quinta-feira, 1 de junho de 2023

Estranhos e Sinistros encontros com o Povo Pequeno


Embora a maioria das pessoas considere absurda a existência de um "Povo Pequeno", o fato é que tais criaturas são vistas por aí, com incrível frequência. Muitas vezes, testemunhas preferem manter esses encontros em segredo por medo que, ao compartilhar tais histórias, possam ser chamadas de loucas. Contudo, é preciso separar os casos em que pessoas afirmam encontrar fadinhas e seres da floresta dos encontros com o povo pequeno das lendas antigas, criaturas muito mais assustadoras e perigosas.

O Povo Pequeno é uma raça de criaturas não-humanas, seres deformados e de baixa estatura que habitam lugares inóspitos nas florestas, geralmente em tocas subterrâneas. Quase todas culturas ao redor do planeta possuem alguma versão desse mito ancestral. Não faltam lendas sobre seres furtivos que raramente interagem com os humanos, preferindo ficar escondidos. Contudo, quando tal interação ocorre, em geral o resultado tende a ser desastroso. 

Com isso em mente, que tal conhecer alguns casos fascinantes envolvendo encontros com o lendário Povo Pequeno?

O primeiro caso vem do ano de 1975, quando o casal britânico Barry e Elaine Milgrey, ambos na época com vinte e poucos anos, estavam dirigindo pelas estradas de Stratfordshire com seus dois filhos. Era véspera de Natal e eles seguiam para a casa dos pais de Elaine em Penkridge, onde iriam comemorar as festas do fim de ano. 

É preciso mencionar que Penkridge foi o centro de um curioso caso na década de 50, envolvendo estranhos seres semelhantes a goblins que pareciam infestar as matas próximas. Na época, a história despertou interesse nacional, com pesquisadores e estudiosos dispostos a se meter nos bosques em busca de alegados membros do Povo Pequeno vistos por pelo menos uma dúzia de indivíduos. Muito antes disso, em tempos medievais, Penkridge, chamada na época de Penkow foi o centro de muitas lendas sobre "pessoas pequenas" vivendo em esconderijos subterrâneos. Eram anões, goblins e kobolds, a maioria deles malignos que perseguiam e matavam animais domésticos, provocavam incêndios e por vezes até sequestravam alguma criança.

Enquanto o casal se dirigia para o povoado (com pouco mais de 300 habitantes), o motor do automóvel começou a apresentar problema até que pifou de vez. Após estacionar no acostamento da estrada, Barry foi dar uma olhada no motor e verificar o que havia acontecido. Não parecia haver nenhum fio solto, o radiador certamente não estava superaquecido e uma verificação dos fusíveis do carro não forneceu nenhuma indicação de qual poderia ser o problema. Mas, como eles haviam andado apenas uns 800 metros, Barry tomou a seguinte decisão: As crianças estavam dormindo no banco de trás e [tinham] apenas quatro e seis anos na época. Disse a mina esposa para ela ficar ali. Eu iria correndo até nossa casa, pegaria outro carro e os apanharia em seguida”. 

Mas nada saiu conforme planejado. Segundo Barry, logo que se afastou do carro, Elaine soltou um grito alto, apavorada com a visão de uma figura que atravessou a estrada correndo na frente deles. Barry voltou imediatamente a tempo de ver uma coisa bizarra. "Eu vi claramente aqueles seres. Eram três deles! A melhor maneira de descrevê-los é como pequenos homenzinhos. Tínhamos um pouco de luz e pude ver que eles eram muito feios e atarracados. Não usavam roupas, estavam sujos e eram cabeludos com enormes orelhas. Eu diria que eles tinham menos que um metro e trinta de altura, e quando surgiram agiam de forma cautelosa."


Nesse ponto, as coisas ficam realmente estranhas, diz Barry: "Nós dois temos noção de que eles vieram em nossa direção, muito lentamente, e pensei que eles estavam interessados em nós ou queriam saber quem éramos. Eles se aproximaram lentamente. Elaine ficou histérica temendo pelas crianças, ela disse ter sentido que eles queriam fazer algo com as crianças. Em algum momento nós resolvemos correr e corremos sem parar sabendo que eles estavam atrás de nós. Eu não tenho uma lembrança clara do que aconteceu, mas quando chegamos ao povoado as pessoas contam que estávamos em pânico. Nenhum de nós tem uma lembrança clara de como chegamos".

O que se sabe através de testemunhas é que o casal estava em um tipo de histeria e que foi difícil acalmá-los. Moradores do vilarejo foram até o bosque e supostamente encontraram rastros e estranhas pegadas - muitas delas pequenas, no entorno de onde o automóvel havia sido deixado. Nos dias seguintes ao evento várias pessoas teriam visto as mesmas criaturas repugnantes vagando por aquelas matas isoladas. O avistamento se tornou um grande acontecimento e atraiu jornalistas e curiosos que chamaram os seres de "Goblins de Penkridge

Barry afirma que, até hoje, perto de completar setenta anos, ele e Elaine ainda se sentem incomodados com a experiência que tiveram e faz questão de afirmar que está certo de ter visto as criaturas. "Elas estavam lá, eram reais e essa é a única certeza que tenho e que vou carregar para todo sempre".  

Mas essa é apenas uma das muitas histórias sobre o Povo Pequeno.

Em 1987, Stuveysant, um povoado nos arredores de Oxfordshire, também viveu dias curiosos quando várias pessoas alegaram ter avistado representantes do Povo Pequeno nos bosques adjacentes. Tudo começou com duas mulheres da região, Mary Slater e Clarisse Debham que voltavam para casa após um dia de trabalho. As duas cortaram caminho por uma trilha deserta e lá foram interpeladas por o que elas descreveram como "criaturas estranhas, pequenas e peludas" que as perseguiram pelas matas.


Assim como Penkridge, Stuveysant possui há séculos um curioso folclore que inclui lendas sobre o Povo Pequeno. O bosque próximo sempre foi considerado um lugar propenso a aparições de criaturas estranhas e de pequenos humanoides supostamente habitando as matas. Após o encontro, as duas mulheres compartilharam com amigos e conhecidos o incidente e este recebeu grande destaque dos meios de comunicação.

Nas semanas seguintes várias outras pessoas afirmaram ter experimentado um encontro direto com os estranhos seres de pelagem castanha e aparência grotesca. Fazendeiros e pastores de ovelhas também relataram que as criaturas foram responsáveis por atacar plantações e matar animais, deixando um rastro de danos consideráveis. 

De tempos em tempos, alguém na região afirma ver algo estranho na floresta e a descrição sempre é condizente com membros do Povo Pequeno.

Mas os encontros com essas criaturas não está restrito à Grã-Bretanha.

No ano de 1994, várias pessoas em Fort MacMurray, na Provincia de Alberta, Canadá, afirmaram ter experimentado encontros com pequenas criaturas que habitavam os limites da Reserva Florestal local. Os incidentes ocorreram em pleno verão, quando o Parque Nacional de Elk Grove recebe um grande número de visitantes e campistas. Naquela temporada nada menos que duas dúzias de informes chegaram ao Posto da Guarda Florestal descrevendo estranhos seres, vistos na floresta por testemunhas convictas de que haviam cruzado com algo inusitado.

"As pessoas falavam de homenzinhos pequenos, do tamanho de crianças andando pelas matas e surgindo do nada. Algumas dessas pessoas estavam realmente assustadas e não conseguiam descrever em detalhes as criaturas, pois elas eram vistas na maioria das vezes fugindo ou parcialmente encobertas pela vegetação", relata Robert Fergunson, na época um dos Guardas responsáveis pelo Parque Elk Grove.


Um dos casos mais famosos ocorrido naquela temporada e que recebeu enorme destaque da imprensa foi o de dois jovens que haviam ido acampar na mata e acabaram desaparecendo. Uma grande operação de busca foi conduzida para encontrá-los, o que mobilizou ao menos uma centena de homens e duas vezes isso em voluntários. Após dois dias de buscas, os rapazes foram achados no coração do Parque - exaustos e famintos. Receberam cuidados médico e contaram uma história chocante sobre pequenos homenzinhos selvagens cobertos de pelos, que os perseguiram de maneira implacável.

O mais sensacional é que alguns membros dos grupos de buscas afirmaram ter encontrado pegadas e rastros de estranhos animais justamente nos lugares em que os rapazes se depararam com as criaturas. Algumas dessas pegadas eram condizentes a pés descalços do tamanho de crianças. Alguns afirmaram inclusive terem visto seres desconhecidos se escondendo na vegetação e escapando do contato quando detectados. 

As lendas de tribos nativas sobre a Reserva mencionam inúmeros mitos sobre os Pequoit, o equivalente ao Povo Pequeno canadense que conforme os mitos habitavam cavernas e grutas daquela região. eles eram responsáveis por incontáveis desaparecimentos de crianças. De fato, os nativos contavam que Elk Grove sempre foi um lugar temido pela presença de espíritos, fantasmas e entidades silvestres de toda sorte - da qual os Pequoit fazem parte.

Vários relatos provenientes do Hemisfério Norte mencionam a existência de criaturas pequenas, semelhantes a homens, mas que não são exatamente humanos. O folclore galês é rico em criaturas desse tipo, em especial os Bwbach, descritos como homenzinhos com aproximadamente um metro de altura, que são selvagens e que habitam o interior das montanhas. 

Wirt Sikes foi cônsul do País de Gales, nos Estados Unidos e um notável especialista no folclore de sua nação, autor de um aclamado livro editado em 1880, intitulado "British Goblins". Em suas páginas, Sikes escreveu sobre o pequeno e peludo Bwbach: 

"São criaturas de baixa estatura e atarracados, não muito maiores que uma criança de 6 ou 7 anos. A pele tem uma coloração castanha alaranjada como ferrugem e os cabelos crespos crescem por todo corpo. São absolutamente selvagens e irritadiços quando alguém adentra inadvertidamente seus territórios. Embora primitivos, os Bwbach são conhecidos pelos atos elaborados de vingança e revide. Eles podem atrair pessoas até clareiras no meio da mata e lá preparar emboscadas, mas raramente se afastam da segurança de suas tocas. Eles podem construir facas de pedra, machadinhas grosseiras e lanças afiadas para repelir os invasores, mas não são capazes de fazer mais do que ferramentas rudimentares. Seus gritos são medonhos e tendem a afugentar aqueles que ouvem, mas se esses avisos falharem, eles também empreendem perseguições e recorrem a táticas de choque".


O texto de Sikes parece se encaixar perfeitamente em inúmeros casos de pessoas que afirmam ter avistado o Povo Pequeno em seus redutos florestais.     

Outro interessado nas lendas sobre o Povo Pequeno é o escritor e etnógrafo W.E. Thorner que conta suas experiências na Ilha de Sirguden na Noruega, quando lá serviu durante a Segunda Guerra Mundial. Um incidente em questão serviu para fazer de Thorner um estudioso do Mito e do Folclore à respeito do lendário Povo Pequeno nórdico.

"Em certa ocasião me deparei com um grupo de homens pequenos e selvagens dançando no topo de uma pedra - um lugar que era conhecido pelos moradores locais como Penhasco dos Pequeninos. Isso aconteceu no auge de uma tumultuada tempestade e foi testemunhado por mais três homens, todos eles soldados cuja função era guardar aquela localidade". Nas palavras cativantes do próprio Thorner: "Essas criaturas eram pequenas em estatura, tinham o corpo peludo e feições grotescas com nariz e queixo compridos, corpos magros e dedos longos tanto dos pés quanto das mãos. Executavam essa dança ritual, típica de uma tribo de homens primitivos. lançavam-se no ar em pulos e rodopios e evoluíam soltando gritos e brados. É difícil descrever em poucas palavras meus sentimentos naquele momento, mas creio que perplexidade é um termo adequado. Toda a sequência poderia ter durado de três a cinco minutos, até que eles perceberam nossa presença e deixaram o penhasco.

Depois desse incidente, Thorner se converteu em um dos mais sérios e respeitados pesquisadores sobre os mitos nórdicos, em especial sobre as criaturas que integram o chamado "Povo Pequeno". Ao longo de seus 80 anos, ele catalogou uma centena de incidentes, entrevistando pessoas que afirmavam ter visto criaturas desconhecidas que poderiam facilmente ser encaixadas no folclore nórdico. Thorner tinha em seu poder uma das mais curiosas e interessantes coleções de itens que supostamente pertenciam ao Povo Pequeno, com objetos como facas e pedras, até estatuetas decorativas e joias coletadas por ele nos lugares mais distantes da civilização. 

"É impressionante o quão pouco ainda sabemos sobre o Povo Pequeno, mas no decorrer de todas as minhas pesquisas não resta dúvida de que eles realmente existem e que habitam o nosso mundo preferindo, no entanto, se manter escondidos".


Thorner faleceu em 2006, mas sua extensa obra é considerada referência no que diz respeito a lendas e ao folclore dos países nórdicos.

Diante do grande número de histórias coletadas e narrativas fornecidas por alegadas testemunhas, parece razoável assumir que há algo, no mínimo estranho, que não compreendemos inteiramente habitando florestas e recantos distantes da civilização. E à medida que o progresso nos impele cada vez mais em terrenos pouco explorados, seria de nos surpreender encontrar coisas desconhecidas? Será que um dia confirmaremos a existência de tais seres habitando os últimos recônditos selvagens no coração de florestas e bosques?

Quem pode saber ao certo o que ainda descobriremos ao adentrar tais lugares.

Um comentário:

  1. Acredito que eles também estão todos no espectro Ufo/aliens, tem até um padrão e parecem manter poder sobre veículos tecnologia e outros fenômenos que ocorrem quando eles estão por perto.

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