Histeria em Massa - também conhecida como
histeria coletiva,
histeria de grupo, ou
transtorno comportamental coletivo, é um termo reconhecido pela psicologia e pela sociologia que se refere a alucinações que atingem uma determinada parcela da sociedade e se espalham com grande rapidez afetando um número cada vez maior de pessoas. Os principais catalizadores da histeria em massa são os rumores e o medo.
Na medicina, o termo é utilizado para descrever a manifestação espontânea de um mesmo comportamento definido como histérico por um grande grupo de indivíduos. Nos casos mais graves, uma única pessoa ou um grupo relativamente pequeno é capaz de convencer um grande número de indivíduos que uma situação de perigo ou de ameaça está prestes a se instalar no meio. Ou ainda, que esse perigo já atingiu o grupo e que está se alastrando entre os membros de forma rápida. Nesses casos, as pessoas tendem inclusive a manifestar sintomas físicos como se realmente estivesse sendo afetada pela condição inexistente.
Antes do século XX, a maioria dos casos de alucinação em massa ou epidemias de histeria envolviam pessoas sujeitas a uma disciplina rigorosa por um longo período de tempo. Entre o século XV e XIX a crença popular em bruxas e demônios, junto com o estilo de vida gregário de conventos e monastérios resultaria em alguns estranhos casos de histeria coletiva nessas austeras instituições religiosas.
Mas embora esses lugares fossem um ambiente perfeito, favorável a disseminação de alucinações compartilhadas e paranoia coletiva, incidentes semelhantes surgiam nos mais variados ambientes e onde menos se esperava.
E quando começamos a ver como esse fenômeno se manifesta, é difícil não associá-lo a um bom cenário de horror em que as pessoas reagem de uma maneira impensável diante de uma condição imaginárias.
Vejamos alguns curiosos exemplos de Histeria em Massa retirados da história.
AS FREIRAS QUE MIAVAM
Durante a
Idade Média, dezenas de epidemias de histeria ocorreram em monastérios, conventos e instituições religiosas cristãs na Europa. Na época era aceito que certos animais, como por exemplo lobos e corvos, pudessem possuir e escravizar a mente de pessoas e que de alguma forma fossem capazes de causar loucura e reações anormais em suas vítimas. Na França, por muitos séculos felinos eram considerados como animais próximos do diabólico.
De fato no século XIII em Paris, houve um grande movimento religioso que tentou eliminar todos os gatos de rua, pois os pobres felinos eram considerados como espiões e serviçais de bruxas. Em Nantes, a crença de que gatos, em especial, gatos pretos, eram familiares das feiticeiras levou um número de mulheres para a fogueira apenas porque alimentavam ou tinham tais animais em suas casas.
É possível que a crença de que gatos fossem emissários de Satanás tenha criado uma histeria em massa que afetou um grande convento na França no século XIV. O caso começou discretamente, com uma noviça que certa manhã acordou imitando o som do miado de um gato. Nada demais, contudo, a jovem explicou que aquilo havia começado depois dela encontrar um gato preto no pátio do convento e de tê-lo alimentado com um pouco de leite. O gato preto a teria mordido e desaparecido em uma sombra como por magia. Depois disso ela começara a miar todo dia de manhã impossibilitando que ela observasse suas orações diárias.
A coisa começou a ficar séria quando uma segunda freira também começou a miar. Depois, outra, mais outra e assim por diante. Eventualmente, todas as freiras do convento estavam sofrendo com aquela estranha condição e não conseguiam parar de miar.
Há registros de que uma cidade vizinha ficou perplexa com o que estava acontecendo e que o portão do convento foram bloqueados para que o mal não se espalhasse. Finalmente soldados foram contratados e armados com chicotes e porretes, seguiram para arrancar os espíritos malignos que supostamente estavam dominando as freiras.
A EPIDEMIA DAS MORDIDAS
Em 1500, um outro convento, dessa vez na Alemanha foi afligido por uma estranha e inexplicável moléstia. Tudo começou quando uma freira sem mais nem menos mordeu uma de suas colegas. Não foi uma simples mordida, mas uma mordida que deixou uma marca distinta na pele com uma coloração roxa e incomum. Ao ser solta do claustro onde foi segregada, a freira voltou a morder as outras até ser amordaçada. Em um momento de lucidez ela explicou que não conseguia se controlar e se fosse libertada voltaria a fazê-lo.
Logo se alastrou o boato que aquele absurdo era obra diabólica. Não demorou então para que outra irmã manifestasse os mesmos sintomas e tentasse morder suas companheiras de ordem. A partir de então a coisa se alastrou e menos de uma semana depois do primeiro caso, todas as irmãs estavam sofrendo do mal.
Emissários do Bispo da Saxônia foram enviados para observar e ficaram horrorizados com o que viram. Nesse caso, a epidemia não ficou restrita aos muros do convento. Os boatos sobre a "peste das mordidas" foi disseminado por Brandemburgo e demais regiões da Saxônia. Ela atravessou as fronteiras e se instalou na Holanda, chegando a ser assunto de preocupação até mesmo em Roma.
As irmãs acometidas pela estranha compulsão receberam a misericórdia da Igreja quando as coisas se acalmaram, mas mulheres em povoados que manifestaram os mesmos sintomas foram aprisionadas e acusadas como bruxas. Algumas foram obrigadas a usar mordaças por meses, enquanto algumas tiveram dentes arrancados.
A PRAGA DA DANÇA INCONTROLÁVEL
No mundo da histeria em massa, os efeitos podem variar enormemente. Por vezes a compulsão do grupo se manifesta de forma inesperada, como o fenômeno no mínimo bizarro que arrebatou dezenas de pessoas em uma região rural da França em 1518.
Naquele ano, em meio a miséria e superstição, uma nova praga dominou as pessoas. Uma praga de dança incontrolável.
Improvável, mas real. A "praga" teve início com uma mulher,
Frau Troffea, que
saiu de casa num dia qualquer e pôs-se a dançar freneticamente, sem demonstrar
nenhum sinal de alegria. Segundo registros "com a face tomada de desespero e angústia, a velha senhora continuava a saltar e pular sem controle de seu corpo, como se estivesse possessa por uma energia sobrenatural".
De vez em quando, desmoronava, exausta, os olhos tomados de lágrimas, apenas para
retomar seu movimento sinistro algumas horas depois. Após alguns dias, a mulher
foi levada à força a um templo, com os sapatos encharcados de sangue. Esperava-se que ela pudesse ser curada e que algum tipo de demônio fosse extirpado de seu corpo convulsivo. Por horas, o pároco rezou sobre ela, mas a mulher, mesmo amarrada tentava de qualquer maneira se libertar das cordas. Suas convulsões foram tão violentas que ossos se partiram e músculos se tensionaram a tal ponto que ela não suportou e morreu.
Mas o
problema então só cresceu: em pouco tempo, mais de 30 pessoas haviam tomado as ruas
perpetuando o transe dançarino. Em pouco mais de um mês, já eram 400 indivíduos. Apesar de
não haver um registro exato, estima-se que pouco mais de uma centena de pessoas
morreram consumidos pela exaustão física e mental. Aterrorizadas, as pessoas se trancavam em casa ou nas igrejas rezando para que a Praga da Dança não as atacasse, pois não existia cura conhecida.
Pouco devastadora, se comparada a outras epidemias da
Idade Média (a peste negra tirou a vida de cerca de 12 milhões de pessoas, quase
um terço da população europeia da época), a praga da dança, contudo possui um lugar de destaque entre as manifestações mais bizarras.
A PRAGA DOS OBJETOS MALDITOS
Essa histeria ocorreu em
Milão,
Itália no ano de 1630. Anos antes, uma horrível epidemia de peste havia dizimado parte da população da cidade e alguns acreditavam que a pestilência havia se originado nos poços públicos de água da cidade. Para evitar que a doença retornasse, alguns poços foram fechados e pintados com marcas de caveira para que ninguém bebesse suas águas. Todos os objetos relacionados ao poço, copos, baldes e mesmo cordas passaram a ser considerados impuros e destruídos. Mas isso foi apenas o começo.
Quando a peste eventualmente retornou, os habitantes de Milão começaram a acreditar que a doença podia se manifestar em objetos especialmente encantados para servir como vetor da doença. Bastava tocar em alguma coisa "contaminada" para ser infectado.
Um velho feirante foi visto passando um pano suspeito em algumas frutas, e acusado de estar usando o pedaço de tecido para transmitir a doença fatal. Ele foi capturado por uma multidão e arrastado pelos cabelos até um juiz, que o obrigou a comer o pano e assim provar que ele não estava contaminado pela doença. Assustado o homem se engasgou e morreu antes de terminar: estava provada a teoria de que o pano fora de alguma forma amaldiçoado.
O pânico se espalhou rapidamente pela cidade e objetos contaminados eram vistos em todo canto. Um barbeiro foi acusado de usar uma tesoura que carregavam a praga quando um de seus clientes contraiu a doença depois de cortar os cabelos com ele. A dona de uma pensão foi acusada de ter passado a praga para um grupo de viajantes que comeram um ensopado que ela preparou em um caldeirão na sua cozinha. Um comerciante foi acusado de passar a praga para um soldado depois deste beber em uma caneca que ele havia oferecido.
Os acusados, submetidos a tortura confessavam o conluio demoníaco para escapar do tormento. Confessavam ter invocado Satã para que este urinasse sobre centenas de objetos de uso diário, tornando-os mortais. Vários objetos foram reunidos e exorcizados para que passassem mais a doença para inocentes. Todos os envolvidos na conspiração demoníaca dos objetos malditos, foram considerados culpados e executados. Segundo os documentos da época mais de 200 pessoas foram acusadas de ter encantado objetos.
OS DIABRETES NO INTERNATO
Em 1639, em uma Escola de Meninas em Lille, França, as alunas começaram a afirmar poder ver pequenos diabretes de pele escura como carvão, dotados de asas de morcego que voavam e mordiam. As meninas eram as únicas capaz de ver esses diabinhos e quando uma via, todas elas gritavam juntas e apontavam na direção, embora mais ninguém fosse capaz de perceber as tais criaturas. A diretora da escola, uma mulher chamada Antoinette Bourignon explicou que apenas crianças inocentes eram capazes de ver as criaturas malignas. Algumas meninas chegavam a mostrar pequenas mordidas na pele causadas pelas criaturas que sugavam sangue e sussurravam palavras demoníacas em seus ouvidos.
Os rumores se espalharam e um religioso foi mandado para tratar da questão. O homem interrogou as meninas e elas começaram a confessar voluntariamente ter invocado os diabretes através de rituais diabólicos de magia negra. Contavam ainda que voavam em vassouras, mantinham relações sexuais com demônios e que eram servidas por familiares. Uma das meninas contou ainda que uma colega que havia se negado a participar do sabá, foi jogada em um caldeirão, cozida e devorada por todas as outras.
As alunas chegaram perto de ser queimadas na fogueira, mas foram salvas na última hora quando começaram a acusar Madame Bourignon de ser a verdadeira bruxa por trás de tudo. A mulher foi então julgada e sentenciada a morte.
A histeria só se encerrou quando a diretora foi morta e a escola fechada. Esse caso, marcou o auge da caça às bruxas na Europa continental, entre 1400 e 1650, pelo menos 200,000 pessoas foram executadas após alegações de bruxaria.
AS BRUXAS DE SALEM
Provavelmente o caso mais famoso de histeria em massa na história, ocorreu no vilarejo de
Salem (atualmente,
Danvers, Massachusetts) entre 1690 e 1692.
O vilarejo de puritanos foi varrido por uma profunda paranoia que levou a julgamentos, tortura, aprisionamento e pelo menos vinte execuções. A histeria chegou a tal ponto que até animais chegaram a ser acusados, dois cães foram executados, acusados de servir ao demônio. Todas as sentenças foram decretadas com base em provas circunstanciais e evidências ambíguas.
A caça às bruxas se iniciou em dezembro de 1691, quando oito meninas que viviam nos arredores de Salem começaram a se comportar de maneira atípica. Algumas não conseguiam falar e se limitavam a grunhir e repetir o que os outros diziam. Apresentavam ainda convulsões incontroláveis, corriam em círculos, babavam e viravam os olhos. A conduta das adolescentes fez com que pastores fossem enviados para averiguar e depois de interrogar as meninas elas começaram a contar que o demônio estava livre em Salem agindo através de serviçais devotados a sua causa nefasta. Para desviar o foco, as meninas começaram a apontar pessoas inocentes e contar as mais improváveis estórias a respeito do que elas teriam feito - crimes que incluíam beber sangue, invocar o demônio e realizar pactos tenebrosos.
Logo centenas de cidadãos de Salem foram presos sob acusação de bruxaria. A loucura só se encerrou em 1693 quando o governador de Massachusetts ordenou que os suspeitos fossem libertados, mas a essa altura muitos já haviam morrido na forca.
Atualmente, existem teorias de que a histeria coletiva tenha sido causada por envenenamento de fungo no depósito de grãos da cidade. Esses fungos teriam induzido as crianças a um estado de euforia que combinado ao fervor religioso e medo de perseguição, resultou em alucinações.
OS HOMENS MORCEGO
Durante um final de semana em agosto de 1835, um longo artigo foi publicado em um jornal de Nova York. A manchete era a seguinte: "Grande descoberta astronômica feita por Sir John Herschel, no Cabo da Boa Esperança".
Uma série de reportagens escritas pelo jornalista Richard Locke causaram então sensação mundial. Segundo Locke o astrônomo havia aperfeiçoado um telescópio extremamente potente em seu observatório na África do Sul que lhe permitia ver perfeitamente a superfície da Lua. Nela Herschel teria avistado formas de vida alienígenas, responsáveis pela construção de cidades com grandes torres. Essas criaturas foram chamadas de vespertilio-homo, literalmente homem-morcego.
As criaturas, habitantes da lua, foram descritos como seres do tamanho de homens, dotados de asas negras que lhes permitiam voar livremente. Vários jornais começaram a comprar as matérias de Locke a respeito da raça de homens-morcego e um panfleto a respeito do assunto vendeu mais de 60,000 cópias em um mês.
À medida que a notícia se espalhava, pessoas começaram a informar o avistamento das estranhas criaturas lunares. Em Bufalo, interior de Nova York pessoas disseram ter sido visitadas pelos homens-morcego, em Valdalle no interior do estado os homens-morcego haviam sido vistos atacando uma fazenda o que causou pânico. Informes sobre a atividade dos seres alienígenas se espalharam com tanta rapidez que fazendeiros passaram a proteger suas plantações com espingardas para afugentar os visitantes lunares. A notícia viajou para o Oeste onde supostamente as criaturas sequestraram inocentes e levaram para o interior de cavernas. Os casos eram tantos que os jornais noticiavam encontros quase diários dos monstros.
Quando finalmente a estória chegou até Sir John Herschel ele informou que sua descoberta astronômica era uma lua em outro planeta e não uma raça alienígena. A comoção a essa altura era tamanha que apesar de professores e cientistas negarem o fato, avistamentos dos estranhos homens-morcego continuaram acontecendo até o início do século XX.
O ASSASSINO DE HALIFAX
Este caso clássico de histeria coletiva ocorreu na cidade de Halifax, na Inglaterra em 1938. Ele começou com a denuncia de uma mulher que afirmava ter sido perseguida por um homem misterioso armado com um martelo. A mulher chamada Mary Gladhill descreveu o homem como um estrangeiro mau encarado, vestindo sobretudo, chapéu que usava estranhos sapatos com fivelas brilhantes. O sujeito a teria seguido pelas ruas da cidade gargalhando e brandindo o martelo, enquanto ameaçava arrebentar sua cabeça com a ferramenta. Mary teria escapado por pouco! A polícia foi comunicada, mas ninguém achou o criminoso.
Na noite seguinte Gertrude Watts, disse que o mesmo homem a perseguiu pelas ruas e por pouco não a agrediu com o temido martelo. Cinco dias depois foi a vez de Mary Suthcliffe, que disse ter sido ferida pelo maníaco, dessa vez armado com uma navalha. Ela teria sido ferida nos braços e recebeu um corte na face direita. Os jornais locais, chamaram o homem de "Matador de Halifax" (embora ele não tenha matado ninguém!) e o nome pegou.
Nos dias seguintes uma série de mulheres começou a comunicar terem sido ameaçadas pelo homem com estranhas fivelas nos sapatos. Armado com facas, porretes, navalhas e martelos, o Matador de Halifax tomou as páginas de jornais e se tornou o assunto principal na cidade. A situação ficou tão séria que a Scotland Yard foi chamada e comitês de vigilância se formaram para capturar o sujeito. A febre do assassino misterioso havia chegado a cidade e comparações com Jack, o estripador eram frequentes.
Ao longo da semana, o maníaco teria sido visto por pelo menos mais dez mulheres. Em alguns casos duas vezes no mesmo horário em partes diferentes da cidade. Os investigadores a princípio não entendiam o que estava acontecendo, mas logo ficou claro que os casos eram no mínimo duvidosos. Algumas vítimas do criminoso não conseguiam explicar o que haviam visto ou como era o sujeito. Alto, baixo, estrangeiro, loiro, com bigodes e barba, com sotaque russo, com o nariz quebrado... a aparência variava a ponto de chegarem a pensar que se tratava de um bando de delinquentes. Uma das "vítimas" apresentando horríveis cortes na face, afirmou ter sido atacada à garrafadas depois de sair de um pub, mas na noite em questão o estabelecimento estava fechado.
Suspeitos foram detidos e interrogados, mas o maníaco parecia iludir a polícia. Logo, boatos sobre sua ação em outras cidades começaram a circular, toda e qualquer agressão a mulheres parecia estar ligada ao Assassino de Halifax.
O caso foi marcado pelo envolvimento de um psiquiatra que entrevistou as vítimas e no fim concluiu que as notícias do jornal sobre o temível criminoso haviam gerado uma histeria tamanha que algumas mulheres realmente acreditavam terem sido perseguidas por um maníaco. Pelo menos três delas haviam produzido ferimentos auto-infligidos com cacos de vidro e facas para provar terem sido atacadas. O caso gerou muita polêmica, a polícia foi acusada de ter recorrido a um charlatão, mas no fim das contas, quando os jornais publicaram a estória completa colocando em dúvida os ataques, o maníaco desapareceu de uma vez por todas.
Casos semelhantes ocorreram em Taiwan em 1956 e em Taipei em 1965, em ambos, dezenas de mulheres se diziam atacadas por um maníaco, chegando a provocar ferimentos em si mesmas para corroborar o ataque fantasioso.
APARIÇÕES DA VIRGEM MARIA
Nas últimas décadas um fenômeno recorrente que pode ser categorizado como histeria de massa, envolve as aparições da Virgem Maria em diferentes lugares do mundo.
Visões de santos e personagens religiosos importantes ocorrem desde os primeiro dias da cristandade. Há registros de mártires encontrando santos em estradas, cavernas, grutas e prédios abandonados. Em alguns casos, eles transmitem informações, profecias ou augúrios de acontecimentos futuros, como ocorre no famoso caso do Milagre de Fátima, ocorrido em Portugal no início do século XX.
Ao longo do século fiéis continuaram relatando o aparecimento de figuras religiosas, sendo que testemunhos da parição da Virgem Maria se tornaram as mais frequentes e marcantes.
Em 1953, cerca de 150,000 pessoas convergiram para um poço próximo da cidade de Sábana Grande, Porto Rico, para aguardar a aparição da Virgem Maria conforme haviam previsto sete crianças locais. Durante o acontecimento, pesquisadores se misturaram aos fiéis e colheram testemunhos de pessoas que diziam poder ver círculos coloridos ao redor do sol e nuvens com a silhueta da santa. Alguns alegaram ainda ter recebido curas milagrosas e experimentado uma sensação geral de bem estar. Multidões de peregrinos continuam viajando para o lugar anualmente e um número crescente de fiéis afirma ver e sentir uma presença divina.
Da mesma forma, entre 1968 e 1971, mais de 100,000 pessoas afirmaram ter observado a Virgem Maria sobre a Igreja Coptica Ortodoxa em Zeitoun, Egito. A descrição das testemunhas variam em forma: luzes brancas levitando, apelidadas de "pombas" e silhuetas humanas brilhantes que surgem por alguns instantes na fachada da Igreja. Especialistas realizaram testes e observações, mas divergem a respeito da natureza acreditando que luzes refletidas podem causar o fenômeno. Fiéis entretanto afirmam positivamente que essas imagens são miraculosas. Pessoas banhadas pela "luz santa", teriam experimentado efeitos de cura de aflições consideradas incuráveis. Crianças e jovens parecem ser os mais afetados pela visão e alegam conseguir ver perfeitamente a imagem e até se comunicar com ela.
Nos anos 1980-90 fenômenos estátuas cristãs chorando, por vezes lágrimas de sangue receberam grande destaque na mídia. Em alguns casos, a substância quando tocada manifestava cura em quem sofria de alguma aflição. Silhuetas da virgem desde então surgiram nos mais variados lugares: desde vitrais em igrejas, postes de luz e outdoors. Para alguns eles são um alerta de que "a humanidade enfrentará tempos de provações".