O que não falta no mundo são estórias de bichos papões criados para assustar as crianças e fazer com que elas se comportem.
Até o início do século XX, parecia uma obsessão dos pais inventar monstros e dizer para os filhos coisas como "seja bonzinho senão, o bicho vem te pegar". O pior é que o fenômeno estava presente em todo o mundo: pais atribuíam a bichos papões o papel de punir as crianças levadas. Quem nunca ouviu a cantiga "boi da cara preta pega esse menino que tem medo de careta" ou "Dorme neném ou a Cuca vem te pegar"?
A maioria das crianças e adultos nas terras geladas da Islândia conhece a lenda de um bicho papão chamado Grýla. Sua estória vem assustando meninos e meninas há séculos, fazendo com que aquelas que não se comportam sintam-se ameaçadas, já que esse monstro tem predileção por devorar as crianças levadas.
Eu nunca tinha ouvido falar da Grýla, mas nesse Natal recebi várias mensagens no facebook falando a respeito dela. Por alguma razão, diversos amigos das redes sociais, correram para me enviar a imagem medonha que está no alto desse artigo. Para não ficar no vácuo, já que não conhecia essa lenda resolvi dar uma pesquisada a respeito dela.
Eis aqui o que descobri:
A lenda é muito antiga e atravessa séculos.
Hoje em dia, a estória foi amenizada e deixou de ser tão chocante, mas quando ela foi criada, o horror parecia muito verdadeiro e as crianças ficavam realmente aterrorizadas com a possibilidade de serem visitadas ou pior devoradas pela criatura.
A Grýla é um predador que está sempre em busca de crianças que desobedecem os pais. Acredita-se que ela seja um tipo de troll, mas sua aparência sugere que ela seja uma mistura de uma mulher muito feia, de um troll e de vários animais selvagens.
É muito difícil traçar a origem da lenda, a palavra Grýla se assemelha ao termo norueguês gryle que significa rosnado o que se encaixa bem no perfil do monstro com seus modos ferozes. O nome Grýla também pode ser traduzido como "aquela que aterroriza", o que também funciona muito bem já que o monstro é uma criatura por si só, aterrorizante.
As lendas mais recorrentes afirmam que a Grýla possui o sangue dos trolls correndo em suas veias. O passatempo favorito dela é rastrear crianças travessas que ela considera deliciosas. Ela encontra suas vítimas através do faro e parece ser capaz de detectar a localização exata de uma criança que mente para seus pais, que bate em seus irmãos ou que não se comporta da maneira esperada. Aparentemente o monstro é capaz de sentir o cheiro da travessura, já que, segundo a lenda, ela perde o faro se a criança de alguma forma se arrepende e conta aos seus pais o que fez de errado. Além de perder o cheiro, a Grýla não é capaz de devorar uma criança que se arrepende. Supostamente, o gosto desta passa a ser terrível.
As lendas dizem que a Grýla foi casada duas vezes antes de se juntar com seu atual marido. Cada um dos seus maridos, todos eles trolls, eram extremamente preguiçosos e cabia a ela sustentá-los trazendo para casa comida e bebida. Não se sabe ao certo quantos filhos Grýla teve com seus maridos imprestáveis, alguns dizem que foram oito, outros treze, e outros ainda afirmam que foram mais de vinte. Um trecho particularmente pavoroso diz que os dois últimos filhos da troll, nascidos gêmeos, morreram ainda bebês, mas que ela continuou criando-os como se estivessem vivos, mantendo-os em um berço. A Grýla não se conformava em vê-los cada vez mais magros e tentava trazer comida para que eles se alimentassem. Com seu último marido, a Grýla concebeu os Rapazes de Yule, trolls que eram obrigados a distribuir presentes para crianças durante o Natal.
Com o tempo, a Grýla também passou a ser associada com as festas natalinas. Ela é uma versão medonha da crença de que apenas crianças comportadas merecem receber presentes na noite de Natal. Em algumas estórias, os filhos da troll, os Rapazes de Yule, avisam a mãe quando encontram uma criança especialmente travessa. Uma vez sabendo onde encontrá-la, Grýla ia visitá-la naquela mesma noite. Na Islândia existe a tradição de se deixar um sapato na porta da casa na noite de Natal, para que os Rapazes Yule coloquem dentro dele um presente ou um doce. Crianças travessas entretanto, podem receber um pedaço de carvão ou uma batata por não terem se comportado. Em versões ainda mais terríveis, o pé de uma criança travessa podia ser achado dentro do sapato.
Há muitos livros onde a Grýla figura como um personagem importante além de inúmeros poemas e versos que foram escritos a respeito dela. Em geral ela é descrita como um monstro grotesco, com chifres, cascos fendidos e presas animalescas, olhos vermelhos injetados ou amarelos brilhantes, além de ter dentes apodrecidos. Outras fontes dizem que ela é apenas uma velha cadavérica, magra e pavorosa.
Até onde se sabe, a primeira menção a Grýla data de um poema escrito por um padre chamado Guðmundur Erlendsson que nasceu em 1570. Nesse poema, ela é apresentada como um troll assustador que se delicia comendo a carne de crianças, partindo seus ossos para chupar o tutano e estalando os lábios ruidosamente após terminar uma refeição. Seu método preferido de servir uma criança é fervendo-a em um caldeirão até a carne se soltar dos ossos, bem tenra e macia. O poema parece buscar inspiração em outro troll do folclore islandês, a Snorra-Eda, um monstro canibal do século XIII. No poema de Guðmundur, a Grýla é um monstro de pele cinzenta escamosa, muito alta e magra, com uma fome interminável. Ela tenta entrar em casas onde moram crianças, e é repelida por músicas natalinas e orações. Segundo a lenda ela costuma aparecer mais cedo antes da ceia, implorando por pão ou doces para que possa levar para suas crianças que passam fome. Na verdade, isso não passa de um truque, já que tudo que a Grýla quer é descobrir se crianças vivem na casa. Se alguém dá a ela algo para comer, ela guarda em sua bolsa, mas jamais divide com sua família.
De volta aos tempos em que os pais usavam bichos papões para assustar seus filhos, era comum dizer que a caverna que servia de covil para a Gryla ficava próxima de suas casas. Dessa forma, diziam que o monstro podia ouvir as crianças e sentir o cheiro de suas travessuras. No final do poema de Guðmundur as crianças que se comportavam mal, acabavam pedindo desculpas aos seus pais e se arrependendo das suas travessuras bem à tempo de evitar que a troll as devorasse.
Em uma lenda do século XVI, a Grýla é apresentada como uma velha ossuda que vaga em um vestido velho e puído pelas aldeias do interior da Islândia. Ela pergunta se pode descansar no celeiro e fica escondida ali espionando as famílias em busca de possíveis vítimas. Ao farejar uma travessura, ela chama a criança para perto do celeiro com a promessa de que vai lhe dar um doce. Ao invés disso, a agarra e joga dentro de um grande saco de couro. Em seguida ela vai embora carregando o saco jogado sobre as suas costas, tomando o caminho de sua casa apressada para o preparativos da sua ceia.
Nessa versão, a Grýla aparece sempre apressada com a boca salivando enquanto se dirige para seu covil. Ela mente para os pais das crianças desaparecidas, dizendo que não as viu e nada sabe sobre seu paradeiro. As pobres crianças dentro do saco não conseguem pedir ajuda e acabam sendo devoradas. Em algumas regiões da Islândia existe a crença de que facas são objetos que dão sorte, pois com elas é possível cortar o fundo do saco e escapar do troll faminto.
O famoso poema de Jóhannes Kötlum trata da Grýla sob uma ótica diferente, ela parece uma mulher velha e amargurada que não consegue comida e por isso recorre ao canibalismo para garantir a sobrevivência de sua família. Ela é não é um monstro maligno, ao invés disso parece mais com uma bruxa faminta e louca. É no poema de Kötlum que surge a primeira menção ao companheiro do monstro, o assustador felino que a acompanha, o Gato de Yule.
O gato seria uma fera tão terrível quanto a sua dona: grande, preto e com olhos de fogo. Ele trança nas pernas das crianças quando estas tentam escapar do covil e faz com que elas acabem caindo no chão. Nas figuras da época, o gato aparece sempre com um aspecto perverso, seus dentes desproporcionais e afiados como lâminas. O gato é o guardião da caverna onde Grýla vive, ninguém entra na caverna sem que o felino perceba e dê sinal. Em algumas estórias, o felino parece tão maligno quanto sua dona, desejando uma fatia suculenta da carne das crianças capturadas.
Em uma obra do século XVIII, A Estória de Augasteinn, o Gato de Yule é enviado por sua ama para espionar fazendas onde vivem crianças. O gato, capaz de falar, seduz as crianças e as compele a se comportar mal prometendo a elas presentes caso se tornem mal educadas e respondonas. Quando a mãe de uma das crianças pergunta de onde veio o gato, ele rosna e avança, arranhando-a antes de fugir pela janela. Nessa mesma fábula, a Grýla tem de amarrar o Gato de Yule do lado de fora da sua caverna porque ele é "tão ruim e feroz, que mesmo os trolls morrem de medo dele". Grýla temendo que o gato devore um dos seus filhos o coloca do lado de fora e só o solta quando ele promete que vai procurar uma criança gordinha para dividir com sua senhora.
No Stafrófskver (Livro do Alfabeto) de Jónas Sveinsson que foi escrito em 1873, Grýla surge sozinha, sem o terrível gato, mas com feições mais demoníacas do que nunca. Ela é descrita como uma bruxa de cabelos compridos e grisalhos, pele escamosa, orelhas de abano e dentes acavalados. A cabeleira é tão suja e oleosa que mais parece a crina de um cavalo. Seus dentes são tão grandes que ela não é capaz de fechar a boca. Nas costas ela carrega uma corcunda enorme que a faz andar coxeando. Não bastasse a figura assustadora, o troll ainda carregava pedaços de crianças mutiladas pingando sangue. Essa versão da Grýla ficou tão tenebrosa que nas edições posteriores do livro a imagem foi censurada para não chocar demasiadamente o público infantil.
No início do século XX, a lenda começou a sofrer algumas alterações, a Grýla deixou de ser um monstro magro quase cadavérico, passando a ser retratada como uma mulher obesa, sem os traços peculiares de um troll, mais condizente com a imagem de uma bruxa clássica. Em seu ombro o Gato de Yule assumia a forma de um tipo de familiar com uma expressão maligna. O nariz muito fino e as mãos ossudas terminando em garras avermelhadas. Seu vestido era preto como uma camisola de viúva e seus sapatos tinham um bico quase pontiagudo. Seus olhos eram muito parecidos com os de seu animal de estimação.
As lendas dizem que a Grýla foi casada duas vezes antes de se juntar com seu atual marido. Cada um dos seus maridos, todos eles trolls, eram extremamente preguiçosos e cabia a ela sustentá-los trazendo para casa comida e bebida. Não se sabe ao certo quantos filhos Grýla teve com seus maridos imprestáveis, alguns dizem que foram oito, outros treze, e outros ainda afirmam que foram mais de vinte. Um trecho particularmente pavoroso diz que os dois últimos filhos da troll, nascidos gêmeos, morreram ainda bebês, mas que ela continuou criando-os como se estivessem vivos, mantendo-os em um berço. A Grýla não se conformava em vê-los cada vez mais magros e tentava trazer comida para que eles se alimentassem. Com seu último marido, a Grýla concebeu os Rapazes de Yule, trolls que eram obrigados a distribuir presentes para crianças durante o Natal.
Com o tempo, a Grýla também passou a ser associada com as festas natalinas. Ela é uma versão medonha da crença de que apenas crianças comportadas merecem receber presentes na noite de Natal. Em algumas estórias, os filhos da troll, os Rapazes de Yule, avisam a mãe quando encontram uma criança especialmente travessa. Uma vez sabendo onde encontrá-la, Grýla ia visitá-la naquela mesma noite. Na Islândia existe a tradição de se deixar um sapato na porta da casa na noite de Natal, para que os Rapazes Yule coloquem dentro dele um presente ou um doce. Crianças travessas entretanto, podem receber um pedaço de carvão ou uma batata por não terem se comportado. Em versões ainda mais terríveis, o pé de uma criança travessa podia ser achado dentro do sapato.
Há muitos livros onde a Grýla figura como um personagem importante além de inúmeros poemas e versos que foram escritos a respeito dela. Em geral ela é descrita como um monstro grotesco, com chifres, cascos fendidos e presas animalescas, olhos vermelhos injetados ou amarelos brilhantes, além de ter dentes apodrecidos. Outras fontes dizem que ela é apenas uma velha cadavérica, magra e pavorosa.
Até onde se sabe, a primeira menção a Grýla data de um poema escrito por um padre chamado Guðmundur Erlendsson que nasceu em 1570. Nesse poema, ela é apresentada como um troll assustador que se delicia comendo a carne de crianças, partindo seus ossos para chupar o tutano e estalando os lábios ruidosamente após terminar uma refeição. Seu método preferido de servir uma criança é fervendo-a em um caldeirão até a carne se soltar dos ossos, bem tenra e macia. O poema parece buscar inspiração em outro troll do folclore islandês, a Snorra-Eda, um monstro canibal do século XIII. No poema de Guðmundur, a Grýla é um monstro de pele cinzenta escamosa, muito alta e magra, com uma fome interminável. Ela tenta entrar em casas onde moram crianças, e é repelida por músicas natalinas e orações. Segundo a lenda ela costuma aparecer mais cedo antes da ceia, implorando por pão ou doces para que possa levar para suas crianças que passam fome. Na verdade, isso não passa de um truque, já que tudo que a Grýla quer é descobrir se crianças vivem na casa. Se alguém dá a ela algo para comer, ela guarda em sua bolsa, mas jamais divide com sua família.
De volta aos tempos em que os pais usavam bichos papões para assustar seus filhos, era comum dizer que a caverna que servia de covil para a Gryla ficava próxima de suas casas. Dessa forma, diziam que o monstro podia ouvir as crianças e sentir o cheiro de suas travessuras. No final do poema de Guðmundur as crianças que se comportavam mal, acabavam pedindo desculpas aos seus pais e se arrependendo das suas travessuras bem à tempo de evitar que a troll as devorasse.
Em uma lenda do século XVI, a Grýla é apresentada como uma velha ossuda que vaga em um vestido velho e puído pelas aldeias do interior da Islândia. Ela pergunta se pode descansar no celeiro e fica escondida ali espionando as famílias em busca de possíveis vítimas. Ao farejar uma travessura, ela chama a criança para perto do celeiro com a promessa de que vai lhe dar um doce. Ao invés disso, a agarra e joga dentro de um grande saco de couro. Em seguida ela vai embora carregando o saco jogado sobre as suas costas, tomando o caminho de sua casa apressada para o preparativos da sua ceia.
Nessa versão, a Grýla aparece sempre apressada com a boca salivando enquanto se dirige para seu covil. Ela mente para os pais das crianças desaparecidas, dizendo que não as viu e nada sabe sobre seu paradeiro. As pobres crianças dentro do saco não conseguem pedir ajuda e acabam sendo devoradas. Em algumas regiões da Islândia existe a crença de que facas são objetos que dão sorte, pois com elas é possível cortar o fundo do saco e escapar do troll faminto.
O famoso poema de Jóhannes Kötlum trata da Grýla sob uma ótica diferente, ela parece uma mulher velha e amargurada que não consegue comida e por isso recorre ao canibalismo para garantir a sobrevivência de sua família. Ela é não é um monstro maligno, ao invés disso parece mais com uma bruxa faminta e louca. É no poema de Kötlum que surge a primeira menção ao companheiro do monstro, o assustador felino que a acompanha, o Gato de Yule.
O gato seria uma fera tão terrível quanto a sua dona: grande, preto e com olhos de fogo. Ele trança nas pernas das crianças quando estas tentam escapar do covil e faz com que elas acabem caindo no chão. Nas figuras da época, o gato aparece sempre com um aspecto perverso, seus dentes desproporcionais e afiados como lâminas. O gato é o guardião da caverna onde Grýla vive, ninguém entra na caverna sem que o felino perceba e dê sinal. Em algumas estórias, o felino parece tão maligno quanto sua dona, desejando uma fatia suculenta da carne das crianças capturadas.
Em uma obra do século XVIII, A Estória de Augasteinn, o Gato de Yule é enviado por sua ama para espionar fazendas onde vivem crianças. O gato, capaz de falar, seduz as crianças e as compele a se comportar mal prometendo a elas presentes caso se tornem mal educadas e respondonas. Quando a mãe de uma das crianças pergunta de onde veio o gato, ele rosna e avança, arranhando-a antes de fugir pela janela. Nessa mesma fábula, a Grýla tem de amarrar o Gato de Yule do lado de fora da sua caverna porque ele é "tão ruim e feroz, que mesmo os trolls morrem de medo dele". Grýla temendo que o gato devore um dos seus filhos o coloca do lado de fora e só o solta quando ele promete que vai procurar uma criança gordinha para dividir com sua senhora.
No Stafrófskver (Livro do Alfabeto) de Jónas Sveinsson que foi escrito em 1873, Grýla surge sozinha, sem o terrível gato, mas com feições mais demoníacas do que nunca. Ela é descrita como uma bruxa de cabelos compridos e grisalhos, pele escamosa, orelhas de abano e dentes acavalados. A cabeleira é tão suja e oleosa que mais parece a crina de um cavalo. Seus dentes são tão grandes que ela não é capaz de fechar a boca. Nas costas ela carrega uma corcunda enorme que a faz andar coxeando. Não bastasse a figura assustadora, o troll ainda carregava pedaços de crianças mutiladas pingando sangue. Essa versão da Grýla ficou tão tenebrosa que nas edições posteriores do livro a imagem foi censurada para não chocar demasiadamente o público infantil.
No início do século XX, a lenda começou a sofrer algumas alterações, a Grýla deixou de ser um monstro magro quase cadavérico, passando a ser retratada como uma mulher obesa, sem os traços peculiares de um troll, mais condizente com a imagem de uma bruxa clássica. Em seu ombro o Gato de Yule assumia a forma de um tipo de familiar com uma expressão maligna. O nariz muito fino e as mãos ossudas terminando em garras avermelhadas. Seu vestido era preto como uma camisola de viúva e seus sapatos tinham um bico quase pontiagudo. Seus olhos eram muito parecidos com os de seu animal de estimação.
Existem muitas outras lendas fora da Islândia que se assemelham a da Grýla e também são usadas com o intuito de assustar crianças. No folclore nórdico existem diversos monstros canibais que preferem a carne de crianças a qualquer outra. São trolls, ogres, anões e goblins que vivem dentro de cavernas e montanhas e só saem à noite para raptar crianças. J.R.R. Tolkien se apropriou de alguns desses Mitos para redigir sua mais famosa obra fantástica. No folclore da Finlândia existe a Ketthontla, um tipo de monstro com uma boca enorme que engole crianças inteiras. Assim como a Grýla, ela é servida por um felino inteligente e astuto que convence as crianças a acompanhá-lo até o esconderijo de sua ama. Nas Ilhas Shetland e Orkney conta-se a lenda de Kit Huntling um tipo de monstro feminino de aparência grotesca que gosta de devorar ovelhas, mas que não se furta ao prazer de comer criancinhas se conseguir colocar suas mãos em uma delas. Na Alemanha temos a Bertha, uma mulher gorda e grosseira que anda de vila em vila, pedindo a crianças que a acompanhem até a floresta para mostrar um determinado caminho. Bertha promete a seus jovens guias um presente, mas quando chega ao centro da floresta escancara sua bocarra e as engole por inteiro. A nossa Cuca, é uma lenda da Península Ibérica que viajou até o Brasil colonial, trazido por colonos que realmente acreditavam na existência de uma bruxa feiosa que cozinhava crianças num caldeirão.
Em outros tempos, aparentemente a maneira mais fácil de passar uma mensagem era aterrorizando as crianças. Outros tempos, realmente, que felizmente não voltam mais.
Em outros tempos, aparentemente a maneira mais fácil de passar uma mensagem era aterrorizando as crianças. Outros tempos, realmente, que felizmente não voltam mais.