E já que estamos falando de zumbis...
Com base no texto de Ed Grabianowski
Poderiam zumbis existir no mundo real? O que seria necessário para animar cadáveres humanos e fazer com que eles atacassem outros indivíduos? A maioria das pessoas pensa que zumbis são uma impossibilidade cientifica - mas, na verdade, uma epidemia embora altamente improvável, não é inteiramente impossível.
Acha exagero? Pois bem...
Acha exagero? Pois bem...
Vamos contemplar algumas possibilidades que poderiam resultar no temido Apocalipse Zumbi.
Para começar nosso exame sobre uma epidemia zumbi, precisamos fazer algumas suposições básicas e estabelecer limites. Em primeiro lugar, vamos ignorar todas as origens sobrenaturais dos zumbis. Nada de vodu, necromancia ou magia negra. Também vamos deixar de lado coisas como radiação espacial, cometas misteriosos ou satélites russos. Nosso foco será nos aspectos biológicos que poderiam desencadear o surgimento dos mortos vivos. Claro, há muitos cenários diferentes com zumbis em livros e filmes, e nenhuma teoria é capaz de cobrir todos eles perfeitamente.
A explicação mais comum dentro do reino da ficção científica para surtos de zumbis é a ação de algum vírus desconhecido - contudo, os vírus e infecções bacterianas não são conhecidos por construir novas estruturas físicas em organismos orgânicos. Então, vamos descartar os vírus. No lugar deles, precisamos estabelecer um mecanismo na natureza que seja capaz de permitir a ativação de partes do corpo em estado progressivo de deterioração. Essa é a pedra fundamental do que constitui um zumbi. Nesse contexto, a mais forte teoria envolveria algum tipo de infecção fúngica.
Sabemos que os fungos podem infectar os seres humanos. Sabemos também que redes de fungos existem na maior parte das florestas do mundo. Estas redes frequentemente estabelecem uma relação simbiótica com árvores e outras plantas na floresta, criando uma troca de nutrientes para benefício mútuo. Estas redes podem ser muito grandes, e há estudos que demonstram que sinais químicos podem ser transmitidos de uma planta para outra através dessa rede micorrízica.
Mas isso poderia se estender também a animais? Para que isso acontecesse, seria preciso que os filamentos de fungos desempenhassem funções vasculares e neurais dentro de um cadáver.
Isso nos leva ao seguinte cenário: esporos microscópicos são inalados, ingeridos, ou transmitidos através da mordida contagiosa de um indivíduo infectado. Esses esporos são eventualmente dispersos por todo o organismo através da corrente sanguínea. Então eles ficam adormecidos. Quando o hospedeiro morre, os sinais químicos (ou, mais precisamente, a ausência de sinais químicos) dentro do corpo aciona os esporos que começam a crescer. A rede fúngica preenche funções específicas no organismo e passa a transportar nutrientes para os músculos, permitindo a animação deles e a atividade motora.
Parte da rede fúngica se desenvolve no interior do cérebro, onde interage com a medula, cerebelo, assim como outras partes do cérebro responsáveis pela visão, audição e possivelmente olfato. Substâncias químicas liberadas pelos fungos ativam as respostas básicas dentro destas áreas do cérebro. Os fungos passam a constituir uma interface cerebral e são capazes de converter os sinais electroquímicos dos neurônios em sinais químicos que transmitidos ao longo da rede de fungos, se estende pelo organismo. Esta interface é lenta e imperfeita, o que resulta em movimentos descordenados e vacilantes que caracterizam os zumbis. Esse mecanismo comprovaria a validade dos "headshot" (tiro na cabeça) como uma forma de eliminar os zumbis. Um ferimento pesado afetando o cérebro ou a coluna vertebral, destruiria a interface estabelecida, deixando o zumbi totalmente inerte.
Isso ainda deixa em aberto a questão do metabolismo zumbi. Onde os zumbis obteriam os nutrientes necessários para realizar a atividade física, além dos nutrientes necessários para alimentar o ciclo de vida dos fungos? Isso poderia ser explicado pela necessidade constante que os zumbis da ficção demonstram em devorar carne. A rede de fungos ainda precisaria de algum mecanismo para metabolizar a carne consumida, digerir e transformá-la em energia.
É possível que este fungos em especial tenha desenvolvido uma forma de extrair a energia e os nutrientes a partir de carne, de uma maneira semelhante a realizada pelas plantas carnívoras. É possível ainda que os fungos extraissem energia a partir da decomposição do próprio material orgânico do hospedeiro, o que efetivamente colocaria um período de vida mais curto nestes zumbis. Quase um prazo de prescrição. A medida que o cadáver se deteriora e as estruturas são consumidas, a rede de fungos entra em colapso.
Agora que estabelecemos uma teoria viável baseada em zumbis criados por fungos, devemos estabelecer como a doença poderia surgir. O objetivo de qualquer organismo biológico é viver tempo suficiente para se reproduzir, mas muitos patógenos são auto-limitados pela sua própria letalidade. O hospedeiro morre antes que ele tenha a chance de se multiplicar. Isso nos deixa dois caminhos para o desenvolvimento de um fungo zumbi. Primeiro, uma espécie de fungos que seja capaz de utilizar o trato digestivo dos animais para contaminar outros. Em outras palavras, os animais ingerem o fungo e defecam os esporos que contaminam outros animais sadios. Contudo, na maioria dos casos, o sistema imunológico do hospedeiro seria capaz de destruir a infecção. Uma mutação poderia fazer com que os esporos só se desenvolvessem após a morte do hospedeiro, como um gatilho. Sem recursos para barrar a infecção fúngica, ela se espalharia sem controle.
Uma outra possibilidade é que a infecção fúngica seja extremamente agressiva, capaz de causar a morte do hospedeiro sem que o organismo tenha tempo de combater a invasão. Existem fungos potencialmente letais na natureza, mas nenhum que mate tão rápido.
É claro, uma coisa é um fungo ativar a coordenação de um hospedeiro morto, outra bem diferente é esse hospedeiro morto se levantar e começar a atacar outras pessoas. Há muitos passos evolutivos entre uma coisa e outra, razão pela qual uma origem zoonótica parece o caminho mais viável.
Nessa hipótese, o fungo sofre mutações a medida que se dissemina entre hospedeiros. Ele poderia, por exemplo, ser ingerido por animais domésticos ominívoros, como porcos. Populações de suínos em cativeiro, sujeitos à superlotação, poderia ser o lugar perfeito para o fungo se espalhar e sofrer mutações. Em algumas fazendas de porcos mal gerenciadas, suínos mortos infectados poderiam ser parcialmente devorados por animais saudáveis, permitindo que as cepas fúngicas se espalhem pela população sofrendo mutação. O método de transferência a partir da população de porcos para a população humana seria muito simples pela alimentação.
Embora uma epidemia desse tipo possa parecer incrivelmente improvável, há precedentes perturbadores na própria natureza. Várias espécies de vespas parasitas são capazes de reprogramar os padrões comportamentais de seus hospedeiros (abelhas, formigas e até mesmo lagartas), criando comportamentos complexos benéficos para a vespa e prejudicial para o hospedeiro. Enquanto os anfitriões nesses casos não estão mortos, isso não demonstram que as substituições químicas complexas podem evoluir na natureza.
Em outros casos, fungos encontrados em selvas isoladas, são capazes de infectar insetos e fazer com que eles se comportem de uma maneira bizarra que favoreça ao crescimento do próprio fungo a partir da morte do hospedeiro. Colônias de formigas tendem a se livrar de indivíduos contaminados para evitar uma contaminação em larga escala que poderia ser fatal para a coletividade.
Seria possível tal coisa acontecer entre animais superiores, ou mesmo com humanos?
Esperemos que os cientistas possam desenvolver um fungicida anti-zumbi eficaz antes d etal coisa acontecer...
Uma outra possibilidade é que a infecção fúngica seja extremamente agressiva, capaz de causar a morte do hospedeiro sem que o organismo tenha tempo de combater a invasão. Existem fungos potencialmente letais na natureza, mas nenhum que mate tão rápido.
É claro, uma coisa é um fungo ativar a coordenação de um hospedeiro morto, outra bem diferente é esse hospedeiro morto se levantar e começar a atacar outras pessoas. Há muitos passos evolutivos entre uma coisa e outra, razão pela qual uma origem zoonótica parece o caminho mais viável.
Nessa hipótese, o fungo sofre mutações a medida que se dissemina entre hospedeiros. Ele poderia, por exemplo, ser ingerido por animais domésticos ominívoros, como porcos. Populações de suínos em cativeiro, sujeitos à superlotação, poderia ser o lugar perfeito para o fungo se espalhar e sofrer mutações. Em algumas fazendas de porcos mal gerenciadas, suínos mortos infectados poderiam ser parcialmente devorados por animais saudáveis, permitindo que as cepas fúngicas se espalhem pela população sofrendo mutação. O método de transferência a partir da população de porcos para a população humana seria muito simples pela alimentação.
É claro, a infecção fúngica não seria capaz de animar animais mortos infectados sem que houvesse várias mutações. Mas depois de muitas gerações, esta capacidade de mobilidade post-mortem se tornaria uma vantagem, um tipo de plataforma móvel para distribuição de esporos. Tanto a animação dos zumbi quanto o ataque deles a outros indivíduos teriam como objetivo dissiminar a contaminação para o maior número possível de espécimes saudáveis. Nesse contexto, o cenário de uma epidemia em larga escala seria algo assusutador.
Embora uma epidemia desse tipo possa parecer incrivelmente improvável, há precedentes perturbadores na própria natureza. Várias espécies de vespas parasitas são capazes de reprogramar os padrões comportamentais de seus hospedeiros (abelhas, formigas e até mesmo lagartas), criando comportamentos complexos benéficos para a vespa e prejudicial para o hospedeiro. Enquanto os anfitriões nesses casos não estão mortos, isso não demonstram que as substituições químicas complexas podem evoluir na natureza.
Em outros casos, fungos encontrados em selvas isoladas, são capazes de infectar insetos e fazer com que eles se comportem de uma maneira bizarra que favoreça ao crescimento do próprio fungo a partir da morte do hospedeiro. Colônias de formigas tendem a se livrar de indivíduos contaminados para evitar uma contaminação em larga escala que poderia ser fatal para a coletividade.
Seria possível tal coisa acontecer entre animais superiores, ou mesmo com humanos?
Esperemos que os cientistas possam desenvolver um fungicida anti-zumbi eficaz antes d etal coisa acontecer...
Eu sempre disse que um apocalipse Zumbi só faria sentido, com essas limitações que você colocou, sem nada "sobrenatural" ou de outro planeta, se fosse com fungos! Ainda mais depois daquela reportagem com as formigas zumbis!
ResponderExcluirUm apocalipse Zumbi, ao me ver, é extremamente improvável por vários fatores, um deles é a complexidade do parasita, as varias funções que ele deveria cumprir no corpo, além de evitar uma resposta imunológica.
ResponderExcluirAlém disto existem os fatores externos, como tempo de disseminação da doença e resposta das pessoas a ela. Pos ao contrario d que vemos em filmes e jogos, em um dia, dificilmente uma população grande seria contaminada. Este tempo poderia fazer, com a rapidez de informações atual, que a infecção seja controlada.
Mas se nós usar-mos de exemplo a revista Crossed, de Garth Ennis, veriamos uma nova forma de infecção, onde a pessoa não se torna um zumbi, mas tem todos os seus inpulsos violentos e desejos aumentados ao maximo, e sem nenhum limite moral. O que seria possivel, e até provavel, comparando com doenças como a raiva canina. E dificultando o combate, pois os infectados manteriam a inteligencia, apesar de que, somente usada para o proprio prazer.