domingo, 28 de agosto de 2016

Projeto Blue Book - Os Segredos do Universo segundo um ser alienígena


A medida que o tempo passa nós podemos apenas refletir a respeito de como a humanidade vem transformando o planeta e no que estamos nos transformando. O que nos aguarda como espécie no futuro?

Será que as dramáticas transformações no meio ambiente virão nos assombrar em um futuro distante? Será possível que nossa intromissão no clima e nas questões ecológicas já causaram danos irreversíveis? E o que dizer de guerras nucleares que podem transformar o planeta em um deserto estéril? Não parece ser uma questão de "Se", mas de "Como" esse envolvimento irá nos transformar em algo diferente do que somos hoje.

Um fantástico vídeo surgiu essa semana e vem se tornando viral na internet despertando a curiosidade e interesse de todos.

Nele temos o que se alega ser uma entrevista com um ser alienígena, identificado como EBE-3 (Extraterestrial Being número 3), conduzida numa Base nos Estados Unidos no ano de 1964. Um projeto ultra-secreto de pesquisa e análise de vida extraterrestre, patrocinado pela Força Aérea (US Air Force), o chamado Blue Book (Projeto Livro Azul) parece ser o responsável pela filmagem.

O documento no início da filmagem tem como número 220675, uma numeração de código correta, usada pela Força Aérea para designação de material especial, leia-se, que não pode ser divulgado. A entrevista é conduzida no mês de Junho e marcada como secreta. 

Há outros detalhes interessantes no documento no início do vídeo, com números e letras onde pode-se ler MAJ 12 SO, EBE-3.

MAJ 12 SO parece se referir ao departamento "Majestic 12 Special Office" uma divisão secreta organizada com o objetivo de estudar, classificar e coletar informações a respeito de seres extraterrestres. Fundada em setembro de 1947 pelo então presidente Harry Truman, Majestic 12 (Maj-12) congregava indivíduos importantes na área científica, militar e de inteligência. Esse Departamento respondia apenas ao Presidente  e deveria controlar toda informação relacionada ao Fenômeno OVNI bem como proceder na análise de veículos alienígenas acidentados ou derrubados pelas forças armadas. 


Oficialmente MAJ12 deveria ser um departamento autônomo, mas ele acabou ficando sujeito ao Conselho de Segurança Nacional com uma proximidade da Força Aérea Americana, em virtude da necessidade técnica da Aeronáutica para realização das missões. A principal base do MAJ12 estaria localizada na Área 51, uma instalação de segurança máxima para onde seriam levados todos itens recuperados de aterrizagens ou abates, além é claro de corpos e sobreviventes. 

Maj 12 sempre foi uma lenda entre estudiosos do fenômeno UFO, uma vez que sua existência foi negada pelo governo dos EUA. Há suspeitas que o MAJ 12 possui o maior banco de dados existente a respeito de contatos alienígenas no mundo, além de toneladas de artefatos recuperados, e um número desconhecido de espécimes biológicos vivos ou mortos. Alguns presumem que o MAJ 12 e seres alienígenas capturados trabalhariam em conjunto no sentido de desenvolver tecnologia e avanço científico. Várias inovações tecnológicas dos dias atuais só teriam sido alcançadas graças ao auxílio destes seres e sua visão única de tecnologia muito à frente da nossa. 

A cooperação, designada Projeto Livro Amarelo, seria o resultado de uma pareceria entre cientistas terrestres e seres alienígenas. Estudiosos atribuem a essa interação o surgimento de elementos modernos como internet, celulares, televisão, armamentos, medicina e outros avanços expressivos nas últimas décadas. 

Segundo as informações que acompanhavam o vídeo, o alienígena que aparece na filmagem havia sido capturado após o abate de um veículo voador desconhecido realizado por dois caças F-5 da Marinha sobre o Colorado. Após derrubar o veículo voador em uma perseguição, órgãos da Força Aérea coligados ao MAJ 12 teriam feito o recolhimento dos destroços, bem como a apreensão de três criaturas - sendo uma delas morta, uma bastante ferida e outra levemente ferida. Durante o translado das criaturas para a Área 51, no Novo México, uma das criaturas, a mais ferida acabou morrendo. A outra, que estava em boas condições foi escoltada até uma cela projetada especificamente pelo MAJ 12 para conter tais seres capturados. Após um exame extensivo de verificação física, o ser sobrevivente foi conduzido a uma outra cela para interrogatório.

Segundo informações, o ser alienígena foi mantido cativo por cinco dias. Esta é a única gravação encontrada até o momento sobre o incidente, mas um dos códigos do documento dá a entender que foram realizadas muitas outras entrevistas com o sobrevivente e que esta é apenas uma ínfima porção dos registros realizados. 


Todos os outros dados teriam sido ocultados pelo governo norte-americano por razões óbvias. Como essa gravação teria então vazado? Há boatos de que o trecho seja uma cópia não-autorizada ou então um resto de gravação que se extraviou em algum translado. Não há informações ainda de onde ela veio, mas suspeita-se que possa ter sido liberado junto com outros documentos cujo ato de sigilo expirou.  

A voz do ser alienígena é difícil de entender em alguns momentos, soando abafada. Podemos presumir que a comunicação verbal ou o idioma inglês seja uma modalidade pouco usada pela espécie em questão. Durante a entrevista,o alienígena menciona ter viajado milhares de anos luz até aqui. 

O alien declara ter vindo do futuro e que ele é um nativo do planeta, uma espécie de descendente da própria raça humana. "Viajar no tempo é como viajar no espaço" ele explica. Ele seria uma espécie de observador enviado para averiguar e estudar esse período da humanidade e compreender o que seus antepassados, ou seja, nós, fizemos. A destruição maciça do planeta em uma guerra nuclear em um futuro próximo, é de grande interesse na concepção desses seres.

Não é de hoje que existe uma teoria difusa de que os alienígenas que visitam a Terra ao longo das eras seriam de fato seres humanos de um futuro muito distante que evoluíram e conseguiram dominar o segredo da viagem temporal. Eles então viajariam ao passado da Terra com o intuito de compreender e estudar os acontecimentos de seu passado e como eles contribuíram para seu futuro. Uma das razões pelas quais eles não podem revelar sua existência seria justamente o fato de que qualquer intromissão em sua linha temporal traria graves repercussões para o futuro. Apesar de diferentes em aparência geral, a fisiologia destes alienígenas seria muito similar, quase idêntica a dos humanos atuais. Um exame genético apontaria incríveis similaridades e não deixaria dúvidas de que NÓS e ELES somos parentes muito próximos. 

Do futuro distante, o alienígena segue em seu relato, quase nos destruímos através de guerras vindouras causadas por divergências dogmáticas (política e religião). Essa destruição teria sido causada pelo uso extensivo de armamento nuclear bilateralmente, em um cataclismo que quase devastou o planeta. Tecnologia, segundo ele, constituiria um risco e uma grave ameaça.

Mais curiosa é a conversa metafísica do alienígena no que diz respeito a superstições e ao segredo da vida. Sua civilização havia superado a necessidade de superstições envolvendo divindades, algo natural quando você é capaz de compreender os segredos do Universo como um todo. "O que acontece quando nós morremos?", pergunta o entrevistador, ao que o alienígena responde de maneira categórica afirmando que tal coisa (a morte) não existe. A criatura submete a noção que sua espécie teria avançado além desses conceitos, compreendendo a existência de uma infinitude de universos, cada qual com suas propriedades físicas únicas. 

Infelizmente, a interessante conversa entre o alienígena e seu entrevistador dura apenas alguns minutos.

Assista aqui o vídeo da conversa na íntegra:

  
Claro, esse vídeo é um HOAX (por mais que eu queira acreditar que não seja).

As informações acima, coletadas em buscas e pesquisas em vários sites sempre vem acompanhadas de "poderia", "seria" e de "supostamente", visto que nada pode ser corroborado.

Entretanto, chama a atenção a notável qualidade da produção e principalmente do texto encenado. Não é o material simplório que se encontra normalmente em filmagens desse tipo, a discussão entre o "alien" e seu entrevistador possui momentos brilhantes, com temas controversos e ótimas sacadas. Quem fez isso sabe do que está falando.

Além de mindblowing em seus conceitos, o vídeo nos faz pensar a respeito de nosso futuro e do que nos aguarda como espécie. Um futuro que parece tão cinzento quanto o nosso amigo ali.

*     *     *

E é claro, eu não poderia deixar de destacar o potencial dessa filmagem como elemento de uma trama de Delta Green, esse fantástico RPG (primo de Call of Cthulhu), no qual agentes do governo se envolvem com conspirações e tramas assombrosas nas quais o fenômeno OVNI figura frequentemente.

Um grande jogo sem dúvida, que vale a pena ser conhecido.

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Indecifrável - Os Componentes Sobrenaturais do Caso Lam


Em um caso confuso e francamente bizarro como o da jovem Elisa Lam, é claro, que surgiriam outras teorias.

Foi sugerido que ela pudesse estar sob os efeitos de drogas, ainda que essa teoria é anulada pelo fato do exame toxicológico não ter revelado qualquer sinal de drogas ou álcool em seu organismo, e que Lam não tivesse qualquer histórico de uso de drogas ou álcool até então. Contudo o histórico do relatório assinado pelo legista que conduziu a autópsia parece estranho. Desde o dia em que o corpo foi encontrado, ele demorou quatro meses e muitos atrasos em prazos para finalmente liberar as informações, mesmo que tenha sido anunciado que os dados seriam liberados apenas uma semana após a realização das perícias. Além disso, as autoridades ligadas ao caso estavam muito anormalmente reticentes, evasivas e pouco cooperativas com a imprensa durante todo procedimento. No final, foi oficialmente anunciado que o corpo não apresentava indícios de trauma e nenhuma evidência concreta de crime ou de overdose de drogas.

A trágica morte de Elisa Lam foi tratada como um afogamento acidental, e foi apontado que ela chegou ao tanque de água por conta própria, possivelmente em decorrência de um estado mental de instabilidade, até que ela entrou ou caiu no interior do tanque, com o intuito de cometer suicídio. Também foi especulado que o tanque na ocasião deveria estar muito cheio e que ela afundou na escuridão, fazendo com que fosse impossível retornar à superfície, ainda que ela assim o quisesse.

Muito bem, mas a questão é por que as autoridades demoraram 4 meses para redigir uma peça que nada tem de surpreendente? Pelo que está escrito no relatório, nada ali deveria demorar mais do que uma ou duas semanas no máximo para ser determinado. O que teria levado o legista a atrasar suas conclusões? Além disso, o que fez com que a polícia tratasse o caso de maneira tão obscura? Não seria de se imaginar que um simples caso de suicídio pudesse gerar tamanha aura de segredo. 

Diversos hóspedes do quarto andar do Hotel Cecil, onde Lam estava hospedada, mais tarde disseram que a polícia conduziu entrevistas a respeito do dia em que ela desapareceu. Uma pergunta recorrente é se eles haviam visto ou ouvido sons estranhos na ocasião. Quando perguntados a respeito do que poderia ser categorizado como "estranhos", os entrevistadores exemplificaram como "gritos" e "sons de batidas". Além disso, perguntaram se APÓS a morte de Elisa eles teriam ouvido a mesma coisa.


Tudo isso fez com que alguns considerassem que talvez as autoridades estivessem encobrindo os fatos, e que uma possível conspiração buscasse acobertar certos fatos obtidos. Estas suspeitas foram reforçadas por alegações de que o vídeo liberado tinha sido de alguma forma manipulado. De fato, nos meses seguintes, com a repercussão do caso, alguns astutos detetives amadores consideraram que trechos do vídeo pareciam ter sido discretamente editados. Para alguns técnicos, a filmagem teria sido encurtada em pelo menos 30 segundos. Muitos afirmam que realmente existe um lapso de tempo que pode ser percebido no vídeo. Se isso é verdade, o que poderia haver no vídeo que levasse a polícia a editar e liberar apenas uma versão adulterada? O que eles estariam escondendo no trecho ausente? Ninguém realmente sabe.

Obviamente, com todos os elementos presentes: o acesso restrito à caixa d'água, o bizarro vídeo de segurança do elevador, o atraso na entrega do laudo de necrópsia, o estado mental da vítima na época de sua morte, todos esses detalhes parecem não se encaixar em um simples caso de suicídio. Outra peça de evidência que surgiu posteriormente foi uma filmagem de segurança de uma câmera no lobby do hotel. Esta mostra Elisa entrando no hotel e logo em seguida dois homens se dirigindo na mesma direção que ela. Um dos detetives que viu a filmagem a descreveu da seguinte forma:

"Nós podemos ver quando Elisa entra no Hotel e logo em seguida, dois homens parecem olhar na sua direção. Eles caminham rapidamente como se estivessem seguindo-a. Um dos sujeitos carrega uma caixa. Logo em seguida, Elisa segue para o elevador. Não conseguimos encontrar esses homens em nenhuma outra filmagem fornecida pelo Hotel. Com certeza eles não eram hóspedes, segundo os registros e ninguém lembra de tê-los visto antes ou depois da morte de Elisa".

Quem poderiam ser esses dois homens? Será que eles teriam algum envolvimento na morte de Elisa? Será que ela estava fugindo deles? Não há realmente uma evidência concreta que aponte para algo nesse sentido. Os homens parecem se mover na direção dela, mas nada comprova que seu intuito fosse segui-la, menos ainda fazer algum mal a ela. Para não causar comoção, as imagens jamais foram divulgadas, supostamente elas foram apagadas. No fim das contas, a principal peça de evidência filmada acabou sendo a cena filmada na cabine do elevador e o estranho comportamento dela, que muitos acreditam ser claramente um colapso nervoso.

Diante da inexistência de fatos e pistas concretas capazes de desvendar o que realmente ocorreu, algumas pessoas começaram a buscar explicações no Reino do Sobrenatural que pudessem explicar as circunstâncias dessa estranha morte. São teorias que vão do profundamente bizarro ao simplesmente esquisito, que sugerem a presença de algo que nós não podemos enxergar a não ser que afastemos nossos preconceitos. É claro, a maioria dessas teorias não passa de invenções distorcidas, mas em um caso estranho como o de Elisa Lam, quem pode dizer ao certo?


Em primeiro ligar, existem aqueles que defendem que Elisa não estava sofrendo de algum problema mental. Seus movimentos ritmados e gestos incomuns, captados pela câmera no elevador, seriam efeitos do ataque de uma força sobrenatural tentando possuir seu corpo. Médiuns cogitaram que Elisa estaria sob ataque de uma entidade psíquica, algo que ela poderia sentir, escutar ou mesmo ver. Isso explicaria seu comportamento categorizado como "estranho" pelos colegas que desistiram de compartilhar as acomodações com ela. Elisa segundo alguns falava sozinha, rezava alto (mesmo não sendo religiosa praticante) e por vezes parecia ter sustos repentinos. Alguns alardearam ainda a possibilidade dos sinais manuais serem algum tipo de proteção contra a presença de seres incorpóreos, que ela poderia estar realizando alguma espécie de passe de proteção ou sinal para afastar o mal.

Todas essas conjecturas e explicações sobrenaturais talvez não tivessem grande repercussão e soassem muito mais absurdos se não existisse um agravante no que diz respeito ao local onde tudo ocorreu. O Hotel Cecil tem uma longa reputação negativa, um passado movimentado e rumores obscuros em sua longa história. Para alguns é um lugar com uma poderosa carga negativa, para outros assombrado é o termo que vem à mente. 
  
O Hotel Cecil foi fundado originalmente nos anos 1920 como um hotel para homens de negócios e para uma clientela de trabalhadores temporários. Desde o início, o objetivo era abrigar indivíduos com um orçamento apertado que não poderiam se hospedar em lugares mais caros ou por muito tempo. Durante a Grande Depressão, quando muitos negócios foram arruinados, o Hotel sofreu bastante. Dizem que muitas pessoas hospedadas lá perderam o emprego e suas oportunidades, muitos haviam empenhado tudo na viagem para Los Angeles e ao receber as notícias de que haviam perdido o emprego, entraram em desespero. É fato que muitos hóspedes cometeram sicídio nas dependências do Hotel, banheiras eram muito usadas para isso, mas alguns simplesmente saltavam pela janela se estatelando no pátio de concreto que hoje serve de estacionamento. 

Em uma ocasião, Pauline Otton, uma hóspede de 27 anos, se lançou pela janela de seu quarto no nono andar atingindo um transeunte chamado George Gianinni, os dois morreram imediatamente. Além desses suicídios, uma das clientes recorrentes do Hotel foi assassinada nas dependências. Uma mulher conhecida como "Pigeon Goldie" Osgood, assim apelidada por gostar de alimentar os pombos em um parque próximo, foi encontrada morta em seu quarto depois de ter sido surrada, estuprada, esfaqueada e estrangulada, não necessariamente nessa ordem. Nenhum culpado foi encontrado e o assassinato permanece sem solução até os dias atuais. O mais incrível é que apesar das paredes serem finas e qualquer ruído no quarto vizinho poder ser ouvido com clareza, ninguém escutou nada, nem mesmo um pedido de socorro ou ruído incomum. O corpo de Osgood só foi encontrado dias depois, em decorrência do fedor de putrefação que já se espalhava pelo andar.


Com tudo isso, a clientela do Cecil foi decaindo, a medida que o próprio hotel se deteriorava atraindo grupos de vagabundos, indigentes e criminosos interessados em acomodações baratas. O Cecil jamais se recuperou desse baque. Os proprietários originais venderam o prédio por uma ninharia. O plano original era derrubar o lugar e reconstruir um condomínio de casas em cima. Contudo, a essa altura a vizinhança também já se tornara decadente e qualquer tentativa de revitalização era tarefa complicada. 

Durante os anos 1940 e 1950 as acomodações foram alugadas e utilizadas por muitos veteranos da Segunda Guerra, muitos deles com necessidades especiais ou com traumas da ação no Pacífico. A taxa de ocupação era alta, mas o lugar realmente parecia uma favela vertical, oferecendo acomodações para pessoas que não tinham para onde ir. A polícia era chamada frequentemente para resolver questões de violência doméstica e suicídios. Muitos dos ocupantes tinham armas e em pelo menos um caso, uma tentativa de suicídio resultou na morte de alguém atingido por uma bala perdida que atravessou a parede. Nos anos 1960, a proximidade da notória Skid Row, um trecho especialmente perigoso da região, tornou o Cecil um refúgio para traficantes, prostitutas e bandidos pé de chinelo. A polícia cansou de dar batidas no Hotel.

O lugar só começou a melhorar um pouco na metade dos anos 1970, quando as instalações fizeram parte de um enorme programa de revitalização da vizinhança. O Cecil foi comprado e reformado, tornando-se um Hotel de baixo orçamento, ideal para quem estava viajando ou de passagem pela cidade e não se importava de ficar distantes das glamourosas avenidas de Hollywood. Mas apesar disso, o lugar ainda parecia atrair a clientela errada.

Entre as pessoas escusas que se hospedaram no Cecil estavam dois dos mais notórios assassinos em série da história da Califórnia: Richard "O Perseguidor Noturno" Ramirez e Jack Unterweger

Ramirez se hospedou em um quarto na cobertura do hotel em 1985, época em que esteve muito ativo, assassinando 13 inocentes. Ele usava o dinheiro que roubava de suas vítimas para patrocinar o aluguel de sua suíte. Após cometer mais da metade dos seus horríveis crimes, Ramires retornava para o Hotel onde lavava suas roupas ensanguentadas na banheira da suíte. Ele pedia um filé mau passado e assistia televisão a manhã inteira, se masturbando ao ver as notícias de seus crimes nos telejornais. Em pelo menos duas ocasiões contou ter se livrado de roupas ensanguentadas atirando no compartimento de lixo do hotel ou metendo em um carrinho de limpeza. Ramirez era psicótico e sofria de esquizofrenia, ouvia vozes que comandavam a matar pessoas e obedecia obedientemente. Após ter sido capturado alegou em julgamento que era frequentemente possuído por um demônio que o obrigava a matar e se banhar no sangue de suas vítimas.


Unterweger foi um serial killer nascido na Áustria que iniciou um surto de violência assassina em vários países, atacando principalmente prostitutas. Ele esteve hospedado no Hotel Cecil em 1991, época em que matou três mulheres na área de Los Angeles: Shannon Exley, Irene Rodriguez, e Sherri Ann Long, que ele agrediu, assaltou sexualmente, torturou e estrangulou usando seus próprios sutiãs. As autoridades acreditavam que Unterweger escolheu se hospedar no Hotel Cecil especificamente porque Ramirez havia estado lá. Um atendente do hotel lembrou que Unterweger ao se registrar no hotel fez perguntas a respeito do notório assassino e que pediu especificamente para ficar na mesma suíte que ele. O atendente explicou que a suíte em questão havia sido derrubada e reformada, o que deixou o austríaco irritado. Mesmo assim, ele aceitou ficar na cobertura, que seria o mais próximo do aposento usado pelo perseguidor noturno. O atendente não achou nada disso estranho, o fato de que Ramirez havia se hospedado no Cecil parecia atrair muitas pessoas, gente que queria estar no mesmo aposento que ele um dia ocupou. De fato, a destruição do quarto se deu em face de um incêndio provocado por um hóspede piromaníaco. Se dependesse do gerente da espelunca, o quarto seria alugado por um preço adicional. 

Unterweger acabou sendo capturado em face de sua curiosidade sobre os crimes de Ramirez. Algumas pessoas da equipe do hotel lembraram de um estrangeiro estranho com fixação pelo assassino quando jornais começaram a cogitar que o matador era uma espécie de fã do Perseguidor Noturno.

Outro famoso rumor a respeito do Hotel Cecil é que ele tenha sido um dos últimos lugares em que
Elizabeth Short, também conhecida como Dalia Negra, foi vista com vida. Ela supostamente esteve hospedada lá antes de ser horrivelmente assassinada em 1947. O crime de Betty Short é um dos mais conhecidos da história de Los Angeles. A mulher foi encontrada no Parque Leimert próximo do Hotel em uma área isolada. Seu corpo foi drenado de sangue, cortado ao meio pela cintura com uma serra e muito mutilado. Um horrível "sorriso sangrento" foi cortado nos cantos de sua boca com uma faca. Embora o crime chocante tenha sido meticulosamente investigado, ele jamais foi solucionado, alguns até hoje acreditam que ela tenha sido vítima de algum ritual ou sacrifício.

Não há indícios de que Short tenha de fato se hospedado no Cecil. O historiador do famoso crime e autor de vários livros a respeito, Kim Cooper não acredita que Short tenha estado no hotel e que tudo não passe de invenção. Outros sugerem que não foi Short quem se hospedou lá, mas seu verdadeiro assassino. Rumores de que o matador da Dália Negra residia no Hotel sempre circularam em Los Angeles e algumas pessoas acreditavam que ele seria um zelador nos anos 50. Nada disso jamais foi comprovado.


Considerando a sinistra história do Hotel, muitos especulavam porque Lam teria escolhido ficar justamente no Cecil. Nem todos conhecem sua estória, mas é um fato que ela poderia ter escolhido um lugar mais tranquilo para se hospedar, Lam pertencia a classe média e poderia arcar com acomodações de melhor qualidade. Alguns suspeitam que a estudante poderia estar sob a influência ou até mesmo possuída por uma força sobrenatural maligna que habita o hotel. Isso poderia explicar o comportamento errático no final da filmagem , assim como o fato das portas do elevador não funcionarem. Alternativamente, Elisa poderia estar tentando escapar dessa entidade que a perseguia através das paredes. De acordo com essa teoria, Lam acabou se matando para escapar da possessão. Alguns sugerem que é possível ver uma sombra no próprio vídeo (embora eu não tenha encontrado nada). É claro, não existe qualquer evidência concreta para respaldar essas teorias a respeito da morte de Lam, mas o estranho vídeo, a história do Hotel e as estranhas circunstâncias certamente permitem o surgimento de teorias macabras.

Para complementar todas essas estórias sobre assombrações e hotéis malditos, ainda existem estranhas coincidências ligadas a morte de Elisa Lam. Uma incrível coincidência diz respeito a uma epidemia de uma forma resistente de tuberculose que atingiu a região da Skid Row poucas semanas depois da morte de Elisa. Por uma arrepiante casualidade, o kit usado pelas equipes médicas para inocular os moradores da região durante a epidemia eram chamados de teste LAM-ELISA, as inciais de  Enzyme-Linked Immunosorbent assay. Tuberculose provavelmente não teve nada com a morte de Elisa, mas é interessante notar que uma das drogas usadas no combate da doença, o Isoniazid, tem como  possível efeito colateral confusão e comportamento anormal. Tudo pode não passar de uma coincidência, mas mesmo assim é no mínimo estranho.

Outra coincidência muito debatida diz respeito a siilaridade entre a morte de Elisa Lam e a trama do filme japonês Dark Water de 2002. No filme, uma jovem morre afogada ao cair em uma caixa de água do conjunto de prédios em que residia, seu corpo desaparece e a água que é consumida pelos moradores parece contaminada por uma presença maligna. O filme teve um remake em 2005, estrelado por Jennifer Connelly e Dougray Scott. A versão americana adiciona alguns detalhes que são ainda mais estranhos pelo grau de coincidência. No filme, uma das personagens se chama Dahlia, como a Dália Negra que supostamente ficou no Hotel, enquanto uma outra personagem tem o nome Cecília, similar ao nome do Hotel. Ambos os filmes possuem cenas em que elevadores param de funcionar. Pura coincidência? Quem sabe?

Outras fontes na internet afirmam que a sequência de botões apertada por Elisa, vista na filmagem, tem relação com o que alguns conhecem como "Jogo do Elevador", uma brincadeira popular na Coréia do Sul. A sequência de botões parece ser "14, 10, 7, 4, B e Segurar a porta". Alguns afirmam que o jogo permite que a pessoa na cabine do elevador seja transportada para uma outra dimensão, quando as portas se abrem, a pessoa surge em outro lugar. Uma outra teoria ainda mais bizarra afirma que os números correspondem ao Capítulo 4 do Livro de João e que os versos 7, 10 e 14 da Bíblia do Rei Jaime, oque resulta no seguinte:

(John 4:7) Uma mulher da Samaria veio buscar água. Jesus disse a ela "Me dê de beber", pois seus discípulos haviam seguido para a cidade para comprar comida".

(John 4:10) Jesus respondeu e disse a ela, "Se você souber qual o presente de Deus, e quem é que lhe diz as palavras, "Me dê de beber", você não perguntaria e como recompensa Ele lhe daria a água da vida".

(John 4:14) pois quem quer que beba da água que eu ofereço, jamais terá sede. Mas a água que eu ofereço irá se converter em uma fonte pura jorrando para sempre".


Novamente, parece uma simples coincidência ou pessoas devotando muito tempo a um caso estranho. Pessoas na internet também relacionaram um anagrama de Elisa Lam escondidos em partes da Bíblia em tragédias gregas escritas por Platão. Até os trabalhos do místico Aleister Crowley foram citados. Existe algum sentido nessas aparentes coincidências ou o sentido está apenas na mente das pessoas? Ou haveria algo enterrado nessas citações e nessa sincronicidade surreal?

Um último mistério a respeito do Caso Elisa Lam é que sua conta no Tumblr continuou a receber postagens de imagens seis meses depois de sua morte, e houve um update de seu blog no dia seguinte à sua morte. Embora certamente creepy, autoridades especulam que isso se deu provavelmente apenas porque ela havia ajustado a postagem automática de imagens. Seja esse o caso, ou não, com certeza é um detalhe adicional muito esquisito. A quem interessar possa, a conta dela re o blog foram encerrados por familiares.

O Caso de Elisa Lam tornou-se um dos mais assombrosos, debatidos e intensamente dissecados casos de morte misteriosa dos últimos tempos. É realmente possível que ela tenha meramente cometido suicídio ou tenha sido vítima de alguém que a enganou e a matou, tentando em seguida ocultar o cadáver. É bem provável que a explicação seja simples, contudo algo simples nesse caso jamais poderá ser considerado satisfatório. 

Provavelmente, jamais venhamos a saber ao certo e essa estranha morte está destinada a permanecer um mistério insondável, mas com certeza, o caso continuará a nos desafiar e a todos aqueles que se questionam sobre incidentes enigmáticos.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Mistério sem solução - A Bizarra e inexplicável morte de Elisa Lam


No mundo dos desaparecimentos e mortes estranhas, ocasionalmente surge um caso em particular, imbuído com uma aura tão incomum e bizarra, que acaba capturando a atenção das pessoas. São casos que parecem envoltos por um quase impenetrável manto de circunstâncias inexplicáveis, que nos provocam a examinar seus detalhes indecifráveis e nos fazem mergulhar cada vez mais fundo para tentar compreender o que de fato aconteceu. 

Um incidente dessa natureza envolve a trágica morte de uma jovem mulher na Califórnia. Ela morreu sob circunstâncias enigmáticas, deixando para traz pistas que não apenas aumentam o mistério, como continuam a nos surpreender e atiçar nossa imaginação. É um caso único que rapidamente atraiu a atenção pública como uma das mais surpreendente, misteriosas e inquietantes mortes das últimas décadas, amplamente discutida e debatida nos fóruns mundo afora. Para tentar explicar esse acontecimento, imerso em sombras indevassáveis, muitos recorreram a explicações sobrenaturais uma vez que não há suficientes argumentos para compreender à luz da normalidade, o que de fato aconteceu.  

Em janeiro de 2013, Elisa Lam, de 21 anos, uma estudante canadense da Universidade de British Columbia, embarcou em uma viagem por conta própria com destino à Costa Oeste dos Estados Unidos. Seu plano era visitar a cidade de San Diego, dali seguir para Los Angeles, Santa Cruz, e finalmente seu destino final, San Francisco. Ela escreveu extensivamente sobre seu roteiro e o que pretendia fazer nas mídias sociais, em páginas do Tumblr e Facebook, além de seu próprio blog. Elisa viajava sozinha, usando trens e ônibus de uma cidade para outra, e parecia estar muito animada com sua aventura. Durante a primeira parte de sua "Tour pela Costa Oeste", como ela chamava o roteiro, Lam entrou em contato com seus amigos e família, bem como postou fotos suas em lugares visitados, como o Zoológico de San Diego. Após passar alguns dias na cidade, ela resolveu seguir para Los Angeles, chegando no dia 26 de janeiro.

Lam se hospedou no Hotel Cecil, um modesto hotel localizado apenas alguns quarteirões de distância da infame e decadente Skid Row de Los Angeles (uma área famosa pelo tráfico de drogas e violência). A essa altura, algumas coisas já pareciam um tanto estranhas. Lam originalmente pretendia dividir suas acomodações com outras pessoas que conheceu na viagem, mas acabou alugando seu próprio quarto depois que alguns colegas reclamaram de certos "comportamentos esquisitos" por parte dela.


Em 31 de janeiro, Elisa Lam simplesmente desapareceu. Suas postagens nas mídias sociais pararam abruptamente e a correspondência diária de Lam com seus amigos e parentes foi cortada sem qualquer aviso. Uma busca foi organizada pelos pais de Lam, que viajaram até Los Angeles para ajudar no esforço de procura pela garota. O desaparecimento recebeu enorme destaque nos meios de comunicação, com manchetes nos principais jornais e programas de televisão. Todos queriam saber o paradeiro da jovem estudante canadense. A polícia revistou o Hotel de cima a baixo, chegando ao ponto de fechar o estabelecimento e trazer cães para farejar cada quarto e aposento. Até mesmo o telhado foi exaustivamente revistado, mas nada foi encontrado que pudesse levar até ela. Era como se Lam simplesmente tivesse sumido da face da Terra.

Havia poucas pistas nas quais se concentrar. O pessoal do Hotel relatou que Elisa foi vista sozinha naquele dia, mas que parecia estar bem disposta e de bom humor. Um atendente de uma livraria disse que a garota esteve em sua loja onde comprou alguns livros para auxiliar em seus estudos, ela parecia tranquila e bastante amigável. Além disso, não havia mais nada! Cada vez mais frustradas, as autoridades começaram a colar cartazes e distribuir flyers pela vizinhança, implorando para que qualquer pessoa que tivesse visto Elisa Lam se apresentasse para ajudar nas investigações. 

Enquanto isso a primeira pista do bizarro quebra cabeça, que iria se transformar em uma das mais estranhas mortes sem solução da história recente, surgia na forma de uma filmagem feita pela câmera de um elevador do hotel em que ela estava hospedada. Para todos os efeitos, aquela era a última imagem que se tinha da estudante antes dela desaparecer.

A filmagem é bizarra, para dizer o mínimo.

No vídeo, Lam pode ser vista entrando no elevador vestindo um casaco vermelho com zipper e capuz sobre uma camisa cinza, bem como calças pretas e sandálias. Seu comportamento é desconcertante beirando o errático do início ao fim. Depois de entrar no elevador, ela freneticamente aperta vários botões, mas nada acontece e as portas do elevador não se fecham. Ela parece claramente agitada a respeito de alguma coisa, como se temesse estar sendo seguida. Quando as portas do elevador não se fecham, ela espia para fora várias vezes, olha para os dois lados, e então rapidamente se encolhe num canto como se estivesse tentando se esconder. Seus olhos se mantém fixos no corredor como se esperasse que alguém passasse diante da porta aberta.

Então, cuidadosamente, ela sai do elevador e parece saltitar antes de retornar apressada para o elevador e sair uma vez mais. Todo tempo, suas mãos permanecem nos bolsos. Ela então some do ângulo da câmera e quando ressurge é possível ver que ela coloca as mãos sobre os ouvidos antes de entrar novamente na cabine e freneticamente apertar os botões uma vez mais. Em sua angústia, ela aperta metodicamente todos os botões de um lado e do outro do painel. Ela coloca as mãos sobre os ouvidos e parece esperar que alguém entre. Nesse momento, é possível perceber que ela parece conversar com alguém que não aparece na filmagem. Também é estranho como ela sinaliza com as mãos, como se estivesse gesticulando alguma coisa: esfregando os braços, movendo as mãos e torcendo os pulsos de uma forma quase ritualística. As portas do elevador não se fecham em nenhum momento. Finalmente, Lam se move para fora, caminha para o lado esquerdo e deixa a cabine, afastando-se da câmera. Após alguns instantes, as portas finalmente se fecham e o elevador sobe. Essa é a última imagem de Elisa Lam com vida.


O estranho e perturbador vídeo, tão logo foi liberado para a imprensa, tornou-se viral na internet. É inegável que existe algo ali que é profundamente perturbador, uma filmagem digna de um filme de horror. Haveria alguém perseguindo a jovem e por isso ela estava tentando se esconder? Qual seria o significado do estranho comportamento e dos gestos que ela parece reproduzir pouco antes de desistir de subir? Para onde ela foi logo em seguida? Por que as portas simplesmente não se fecham? E por que, apenas quando ela deixa a cabine o elevador volta a funcionar? 

À luz do misterioso desaparecimento, dezenas de teorias começaram a aflorar. Uma das mais populares é que ela estava tentando escapar de um perseguidor que não aparece na filmagem da câmera de segurança. Isso explicaria o comportamento arredio de Elisa que parece claramente tentar se esconder de um perseguidor desconhecido. Outra teoria aventada pelas pessoas é que ela estivesse drogada com alguma substância recreativa, como ecstasy, o que explicaria sua atitude. Mais tarde, as pessoas viriam a saber que Lam sofrera de um grave quadro de depressão e personalidade bipolar. Muitos suspeitaram imediatamente que ela estivesse enfrentando um episódio psicótico captado na filmagem. Ninguém sabia, mas o vídeo ainda iria se tornar mais estranho e sinistro quando uma horrenda descoberta fosse feita não muito tempo depois.  

Algumas semanas depois do desaparecimento de Elisa Lam, hóspedes do hotel começaram a se queixar da baixa pressão, de um gosto estranho e de uma cor amarelada na água do hotel. No dia 19 de fevereiro de 2013, um funcionário foi mandado para o telhado para verificar a caixa d´água, que fica no topo do prédio suspensa a dez metros de altura em uma área restrita e protegida com alarmes de segurança. Quando um dos tanques de água foi aberto, em seu interior descobriram o cadáver inchado de Elisa Lam. Ela estava completamente nua, coberta com uma substância que parecia ser areia, com suas roupas boiando na água ao seu redor. Foi determinado que ela estava flutuando na água, seu corpo em decomposição, no interior daquele tanque fétido há semanas.   

Tudo aquilo era incrivelmente esquisito!

O telhado do hotel possuía um sistema de segurança, com mais de dez alarmes sensíveis funcionando perfeitamente. Estes não poderiam deixar de soar caso alguém não autorizado tentasse abrir uma porta. Há várias barreiras e funcionários transitam por ali dia e noite. Além disso, a entrada da caixa se localiza em um lugar de difícil acesso, não havendo nenhuma escada, significando que Elisa com seus 1,65 e 60 quilos teria de escalar quase dez metros por uma grade de ferro até o alto, tirar a roupa, atirá-la para dentro do tanque e então saltar em seu interior. 


Também era estranho que ela tenha conseguido abrir a tampa no topo, visto que essa é extremamente pesada. As especulações sobre o ocorrido aumentaram ainda mais o interesse das pessoas pelo ocorrido. Como poderia uma mulher tão delicada passar por todos os sistemas de segurança, escalar a grade, abrir a tampa de ferro e se jogar no tanque sem que ninguém tivesse visto absolutamente nada? Por que ela teria removido suas roupas antes de pular? Ela teria feito tudo isso por conta própria, ou ela teve a ajuda de alguém? As estranhas circunstâncias em que o corpo de Lam foi encontrado incendiaram a internet com as mais bizarras teorias. A causa da morte havia sido afogamento como determinaram os legista. Havia uma quantidade suficiente se água em seus pulmões para determinar o afogamento, mas fora isso, nenhum ferimento. Teria sido um suicídio extremamente elaborado?

A verdade é que quanto mais se analisa o caso, mas estranho ele parece e menos certezas transparecem.

Primeiro havia a estranha filmagem da câmera do elevador , que agora, com a descoberta inesperada do cadáver, parecia ainda mais macabra.  As pessoas analisavam cuidadosamente cada movimento, cada gesto tentando compreender o que Elisa estava tentando fazer e o que aqueles movimentos poderiam significar.  Para muitos, a filmagem mostra apenas uma mulher frustrada tentando fazer o elevador funcionar. O fato dela esticar os braços repetidas vezes seria apenas a tentativa de acionar o sensor da porta para que este reconhecesse que ela já havia entrado na cabine. Sua agitação anormal seria apenas a reação de alguém que está irritado com as dificuldades técnicas de uma máquina. Quem nunca ficou irritado com um elevador que não funciona? Mas se é esse o caso, por que parece que Elisa está tentando se esconder de alguém no canto da cabine? Além disso, por que a porta não fecha e misteriosamente só volta a funcionar depois que ela desiste de usar o elevador?

Funcionários mencionaram que o elevador havia passado por reparos na semana anterior e que o técnico afirmou que ele estava funcionando perfeitamente. Nenhum hóspede reclamou de mal funcionamento e nenhum funcionário reportou algo errado com o aparelho. Os técnicos chamados para verificar o elevador não acharam nada de errado em seu funcionamento. Não há nenhuma explicação para ele não ter funcionado na ocasião em que Elisa esteve em seu interior.

Uma das teorias mais defendidas é que Elisa estivesse sofrendo de um colapso nervoso relacionado com depressão. Lam estava tentando superar alguns problemas pessoais, problemas estes que ela citou em mais de uma ocasião em seu blog pessoal que tinha um curioso slogan, cunhado pelo escritor Chuck Palahniuk: "Você sempre é assombrado pela ideia de que está desperdiçando a sua vida". 

Lam vinha tomando uma série de remédios controlados para superar seus prolemas, incluindo Wellbutrin e Lamictil, drogas poderosas que alteram o comportamento se tomadas de forma desordenada. Em uma entrada em seu blog ela reclama que por vezes era difícil tomar todos os remédios sem esquecer de nenhuma dose, e que em mais de uma ocasião esteve "relapsa", embora não haja provas de que ela tenha deixado de tomar as drogas prescritas. 


Seu blog oferece algumas pistas adicionais a respeito de sua condição mental. Seu tom parece flutuar de felicidade a tristeza repentinamente. Em determinados momentos ela parece determinada e satisfeita com sua vida, em outros dá a entender que está chateada e infeliz. Em uma mesma postagem seu ânimo oferece variações notáveis. Lam sugere que não está satisfeita com vários aspectos de sua vida: sua aparência física, seu comportamento social, seu modo de vida...

A estudante menciona em uma postagem ter sofrido algum tipo de violência sexual quando mais jovem, mas a maneira como ela relata o ocorrido é estranhamente imparcial, recheada de humor negro e sarcasmo. A família disse que Elisa jamais mencionou ter sofrido uma agressão dessa natureza. Quanto a sua viagem para a Califórnia, ela parece sempre muito animada, mas em outros momentos dá a entender que a "escapada" é uma ótima oportunidade de ficar longe de seus pais e amigos. Não obstante, até seu desaparecimento, Lam enviou mensagens eletrônicas quase que diariamente para várias pessoas próximas. Em momento algum ela parecia transtornada.

Alguns especulam que a depressão e a instabilidade mental tenham ocasionado um grave transtorno bipolar e psicose, e que isso fez Lam tomar a própria vida em um incontrolável frenesi de loucura. Talvez ela tenha abandonado as medicações, o que fez com que ela perdesse o controle, e aquilo que vemos no vídeo seja sua queda na insanidade. Talvez, conforme apontaram os pais e amigos, ela apenas tentasse passar a imagem de que estava feliz e bem ajustada durante a viagem, quando na verdade havia algum problema que ela desesperadamente ocultava. Lam afirmava que depois de suas férias, retornaria para o Canadá para concluir seus estudos, mas para alguns dizia não estar muito certa sobre seu futuro. Ela também mencionava em uma postagem que estava apaixonada por alguém, supostamente um colega da universidade. Embora sofresse de problemas pessoais, estivesse lutando contra a depressão, e que existisse a questão dela estar "se comportando de maneira estranha" segundo seus colegas, não parecia haver qualquer sinal claro de loucura. Lam não agia como alguém com tendências suicidas, como atestaram as pessoas que a viram antes de seu desaparecimento. Mesmo aqueles que citaram seu comportamento, dizem que ele se resumia a falar sozinha e roncar alto.

Além disso, se foi um caso de suicídio como Elisa teria feito para entrar no tanque de água? Além do fato do acesso ser bastante restrito, com vários obstáculos pelo caminho, ela não teria como saber que o sistema de água estava em funcionamento até abrir a tampa. A manivela para abrir a tampa é tão apertada que mesmo um homem forte teve enorme dificuldade em girar o registro. Como uma moça como Elisa Lam teria feito? De todas as maneiras, o tanque era intencionalmente mantido longe do acesso de estranhos por uma questão de segurança, para que ninguém pudesse contaminar o suprimento de água. De fato, o acesso ao tanque é tão difícil que as autoridades acharam mais fácil fazer um buraco na parte de baixo da caixa para remover o corpo do que removê-lo por cima. Não há como saber como a jovem poderia ter realizado a façanha de chegar até o telhado sem que ninguém a visse.

Diante da falta de uma explicação minimamente razoável para o ocorrido, muitas pessoas começaram a sugerir explicações sobrenaturais. E é nesse ponto que a misteriosa morte de Elisa Lam se torna ainda mais estranha e incomum.

Mas essas teorias bizarras serão analisadas na continuação dessa postagem. Fiquem conosco...

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Palhaços Assustadores - A febre dos Palhaços Sinistros atinge os EUA.


Coulrofobia.

Já falamos a respeito do pavor incontrolável que algumas pessoas sentem a respeito de palhaços, uma fobia inexplicavelmente muito comum nos dias atuais [Aqui está o LINK para quem quiser ver o artigo].

O que faz indivíduos adultos sentirem verdadeiro pavor diante de figuras sorridentes, usando pintura facial e vestindo roupas espalhafatosas? Bem, cada um sabe, o medo que lhe aflige...

No entanto, imagino que a maioria das pessoas, mesmo aqueles que dizem não ter medo de palhaços, ficariam um tanto assustados diante dessa notícia.

Residentes de Green Bay, Wisconsin tem se mostrado aterrorizados nas últimas semanas por uma figura misteriosa vista vagando pela cidade vestida como um palhaço saído de um pesadelo escrito por Stephen King. O palhaço foi visto por dúzias de habitantes locais vagando pelas ruas de Green Bay. Segundo as testemunhas ele veste uma roupa tradicional de palhaço, mas suja e com manchas. Em algumas circunstâncias, ele foi visto carregando balões pretos.


A maioria das pessoas que cruzaram coma  estranha figura, contaram que os encontros ocorreram no meio da madrugada ou pouco antes do amanhecer.

Donna Reilly contou que estava voltando de seu trabalho quando viu a figura na beira da estrada: "No início eu pensei que se tratava de alguma brincadeira, mas quando passei por ele e ele olhou na direção do carro não consegui evitar um arrepio. É uma figura muito estranha, eu fiquei apavorada e dirigi o mais rápido possível para longe dele", contou após seu encontro com a sinistra figura.

Outro residente de Green Bay, Chris Damico relatou que estava fazendo entrega de jornais para as bancas de rua quando seu caminhão passou próximo a figura. "Ele olhou na direção do caminhão e estendeu a mão com os balões como se estivesse oferecendo. Eu não gostei daquilo, me deixou amedrontado". Damico contou que deu a volta no quarteirão e quando avistou a figura novamente tirou algumas fotografias com seu celular: "Eu precisei registrar aquilo, se apenas contasse, ninguém iria acreditar".

As fotos da figura chamada de "Palhaço de Green Bay" se tornaram recorrentes em páginas de Facebook e fóruns de discussão abordando acontecimentos incomuns. O palhaço bizarro foi fotografado em outras oportunidades e as imagens compartilhadas mais de 10 mil vezes. Um segundo apelido também tem sido usado para identificar o sujeito, "Gags, the Clown" (Mordaça, o palhaço), um nome condizente com a aparência bizarra do sujeito.   

Cidadãos locais estão compreensivelmente preocupados e ligaram para as autoridades pedindo que alguém ponha um fim às aparições da estranha figura. A polícia de Green Bay, entretanto não tem muito o que fazer nesse caso, o Capitão Kevin Warych do Departamento de polícia da cidade disse que não há motivos para prender a figura travestida de palhaço:


"Uma pessoa pode andar pela calçada vestida da maneira que quiser, desde que não cometa nenhum ato criminoso ou atente contra a paz. Uma das fotos parece ter sido tirada em um parque que estava fechado, o que resultaria em apreensão caso a polícia tivesse sido chamada". relatou o oficial.

Desde a primeira noite em que o palhaço foi visto, mais de 100 ligações pediram que a polícia tomasse alguma providência e prendesse o indivíduo. Grupos de cidadãos temem que ele possa ser alguém perigoso ou disposto a pregar uma brincadeira de mau gosto que pode ser assustadora para crianças ou cidadãos de idade.

As razões do misterioso palhaço ou sua verdadeira identidade permanecem desconhecidas. Muitos acreditam que seja alguém tentando ganhar publicidade para um filme ou produto, enquanto outros acreditam que possa se tratar de algo mais sinistro. Muitos residentes da vizinhança expressaram surpresa diante da ousadia do palhaço já que Green Bay é uma cidade com um número considerável de cidadãos com porte de arma. A polícia pediu que, seja lá quem está por traz da máscara, pense bem em suas ações para evitar futuras complicações.

Até o momento, Gags foi visto em pelo menos seis diferentes ocasiões desde Maio desse ano.


Depois que essa estranha notícia ganhou os telejornais americanos, aparições de palhaços assustadores se converteram em uma febre nos Estados Unidos. Na maioria das vezes, são filmagens inofensivas mostrando indivíduos vestindo roupas de palhaço, sempre à noite, sempre em atitude suspeita.

Nenhum desses casos despertou muita atenção, mesmo por que se tornaram comuns, mas um estranho vídeo de vigilância registrado por um morador da cidade de Jacksonville, Flórida se destaca entre as ocorrências.

No vídeo, podemos ver um sujeito vestindo uma roupa de palhaço avançando na direção de um quintal. A figura olha de maneira estranha para a câmera de vigilância e depois destrói um enfeite de pátio. 

Até aí, nada de mais, afinal o ato não passa de uma transgressão menor, contudo moradores dessa vizinhança em especial tem relatado um número alarmante de desaparecimentos de animais de estimação. Alguns tem apontado o palhaço visto nesse vídeo como o responsável por sumir com cães e gatos.


O palhaço não foi visto desde que o vídeo ganhou a mídia, mas sempre há uma testemunha disposta a falar sobre o palhaço, apelidado de Gordo, the trespasser (Gordo, o transgressor).

Para quem estiver curioso com Gordo, aqui está o vídeo de um jornal local da cidade:


Estranho, incomum, esquisito... muito provavelmente não passa de uma brincadeira.

Mas, sinceramente, vocês já verificaram se a porta de sua casa está trancada?

domingo, 14 de agosto de 2016

Pesadelo de Oito Patas - As Lendárias Aranhas Gigantes do Congo


Muitas pessoas sentem uma aversão natural por aranhas. Existe algo nelas que parece incomodar e acionar algum mecanismo de defesa primitivo nos recessos de nossos cérebros, enviando um sentimento de medo e repulsa. A mera visão de uma aranha pode levar muitas pessoas a se encolher, saltar, correr ou enrolar um jornal para golpeá-las. Dificilmente alguém simplesmente ignora a presença dessas criaturas. 

Agora uma pergunta complicada. Qual o tamanho que uma aranha deveria ter para que você simplesmente saísse correndo aos gritos? O quão grande deveria ser uma aranha para que você se sentisse apavorado? O tamanho de seu dedo? De sua mão? De um prato? Esse último já é grande o bastante para fazer muitas pessoas terem arrepios, mas há rumores a respeito de aranhas ainda maiores habitando selvas escuras e isoladas do mundo. 

De fato, na África Equatorial, existem boatos sobre aranhas maiores do que um macaco ou do tamanho de um cachorro, que espreitam na vegetação à noite, levando horror ao coração dos homens. Essas são as aranhas que fariam os mais valentes exploradores fugirem aterrorizados, e para a qual você precisaria mais do que um jornal para esmagar.

Oculta na densa e quase impenetrável selva das regiões mais remotas da República Democrática do Congo, mas também no Camarões, Uganda e República Centro Africana, dizem que existem aracnídeos que os nativos chamam de J’ba Fofi (pronuncia-se ch-bah foo fee), nome que pode ser traduzido literalmente como "aranha gigante". As J’ba Fofi seriam aranhas parentes das tarantulas tanto na forma, quanto na coloração, com espécimes adultos exibindo uma coloração marrom escura e espessos pelos ao longo das pernas e abdômen. Mas o grande diferencial desses animais seria o tamanho, uma vez que a Aranha Gigante Congolesa poderia atingir uma envergadura total de perna com algo entre 120 e 180 centímetros. Esse chocante tamanho permite a elas buscar presas de grande porte incluindo pássaros, pequenos antílopes, macacos, répteis e anfíbios, que elas capturam em elaboradas teias armadas entre as árvores. As presas capturadas nessa terrível armadilha são devoradas de uma maneria similar ao método usado pelas aranhas caseiras, com a inserção de enzimas digestivas que liquefazem os órgãos internos da vítima, posteriormente sugados.  

Missionários religiosos enviados para essa região da África, foram os primeiros a ouvir relatos sobre a existência dessas imensas aranhas. Os nativos contavam histórias absurdas sobre enormes aranhas que chegavam a capturar homens adultos após paralisá-los com seu potente veneno. Contavam sobre ninhos de aranhas subterrâneas que se escondiam durante o dia, mas saíam à noite para caçar. As estórias eram ilustradas por casos que os nativos juravam, serem verdadeiros e que envolviam incidentes aterrorizantes nos quais pessoas sucumbiam às picadas fatais e terminavam arrastadas para as tocas ou presas em teias inquebráveis.

Embora exploradores, missionários e nativos contassem estórias a respeito do avistamento de imensas aranhas nas profundezas da Selva Africana, talvez, o mais confiável relato seja baseado num registro feito por Reginald e Margurite Lloyd em 1938. De acordo com seu testemunho, os Lloyd estavam explorando uma região remota do território então conhecido como Congo Belga, quando eles viram uma forma escura espreitando na vegetação fechada bem na sua frente. À princípio, eles acreditaram que se tratava de um porco do mato, macaco, ou outro animal típico da selva. Eles pararam para observar. Foi então que viram se tratar de uma enorme criatura que os deixou aterrorizados, uma gigantesca aranha com pernas medindo 120 ou 150 centímetros de envergadura. 

Antes que eles pudessem pegar uma câmera para registrar a presença da criatura ou mesmo apanhassem uma arma para abatê-la, a enorme aranha saiu em correria pelo matagal desaparecendo em poucos segundos. A senhora Lloyd ficou profundamente abalada pelo incidente e implorou ao marido que os dois retornassem o quanto antes para sua casa na Rodésia. 

Outro relato de aranhas gigantes veio de Uganda em meados de 1890, quando um missionário britânico chamado Arthur Simes estava explorando a ribanceira do Lago Nyasa. A medida que Simes e seus companheiros estavam caminhando pela margem, vários de seus carregadores acabaram ficando presos em um emaranhado de teias que estava espalhado pelo caminho. Eles tentaram se livrar dos fios, mas mesmo suas facas e machados encontravam dificuldades em romper a estranha tecitura acinzentada. Logo em seguida, ao menos duas aranhas gigantes com pernas com mais de 1,20, desceram da copa das árvores se lançando sobre os homens. Simes conseguiu sacar sua pistola e desferiu vários tiros espantando as criaturas. Momentos depois de terem sido mordidos, os carregadores começaram a delirar e sofrer espasmos; suas extremidades muito inchadas e a pele ao redor dos ferimentos escurecida pululando com o veneno. Todos aqueles que foram mordidos acabaram sucumbindo, conforme registrou Simes em seu diário.


Mas nem todos os relatos são de exploradores do início do século passado. Existem também muitos relatos sobre Aranhas Gigantes coletados por expedições na região em busca de outro criptídeo, o legendário descendente dos sáurios, Mokele-mbembe. Estas expedições ouviram frequentes estórias a respeito das temidas J’ba Fofi. O famoso naturalista e criptozoólogo, William J. Gibbons, conseguiu coletar testemunhos muito detalhados a respeito das J’ba Fofi durante suas muitas incursões no Congo em busca do Mokele-mbembe. 

Através de entrevistas com nativos de tribos locais, logo ficou claro que estes não apenas sabiam da existência das aranhas gigantes como as encontravam, tendo conhecimento de seu comportamento e de seu ciclo natural. Os nativos contaram que os ovos das aranhas gigantes eram brancos ou de um amarelo pálido do tamanho de uma amora grande, e que eram deixados em aglomerados embrulhados em teias na vegetação selvagem. Os ovos eram evitados a todo custo pois a mãe sempre estava próxima de sua ninhada, protegendo-a contra qualquer perturbação. As jovens aranhas, ainda segundo os nativos, nasciam com uma coloração amarelada e o abdômen arroxeado, tornando-se gradualmente mais escuras a medida que cresciam até chegar à idade adulta, quando o corpo assumia uma cor marrom escura.

Seu método preferido de caçar consistia em deixar armadilhas para suas presas em passagens ou entre o vão de árvores. As teias além, de resistentes seriam extremamente grudentas, capazes de restringir os movimentos daqueles que ficavam grudados nelas. Muitos animais acabavam presos, incapazes de escapar dos filamentos e se esgotavam fisicamente, facilitando o trabalho das aranhas. De hábitos noturnos, as aranhas gigantes deixavam suas tocas no alto das copas ou no interior de tocas rochosas apenas depois que o sol se punha. Elas deslizavam silenciosamente pela selva sombria, verificando suas armadilhas em busca de presas capturadas ao longo do dia. Após remover seus troféus, elas remontavam as teias rompidas e voltavam para suas tocas para sua ceia.  


Os nativos contaram que o veneno das aranhas gigantes era poderoso o bastante para derrubar um homem adulto em poucos segundos. Eles não coletavam o veneno, pois depois de ser extraído das aranhas, este perdia sua potência rapidamente. Os nativos contaram a Gibbons que no passado as J’ba Fofi eram muito mais comuns nas selvas e que elas se tornaram mais raras a medida que caçadores começaram a repelir sua presença e caçá-las. O fogo e as tochas são a principal arma para expulsá-las. Seu número diminuiu muito e elas se tornaram cada vez mais raras, muito embora os nativos garantissem que elas ainda eram vistas nas partes mais profundas da selva. Segundo um caçador, as aranhas gigantes apareciam a cada 5-7 anos, especialmente nas épocas de maior calor. 

O naturalista conseguiu rastrear relatos a respeito da atividade de aranhas gigantes nas tórridas selvas africanas até meados do ano 2000, quando ele ouviu de um chefe da Tribo Baka, no interior do Camarões, que as J'Ba Fofi haviam construído um ninho nas proximidades da aldeia um ano antes. O chefe Baka contou que uma aranha de 1,20 havia sido abatida pelos caçadores.  

As informações obtidas por Gibbons eram intrigantes, não apenas pelo grau de detalhamento, mas por que elas demonstravam que as tribos da área realmente tinham conhecimento sobre a J’ba Fofi. Mais do que isso, eles afirmavam ter visto as criaturas repetidas vezes. As descrições detalhadas do ciclo de vida das J’ba Fofi, com menção aos seus ovos e a mudança da coloração, eram condizentes com o comportamento de várias aranhas ao redor do mundo, sugerindo que os nativos sabiam do que estavam falando. Além disso, a maneira como eles se referiam aos animais era bastante  direta, eles não os encaravam como animais espirituais ou mitológicos. Tratavam delas como qualquer outro animal selvagem perigoso, como leões e crocodilos com o qual se devia tomar cuidado. Além disso, a descrição era muito clara e variava pouco de tribo para tribo. 

Apesar do fato de que nenhuma aranha gigante tenha sido encontrada pela ciência não há motivos para acreditar que os animais não existam ou que os nativos estariam mentindo para os pesquisadores. O código de várias tribos de caçadores exige que eles sempre contem a verdade sobre os animais encontrados e não inventem a existência desses animais. Em algumas tribos, mentir sobre o avistamento ou inventar sobre um determinado animal é uma espécie de tabu, algo evitado, pois a transgressão pode resultar no banimento do caçador. 


É importante ter em mente que espécies de animais são descobertas até hoje, incluindo em alguns casos criaturas que se julgava fantásticas e/ou absurdas. O gorila, o okapi e o panda, até alguns séculos faziam parte da lista de animais cuja existência era muito questionada e cuja confirmação só foi comprovada cientificamente no último século. Antes porém, testemunhos de nativos davam como certa a existência de tais animais. Quem pode dizer o que existe no interior de uma selva escura e isolada em um dos últimos lugares inexplorados pelos humanos? 

O problema com as estórias a respeito de aranhas gigantescas vagando pelas selvas da África não é a falta de avistamentos já que muitos nativos mencionam a existência desses animais, não é também a ausência de evidências físicas a respeito delas. O maior problema com a confirmação da existência das J’ba Fofi, ou de qualquer tipo de aranha gigantesca ao redor do mundo, está mais ligado a fisiologia. 

Há dois grandes obstáculos para aceitar a existência de aranhas gigantes, sendo que o primeiro diz respeito a respiração. Aranhas possuem pulmões em forma de livros, seu sistema respiratório alterna camadas de pele e bolsões de ar responsáveis por levar o ar para todas as partes do corpo em um mecanismo semelhante ao de vários insetos. O problema é que com esse método de respiração, muito eficiente em animais de pequeno porte, seria bastante falho em animais de grande porte. De fato, o que impede as aranhas de crescer além do tamanho que temos conhecimento é justamente esse limitador envolvendo a respiração.

É certo entretanto, que no passado existiam na natureza vários insetos enormes vagando pela Terra primitiva, milhões de anos atrás. Contudo, naquela época havia uma saturação muito maior de oxigênio na atmosfera, o que compensava a insuficiência respiratória desses animais e permitiam que insetos, inclusive aranhas, crescessem a proporções notáveis. Essa limitação do sistema respiratório dos aracnídeos parece limitar o crescimento das aranhas ao tamanho da Aranha Golias (Theraphosa blondi), que tem a maior envergadura de pernas entre as aranhas rasteiras, com 28 centímetros e um peso de 170 gramas. A enorme aranha caçadora Heteropoda maxima, não é tão pesada, mas pode atingir uma envergadura de pernas de até 30 centímetros. Esta espécie curiosamente foi descoberta apenas em 2001 nas selvas do Laos, a despeito de sua existência ser reportada há décadas por nativos. Essas duas espécies são enormes e assustadoras, mas não são nada quando comparadas aos testemunhos a respeito da J’ba Fofi.


Mas ok, digamos que as aranhas gigantes da África de alguma forma evoluíram para um radical novo tipo de sistema respiratório que permite a elas crescer além das limitações impostas a outros aracnídeos. Mesmo que esse seja o caso, há outro problema, talvez até mais complexo para transpor: seu exo-esqueleto. O problema com o exoesqueleto é que este é muito pesado, o que para animais menores não chega a ser um problema pois eles são comparativamente mais fortes. Entretanto em animais maiores não é possível que um animal dotado de exoesqueleto consiga tolerar seu peso a medida que se desenvolve. Um animal de grande porte não seria capaz de carregar uma casca tão pesada e acabaria eventualmente esmagado pelo próprio peso. 

É um desafio formidável para qualquer artrópode superar a desvantagem de ser muito grande e isso só é conseguido por força bruta e uma distribuição de peso pelos ossos. É importante comentar que na natureza até existem casos de artrópodes imensos dotados de exoesqueleto, o caranguejo aranha japonês, por exemplo pode atingir até três metros, contudo tal animal tem o benefício de viver de baixo da água a uma profundidade que lhe permite suportar seu peso. Isso não significa que não existam artrópodes terrestres como o caranguejo do coqueiro que pode crescer até um metro de comprimento e pesar mais de 4 quilos. Mas este é possivelmente o maior tamanho que uma criatura dotada de exoesqueleto pode atingir fora da água. Além disso, qualquer pessoa que observe tal animal perceberá como ele se move lentamente. Considerando isso, é realmente difícil imaginar uma aranha tão grande correndo ou mesmo deslizando graciosamente pela selva, parece simplesmente inconcebível tal animal conseguir perseguir suas presas e mais ainda capturá-las em fuga.

    
Com isso qual a nossa conclusão a respeito do Pesadelo de Oito Pernas?

Ainda que as selvas inóspitas e pouco exploradas do Continente Negro certamente possam ocultar enormes animais ainda desconhecidos, as restrições físicas da J’ba Fofi parecem difíceis de serem superadas, e nos deixam céticos sobre sua existência. Mas se esse é o caso, o que então, tantos nativos teriam visto, em regiões tão diferentes e distantes da África? Mais ainda, por que essas estórias continuariam a ser contadas? É possível que as testemunhas tenham encontrado aranhas de tamanho surpreendente e mesmo assim, tenham exagerado na descrição? Seriam essas informações desencontradas a descrição de algum outro animal que não uma aranha? Os nativos parecem acreditar na existência de tais animais, será que nenhum desses testemunhos podem ser levados à sério? 

As respostas para essas questões repousam no coração das selvas intransponíveis, onde segundo as estórias as  J’ba Fofi reinam. Até que alguém explore essa fronteira selvagem por inteiro, talvez seja melhor respeitar os mistérios e os relatos contados pelos nativos. Apenas no caso desses relatos terem um fundo de verdade.

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

"Abre teus Olhos" - Uma estátua de Cristo teria aberto os olhos no México?


Um vídeo feito numa igreja católica no interior do México está deixando fiéis (e até descrentes) de cabelo em pé. O vídeo é rápido, mas tem algo de imensamente sinistro nele.

As imagens mostram uma igreja e no fundo uma estátua de Jesus Cristo crucificado abrindo e fechando os olhos. A cena, postada no Youtube em 3 de agosto, já foi visualizada quase dois milhões de vezes e tem causado muita discussão.

O vídeo tem menos de 2 minutos de duração e qualidade mediana, sendo um pouco escuro. Contudo, é possível ver perfeitamente que os olhos da estátua "se abrem" quando a câmera dá um zoom, aos 35 segundos. 

Eles se mantém abertos por aproximadamente seis segundos, nesse momento eles se fecham e a escultura volta ao normal.

Confira no vídeo abaixo:


Na internet, as opiniões se dividem e, é claro, não falta polêmica. Enquanto uns acreditam que a estátua da Capela de Saltillo, em Coahuila de Zaragoza, está de alguma forma "viva" e que as câmeras flagraram um milagre, outros afirmam que a piscada de Cristo não passa de uma ilusão de ótica ou de uma montagem muito bem feita.

O responsável pelo vídeo não quis se manifestar a respeito, contou apenas que estava filmando uma celebração comum e que não esperava que tal coisa fosse acontecer. Ele mesmo se disse chocado com o ocorrido e se defendeu afirmando que jamais realizaria a montagem de algo tão sério.

De acordo com o site Elancasti, o vídeo foi feito em junho deste ano, e se tornou viral após a postagem feita, na semana passada, pelo portal Adimensional, especializado em investigação de casos estranhos e/ou de paranormalidade.

Segundo o Adimensional, mais de 20 especialistas em fenômenos paranormais, padres, escultores, editores e designers analisaram as imagens e não encontraram nenhum indício de fraude. Também não acharam qualquer explicação para o ocorrido.

Os representantes da igreja no México não comentaram o caso.

*     *     *

Obrigado ao amigo Erick Sebrian que descobriu essa postagem e mandou o link.


Caras, eu sempre tive um profundo respeito por estátuas sacras. E por respeito, quero dizer que elas sempre me assustaram um bocado.

Durante minha infância e adolescência inteira, estudei em um tradicional Colégio de Freiras no Rio de Janeiro e como boa instituição católica, é claro, haviam várias estátuas de santos espalhados pelas áreas comuns, sobretudo nas escadas.

Na escadaria principal que levava até a Capela do Colégio havia uma estátua em especial que sempre me deixava inquieto. Não pela estátua em si, mas por um detalhe sinistro naquela imagem da Nossa Senhora. Ela tinha ao chão uma imagem pequena de uma serpente que sem dúvida representava o diabo, que seus pés descalços pisavam.

Até aí, tudo bem... acho que esse tipo de representação é até mais ou menos comum em arte sacra. Ela simboliza o domínio da Virgem sobre as forças do mal ali encarnadas pela serpente, pisando na cabeça do demônio fica constatado o poder do bem sobre o mal. Ela pisa em sua cabeça peçonhenta e não é ferida e nem sofre represália.

O que me incomodava não era a estátua, mas a face da serpente, horrivelmente humana e terrivelmente macabra. O artista que havia moldado aquela imagem tinha colocado na expressão demoníaca alguns detalhes assustadores: Olhos vermelhos injetados, uma língua bífida que pendia da boca cheia de dentes pontiagudos e uma expressão absurdamente maligna. O artista chegou ao ponto de conseguir reproduzir os olhos do demônio, abertos de uma forma que ele pudesse olhar para cima com uma expressão transbordando ódio. Tudo isso num corpo de serpente dotado de dois bracinhos (!!!) que sempre pareceram os de um bebê medonho. 

Pintada de verde escuro com escamas, você via os detalhes daquela face colérica e enfurecida apenas olhando bem de perto. Não tenho dúvidas que a maioria dos adultos simplesmente passava sem reparar. Mas para crianças, era impossível não ver de perto, já que a estátua ficava sobre um pedestal na altura exata dos olhos infantis que passavam diante dela diariamente.

Eu detestava aquela coisa, mas tinha de passar toda manhã bem na frente e não conseguia desviar os olhos. Em resposta, recebia aquela encarada, da serpente, algo que me dava arrepios.

Lembro que meus pais me levavam a Capela do Colégio nas missas de sábado (foi lá que eu fiz minha primeira comunhão) e eu odiava passar por ali. Se era ruim ser encarado pela serpente de dia, imagine depois do anoitecer.

Mas enfim... a história não seria nada além de uma lembrança de infância se não tivesse um outro detalhe curioso.

Quando eu tinha uns 10-11 anos, um dos alunos mais velhos quebrou a estátua, derrubando ela do alto de seu pedestal, direto no chão. Ela deslizou a escadaria e foi parar no primeiro degrau com partes lançadas para todo lado em um espetáculo que lembrava um atropelamento, uma vez que deixou braços, cabeça e pedaços nos degraus.

Eu me recordo do menino (lembro inclusive o nome dele, mas não vou colocar aqui) que devia ter uns 13-14 anos sendo levado para a sala da diretora logo depois de ter empurrado a estátua. Lembro do Inspetor de Corredor perguntando porque ele tinha feito aquilo, e do garoto (alto para sua idade, cabelo curto e usando bermudas jeans até o joelho) chorando, dizendo que odiava aquela estátua e não queria mais olhar para ela. Juro!

Nas semanas seguintes, talvez até meses seguintes não se falava de outra coisa no colégio. Claro, surgiram estórias a respeito da estátua e de repente todo mundo "via coisas estranhas" perto dela. A estátua passou a ser "assombrada" e gerou inúmeras lendas pelos corredores, contadas pelos alunos mais velhos para assustar os mais novos.


O resumo do incidente foi que o aluno acabou expulso do colégio e a família dele teve que pagar pela reforma da estátua - que dizem, era bem antiga, o que não deve ter saído barato (façam as contas, o colégio onde eu estudava foi fundado em 1920, isso aconteceu em 198x). Além disso, diziam que a estátua sempre estivera no convento das irmãs e pertencia à história do colégio.  rapaz ficou com fama de maluco e alguns inventavam que ele era o próprio anticristo. Crianças podem ser muito malvadas...

Seja como for, muitos meses mais tarde, a estátua apareceu novamente no corredor para horror das crianças. Mas havia algo diferente nela. Eu nunca soube ao certo se ela havia sido afinal de contas reformada ou se era inteiramente outra peça. Fato é, que a expressão severa e odiosa da serpente havia sido muito atenuada e não era mais tão aterrorizante como antes. A nova pintura ou a nova versão, havia atenuado a face diabólica, a tornando mais parecida com um serpente normal, sem os atributos humanos que tanto me incomodavam na época.

É engraçado, mas eu lembrei dessa estória apenas enquanto conversava sobre essa imagem acima do Cristo de olhos abertos. Fazia muito tempo que não pensava a respeito disso; é engraçado como as coisas ficam enterradas no nosso subconsciente e ressurgem repentinamente. Como aqueles sonhos dos quais a gente não se recorda, exceto quando algo no dia seguinte nos remete a eles.

Por falar em sonhos, espero que essa noite eu não tenha pesadelos com serpentes, olhos malignos me encarando e lembranças de infância.

Eu espero... espero mesmo!