"Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Pois se os milagres que foram feitos em vocês tivessem sido feitos em Tiro e Sidom, eles teriam se arrependido há muito tempo. Mas eu lhes digo que Ele será mais tolerável para com Tiro e Sidom no Dia do Juízo do que será com vocês. E tu, Cafarnaum, que te ergues até os céus, serás abatida até as profundezas; porque, se em Sodoma se tivessem operado os prodígios que em ti se operaram, ela teria permanecido até ao dia de hoje."
quinta-feira, 28 de março de 2024
"Ai de ti" - As três cidades amaldiçoadas nos Tempos de Jesus
quarta-feira, 20 de março de 2024
Explorando os Mythos mais obscuros: Mordiggian - O Deus Cadavérico
A entidade se manifesta como uma enorme massa amorfa parcialmente visível que flutua no ar de forma perene. Ele é como uma miragem tremeluzindo no ar quente de um deserto ou como círculos concêntricos se formando na superfície de um lago. Mordiggian pode se fazer mais perceptível coalescendo em uma forma visível semelhante a um redemoinho de partículas de poeira ou um torvelino granuloso semelhante a cinzas de um crematório. Por vezes ele faz brotar apêndices da sua forma central, com longos tentáculos que sondam os arredores e agarram o vazio. O contato com esses tentáculos é nocivo para todas as formas de vida que se corrompem ao mais leve toque. A pele empalidece e a carne se decompõe deixando uma ferida ulcerada pingando icor. Esta marca jamais fecha e cura por inteiro.
O abraço de Mordiggian tem um efeito similar, ele é grande o bastante para engolfar uma dezena de pessoas ao mesmo tempo, erguendo-as no ar e carregando para seu interior turbulento. A reação em cadeia é rápida e reduz o organismo a poeira em segundos. Ao comer, Mordiggian faz uso de um método semelhante através do qual a carne é desintegrada rapidamente. Embora os cultistas se refiram a isso como a maneira da criatura se alimentar, não há como determinar ao certo se a ação visa obter nutrição. É um fato, no entanto, que o Deus consome inteiramente os cadáveres que lhe são ofertados dessa maneira.
Mordiggian possui vários avatares diferentes cada qual, com uma aparência específica dependendo de quem o invoca e com qual feitiço. O avatar se manifesta por um curto período de tempo, obedecendo a circunstâncias especiais e alinhamentos astrais que lhes favorecem. Em geral, um avatar é convocado para receber sacrifícios ou para oficializar rituais diante de uma congregação.
A seguir temos uma relação de alguns avatares de Mordiggian, ainda que possam existir muitos outros:
O Deus Cadáver
Este avatar é mais conhecido no sudeste asiático e talvez seja a mais antropomórfica de suas formas, o que não a torna menos abominável. Ele se assemelha a um gigantesco cadáver humano de pele amarela-esmaecida, que emana uma luz fosforescente. O fedor de seu corpo é repulsivo, rescendendo a carne apodrecida por vários dias. A entidade flutua no ar e permanece imóvel senão pelos olhos mortiços que rolam nas órbitas e por um murmúrio hediondo que gorgoleja de sua boca semiaberta.
O Deus Cadáver é uma entidade neutra que geralmente não interage com os cultistas, mas que pode ser convocada para oficializar rituais nefastos. Os carniçais raramente o invocam e geralmente são humanos que tiveram acesso a algum feitiço que clamam pela sua presença. Para trazer esse avatar é necessária a oferenda da carcaça podre de uma animal do tamanho de um porco ou maior, cântaros com sangue coagulado e velas de gordura humana acesas no cair da noite. A criatura surge por alguns segundos e parte em seguida desaparecendo no ar.
Durante o sistemático genocídio ocorrido no Camboja na década de 1970, o Deus Cadáver foi visto por inúmeras testemunhas que garantiam vislumbrar sua forma pairando sobre os Campos da Morte deixados pelo Kmer Rouge. O Delta Green investigou o caso e manteve as conclusões em documentos sigilosos.
O Grande Verme Pálido
Na Idade Média, Mordiggian assumia essa forma asquerosa quando era convocado pelos seus cultistas na Europa, sobretudo, na França. O Grande Verme Pálido é uma criatura de enormes proporções, similar a um ascarídeo inchado e gordo que se arrasta sobre o próprio dorso deixando um rastro limoso. A criatura tem uma carne mole e purulenta de coloração branca e extremidades castanhas. A cabeça é afilada, dotada de olhos róseos estranhamente inteligentes e uma boca anelada guarnecida de cerdas.
Muitos afirmam que o avatar é o Pai de todos Vermes de Cemitério que devoram a carne dos mortos e se alimentam fartamente da podridão. Não por acaso, esse avatar era convocado para receber sacrifícios e oferendas humanas deixadas em altares nos subterrâneos de necrópoles abandonadas. Os carniçais a reconhecem como uma das formas mais tradicionais de Mordiggian e rendem a ele pedidos para que ele favoreça seus covis e nunca deixe faltar comida.
Alternativamente esse horror pode assumir a forma de uma massa composta por milhares de vermes que se movem como uma única criatura. Nessa encarnação, o Grande Verme Pálido recebe sacrifícios e se alimenta de oferendas consumindo vorazmente cadáveres em poucos minutos.
Hiina
Possivelmente um dos únicos avatares de Mordiggian conhecidos no continente africano, Hiina é uma monstruosidade venerada pelos carniçais que habitam o Noroeste da África, sobretudo o Mali, Mauritânia e Niger. Ele também foi adorado por cultistas humanos descendentes de franceses que se estabeleceram na Colônia do Senegal no século XIX.
A criatura se assemelha a uma imensa hiena de corpo musculoso, com pelagem castanha esverdeada e manchada por doença. Ela geralmente surge coberta com uma substância gelatinosa semelhante a sangue coagulado. Assim como os demais avatares, ele emana um fedor de corrupção e é associado a prática do canibalismo. Dizem que Hiina (nome do qual deriva a palavra hiena) é invocado para se alimentar de cadáveres oferecidos e para punir os transgressores de suas leis. Hiina é uma divindade severa que se farta com os restos humanos e que supostamente possui algum tipo de controle sobre hienas, abutres e urubus que habitam os desertos africanos. Alguns povos nativos rendiam louvores a Hiina graças a sua proximidade com os carniçais. Estes acreditavam que a saliva da criatura podia acelerar a transformação de um humano em carniçal e possuíam um ritual que envolvia se deixar lamber pela monstruosidade.
Ikuta
Conhecido apenas pelos Yacumã, uma tribo degenerada que habita os limites da fronteira norte do Brasil com a Venezuela, Ikuta é o Deus do Massacre e dos Festivais da Carne. Os Yanumã descendem quase que integralmente de carniçais com quem tiveram contato através da Terra dos Sonhos. De fato, uma parte considerável de membros da tribo passam pela transição e se transformam em carniçais ao longo da vida.
Descobertos nos anos 1950 por antropólogos a serviço da extinta Secretaria de Proteção ao Indígena, os Yacumã eram uma tribo de antropófagos que viviam numa das regiões mais isoladas do estado de Roraima. Cercados de selvas densas e intransponíveis eles eram extremamente territoriais e perigosos, embrenhando-se na mata virgem e usando a vegetação em seu benefício. Uma equipe de filmagem italiana na década de 1970 conseguiu encontrar os Yacumã e ter com eles um breve contato, filmando alguns de seus costumes e rituais. A equipe infelizmente acabou desaparecendo na selva. Há histórias de que a tribo se juntou aos carniçais na Terra dos Sonhos.
Seu Deus, Ikuta é um avatar de Mordiggian que assume a forma de uma coluna rodopiante de cinzas que se ergue do chão até os céus. Ele devora tudo que o toca e se alimenta de cadáveres lançados em uma cova subterrânea onde ele era costumava ser invocado.
O Patriarca
Habitando as profundezas de metrópoles e grandes centros urbanos, o Patriarca é um avatar de Mordiggian venerado por grandes comunidades formadas por Carniçais mais esclarecidos. Estes acreditam ardorosamente que o crescimento, progresso e sobrevivência das cidades depende de sacrifícios feitos em homenagem a Mordiggian quando este assume a forma do Patriarca.
Os carniçais tendem a utilizar contatos entre os humanos cuja função é obter sacrifícios que são coletados em lugares miseráveis, vizinhanças perigosas ou túneis de metrô. Eles são levados até os subterrâneos habitados pelos carniçais e ritualisticamente preparados para serem oferecidos ao Patriarca, Se ele estiver satisfeito com o tributo, o Patriarca aceita poupar as cidades na superfície de sua ira e abençoar sua existência.
O Patriarca é uma abominação amorfa gigantesca de cor perolada, dotado de incontáveis bocas avermelhadas que parecem sempre estalar ansiosas por mastigar e devorar carne humana. Ele é invocado apenas nas profundezas por bandos de carniçais que um dia foram humanos. Acredita-se que existam comunidades de carniçais que veneram esse avatar de Mordiggian em Chicago, Nova York e Boston, mas há rumores que dão conta de que tais grupos também podem ser achados nas entranhas de grandes metrópoles ao redor do mundo: Cidade do México, Rio de Janeiro, Londres, Tóquio e Moscou para citar apenas algumas.
Medonho em cada pequeno detalhe, Mordiggian é uma entidade enigmática cujo entendimento parece escapar às mentes sãs. Talvez a compreensão sobre esse Deus demande transcender a razão e desafiar os tabus mais profundos da humanidade. Só aqueles que se entregam a tal juízo tem um vislumbre do que é realmente Mordiggian.
sexta-feira, 15 de março de 2024
Prisão Assombrada - Os assustadores Fantasmas de Alcatraz
terça-feira, 12 de março de 2024
As Leis da Necrofagia - Os Rituais Profanos do Culto de Mordiggian
Além do desejo de sobreviver e expandir suas atividades nefastas, o Culto de Mordiggian tem em mente um objetivo a longo prazo: subverter a sociedade a tal ponto que certas coisas consideradas tabu se tornem práticas aceitas. A seita tem como parte de seus rituais mais sagrados práticas consideradas abomináveis pela maioria das sociedades humanas. Canibalismo, necrofilia e a adoração de entidades não-humanas constituem o tripé no qual o Culto se equilibra, princípios difíceis de tolerar.
Embora tentem promover essas práticas perversas, o Culto jamais foi capaz de superar o senso de estranheza e horror das pessoas diante de tais atitudes. Historicamente eles fizeram poucos avanços exceto entre indivíduos naturalmente degenerados. Mesmo assim, a atuação dos cultistas invariavelmente acabou chamando a atenção das autoridades forçando a evacuação da seita no momento em que ela é descoberta. O Culto acredita que certas práticas, em especial o canibalismo, podem ser impostas aos humanos, sobretudo em tempos de grande perturbação no tecido social. Durante guerras e revoluções, as privações podem forçar as pessoas a atitudes extremas que normalmente elas sequer iriam cogitar. Os Carniçais ligados ao culto observam com interesse quando a fome faz com que tabus consagrados sejam testados até seus limites. Eles observaram com grande atenção os eventos transcorridos nas Guerras Napoleônicas, na Grande Guerra, na Revolução Soviética e na Segunda Guerra Mundial. Mais recentemente, a Guerra em Ruanda e na Bósnia fizeram os carniçais ansiar pela implantação de seu modo de vida.
A crença deles é que, se uma quantidade suficiente de humanos se voltar para essas práticas, isso irá pavimentar o caminho para o Despertar de Mordiggian. Embora reconheçam que essa tarefa é excepcionalmente difícil, os adeptos se consolam sabendo que a população mundial está em crescimento constante e que tal coisa pode levar a uma crise global de alimentos. Eles teorizam que se a raça humana continuar crescendo irá eventualmente atingir uma massa crítica de densidade populacional que forçará alguns governos a reavaliar dramaticamente seu posicionamento quanto a antropofagia.
De muitas maneiras, a visão do Culto é bastante fatalista.
Eles sabem que Mordiggian em algum momento deve despertar, mas divergem quanto ao melhor momento para isso acontecer. Tal coisa se dá porque os próprios cultistas não sabem ao certo o que acontecerá quando seu Deus for liberado no mundo. Alguns acreditam que a humanidade eventualmente acabará cedendo aos princípios de sua crença, se não por convicção, ao menos para continuar sobrevivendo. Nesse panorama niilista, os membros da seita esperam se tornar uma casta superior visto que já serviam ao Deus antes dele ascender. Contudo, há aqueles temerosos de que uma vez libertado, Mordiggian se dedique a decretar o fim de toda a vida e transformar o planeta em um enorme cemitério.
Existe também uma profecia antiga muito disseminada entre os membros da seita, de que o Despertar de Mordiggian permitirá aos Carniçais reclamar o mundo da Superfície como seu. Com a humanidade derrotada e colocada de joelhos, os carniçais poderão deixar seus covis e esconderijos para demandar o mundo. Referida como "A Grande Ceia", essa Profecia é aguardada por muitos carniçais que veem nela a derradeira recompensa por servir Mordiggian.
Morte e necrofagia desempenham papel fundamental nos rituais voltados a Mordiggian.
Os cultistas acreditam que todo cadáver retém o saber e parte de sua vivência e que este pode ser obtido quando a carne é consumida cerimonialmente. Quanto mais antigo o cadáver, mais profundos os segredos acumulados por ele, algo que os carniçais chamam de "erudição" contida na Carne. Por essa razão, os restos mais antigos ou que pertenceram a indivíduos com reconhecido saber místico são especialmente desejados.
Os adeptos de Mordiggian não veem a si mesmos como canibais degenerados, mas indivíduos que buscam acumular segredos insondáveis e também comungar espiritualmente com seu Deus. Ao se alimentar de um cadáver devidamente preparado eles acreditam estar partilhando a carne diretamente com Mordiggian e concedendo ao seu Deus uma pequena parcela de segredos que de outra forma se perderiam.
O Ritual de Preparação tem início com a escolha dos cadáveres que serão consumidos pela assembleia. Alguns sacerdotes desenvolvem um faro sensível que supostamente lhes permite identificar os restos humanos mais valiosos pela antiguidade deles. É interessante notar que nenhum corpo "fresco" é consumido, sendo escolhidos apenas cadáveres em que já se iniciou o processo de decomposição. Um cadáver de duas ou três semanas é o ideal, mas outros, muito mais deteriorados, também podem ser selecionados. Sob os templos de Mordiggian há sempre um lugar em que restos humanos são estocados com o intuito de apodrecer corretamente, deixando-os nas condições desejadas. Esses lugares possuem fileiras e mais fileiras de corpos humanos dispostos em racks ou pendurados em ganchos.
É uma concepção errônea que os carniçais ligados ao Culto devorem seus inimigos assim que são mortos; o mais provável é que eles reclamem os corpos e os levem para seus covis para um período de maturação. Só depois deste é que eles serão devorados.
A preparação dos cadáveres segue com o trabalho de acólitos escolhidos especificamente para essa importante função. Roupas e pertences são removidos, o cadáver é lavado cuidadosamente e os cabelos aparados com tesouras e navalhas. Em seguida ele recebe a aplicação de símbolos arcanos com tinta na pele que o identificam como Sacrifícios à Mordiggian. Esse tratamento costuma ser dado aos restos de indivíduos que os sacerdotes consideram depositários de segredos valiosos. Outras pessoas, em especial cadáveres de jovens ou crianças, são preparados com menos cerimônia podendo ser seccionados em postas e fatiados como aperitivos para a ceia principal.
Nas celebrações os cadáveres são dispostos em altares de pedra cinzenta como granito ou ardósia e apresentados diante da congregação. O templo é geralmente uma câmara subterrânea parcialmente iluminada por velas feitas de gordura humana e pavio de cabelos. O Sacerdote veste uma espécie de avental cerimonial feito de pele humana curtida e um diadema de ossos. Os participantes geralmente se apresentam despidos, mas em alguns casos importantes vestem ornamentos feitos de osso, tendão e pele ressecada.
Depois dos cadáveres serem cerimonialmente encomendados a Mordiggian, o Sacerdote que preside a cerimônia convida os participantes a tomar parte no momento mais importante - a Comunhão. As oferendas são devoradas por inteiro, por isso o ritual demanda um número mínimo de participantes. Os carniçais tem a primazia, em seguida aqueles que estão em processo de transformação e finalmente os humanos, todos obedecendo um chamamento do sacerdote.
Não é permitido o uso de talheres e utensílios, "a carne só é tocada pelas mãos e bocas". O ideal é que no fim toda carne seja consumida: músculos, órgãos, fluidos e cartilagem. Isso pode demorar algumas horas dependendo da quantidade de sacrifícios e de fiéis presentes. O crânio e alguns ossos maiores, uma vez limpos são recolhidos e usados como adorno nas paredes, altares e colunas do templo formando mosaicos intrincados.
Não há palavras capazes de descrever o horror que é testemunhar os rituais aviltantes do Culto de Mordiggian. Os comensais descem vorazmente sobre os restos promovendo um espetáculo dantesco de horror antropófago. Garras rasgam a carne tenra e quebram os ossos, presas despedaçam os músculos enquanto bocas ávidas sorvem ruidosamente o tutano. Logo, nada resta do que um dia foram pessoas.
Além desse ritual sagrado, há uma infinidade de outras cerimônias igualmente repulsivas que invariavelmente culminam em necrofagia. Antes os cadáveres podem ser sujeitos a outras formas de depredação incluindo, mas não se limitando, a mutilação, esfolamento e necrofilia. Ironicamente, embora sejam sujeitos a esses horrores, os cadáveres são considerados instrumentos pelo qual se dá a comunhão com Mordiggian, são, portanto, manipulados com imenso respeito, quase reverência.
Em datas propícias um avatar de Mordiggian pode ser invocado para presidir rituais especialmente significativos. Nestas ocasiões, a congregação se reúne em peso, atraindo cultistas de outras localidades que viajam para participar da cerimônia. Um banquete é preparado com esmero e fausto, por vezes esgotando os dispensários de carne humana, reduzindo as reservas, deixando-as perigosamente baixas. Isso no entanto, não preocupa aos cultistas que veem nesses rituais especiais a oportunidade de vislumbrar, ainda que brevemente um aspecto de seu Deus. Quando o avatar se manifesta é tradicional oferecer ao menos um dos membros da congregação como sacrifício, uma grande honra para o escolhido.
Quando um aspecto de Mordiggian se faz presente ocorre uma grande reação emocional; os cultistas se veem diante de seu Deus afinal de contas. Choro, gritos e histeria dominam a todos. O Deus come primeiro, se alimentando de todos os corpos que desejar antes de partir. Tudo aquilo que restou é considerado abençoado pela congregação, uma demonstração de generosidade para com o seu rebanho. A conclusão apoteótica dessa festividade é marcada por cantoria, dança e um violento bacanal entre os presentes.
Os cultistas de Mordiggian possuem vasta compreensão do funcionamento do Mundo dos Sonhos e sabem como navegar através dele. Com carniçais ensinando as nuances do sonhar, não é estranho que muitos humanos desenvolvam familiaridade com o saber onírico e explorem essa dimensão. Não é estranho que cultistas empreendam peregrinações até a cidadela de Zul-Bha-Sair no obscuro Continente de Zothique. Muitos deles passam anos imersos em seus sonhos vivendo na cidade e conhecendo os meandros da adoração a Mordiggian, não é estranho também que alguns optem por viver no Mundo dos Sonhos para sempre.
A essa altura, talvez seja bom falar sobre Mordiggian e seus avatares. Eles será o foco da terceira e última parte dessa série.