Artigo originalmente publicado em 22/05/2011
Expandido em 13/11/2014
Wendigo (também Windigo, Windago, Windiga, Witiko, Wihtikow e outras variações) é um criatura sobrenatural que faz parte da mitologia dos povos indígenas da América do Norte.
De acordo com a mitologia, o Wendigo é formado a partir de um humano qualquer, que passou muita fome durante um inverno rigoroso, e para se alimentar, come seus próprios companheiros. Após perpetuar atos canibais por muito tempo, o indivíduo acaba se tornando este monstro e ganha muitos atributos para caçar e se alimentar. A monstruosa criatura, segundo o mito, é capaz de imitar a voz humana com perfeição, escalar árvores como se fosse um grande macaco, suportar cargas muito pesadas, e além disso demonstra uma inteligência sobre-humana. O Wendigo também tem a capacidade de hibernar por anos, e para suportar os invernos, estoca a carne de suas vítimas em cavernas subterrâneas onde as devora lentamente.
De acordo com a mitologia indígena para matar um Wendigo é preciso queimá-lo, pois segundo os nativos, os ferimentos infligidos por qualquer tipo de arma tendem a sarar com enorme velocidade o que torna extremamente difícil destruir um destes monstros.
O Wendigo é parte dos sistemas de crenças tradicionais de várias tribos Algonquian-falando no norte dos Estados Unidos e Canadá, mais notadamente os Ojibwa, Saulteaux, a Cree, e os Inuits, Naskapi e Montagnais.
Embora variem um pouco de uma tribo para outra, a concepção de Wendigos é sempre a mesma. Uma aberração malévola, canibal, sobrenaturais (Manitous) de grande poder espiritual.
Eles sempre foram fortemente associados com o inverno, o Norte, e frio extremo, bem como com a fome. Basil Johnston, um professor Ojibwa e estudioso de Ontário, dá uma descrição de como Wendigos eram vistos: “O Wendigo era um ser magro com pele ressequida colada sobre os seus ossos. Com os seus ossos empurrando-se contra a sua pele, sua pele era cinza, cor da morte para os povos indígenas. O Wendigo lembra um esqueleto descarnado recentemente desenterrado do túmulo. Seus olhos injetados de sangue brilham no escuro. Seus lábios (ou o que resta deles) é rasgado e sangrento [….] o Wendigo exala um odor estranho e misterioso de decadência e decomposição, da morte e da podridão".
Ao mesmo tempo, Wendigos são personificações da gula, ganância e excesso, nunca satisfeito após o abate e consumo de uma pessoa, eles estavam constantemente à procura de novas vítimas. Em algumas tradições, os seres humanos que se tornaram dominados pela ganância podiam se transformar em Wendigos; o mito Wendigo, assim, serviu como uma forma de incentivar a cooperação e moderação entre os membros da tribo.
Entre os Ojibwa, Eastern Cree, Micmac, Westmain Swampy Cree e Montagnais, os Wendigos eram tidos como gigantes ferozes, muitas vezes maiores do que os seres humanos (uma característica ausente na cultura Algonquian). Esses wendigos gigantes tinham o corpo coberto de pelos brancos que formava uma crina que corria pelas suas costas. As mãos tinham a forma de garras compridas e afiadas, sua boca era dotada de dentes pontiagudos que podiam rasgar o corpo de um homem ao meio com uma única mordida.
Todas as culturas em que o mito Wendigo aparece compartilham a convicção de que os seres humanos só poderiam se transformar em Wendigos se recorrerem ao canibalismo ou, alternativamente, se possuído por um espírito demoníaco. Uma vez iniciada a transformação, a pessoa se torna gradualmente violenta e obcecada por consumir carne humana. As mudanças a impulsionam para as florestas onde eles passam a viver.
Não por acaso, entre as culturas do norte Algonquian, canibalismo, mesmo para salvar a própria vida, era visto como um crime grave, a resposta apropriada à fome era o suicídio prática adotada pelos nativos no rigor extremo do inverno. Em um nível, o mito Wendigo, assim, trabalhou como um factor de dissuasão e uma advertência contra a recorrer ao canibalismo; aqueles que se tornariam monstros Wendigos em si.
Entre os Assiniboine, a Cree e os Ojibwa, uma dança satírica cerimonial foi apresentada originalmente durante tempos de fome para reforçar a seriedade do Mito Wendigo. A dança, conhecida como wiindigookaanzhimowin é praticada até hoje como parte das atividades do último dia da dança do sol. Ela envolve o uso de máscaras, sacrifício de animais e uma dança frenética ao som de tambores.
O termo “psicose Wendigo” refere-se a uma condição em que pessoas desenvolvem um insaciável desejo de comer carne humana, mesmo quando outras fontes de alimento estão disponíveis. A psicose Wendigo é identificado por psicólogos ocidentais como uma “síndrome cultural” típica de comunidades aborígenas. As pessoas afetadas acreditam que estão sofrendo a transformação em Wendigos, e muitas vezes solicitam ser executadas antes que pudessem prejudicar os outros.
Os casos de Psicose Wendigo, são bastante raros, mas bem documentados.
Um dos mais famosos casos de psicose Wendigo envolveu um caçador da tribo Cree de Alberta, chamado Swift Runner. Durante o severo inverno de 1878, Swift Runner e sua família ficaram isolados pela nevasca e começaram a passar fome. Seu filho mais velho teria sido o primeiro a morrer e a família se alimentou do cadáver enquanto tentava chegar a um lugar seguro. Quando a família estava a apenas 25 milhas do abastecimento alimentar de emergência em Hudson’s Bay, Swift Runner massacrou a esposa e os cinco filhos com um machado. Em seguida devorou o coração de cada um deles para que apenas ele se tornasse Wendigo. Tendo em conta que ele recorreu ao canibalismo quando já era possível presumir a sobrevivência de todos, e que ele matou e consumiu os restos de todos os presentes, foi concluído que Swift Runner sofria de Psicose Wendigo. Ele acabou confessando seu crime hediondo e foi executado pelas autoridades, em Fort Saskatchewan.
Outro caso famoso foi o de Jack Fiddler, um chefe e xamã Oji-Cree conhecido por seus poderes místicos. Fiddler se dizia um matador de Wendigos. Em 1907 ele e seu irmão Joseph, foram presos pelas autoridades depois de confessarem ter matado e desmembrado o corpo de um caçador que nas suas palavras estava se transformando em um Wendigo. O caçador teria recorrido ao canibalismo durante o inverno no ano anterior e já demonstrava os primeiros indícios de se transformar em um monstro canibal. Jack cometeu suicídio antes do julgamento, mas Joseph foi julgado e condenado à morte.
Antropólogos e etnógrafos sempre demonstraram interesse no estudo desse fenômeno e o trataram seriamente embora atualmente exista controvérsia a respeito da veracidade da Psicose Wendigo. No século XX foram poucos os casos verídicos de Psicose Wendigo, embora rumores a respeito continuem aparecendo de tempos em tempos sobretudo em regiões isoladas ou comunidades afastadas.
O Wendigo de "O Cemitério" adaptado para Chamado de Cthulhu
"Subitamente a névoa perdeu a luminosidade e Louis percebeu que havia um rosto no ar, olhando com malícia, fazendo sons esquisitos com a boca. Os olhos, puxados para cima como uma pintura clássica chinesa, eram uma coisa cinzenta e amarelada, funda, brilhante. A boca estava contorcida em um ricto, o lábio inferior parecia virado pelo avesso, revelando dentes com manchas escuras ou corroídas até as raízes. Mas o que mais impressionou foram as orelhas, que não eram absolutamente orelhas, mas chifres curvados. Não eram como chifres do diabo, eram como chifres de carneiro".
O Wendigo é uma criatura que age de maneira discreta mas implacável na trama de "O Cemitério", manipulando os acontecimentos e levando as pessoas à loucura. A criatura habita uma região selvagem nas cercanias da cidade de Ludlow, no Maine e costuma vagar por essa região, muito embora seja provável que ela tenha liberdade para trilhar outros caminhos e explorar diferentes localidades. Sua íntima ligação com a mitologia dos nativos-americanos sugere que ele seja ligado a esses povos e que habite os recônditos ainda selvagens da América do Norte. Os nativos da tribo Micmac conheciam o Wendigo e acreditavam que ele fosse um espírito maligno ligado ao canibalismo, sobrevivência e aos aspectos mais primais da natureza.
O Wendigo é uma criatura que age de maneira discreta mas implacável na trama de "O Cemitério", manipulando os acontecimentos e levando as pessoas à loucura. A criatura habita uma região selvagem nas cercanias da cidade de Ludlow, no Maine e costuma vagar por essa região, muito embora seja provável que ela tenha liberdade para trilhar outros caminhos e explorar diferentes localidades. Sua íntima ligação com a mitologia dos nativos-americanos sugere que ele seja ligado a esses povos e que habite os recônditos ainda selvagens da América do Norte. Os nativos da tribo Micmac conheciam o Wendigo e acreditavam que ele fosse um espírito maligno ligado ao canibalismo, sobrevivência e aos aspectos mais primais da natureza.
Na estória, o Wendigo é capaz de reanimar qualquer animal enterrado em um cemitério conspurcado pela sua presença hedionda. Animais domésticos, cães e gatos principalmente, mas também animais de grande porte como touros, retornam a vida depois de serem sepultados nesses terrenos malditos. Uma vez re-animados, a criatura "trazida de volta" apresenta agressividade, somada a um comportamento errático e confuso. Pessoas sensíveis percebem que a natureza dessas criaturas é alterada e ficam inquietas na presença desses seres. Eles vivem por volta de dez anos, até morrerem novamente de causas aparentemente naturais.
Humanos podem ser re-animados da mesma maneira, mas quando retornam apresentam uma profunda mudança comportamental agindo com malícia, violência e motivação homicida. Humanos trazidos de volta também agem com intensão maligna, eles são capazes de "ler a mente" de outras pessoas e descobrir seus segredos mais íntimos, sobretudo, se estes estiverem relacionados a algum tipo de perversidade sexual ou transgressão moral. Eles não se acanham em confrontar suas vítimas com detalhes estarrecedores sobre segredos mantidos à sete chaves, copiando perfeitamente a voz de outras pessoas para obter impacto. As palavras dessas criaturas soam frias e cortantes, atingindo quem as ouve de forma dolorosa. Por essa razão, humanos são os servos mais terríveis do Wendigo.
O Wendigo atua como uma espécie de guardião ou zelador dos cemitérios por ele amaldiçoados. De tempos em tempos ele é capaz de exercer influência sobre a mente das pessoas, manipulando-as para convencê-las a usar os poderes mágicos do lugar maldito. A criatura age de forma insidiosa, ele lentamente manipula a mente de suas vítimas fazendo com que elas contemplem atitudes temerárias, num processo que invariavelmente arruína a sanidade e acarreta em tragédias. O Wendigo parece dispor de algum tipo de poder psíquico que afeta as pessoas, sobretudo em momentos de dor, sofrimento ou mágoa. Qualquer pessoa em luto pode se converter em uma vítima em potencial da criatura.
A criatura não possui um corpo físico, sendo uma manifestação espiritual. Em geral ele é invisível e imaterial, e sua presença não pode ser sentida a não ser por um odor forte de sangue que lembra o fedor típico de um matadouro. Ele é capaz de manipular o ambiente, fazendo com que a temperatura de uma grande área sofra variações perceptíveis de um momento para o outro. Nas ocasiões em que decide assumir uma presença física, a criatura assume a aparência descrita acima. Nessas circunstâncias ele apresenta uma gargalhada aterradora e produzem ruídos inquietantes. Os nativos acreditavam que o Wendigo também é capaz de assumir o controle de animais selvagens e usar seu corpo por breves períodos de tempo.
Dotado de uma maldade extrema e de um desejo transcendental de disseminar a loucura e o horror, o Wendigo provavelmente é uma Entidade Única.
Drenar Pontos de Magia: O Wendigo pode drenar os pontos de magia de um alvo que esteja a pelo menos 10 quilômetros de um cemitério controlado por ele. A criatura tenta manter os pontos de magia de sua vítima próximo de zero, minando assim sua resistência mental e sua vontade. Como resultado o alvo se sente física e espiritualmente enfraquecido. Vítimas com zero de pontos de magia ficam inconscientes experimentando sonhos agourentos e desagradáveis. O Wendigo pode drenar até 100 pontos de magia, ao chegar a essa quantidade, ele opta por dormir por um período de tempo nunca menor do que 1d10 +10 anos.
Sugestão Mental: O Wendigo é capaz de atacar um alvo mentalmente. Seu poder pode ser voltado para um alvo numa área a até 10 quilômetros de um cemitério que ele controla. Esse poder tem um custo de 7 pontos de magia. O alvo pode fazer um teste na Tabela de Resistência confrontando Pontos de Magia contra Pontos de Magia. Em caso de falha, o alvo sente uma profunda depressão, uma falta de iniciativa constante e torpor mental. Uma vez enfraquecido, o alvo é acometido por pesadelos e sugestões mentais que manipulam suas ações e o forçam a fazer o que o Wendigo deseja. Em caso de sucesso, o alvo se recupera o suficiente para enfrentar seus temores. O Wendigo usa esse poder quando seu alvo tem poucos pontos de magia
Ataque Psíquico: O Wendigo é capaz de afetar um alvo que esteja numa área de 10 quilômetros do cemitério que ele controla. O ataque mental funciona de forma semelhante ao feitiço Rajada Mental (Mindblast). Utilizar esse ataque psíquico drena 10 pontos de magia da reserva do Wendigo.
Manifestação: Para criar um corpo físico e distorcido, o Wendigo deve gastar uma quantidade de pontos de magia igual ao TAManho que deseja manifestar fisicamente. Uma vez que o corpo toma forma, ele se mantém por um número de dias igual a quantidade de pontos empregada, sendo disperso ao fim desse prazo ou se for destruído. O Wendigo é capaz de usar seus poderes na forma material. Em sua forma física, o Wendigo é capaz de desferir dois ataques com suas garras ou uma mordida devastadora.
Quando em sua forma física, o Wendigo possui todas as características listadas abaixo. Quando imaterial e intangível, ele não possui as características colocadas entre parenteses, possuindo apenas INT, POW e DEX.
Wendigo, o Senhor do Sofrimento, o reanimador de mortos
(FOR) 45
(CON) 30
(TAM) 45
INT 20
POD 15
Sugestão Mental: O Wendigo é capaz de atacar um alvo mentalmente. Seu poder pode ser voltado para um alvo numa área a até 10 quilômetros de um cemitério que ele controla. Esse poder tem um custo de 7 pontos de magia. O alvo pode fazer um teste na Tabela de Resistência confrontando Pontos de Magia contra Pontos de Magia. Em caso de falha, o alvo sente uma profunda depressão, uma falta de iniciativa constante e torpor mental. Uma vez enfraquecido, o alvo é acometido por pesadelos e sugestões mentais que manipulam suas ações e o forçam a fazer o que o Wendigo deseja. Em caso de sucesso, o alvo se recupera o suficiente para enfrentar seus temores. O Wendigo usa esse poder quando seu alvo tem poucos pontos de magia
Ataque Psíquico: O Wendigo é capaz de afetar um alvo que esteja numa área de 10 quilômetros do cemitério que ele controla. O ataque mental funciona de forma semelhante ao feitiço Rajada Mental (Mindblast). Utilizar esse ataque psíquico drena 10 pontos de magia da reserva do Wendigo.
Manifestação: Para criar um corpo físico e distorcido, o Wendigo deve gastar uma quantidade de pontos de magia igual ao TAManho que deseja manifestar fisicamente. Uma vez que o corpo toma forma, ele se mantém por um número de dias igual a quantidade de pontos empregada, sendo disperso ao fim desse prazo ou se for destruído. O Wendigo é capaz de usar seus poderes na forma material. Em sua forma física, o Wendigo é capaz de desferir dois ataques com suas garras ou uma mordida devastadora.
Quando em sua forma física, o Wendigo possui todas as características listadas abaixo. Quando imaterial e intangível, ele não possui as características colocadas entre parenteses, possuindo apenas INT, POW e DEX.
Wendigo, o Senhor do Sofrimento, o reanimador de mortos
(FOR) 45
(CON) 30
(TAM) 45
INT 20
POD 15
DES 10
(HP): 40
(Bônus de Dano) +5d6
(Ataques): Garra (2) 40%, dano 1d6 +db
Mordida 50%, dano 2d6
(Armadura): 4 pontos de músculos e pelos, na forma imaterial ele só pode ser ferido por feitiços e armas mágicas. Na forma física, o Wendigo regenera 3 pontos por rodada.
Feitiços: O Wendigo conhece os feitiços que o Guardião achar adequados.
Sanidade: 1/1d10 por ver o Wendigo em sua forma material, 1/1d4 por sentir a presença imaterial do Wendigo. Ouvir o uivo de Wendigo causa 1/1d6 pontos de sanidade.
(Bônus de Dano) +5d6
(Ataques): Garra (2) 40%, dano 1d6 +db
Mordida 50%, dano 2d6
(Armadura): 4 pontos de músculos e pelos, na forma imaterial ele só pode ser ferido por feitiços e armas mágicas. Na forma física, o Wendigo regenera 3 pontos por rodada.
Feitiços: O Wendigo conhece os feitiços que o Guardião achar adequados.
Sanidade: 1/1d10 por ver o Wendigo em sua forma material, 1/1d4 por sentir a presença imaterial do Wendigo. Ouvir o uivo de Wendigo causa 1/1d6 pontos de sanidade.
Para um Wendigo fiel à descrição acima, vejam o episódio Skin and Bones do seriado Fear Itself. Não é uma maravilha, mas possui algumas características interessantes.
ResponderExcluirMamedes
Pela descrição parece até um ghoul, só que no gelo...
ResponderExcluirMuito bom! :)
ResponderExcluirQuando se fala no Wendigo, me lembro imediatamente da criatura pavorosa e demoníaca do livro "O Cemitério". Bem verdade que o livro demora um bocado pra dar uma engatada boa (típico dos livros de King, as coisas só começam a esquentar mesmo próximo ao fim) mas ainda assim é uma experiência fantástica e medonha, as partes do cemitério e da entidade são mesmo muito assustadoras! Tem inclusive um trecho que podia ser posto aqui depois, em que Louis Creed comenta a respeito de uma gigantesca forma cinzenta é vista, enquanto árvores caem ao chão. Os acontecimentos que ocorrem depois só trazem destruição e ruína para todos os envolvidos. Para quem se interessar, o canal Video Games Death fez um vídeo especial sobre esta terrível criatura: https://www.youtube.com/watch?v=WtqjEuvnBUA
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