sexta-feira, 10 de julho de 2020

As Peregrinações de Al-Hazred - A biografia do Árabe Louco


Dando sequência aos artigos a respeito da vida de Abdullah al-Hazrajah (que ficaria mais conhecido como Abdul Al-Hazred), o infame autor do blasfemo e profano Al-Azif, livro que por sua vez daria origem ao Necronomicon.

Nessa segunda parte cobrimos a árdua jornada pelo perigoso Rub Al-Khali, o Grande Vazio, a exploração da mítica Irem, o período no Iêmen e as misteriosas jornadas que levaram o Árabe Louco de uma parte a outra do mundo antigo.

7. Rub Al-Khali

O tempo que passou em Mosul foi de relativa tranquilidade, mas logo Abdullah al-Hazrajah sentiria novamente o desejo de empreender novas Peregrinações. Ele sabia que não poderia escapar delas e que aquele era seu destino.   

Certa noite, após um sonho especialmente auspicioso no qual lhe foi revelada a existência de uma Cidade de Maravilhas indescritíveis, ele decidiu que era o momento de partir. Sem olhar para trás abandonou sua casa, libertando os escravos e avisando aos serviçais que não retornaria. Ele tomou o caminho para o oeste e suas visões o levaram na direção do temido Rub al-Khali, o deserto do Grande Vazio. De acordo com a lenda, era nesse lugar inóspito, verdadeiro caldeirão de desolação que um dia havia florescido a mítica Cidade dos Pilares Irem, também conhecida como Ubar onde atualmente se encontra o Oman. Al-Hazred suspeitava que aquela cidade magnífica de seu sonho era Irem.


Ele esperava que as visões o conduzissem até a cidade, mas ao mesmo tempo temia essa jornada. O Rub al-Khali era um lugar de morte implacável e mesmo as tribos nômades mais adaptadas à severidade do deserto o evitavam à todo custo. Ainda assim, ele sentia que era preciso adentrar o deserto de areias vermelhas, pois era lá que residia seu destino. Na borda da desolação ele se colocou a meditar e jejuar preparando-se para a jornada. Ele foi visitado por vozes e visões, mas conseguiu suportar a provação que poderia levar qualquer outro homem à loucura.

Devidamente preparado, ele penetrou no deserto inclemente encontrando uma fornalha durante o dia, com sol abrasador e um frio congelante após o cair da noite. A fome e a sede eram suas únicas companheiras, pois nada vivia no Rub al-Khali a não ser escorpiões e plantas venenosas. Os dias passavam lentamente e sua peregrinação parecia não levá-lo a lugar algum. Seus passos se perdiam nas dunas e ele sentia o desespero lançar raízes em sua alma, mas ainda assim perseverou e prosseguiu. Os pés sangravam, a face descascava e os pulmões se enchiam de pó.

Nas profundezas do Deserto Escarlate o Profeta experimentou o terror e ouviu as provocações dos Djinns que ofereciam a ele a sobrevivência... por um preço. Tentado com prazeres, comida, bebida e salvação, ele não cedeu até que um dia uma miragem se cristalizou diante de seus olhos causticados e ele a seguiu vacilante. Era a Cidade dos Pilares, reduzida a ruínas de pedra negra que secavam ao sol há milênios. No olho de sua mente ele conseguia ver a dura realidade se misturar a fantasia na qual a cidade pulsava com vida e belezas indescritíveis. Usando uma técnica de meditação que lhe permitia mergulhar nas profundezas de sua percepção, ele experimentou sonhos lúridos num estado de consciência alterado. Em transe, descobriu como adentrar as câmaras secretas que haviam sido soterradas muito antes dos homens existirem.

Escavando na areia ele revelou a entrada e arrastando-se por esse túnel como uma serpente, alimentando-se de escaravelhos e besouros que apanhava até atingir a câmara interna. Em júbilo diante das maravilhas de uma arquitetura imponderável, ele comungou com as memórias contidas naquele antro blasfemo. Através dos olhos da mente ele enxergou além da escuridão estígia e contemplou as verdades sobre os Grandes Antigos e a respeito dos Deuses Exteriores. Compreendeu os mistérios que cercavam essas entidades de poder cósmico, lamentando amargamente a insignificância do ser humano e a pequenez dos deuses criados pelo homem. Ele passou dias no escuro; ouvindo e aprendendo com vozes incorpóreas que sussurravam as verdades dos eons.

Quando não havia mais nada a aprender, ele se ergueu e se arrastou de volta para os túneis na direção da superfície. Mas ao respirar o ar puro, ele se descuidou e a luz do sol cegou seus olhos habituados à escuridão. Ele estava cego e perdido em meio ao deserto. Qualquer homem iria se afogar no desespero, mas al-Hazred não era um homem qualquer. Ele compreendeu que aquele era o teste derradeiro. Sem se desesperar pôs-se a caminhar, sentindo o pulso do mundo aos seus pés que o guiaram até a borda externa do Rub al-Khali como por milagre.


Ao deixar o horror da desolação, sua visão foi voltando e ele avistou uma caravana de mercadores de seda que seguia para o litoral. Ele pagou ao chefe da caravana, lendo a sorte dele e prometendo tesouros quando chegassem a seu destino na terra do Iemen onde tencionava então viver.

8. Vida no Iêmen

A primeira constatação foi que muito tempo havia passado enquanto ele peregrinava pelo Rub al-Khali. Dez anos para ser preciso, sem que ele sequer percebesse. O preço por obter o conhecimento nas paredes de Irem era de fato alto e provavelmente havia afetado sua percepção do tempo.

Contando 40 primaveras, Abdallah sentia pela primeira vez o peso dos anos e a necessidade de descansar depois de tamanha provação. Ele adquiriu uma mansão e escravos em Sana, capital do Iemen e logo se tornou famoso como sábio, cortejado pelos sicofantas e poderosos que viam nele um aliado valioso. Lá ele conheceu uma mulher cujo nome, bem como o nome de sua mãe, a história falhou em registrar. Há rumores de que a mulher era parte da dinastia de Saif Dhu Yazan, o último Rei Judeu do Iemen, que conquistou aquelas terras em 576.

As lendas mencionam um envolvimento romântico, ainda que em mais de uma versão da biografia Al-Hazred seja tratado como incapaz física e emocionalmente de tal relacionamento. Ainda assim, há mais de um registro que dá conta de que ele teria se casado e dignatários teriam participado de suas bodas na qualidade de ilustres convidados que "cobriram os nubentes com valiosos presentes". 

É dito ainda que o feiticeiro frequentou a Corte do Rei do Iêmen, e mais, que teria servido como conselheiro para assuntos esotéricos e até como vizir. Não se sabe por quanto tempo ele desfrutou dos prazeres da corte, mas com certeza foi tempo suficiente para criar raízes. Muitos biógrafos inclusive afirmam que ele seria um iemenita, nascido e criado em Sanaa, o que é contrariado por registros de família e por façanhas que ocorreram cronologicamente antes.


O feiticeiro não teria abandonado sua busca incessante por conhecimento profano como alguns afirmam. No período em que esteve no Iêmen ele traduziu para o árabe as estranhas palavras que viu talhadas nas câmaras subterrâneas de Irem. Na grande biblioteca real de Sanaa ele teria obtido acesso a antigos tomos que consultou e usou como base para compilar os rascunhos que mais tarde dariam origem ao Al Azif. Ele foi o primeiro a traduzir trechos inteiros do Livro de Eibon, dos Tabletes de Zanthu e do incrivelmente raro e monumentalmente antigo Livro de Skelos. Todos esses livros tiveram enorme influência em seu crescimento como mago e aprimoraram suas habilidades místicas. Em certo momento, ele teria inclusive aceitado discípulos, entre os quais uma mulher de nome Isminah a quem transmitiu parte de seu saber - e que dizem se tornou sua concubina. 

Por um período Abdalah al-Hazraj teria experimentado a felicidade, mas seu envolvimento com a Casa de Sayf teria atraído olhares de reprovação de inimigos, sobretudo árabes Sassanidas que tinham ambições sobre o trono de Sanaa e desejavam depor a dinastia judaica. Em algum momento ele teria caído em desgraça, perdendo seus aliados, riquezas e sendo publicamente execrado pelo seu alegado conluio com entidades proscritas. Seus inimigos o teriam arrastado pelas ruas amordaçado (para que não pudesse amaldiçoá-los), amarrado (para que não pudesse reagir) e nu (para que sua humilhação fosse completa). Em todo percurso do bazar da cidade até o Distrito dos Qadis, ele foi ridicularizado, apedrejado e vilipendiado pelo povo.

Segundo registros ao ser apresentado sofreu uma severa punição tendo "o pênis cortado, bem como o nariz e as orelhas, enquanto que as bochechas foram marcadas com ferro em brasa". Tal punição parece condizente com a pena de bruxos ditadas pelos legisladores islâmicos do período, mas há ainda outras indignidades. Um registro afirma que ele teria sido "forçado a assistir a esposa ser queimada por sua associação espúria" e "sua discípula (foi) despedaçada e (ele) forçado a comer partes de seu corpo". É provável que haja exagero nessa narrativa, mas todas deixam claro o teor e a extensão das indignidades que ele enfrentou. Para terminar, ele teria sido exilado no Rub al-Khali, onde foi abandonado para morrer de fome e sede no Grande Vazio.

Contudo, al-Hazred já havia experimentado as provações do Deserto e as vozes dos jinns lhe eram velhas conhecidas. Amargurado e louco por obter vingança ele teria feito uma barganha para que Sanaa e seu povo sofresse como ele sofreu e para que pagasse pela ousadia de apenar o Profeta dos Antigos. Ele teria beijado o Anel de Shaitan e usado de sua influência compelindo uma dúzia de jannis e daos (espíritos do ar e da terra) para forçá-los a criar a maior e mais arrebatadora tempestade de areia que Sanaa já conheceu. A tempestade varreu o deserto, erguendo-se do Rub al-Khali, com areias vermelhas como sangue, sopradas sobre a bela capital do Iêmen. A nuvem de poeira nublou o céu e transformou dia em noite. Dizem as lendas que aqueles que estavam desprotegidos tiveram a pele lacerada até os ossos ficarem expostos tamanha a fúria dos elementos, enquanto os que estavam dentro de construções, nelas ficaram presos pela eternidade. Sanaa foi sepultada sob a areia vermelha e em meio a conflagração, a gargalhada insana do feiticeiro podia ser ouvida.


O preço para obter sua vingança foi aferido pelos Antigos (talvez pelo próprio Nyarlathotep) que o fez jurar verter em agourentas palavras, deitando pena sobre pergaminho, o Evangelho do Apocalipse. De sua lavra surgiria um texto que traduziria em linhas tortuosas todo o terror dos Antigos. Era um preço ao qual Abdalah al-Hazraj estava preparado para pagar.  

9. Egito e o Mundo Antigo

Após o Iêmen ele compreendeu que seu destino se encontrava nas estradas e que era chegado o momento de novas peregrinações. Na época, o mundo árabe estava em um novo momento  sócio-político conturbado e ainda mais agitado na esfera religiosa. Sunitas e Xiitas se enfrentavam no terreno da filosofia e quando os debates entre os sábios não chegavam a uma solução para suas questões, descambavam para a violência. As disputas internas haviam custado ao Califado a Tunísia, Argélia e Smyrna. Bizâncio reclamava territórios que havia perdido na Guerra de Conquista.

Foi nesse panorama que Abdalah al-Hazraj decidiu se juntar aos peregrinos que participavam dos festejos do Ramadã. Era seu desejo conhecer Meca, mas não por razões religiosas, longe disso. Ele desprezava toda e qualquer religião criada pelo homem, atribuindo a Deuses e Profetas um status irrisório diante dos verdadeiros Deuses que vagavam mais além das esferas. Ao chegar ao seu destino, Al-Hazraj se colocou diante da Kaa´ba que ele chamava depreciativamente de "pedra do crocodilo" para ler poemas obscenos. Por pouco não foi apedrejado, mas muitos o trataram como insano e simplesmente o ignoraram. 

Segundo um registro ele teria sido reconhecido e apresentado a parentes da parte de seu pai que viviam na Cidade Santa dos muçulmanos. Não se sabe em que circunstâncias, mas ele rompeu relações com esse lado da família pouco depois. Em seguida, esteve em Petra, onde publicamente realizou um ritual em homenagem aos Antigos no santuário de Manat proferindo os nomes sagrados de Yog Sothoth e fazendo com que ele se manifestasse. Uma caravana que passava testemunhou o incidente e aqueles que não enlouqueceram pela visão do "Todo em um" saudaram o feiticeiro como um Profeta que tinha o poder de falar com Deus. Sobre essa ocasião ele escreveu mais tarde: "Eu jurei fidelidade diante do Templo de Manat aos Antigos e a eles devotei minha existência dali em diante".


Após deixar Petra, Abdullah atingiu Jerusalem, onde testemunhou (ou segundo alguns participou) de um ritual ou experimento místico na companhia de outro feiticeiro chamado Ibn Marut, que terminou com a morte deste em circunstâncias aviltantes. O feiticeiro teria sido arrebatado por criaturas nefastas que habitavam os cemitérios sagrados e que o teriam devorado vivo. Al-Hazred os chamaria de gholas ou ghuls, dedicando a eles um capítulo inteiro do Al-Azif.

Depois disso, ele atravessou o Sinai e atingiu o Egito, terra que sempre desejou visitar para absorver de seu conhecimento ancestral. Al-Hazred chamava a antiga terra dos Faraós de Estígia ou Khem, reputando a ela nomes ancestrais pelos quais ele não era chamada há gerações. Após uma breve passagem por Bubastis, ele fez uma parada em Alexandria, sendo recebido por um sábio de nome Khephnes com quem estudou por semanas os segredos da criação mágica de talismãs. Ele soube de livros que haviam sobrevivido à destruição da Biblioteca de Alexandria e teve acesso a alguns tratados que estavam sob o poder de Guardiões que os protegiam como inestimáveis tesouros.

Alguns biógrafos atestam que ele esteve em Gizé, Tebas e Memphis (onde, dizem, explorou as catacumbas) e encontrou manuscritos perdidos desde a época que os Faraós andavam sobre a terra. Teria se alimentado de mumia, a substância geriátrica que envolve os cadáveres ancestrais e que conserva o conhecimento dos tempos. Por um mês inteiro teria vivido exclusivamente dessa dieta incomum que lhe proporcionou inúmeras revelações.

Após essa longa passagem pelo Egito, trilhando estradas empoeiradas que cortavam os desertos ele se banhou nas águas azuis do Nilo para seguir rumo aos Reinos negros da África subsaariana, a Etiópia Cristã e o ancestral Benin. Aparentemente ele também explorou a Ifriqiya (o território hoje correspondente a Tunisia) aproveitando da companhia de tribos nômades que aceitaram escoltá-lo e que o viam como um homem santo. 

Na introdução do Al-Azif (citada por Philletas na versão grega que recebeu o titulo Necronomicon) essas jornadas por mares de areia e mais além eram mencionadas: "Viajei de oásis em oásis, de ilha em ilha, ouvindo e coletando histórias esquecidas e conhecimento perdido". A extensão da peregrinação empreendida parece fantástica e potencialmente fantasiosa, contudo, Philletas alega que Al-Hazraj se gabava de ter embarcado em navios nos antigos portos da decadente Fenícia, viajando neles até as Ilhas da Grécia (Creta é citada com detalhes), passando por Constantinopla e até mesmo chegando à Sagrada Roma dos Cristãos. Poderia ter ido ainda mais longe, a ponto de ter atingido a "Ilha dos Britões", a qual ele menciona como uma terra tocada pelos Antigos.


Não há obviamente provas de que ele perfez sequer uma fração desse vasto caminho ou que tenha visitado tais lugares. Meramente ele pode ter tomado conhecimento deles através de outros viajantes assumindo para si a proeza de tê-los conhecido, mas jamais tendo fincado os pés neles.     

10. O Caminho para o Oriente

Após retornar ao norte da África, al-Hazraj teria iniciado imediatamente outra Peregrinação. A mais longa e mais misteriosa de suas jornadas em direção ao oriente. Seu itinerário detalhado é desconhecido, bem como a maioria de suas atividades durante essa suposta viagem. Novamente, é possível apenas conjecturar se a viagem realmente aconteceu ou se aconteceu dentro dos parâmetros descritos por biógrafos, entre os quais o mais notável, Theodorus Philletas.

Em teoria, um dos objetivos de al-Hazraj - ainda que não o único, era catalogar e obter ervas usadas em suas experiências místicas. Uma vez que a fitogeografia contida no Al-Azif é incrivelmente ampla (algumas ervas mencionadas existem apenas no sudeste asiático, por exemplo), é possível inferir que ele as tenha obtido nessa viagem em particular.

Nessa árdua jornada por terras estranhas e culturas diversas, ele também fez anotações sobre costumes e folclore. Sabemos que um dos primeiros lugares visitados foi Shiraz, onde ele teve contato com refugiados que professavam a crença no Zoroastrismo e estavam à caminho do oeste da India. A seguir ele seguiu para o norte que o levou até a Província do Punjab, um reconhecido centro religioso. Com isso o Profeta dos Antigos teria visitado todas as grandes capitais das principais religiões (Cairo, Meca, Petra, Sinai, Jerusalem e Shiraz) e assumindo que ele mantivesse esse itinerário deve ter conhecido também Patna (que foi o berço do Budismo indiano e Jainismo), além de vários localidades em que o hinduísmo se desenvolveu. Ele deve ter experimentado algum grau de contato com o Budismo Tibetano, anda que este tenha se formado mais tarde.


Os biógrafos falham em traçar uma linha coerente desse ponto em diante. Colocam al-Hazraj a seguir tomando a famosa Rota da Seda de volta à Pérsia onde ele teria encontrado o "lama" Idak Yung (nome que significa "A Voz dos Espíritos Famintos"), que também era um viajante e estudioso dos mitos ancestrais. Teria sido nesse fortuito encontro que ele tomou ciência da mitologia que concerne ao Grande Cthulhu e suas criaturas. Através de meditação induzida por Yunk ele teria captado as emanações psíquicas do Senhor de R'Lyeh que tiveram grande impacto sobre seu trabalho posteriormente. É possível que o "lama" fosse um dos lendários sacerdotes imortais do Culto de Cthulhu existente nas Montanhas do Tibet.

As Peregrinações de Al-Hzred estão chegando ao fim, mas ainda é preciso mencionar a criação do Al Azif, os pactos finais e o destino do Profeta dos Antigos.

8 comentários:

  1. Muito bom o conto, que venha a parte final.

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  2. Muito bom! Lovecraft foi um gênio muito a frente do seu tempo.

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  3. Excelente apanhado de pormenores da vida e obra do profeta dos Antigos.
    Sensa

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  4. ótima continuação. se a última parte mantiver esse nível de qualidade essa série de artigos será uma das melhores que você já fez.

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