confundiam.

O Rio Nueces e o Rio Grande serviam como referencia, mas como não havia um consenso a fronteira não era muito clara e se tornava uma espécie de terra de ninguém. Quadrilhas de ladrões de gado tiravam vantagem dessa situação para roubar e fugir para o México.

Um fora da lei mexicano chamado Arturo Vidal, ficou especialmente famoso pela sua esperteza em despistar os homens da lei. Os Texas Ranger juraram que iriam até as últimas consequências para pegá-lo. Quando Vidal foi capturado após um sangrento tiroteio em Amarilo, onde ele matou dois delegados, os homens da lei ficaram especialmente furiosos. Decidiram executá-lo ali mesmo, sem Juiz ou Juri, apenas Carrascos. Ele o enforcaram no alto de uma ponte.

Mas não parou por aí! Decidiram mandar um recado para todos os criminosos que admiravam Vidal e viviam no lado de lá da fronteira. Para tanto, cortaram sua cabeça e amarraram seu corpo em um cavalo selvagem na posição de cavalgar. Em seguida soltaram o animal para correr na direção do México mostrando o que acontecia com aqueles que desafiavam a justiça.

O que ninguém esperava é que nos anos seguintes várias pessoas relatariam o avistamento de um cavaleiro sem cabeça, galopando pelo sul do Texas na direção do Rio Grande. Apelidado de "El Muerto", esse espírito se tornou famoso entre os cowboys texanos, uma aparição realmente temida. Dizem que os Rangers envolvidos na execução de Vidal também tiveram encontros com o espectro e que ele teria encontrado sua vingança além túmulo caçando e eliminando cada um dos envolvidos em sua execução. Sua marca era uma pata de cavalo no peito d ecada vítima.

A Lenda de El Muerto ainda é bastante popular e mesmo hoje, muitas pessoas afirmam ter encontrado a figura aterrorizante cavalgando pelos desertos na fronteira.  

Jesse James, Coletor de Almas  


Jesse Woodson James foi um dos mais famosos Foras da Lei do Oeste: ladrão de banco, assaltante de bancos, chefe de quadrilha e assassino notório. Entre os anos de 1860 e 1880, ele foi considerado o maior de todos os bandidos do oeste e um pistoleiro cujo nome causava medo.

Em 3 de abril de 1882, sua carreira de crimes terminou quando ele foi baleado pelas costas por Robert Ford. Contudo, rumores a respeito dele ter sobrevivido continuaram sendo partilhados décadas após o incidente fatal. Alguns acreditavam que Jesse James era tão perigoso e cruel que mesmo o Diabo não queria sua presença no Inferno. Por isso, o convenceu a aceitar um acordo. Jesse voltaria para a Terra para cumprir um trabalho como Coletor de Almas.

Essa história se espalhou em vários estados e algumas pessoas afirmavam categoricamente ter encontrado Jesse James, ou ao menos o seu fantasma com sede de sangue.

Segundo a lenda, o contrato com o diabo o compelia a coletar a alma de pelo menos 1000 pessoas antes de poder descansar. Para cumprir a sua missão maldita, ele cavalgava à noite, vestindo negro e montando um garanhão igualmente preto de olhos flamejantes. Suas pistolas prateadas cuspiam balas que deixavam um cheiro de enxofre quando disparava. O pistoleiro buscava aqueles que haviam negociado a alma com o diabo e fazia as vezes de coletor de dívidas.

Ainda segundo a lenda, ele teria conseguido coletar as 1000 almas, e como recompensa deveria voltar a Terra e viver novamente. Mas o diabo o enganou e ele se transformou em uma espécie de fantasma preso a fazenda em Kearney, Missouri onde seu corpo foi sepultado.

Alguns acreditam que o fantasma do famoso pistoleiro ouve o pedido de pessoas que querem contratá-lo para matar algum desafeto. Se ele for invocado em uma noite de lua cheia e se o pedido for interessante, Jesse James se ergue dos mortos para cumprir mais um contrato de morte. Ou assim acreditam alguns! 

O Canto do Pássaro da Morte


Os nativos do Velho Oeste por vezes transmitiram muitas das suas lendas e crenças para os homens que viviam na fronteira, e estes ajudaram a espalhar essas lendas.

Uma história especialmente assustadora diz respeito a uma ave, apropriadamente chamado de Pássaro da Morte. Esse animal de cor escura, semelhante a um corvo, tem um canto específico que lembra o choro lamentoso de uma mulher. Não por acaso ele se tornou símbolo de mau agouro e morte iminente.

Os Nativos Americanos acreditavam que a ave estava ligada de alguma forma a tragédias e que ela seria atraída para perto de quem estava fadado a morrer de maneira violenta. Uma vez que o pássaro era um carniceiro, ele estava interessado em devorar os restos dos mortos - em especial os olhos. Uma das lendas é que se um pássaro desses sentasse sobre a sombra de uma pessoa, esta morreria em menos de uma semana.

Em meados de 1840, uma poesia a respeito da lenda foi publicada em um jornal de grande circulação e se tornou bastante difundida. A partir de então, cowboys, bandidos e homens da lei passaram a prestar atenção em qualquer pássaro negro voando em seu caminho ou tentando pousar em sua sombra.

Dizem que o famoso pistoleiro Wild Bill Hickock teria visto um pássaro negro pouco antes de chegar a Deadwood, no Território de Dakota, onde seria baleado pouco tempo depois. 

O Incêndio de Silver Hills


Em 1861, o pequeno povoado de Silver Hills, Oklahoma, era visitado por mineiros e vaqueiros que vinham de longe. Os homens buscavam principalmente um popular estabelecimento que servia como Saloon, Salão de Jogos e Bordel, chamado "The Buckskin".

Os homens adoravam o lugar e muitos haviam caído de amores por uma jovem e linda moça chamada Betty Sue que trabalhava lá. Dezenas haviam oferecido presentes, prometeram coisas de valor e acenaram com promessas de casamento. Betty, no entanto, não aceitava qualquer pedido.

As outras mulheres que trabalhavam no estabelecimento ficaram com inveja e acharam que Betty Sue estava levando todos os clientes, fazendo-se de boazinha. Mas todos que a conheciam, afirmavam que Betty era realmente uma moça adorável, coma  voz e aparência de um anjo.

Em meados de 1861, algumas das colegas de Betty contrataram um bandido de fora da cidade para dar uma surra em Betty e arruinar de uma vez por todas com seus encantos. Ela teria sido raptada e levada para um descampado: agredida, violentada e marcada na face com um ferro de gado. Quando um grupo de busca a encontrou, ela estava quase morta, mas a levaram de volta e cuidaram de seus ferimentos. Uma posse foi formada para ir atrás do culpado e este foi encontrado semanas depois. Antes de ser enforcado, ele confessou quem o havia contratado para o serviço sujo que maculou a mocinha.

Os cavaleiros retornaram dispostos a relatar o ocorrido e quando chegaram a Silver Hills descobriram que Betty havia enlouquecido e se lançara de uma ravina para a morte. Ao saberem o que havia transcorrido, os garimpeiros ficaram furiosos. Sem saber qual delas era a mandante do crime decidiram amarrar todas no interior do Buckskin e atearam fogo no lugar.

Em meio ao grande incêndio, um depósito de álcool clandestino no porão do saloon foi pelos ares em uma grande explosão. Com efeito, um incêndio incontrolável tomou Silver Hills que ardeu completamente.

Desde então a lenda sobre a cidade se tornou referência entre pregadores itinerantes que viam no incidente uma demonstração de como os pecados da luxúria, inveja e ira podem caminhar lado a lado para provocar uma grande tragédia.

O Espírito do Pé Grande


Hoje em dia, a maioria das pessoas enxerga a lenda do Pé-Grande como a de uma fera metade homem e metade animal, uma espécie de elo perdido. Contudo, nem sempre foi assim. Muitas lendas indígenas afirmam que essa criatura é um espírito sanguinário invocado para cumprir uma missão de vingança.

Em 1868, em Utah, um grupo de cowboys emboscou e matou a sangue frio quatro jovens Cherokee que haviam ido até uma cidade. O ataque foi covarde e causou grande controvérsia, sobretudo porque os rapazes não estavam armados e não tinham como reagir. foram mortos apenas por estar no lugar errado, a hora errada.

Os nativos teriam então buscado um xamã proscrito, que conhecia toda sorte de magia negra e feitiços que poderia ajudá-los a obter vingança contra os assassinos. O feiticeiro disse aos homens que se eles realmente desejavam vingança, estava ao seu alcance invocar das profundezas da terra um espírito sanguinário, mas que uma vez libertado, caminharia livremente provocando outras tragédias. Dispostos a tudo para obter vingança, eles tomaram parte em um ritual que trouxe uma criatura horripilante ao mundo.

O Pé Grande seria uma fera enorme que anda ereta como um homem, mas com corpo recoberto de cabelos grossos e castanhos, seus olhos faiscando com inteligência e maldade. A fera tinha sede de sangue e foi enviada para encontrar os responsáveis pela morte dos jovens. Um a um eles foram mortos com requintes de crueldade, seus corpos foram achados semi-devorados em trilhas isoladas.

Quando o último dos homens morreu, o Pé Grande então se viu livre para vagar pelo mundo. Mas o primeiro lugar que o monstro atacou em seguida foi a aldeia dos homens que haviam participado do ritual que a trouxe ao mundo em primeiro lugar. A criatura massacrou mulheres e crianças antes de fugir para a floresta, mostrando que a vingança nunca é um bom negócio, ainda mais quando envolve o sobrenatural.

Cuidado com as Lágrimas da Chorona

Embora essa seja uma lenda cuja origem pode ser traçada até o México, a assombrosa e aterrorizante história se espalhou pelo Velho Oeste. Dependendo da fonte, ela relata a dramática história de uma mulher da alta sociedade que eventualmente se vê negligenciada pelo marido que a troca por outra mulher. Ela se torna tão amarga e furiosa que se vinda do marido da maneira mais terrível: afogando seus dois filhos em uma lagoa. Seus atos acabam por deixá-la completamente insana e quando ela enfim compreende o que fez, se lança também em um rio onde se afoga. Mas é claro, esse não é o seu fim da história.

A Chorona se ergue de sua sepultura nas profundezas e passa a vagar pelo deserto em busca de crianças que possa raptar para preencher a saudade que sente de seus filhos. Ela é uma assombração muito presente no folclore do México, mas que foi incorporada pelos na fronteira, principalmente a Califórnia. Lendas locais mencionam que o espectro vaga pelo leito dos rios, lamentando-se e chorando. Aqueles que ouvem seu pranto passam a sofrer de depressão e uma profunda melancolia.

Crianças recebem alerta para jamais sair de casa depois do anoitecer e nunca brincar próximo de lagos ou rios, pois estes são os lugares onde o fantasma é visto mais frequentemente.

A chorona foi objeto de um artigo dedicado exclusivamente a ela não faz muito tempo. Quem não leu a postagem, pode encontrá-la AQUI

Os Cães Infernais do Cânion de Eldorado


Nos tempos da Corrida do Ouro, garimpeiros evitavam todo e qualquer contato com outras pessoas. Era uma questão de suma importância manter suas operações de prospecção em segredo, Para tanto, procuravam à todo custo proteger seus interesses. Uma das formas era treinar Cães de Ataque.

Os animais eram companheiros fiéis e funcionavam como um sistema de alarme contra possíveis ladrões. Na época, não havia muita moral a respeito de como treinar os animais e a respeito de transformá-los em armas letais. Por vezes eles apanhavam, não ganhavam comida ou simplesmente eram atiçados para reagir a qualquer provocação. Em outros casos, eram alimentados com carne humana para apreciar o gosto. Como resultado não era raro que eles se tornassem violentos, perversos e implacáveis. Era quase impossível parar um cão de ataque e eles atacavam para matar! Esse tipo de besta logo ganhou um apelido no oeste que acabou pegando: Cão de Garimpo.

Os Cães de Garimpo, muitas vezes, se voltavam contra seus próprios donos. Regrediam a um estado de selvageria tamanho que na maioria das vezes, quando uma mina era fechada, preferia-se matá-los antes de levá-los de volta para a civilização.

Eldorado Canyon ficou conhecido pelos seus Cães de Garimpo. Acredita-se que em determinado momento, a operação de garimpo na área contava com mais de uma centena desses animais ferozes e brutais. Quando a mina se esgotou, os animais ao invés de serem abatidos acabaram simplesmente sendo libertados na grande garganta do Canyon. Por muitos anos o lugar ficou deserto e ninguém ia até lá...

Décadas mais tarde, quando surgiram planos para transformar o local em uma represa, houve muitos rumores a respeito de enormes cães selvagens, mais ferozes do que qualquer outro jamais visto. Os animais tinham um comportamento de matilha, atacavam qualquer pessoa que cruzasse seu caminho e defendiam seu território com uma determinação impressionante. Anos de isolamento os tornou verdadeiros cães do inferno.

Alguns acreditam que eles ainda vivem no deserto e que são responsáveis por muitos ataques e até mortes.

Bodie, a cidade mais assombrada do Oeste


Bodie é uma das mais famosas cidades fantasmas do Velho Oeste.

Localizada no deserto da Califórnia, Bodie foi preservada em seus mínimos detalhes. Explorar o local é ter um vislumbre do passado e do período. A cidade é reminiscente da Corrida do Ouro e permanece quase da mesma forma que era antes de ser abandonada em 1888. Para muitos, Bodie é como um museu à céu aberto, com prédios intactos e ruas através das quais se pode andar e explorar à vontade. Mas cuidado! Bodie tem fama de ser a cidade fantasma mais assombrada do Oeste!

Não são poucos os visitantes que se queixam de sentir energias estranhas no lugar. Mais de uma pessoa sofreu vertigens, alucinações e sensações indefinidas. A culpa seria dos muitos fantasmas e espíritos que ficaram de alguma forma presos na cidade. Esses espíritos pertenceriam a antigos habitantes de Bodie, um lugar que sempre teve fama de atrair pessoas ruins - bandidos e personagens violentos. Alguns acreditam que Bodie era um lugar maligno, onde vigorava todo tipo de excesso e perversidade, sobretudo no saloon e na velha delegacia, os lugares tidos como os mais assombrados. Alguns afirmam que o fato da cidade não ter e nunca ter possuído uma igreja, comprova a vocação dos antigos moradores para a perversidade. Comenta-se que objetos mudam frequentemente de lugar, luzes surgem do nada, sons abafados são ouvidos; risadas, gritos e até o ruído de tiros. Testemunhas teriam visto ainda homens e mulheres vestidos com as roupas típicas do oeste, andando pelas ruas e casas.

Uma das lendas locais alerta visitantes de que de modo algum tentem tirar alguma coisa de Bodie. Qualquer objeto levado da cidade parece carregar uma maldição que provoca azar, tragédia e atrai miséria que irá durar até o item ser devolvido. O centro de visitantes inclusive possui uma caixa de vidro para que as pessoas que retiraram qualquer coisa da cidade possam devolver sem que perguntas sejam feitas.

Tenha medo daquele que troca de pele


Os Navajo acreditam em criaturas sobrenaturais chamadas Troca-Pele (Skinwalkers).

Eles eram, para alguns, feiticeiros e bruxos que usavam magia negra, mas outros acreditavam que não seriam exatamente humanos e que nem sequer estariam vivos. Essas criaturas podiam imitar qualquer som, assumir qualquer forma e copiar em detalhes a aparência dos outros para cometer as mais horríveis atrocidades. Eles não sentiam qualquer remorso em matar, fosse a vítima mulher ou criança - basicamente, qualquer um que cruzasse seu caminho se tornava uma presa. O Troca-Pele era um terror para os povos indígenas, algo em que eles realmente acreditavam e temiam encontrar. Para identificá-los usavam lâminas de silex que em teoria ficavam aquecidas quando um Troca-Pele estava próximo. A mesma lâmina era a única coisa que poderia matá-los e para que essa morte fosse permanente o monstro tinha de ser cuidadosamente esfolado.

Muitos nativos evitavam sair em noites sem lua, pois era nessas noites escuras que o Troca-Pele caçava. Também evitavam receber visitas em suas aldeias, temendo que qualquer um pudesse ser uma criatura disfarçada.

Com o tempo, as lendas foram se misturando e não demorou muito até ela ser conhecida pelos povos que vinham de longe. No Velho Oeste, especialmente na Califórnia, Arizona e Nova Mexico, cowboys falavam a respeito de espíritos, sussurrando seus nomes para não atrair sua atenção. Mencionavam histórias a respeito de pessoas que desapareciam no deserto, para ressurgir anos mais tarde, como se não tivesse passado um único dia. Falava-se de pessoas que voltavam de uma viagem ou de uma caçada, diferentes. Não em aparência, mas em comportamento. Pessoas que de um momento para o outro pareciam virar estranhos aos olhos de seus entes queridos. Chamavam esses de Troca-Pele, os monstros que os pele-vermelhas tanto temiam.

A lenda enraizada no inconsciente coletivo dos povos indígenas ainda hoje é muito difundida. Pergunte a um descendente de Navajo e com certeza ao ouvir falar no Troca-Pele, ele mandará que você fique quieto, pois citar esse nome é atrair a atenção.    

A Mina perdida do Holandês


Um dos lugares mais procurados na história do Velho Oeste é a lendária Mina Perdida do Holandês.

Um verdadeiro "cálice sagrado" dos tesouros do período, esse lugar foi buscado por caçadores de tesouros, garimpeiros e exploradores, mas sua localização continua sendo um mistério. O consenso é que ela se localiza em algum lugar nos arredores das Montanhas Superstition no estado de Arizona. Não é de hoje que mapas falsos e diários secretos que levariam à localização dessa mina aparecem nas mãos de pessoas que tentam vendê-los para indivíduos impressionáveis. Mas como a lenda teve início?

No final de 1870, um garimpeiro foi encontrado agonizando em um terreno inóspito no meio do deserto. O homem estava em péssimo estado, sofrendo de alucinações e desidratação aguda. Ele foi levado para um povoado de mineradores, mas ninguém conseguia entender o idioma que ele falava. Eventualmente, alguém chamou um imigrante alemão, pois concluíram que ele falava algo semelhante a esse idioma. O alemão traduziu as palavras de seu compatriota que se chamava Waltz. Ele delirava sobre uma riqueza incrível em ouro que havia encontrado numa mina. "Uma montanha inteira de ouro"!

Ninguém lhe deu muita atenção. Garimpeiros tinham a tendência de ficar um pouco loucos de solidão e paranoia. Waltz acabou morrendo, mas antes de expirar confidenciou que estava trazendo parte de seu ouro numa bolsa. O intérprete foi até o local em que Waltz fora encontrado e ali perto encontrou uma bolsa contendo uma quantidade considerável de pó de ouro.

Quando o rumor a respeito da descoberta se espalhou as pessoas enlouqueceram!

Uma verdadeira corrida do ouro se iniciou e garimpeiros vinham de longe procurar a Mina Perdida do Holandês (alemães eram muitas vezes chamados de holandeses no oeste).

Mas é aí que as coisas ficam estranhas. Como era de se supor, ninguém achou a Mina Perdida, mas uma quantidade absurda de pessoas, simplesmente desapareceu durante a caçada. É inegável que tenham havido muitos acidentes, afinal trata-se de um trabalho perigoso em um lugar insalubre, mas como explicar tantos desaparecimentos? Mais estranho: como explicar a descoberta de restos humanos, em especial mãos, pés e cabeças, achadas nas montanhas meses depois? Quem teria enterrado alguns garimpeiros até o pescoço? Quem teria matado homens usando picaretas? Quem teria sido responsável por atacar um acampamento e raptar um grupo de quatro homens? São muitas as questões e nenhuma explicação aceitável!

A Mina do Holandês até hoje é um mistério que atrai e assusta as pessoas. Se a Mina existe quem - ou o que, a protege e impede que suas riquezas sejam encontradas? Para alguns trata-se do fantasma do próprio Waltz, mas outros acreditam que a Montanha, não por acaso chamada Superstição, guarda em seu interior segredos e terrores que não estamos preparados para conhecer.

6 comentários:

  1. sensacional essas historias, boas ideias para aventuras no oeste!!

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  2. Jesse James é tipo o Spawn do faroeste? :-D

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  3. E quem disse que esses personagens não foram inspirados por outras lendas mais antigas. 😀

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  4. Amo seu blog.
    Acompanho há anos.
    Você poderia postar mais sobre lendas e assombrações.
    Tenho algum conhecimento sobre.

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  5. Opa Nando, tudo bem? Obrigado pelos comentários. Dá uma olhada na TAG "Assombrações" aqui na página. Vai te passar para vários artigos com esse tema que é um dos mais explorados aqui no Blog.

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