quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Recap do Episódio 1: Lovecraft Country - Por do Sol


Esse é o Recap do primeiro episódio da série Lovecraft Country da HBO. Como todo Recap vamos comentar o episódio, falar do que aconteceu e do que pode acontecer na sequência, curiosidades e detalhes que podem ter passado desapercebidos.

Será inevitável haver uma quantidade considerável de SPOILERS.

Se você não assistiu ao primeiro episódio e ainda tenciona fazê-lo sem prévias informações, aconselhamos PARAR DE LER IMEDIATAMENTE.

(e retornar depois)

Você foi avisado.

Vamos ao RECAP de "Por do Sol", o primeiro episódio.

*     *     *


Um grupo de pessoas presas em uma cabana na floresta, monstros bizarros à espreita, policiais homicidas, tiros de espingarda, sangue, desmembramento, perseguições de carro...

Lovecraft Country começou e não foi com um sussurro, mas com uma explosão.

A primeira coisa que chama a atenção do espectador do episódio piloto, que tem como título "Por do Sol" (Sundown), é a quantidade de ação e suspense que esse capítulo oferece. À despeito de ser uma história de horrores (tanto reais quanto fictícios), a série tem os dois pés fincados no gênero PULP e cada cena reflete isso.

Do início com uma sangrenta cena num campo de batalha na Coreia, que faz uma transição para um sonho delirante com direito a tripods, alienígenas e discos voadores, Lovecraft Country consegue divertir e empolgar na medida certa. Existe algo de extremamente agradável em encontrar diversas referências nessa sequência surreal que faz menção a John Carter, Guerra dos Mundos e outros clássicos da Literatura Fantástica, com direito a um Cthulhu absurdamente fiel.

Ok, o delírio visual de Atticus "Tic" Freeman  (Jonathan Majors) se desmancha quando ele desperta na parte traseira de um ônibus numa estrada qualquer da América Branca nos tempos de Jim Crow. E quando o motor do veículo estoura a gente percebe qual vai ser o tom, quando todos os passageiros são recolhidos, com exceção dos negros que terão de andar na margem da estrada. Enquanto Atticus e uma senhora andam nessa estrada, os dois conversam a respeito do sonho do ex-soldado e sobre as incríveis histórias que o inspiraram.


"Espere um minuto, o personagem desse livro lutou para manter a escravidão"? - a mulher se surpreende quando ele descreve rapidamente o protagonista de "A Princesa de Marte", romance de Edgar Rice Burroughs sobre um oficial Confederado que se torna Senhor da Guerra em Marte.

Pacientemente Atticus explica a ela que "Histórias são como pessoas, elas não precisam ser perfeitas. Você só precisa amá-las e perdoar seus defeitos". E com isso ele define muito de sua personalidade, a de um jovem que ama monstros e ação, que admira aquelas narrativas recheadas de aventura vertiginosa, apesar destas histórias jamais incluírem alguém como ele. Ironicamente, Atticus terá a chance de viver a sua própria história PULP repleta de perigo, situações arriscadas, criaturas e conspirações macabras.

Não apenas Atticus é um excelente personagem, mas todo o elenco principal de Lovecraft Country chama a atenção. Não pelo fato de serem negros, mas pelo fato de possuírem camadas que vamos conhecer, pouco a pouco, capítulo a capítulo. O roteiro desse primeiro episódio apresenta uma trama que se passa em um mundo assustador, habitado por personagens dispostos a desafiar esse mundo e tirar dele momentos de suspense, diversão e até alegria.

"Por do Sol" parece um filme de curta metragem: boa dose de mistério, desenvolvimento de personagens, alívio cômico e uma conclusão gloriosa, com os sobreviventes emergindo triunfantemente em seu destino a medida que o sol nasce. Assustados e cobertos de sangue, é bem verdade, mas fortalecidos diante do que experimentaram. E no melhor espírito de uma aventura PULP, num Cliffhanger que praticamente nos obriga a querer saber o que vai acontecer semana que vem.

A história tem lugar no ano de 1954 quando Atticus chega ao lado sul de Chicago. A comunidade negra foi o seu lar até ele partir para o outro lado do mundo na missão de enfrentar inimigos da América. Nesse porto seguro ele reencontra parentes, amigos e conhecidos, entre os quais a Família de seu Tio George (Courtney B. Vance) que teve enorme influência na sua formação, maior até que a de seu pai, figura austera e amarga que não aceitava suas escolhas. O problema é que o retorno de Atticus está relacionado muito mais ao pai que ao tio. Montrose Freeman, desapareceu! Supostamente ele partiu em busca de uma enigmática "herança" que lhe seria de direito. Mais estranho, pesquisando aqui e ali, Tic descobre que o pai deixou a segurança do bairro na companhia de um rico advogado branco. O que não parece algo que ele faria normalmente.


A única pista é uma carta repleta de garranchos que identifica o lugar para onde Montrose teria ido, um destino familiar para um verdadeiro aficionado pela literatura pulp do começo do século XX, Arkham, o coração do Território Lovecraftiano. Com a ajuda de George, Atticus acaba descobrindo que a mítica Arkham na verdade é um sombrio povoado isolado chamado Ardham na zona rural da Nova Inglaterra.

É preciso abrir um parenteses e falar de George, o Tio de Atticus e meio-irmão mais velho de Montrose. Culto, inteligente e respeitado na vizinhança, George é o dono de uma pequena editora que publica livros para a comunidade negra, em especial o Guia para o Viajante Negro Cuidadoso. Quem viu o vencedor do Oscar 2018 "The Green Book" deve saber do que estamos falando. Até os anos 1970, livros de viagem com roteiros e recomendações para viajantes negros eram comuns nos Estados Unidos. Mais do que oferecer dicas de lugares onde se hospedar e encontrar restaurantes, o guia apontava cidades potencialmente perigosas com xerifes corruptos, policiais racistas e sedes da membros da KKK. Não por acaso, George está sempre fazendo pesquisas, atualizando o guia e pesquisando pelas estradas lugares onde um visitante negro pode parar sem correr perigo. O trabalho de George é importante, mas claramente o lança em jornadas perigosas uma vez que nem sempre ele sabe o que vai encontrar. Quando Atticus menciona que irá partir em busca do pai, George vê uma boa oportunidade de cair na estrada com ele e fazer uma sondagem dos povoados localizados entre Illinois e Massachusetts, ao menos até encontrarem Ardham.

Porém, antes de partir, Atticus tem a chance de se reconectar com suas raízes na comunidade local durante uma celebração do bairro. Nós acompanhamos o veterano de guerra dar uma volta pelo bairro na qual assiste um policial branco advertir crianças e terminar com a diversão delas fechando um hidrante. Logo em seguida ele lança um olhar de reprovação para um oficial de alistamento do exército que vende a ilusão de "conhecer o mundo e viver aventuras" para rapazes. Quando a noite cai, Atticus abre o mesmo hidrante e as crianças voltam a festejar. É uma espécie de "fuck you" para as autoridades, tão significativo quanto o gesto dele de mostrar o dedo médio ao deixar o racista estado do Alabama no início do episódio.

Toda a cena da celebração está lá para demonstrar que existe um refúgio para os problemas do dia a dia, para se aliviar de todo o preconceito e injustiça. Ao menos ali, é possível comemorar, rir , cantar e dançar. A festa também serve para introduzir duas personagens que serão importantes na trama: Letitia (Jurnee Smollett), que retorna à comunidade depois de uma longa ausência, exatamente à tempo de subir ao palco e cantar com sua irmã Ruby (Wunmi Mosaku). Letitia está falida e precisa de um teto onde possa se reestruturar. Ruby é bem direta, oferece duas noites no máximo e depois sugere que ela procure outro lugar para viver.


Na manhã seguinte, Atticus e George estão se preparando para partir na sua jornada, e Letitia, amiga de infância de Tic acaba se juntando a eles. Seu objetivo é parar no meio do caminho na casa de seu irmão Marvin e tentar a sorte por lá. E assim nosso trio de viajantes acaba se formando.

A história prossegue então de forma rápida com clips da road trip que inclui algumas paradas no caminho e paisagens belíssimas no meio da viagem. Cada local importante que o grupo chega é introduzido por um cartão com o nome da cidade sobre um mapa rodoviário.

Mas é claro, a jornada acaba se mostrando tão ou até mais perigosa do que os três poderiam supor. Em uma parada num restaurante de beira de estrada, eles descobrem que o lugar, supostamente seguro para fregueses negros, foi incendiado por racistas e que o novo dono não está nem um pouco interessado nesse tipo de clientela. Eles descobrem à tempo que não são bem vindos e precisam fugir perseguidos por um bando armado. A perseguição marcada por um feroz tiroteio termina abruptamente quando um misterioso automóvel prateado se interpõe num cruzamento rodoviário provocando um estranho incidente que faz os perseguidores voarem pelos ares. Após a violenta colisão uma mulher loira sai do carro para ver o resultado de sua intromissão. Ela observa os três fugirem em velocidade satisfeita.

Mas a verdadeira ameaça ainda está para ser apresentada. Na primeira parada, na casa do irmão de Letitia, eles ficam sabendo sobre o temido xerife de Devon County, lugar que eles precisam cruzar à caminho de Ardham. O nome do sujeito é Eustace Hump, um "ex-marine" de expressão maníaca e afeito de jogos especialmente sádicos. Ele é ainda supostamente o responsável por uma série de desaparecimentos na região. Além disso, o irmão também os coloca à par da estranha história do condado, fundado por caçadores de bruxas que detestam qualquer pessoa vinda de fora. Letitia acaba brigando com o irmão e não consegue ficar lá, o que a obriga a seguir viagem com Tic e George.

No dia seguinte, enquanto buscam uma sinalização que os ajude a encontrar a estrada que conduz à Ardham, o grupo acaba esbarrando no Xerife. O episódio consegue justapor o surgimento de Hump com a descrição de Atticus para um Shoggoth, um dos monstros mais temidos da mitologia Lovecraftiana, "uma bolha de escuridão com centenas de olhos". No exato momento que ele se refere à criatura, o carro do xerife aparece atrás deles como quem sugere: "que importa esse monstro fictício, se o monstro real acaba de chegar"?


O encontro com o homem que representa a Lei e a Ordem no Condado de Devon é assustador. Ele provoca Tic e o apressa a deixar os limites do município antes do por do sol, já que o lugar está sob toque de recolher e qualquer pessoa de cor encontrada nas estradas depois desse horário estará infringindo a lei. O tom de ameaça é bem claro: ou deixam os limites de Devon até o por do sol, ou vão sofrer as consequências. Com isso temos quase três minutos de uma corrida alucinada mas dentro dos limites de velocidade (para não serem parados pelo policial sádico) no qual o carro sofre, ofega e se move lentamente pela estrada em direção à divisa do condado.

Por um instante não se sabe se eles vão conseguir ou não, mas logo fica claro que mesmo conseguindo, isso pouco importa. As regras estabelecidas não estão lá para serem justas, já que mesmo vencendo eles não vão poder ir embora. O Xerife e seus delegados dizem que estão à procura de ladrões e dispostos a jogar a culpa de roubos nas costas do trio.

Mas estamos no Território Lovecraft e nesse lugar escuro e assombroso, coisas terríveis espreitam no coração da floresta. Lembram que pessoas sumiram estranhamente nessa região? Pois bem, parece que nem todos os sumiços são obra do Xerife afinal de contas - Criaturas bizarras semelhantes a ursos ou feras que remetem aos próprios Shoggoth se lançam sobre os policiais em uma orgia brutal de sangue, desmembramento e selvageria. Com a maioria dos delegados mortos, os sobreviventes que incluem o trio, o Xerife e um dos subordinados conseguem se esconder numa cabana. Enquanto isso, George percebe que as criaturas tem aversão à luz. Como no carro eles carregam sinalizadores, alguém precisa deixar a relativa segurança do refúgio e ir até a estrada buscá-los. Termina que Letitia é obrigada a fazer isso sob a mira da espingarda do Xerife. Enquanto ela corre para a estrada em um sprint digno de 100 metros rasos, o Xerife que foi mordido sofre uma bizarra transformação na qual vira uma das medonhas criaturas. E a primeira vítima é seu delegado! HOLLY SHIT e dá-lhe sangue!

A situação parece irreversível, mas Letitia enfim consegue retornar com o automóvel, jogando o veículo com faróis ligados na cabana à tempo de salvar seus amigos e expulsar a coisa que um dia foi o Xerife. Do lado de fora vários dos monstros se reagrupam ameaçadoramente, se preparando para um novo ataque, mas então um apito misterioso rompe a noite espantando as criaturas.

Sim a sequência é cheia de sangue, excessos e exageros, mas extremamente bem construída e com doses cavalares de suspense. Mas no melhor estilo PULP, precisamos ainda de um Cliffhanger. Quando amanhece e o sol brilha, o grupo enfim deixa a floresta e adentra o povoado de Ardham. O trio, perplexo com a experiência e ainda coberto de sangue bate à porta de uma mansão que corresponde ao endereço da carta remetida por Montrose. Quem abre a porta é um sujeito loiro que sorridente dá às boas vindas a Atticus: "Nós estávamos esperando você Sr. Freeman... seja bem vindo à sua casa".


E assim termina o primeiro episódio de Lovecraft Country.

Se eu gostei do primeiro episódio? Sim! Confesso que eu estava com uma expectativa baixa a respeito da série, mas acredito que ela conseguiu equilibrar crítica social com um perfeito clima de aventura PULP. Tem seus deslizes? Tem, mas os méritos são muito maiores.

Ainda é cedo para dizer se Lovecraft Country vai ser capaz de manter esse ritmo vertiginoso e entregar semana após semana, ao longo de seus 10 episódios, histórias tão empolgantes quanto essa. Mas esse primeiro episódio se mostrou extremamente promissor.

CURIOSIDADES  

- A narração na cena do sonho que fala de toda criança nos anos 1950 deseja ser um jogador de Baseball é um trecho retirado do filme "The Jackie Robinson Story". Jackie Robinson entrou para a história do esporte nos Estados Unidos por ser o primeiro jogador negro a participar da Liga de Baseball. Jogando pelo Brooklyn Dodgers com o icônico número 42, ele consegui integrar o exclusivo Hall of Fame que reúne os melhores do país no final da década de 1940. Não por acaso Robinson era considerado um exemplo e um herói para a comunidade negra nos Estados Unidos.


- Uma vez que Robinson esteve ativo na Liga de 1947 a 1956, é de se supor que ele tenha sido um herói para o jovem Atticus. No sonho, Jackie é responsável por "liquidar" ninguém menos que o Grande Cthulhu com um golpe de seu taco de Baseball, salvando Atticus. É claro, Cthulhu consegue reformar seu corpo (como acontece no conto "The Call of Cthulhu"), mas o desfecho do embate entre o Grande Antigo e o Craque de Baseball não termina pois Atticus desperta antes.

- Jamie Chung faz o papel da Princesa Marciana na sequência do Sonho. Iniciada com "Uma Princesa em Marte" em 1917 a Saga de Barsoon que apresenta o herói John Carter foi escrita por Edgard Rice Burroughs. Nas histórias, Carter é um oficial confederado que acaba transportado para Marte onde se envolve com alienígenas e uma revolução no Planeta Vermelho. Entre as raças de marcianos, uma delas é composta por indivíduos de pele vermelha, como a Princesa que aparece nessa sequência.


- Aparentemente, a mesma atriz foi responsável pela voz da personagem sul-coreana, provavelmente um interesse romântico de Atticus nos tempos da Guerra. Essa personagem não existe no livro, mas tudo leva a crer que ela irá aparecer em outros episódios.

- O livro de H.P. Lovecraft que aparece brevemente nas mãos de Atticus e que pertence à coleção de George tem como título "The Outsider and Other Stories". Essa foi a primeira antologia de contos escritos por Lovecraft publicado postumamente pela Arkham House mo ano de 1939. O livro teve uma tiragem de 1268 cópias e foi publicado até 1944, quando deixou de ser editado. As histórias desse volume foram selecionadas por August Derleth e Donald Wandrei e incluíam vários trabalhos importantes do autor publicados na Weird Tales e reunidos então, pela primeira vez.


- A Família de George é introduzida de uma maneira muito bacana. Os pais em um momento de intimidade e a filha na cozinha desenhando. A esposa de George, Hipolytta (nome da Rainha das Amazonas, interpretada por Aunjanue Ellis) sempre desejou ser astrônoma, como vamos descobrir em breve, enquanto sua filha Diana (filha da Rainha e ninguém menos que a identidade secreta da Mulher Maravilha, interpretada Jada Harris) desenha e escreve histórias em quadrinhos para o pai ler nas suas viagens. No livro, Diana, ou Dee, é um menino chamado Horace, igualmente talentoso e que protagoniza uma das últimas narrativas.

- As histórias que Dee escreve tem como título “The Interplanetary Adventures of Orithyia Blue” (As Aventuras Interplanetárias de Orithyia Blue) e são estreladas por uma heroína pulp cuja imagem é inspirada na sua mãe.


- Apesar de sua aparente felicidade familiar, George parece esconder algum segredo. Em determinado momento, ele apanha a fotografia de uma mulher que ele carrega consigo na carteira. Observandoa fotografia e comparando com a que estava guardada no livro "O Conde de Monte Cristo" que pertence a Montrose podemos concluir que se trata de sua esposa, a mãe de Atticus. Será que George teve um caso com ela no passado? E mais, será que George é na verdade pai de Atticus?


- Durante a viagem em direção à Nova Inglaterra, há um trecho do que parece ser um debate transmitido pelo rádio que os personagens estão ouvindo. Na realidade, o trecho pertence a um debate ocorrido em 1965, envolvendo o ativista negro James Baldwin e o autor conservador William F. Buckley. Nesse debate Baldwin diria as famosas palavras "O Sonho Americano foi construído às custas do Americano Negro". Apesar do debate ocorrer anos mais tarde ele foi inserido como contexto para a viagem e as imagens da sequência.

- As cenas de perseguições de carro são excelentes. A primeira envolve um acidente bizarro, motivado pelo automóvel prateado de luxo. O automóvel prateado (um caríssimo Bentley S1) se interpõe entre o carro dirigido por Letitia e seus perseguidores e um tipo de "barreira invisível" parece simplesmente repelir a caminhoneta lançando-o longe. Quem prestou atenção na cena percebe que não há uma colisão e sim algum tipo de efeito que repele o carro.

 - Já o carro de George é um Packard Station Sedan de 1948, com painéis de madeira nas laterais que lhe valem o apelido de Woody (madeirinha). Carros como esse eram apelidados de "carroças de estrada" não apenas por terem os detalhes em madeira como as antigas carroças usadas pelos pioneiros na conquista para o oeste, mas por contarem com um espaço interno para acomodar até 8 pessoas em seu interior. Woody é o carro de estimação de George e mostra que ele possui recursos financeiros que vão muito além da maioria de seus vizinhos da comunidade. Um carro desses custava pelo menos 3 mil dólares, um valor bastante alto para a época.   


- O título do episódio se refere às famosas "sundown towns", cidades ou vilarejos que não permitiam a estadia de negros depois do por do sol. As pessoas não brancas não podiam pernoitar ou estar nos limites da cidade após o horário definido. Até meados dos anos 1960, esses lugares mantinham leis municipais que impunham esse toque de recolher. concedendo aos xerifes o direito de prender ou alvejar os que desafiavam a norma.


- As criaturas que vivem na Floresta e atacam os personagens no final do episódio não possuem uma associação aparente com seres dos Mythos de Cthulhu. Embora eles sejam chamados de Shoggoth em determinado momento e produzam um estranho ruído que pode ser reminiscente do som tradicional descrito no conto Montanhas da Loucura (Tikili-li) a aparência é muito diferente. Uma possibilidade é que as criaturas sejam Ghasts, monstros humanóides apresentados no conto "The Dream Quest of Unknown Kadath", contudo apesar de ghasts detestarem luz, a mordida deles não causa uma contaminação que incide em transformação. No livro eles são descritos como seres grandes de aspecto brutal, do tamanho de ursos e igualmente ferozes.


- O misterioso apito ouvido quando as criaturas se preparavam para atacar parece ter sido usado deliberadamente para afastar as criaturas. Se esse for o caso, fica claro que alguém é capaz de comandar esses seres e detém sobre eles algum tipo de comando.

Bom é isso pessoal...

Semana que vem tem mais.

5 comentários:

  1. Olá pessoal. Sempre bom ler os textos de vocês. Sabem quando eles chegam a Ardham no final do episódeo? Achei que eles iriam encontrar o Sutter Cane lá, kkkkkkkk

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  2. Muito bom o conteúdo! vai fazer review episodio por episodio?

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  3. A princípio é a ideia. Enquanto existir interesse pretendo manter esses recaps

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  4. Legal sim sua review! Gostaria que tivesse dos outros episódios! Vim direto para o melhor blog do mundo para ver a respeito. Me parece a primeira vista, é que a séria tenta chamar todos os fãs da obra do HP de racistas e jogar na cara deles que ele era um intolerante assim como vários outros escritores famosos tbm eram mas até aí ngm comenta... a frase de que "Passamos tanto tempo amando historias que não nos correspondem" É genial, mas fica muito pequena quando comparada a outras tristes verdades do nosso mundo real e até do título da série que amarra muita coisa, e em termos de abordagem da serie a graça desaparece pra mim pois não é algo sobre mythos e sim sobre "racismo". Mesmo com um promissor conteúdo de horror ali é como dizer que o george lucas (pessoa) era nazista ou que tolkien (pessoa) era especista, o que de fato não muda muito a visão da sua obra. Ou será que muda? quando vc diz que ama o Vader! Melhor vilão ever... pois é! Até que ponto estamos exaltando uma personificação do império nazista? Humanidade é um assunto delicado. Embora de fato as pessoas podem vir a se importar mais com a vida de uma pessoa do que com sua obra, o bom é que elas AINDA podem escolher como interpretar a obra, e isso faz toda a diferença. Mas uma ótima review sem dúvida!

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  5. A serie está fantástica, a descrição perfeita! na espera da sequencia.

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