sábado, 14 de outubro de 2023

Vampiros entre Nós - Estranhos relatos de vampirismo na Inglaterra ontem e hoje


Existem certas áreas do paranormal e do inexplicável que se destacam das demais, e que acabam sendo envolvidas por lendas e folclore acima de todas as outras. Algumas são tão debatidas, estudadas e analisadas que os limites entre real e imaginário acabam se mesclando.

Sem dúvida, dentre todas as criaturas sobrenaturais que se escondem nas sombras uma que mais atrai a atenção das pessoas e desperta a imaginação como um todo são os os vampiros. Há algo de aterrorizante e ao mesmo tempo fascinante que nos compele a buscar saber mais e mais sobre esses demônios sugadores de sangue. Embora a maioria das pessoas entendam que vampiros não são nada além de puro mito, ocasionalmente há casos apresentados como encontros reais com essas criaturas, e a Grã-Bretanha tem sido uma fonte frequente de tais coisas.

Alguns dos primeiros relatos sobre vampiros ou seres semelhantes nas Ilhas Britânicas envolvem uma criatura conhecida como Abhartach, uma versão de vampiro nativo da Irlanda. A lenda é muitíssimo antiga, possivelmente remontando ao século primeiro, talvez até antes. Existem relatos proeminentes sobre o Abhartach, e um deles envolve um grande guerreiro do século IV conhecido apenas como Cathrain. A história conta que a vila de Glenullen foi aterrorizada por uma criatura sedenta de sangue humano, que se esgueirava nas trevas e que atormentava a população. Ela foi confrontada e morta por Cathrain, apenas para retornar do túmulo dois dias depois e continuar atacando os aterrorizados moradores locais. Cathrain então consultou druidas que lhe revelaram a única maneira de destruir o demônio de uma vez por todas. Para tanto, ele teria de perfurar seu coração com uma arma feita de madeira de teixo. O herói moldou sua arma com um galho dessa madeira, extraída de um bosque sagrado. Ele foi de encontro ao monstro, matou o Abhartach e o enterrou de cabeça para baixo em um túmulo marcado por uma grande pedra com um espinheiro crescendo na lateral. 

Para muitos, esse túmulo existe até os dias atuais, localizado no sul da Inglaterra, ele é um local de visitação desde a antiguidade. Não por acaso o bosque atende pelo nome de Abhar Wood, embora não se saiba se é realmente o local de descanso final de um vampiro.


Uma história ainda mais estranha foi documentada pela primeira vez no livro "A Origem e História dos Nomes de Lugares Irlandeses", publicado em 1870 pelo historiador Patrick Weston Joyce. A história tem a ver com um anão maligno e sanguinário, também conhecido como Abhartach. Está escrito que uma paróquia em Derry chamada Laghtaverty foi atormentada por este anão perverso, que diziam ser extremamente cruel e que se banqueteava com sangue extraído de jovens. Aparentemente, também foi muito difícil destruir a criatura, e Joyce escreveu:

"Este anão era um ser mágico e um tirano terrível. Após ter perpetrado grandes crueldades contra o povo, foi finalmente derrotado e morto por um líder tribal, que alguns acreditam ser o lendário Fionn Mac Cumhail. Depois da luta, o anão foi enterrado numa cova rasa, mas no dia seguinte apareceu em seu antigo refúgio, mais cruel e vigoroso do que nunca. O chefe o matou pela segunda vez e o enterrou como antes, mas novamente a criatura escavou a sepultura de dentro para fora e espalhou o terror por toda região. Fionn então consultou um druida e, de acordo com suas instruções, matou o anão pela terceira vez e o enterrou no mesmo lugar. Antes de pousar o cadáver na terra, seguiu as instruções do druida que ordenou empalar o coração do maligno com uma estaca de madeira. No momento que o fez, o corpo do anão se debateu como se estivesse tomado de horríveis espasmos e soltou gritos e guinchos guturais. A madeira sagrada subjugou seu poder mágico, de modo que ele finalmente foi destruído. Para ter certeza que ele não mais se ergueria a cabeça do perverso foi decepada e a boca enchida com alho. A pedra colocada sobre a sepultura do anão maligno supostamente ainda existe, e você pode ouvir a história de um dos nativos do lugar, um dos quais me contou."

Foi sugerido que ambos os relatos do Abhartach talvez derivem da mesma história, e tenham sido meramente alterados ao longo do tempo a medida que eram contados e recontados. Já foi até teorizado que Bram Stoker pode ter ouvido essas histórias e derivado sua inspiração para Drácula da lenda do Abhartach. Seja qual for o caso, é de se imaginar se estas são meras lendas supersticiosas ou algo mais. 

Outro relato antigo sobre vampirismo em terras britânicas nos leva a um lugar chamado Castelo de Alnwick, localizado em Northumberland, que foi construído após a conquista normanda e é a residência do 12º Duque de Northumberland. Embora seja uma atração turística popular hoje, atraindo cerca de 600.000 visitantes por ano, também tem uma história sombria e sinistra que remonta ao ano de 1100.

Diz-se que um antigo senhor da propriedade, um sujeito especialmente maligno com seus súditos se tornou um vampiro após sua morte natural. Ele passou a viver na masmorra abaixo do castelo, construída ao longo de sua vida mortal. Para saciar sua sede de sangue, passou a rondar os campos em busca de vítimas inocentes, em especial jovens mocinhas. Ao mesmo tempo, houve um surto de peste na época, que também foi atribuído ao vampiro, e isso fez com que os aldeões reunissem uma multidão para caçar a coisa e matá-la.


Segundo a história, contada na região como se fosse um fato real, a multidão conseguiu invadir o castelo. Na masmorra decrépita, trancada por dentro, encontraram o covil do monstro que dormia em um caixão de pedra. Abriram a tampa e lidaram com a criatura conforme ordenavam as lendas pagãs. Após estacar seu peito com uma cruz de carvalho, separaram sua cabeça e queimaram os restos. As cinzas foram dispersas ao vento. Entretanto, segundo as lendas, essa medida acabou espalhando ainda mais a mácula da Peste Negra pela região. Nenhum dos aldeões envolvidos na caçada sobreviveu ao verão seguinte. Então, mesmo destruído, o Vampiro conseguiu ter a sua vingança.

Outra história da mesma época foi narrada pelo historiador medieval William de Newburgh em sua "Historia rerum Anglicarum". A narrativa envolve um castelo que ele chama de Anantis, na fronteira com a Escócia. Em seu relato datado do século XII, um “certo homem de má conduta” muda-se para o castelo, casa-se e começa uma vida ali, ao mesmo tempo que se torna um incômodo para todos na região. As coisas pioram quando sua esposa inicia um romance com outro homem. Certa noite, ele se esconde no quarto da esposa depois de dizer a ela que iria viajar por alguns dias para tratar de negócios. Ele ficou escondido para pegar os dois amantes em flagrante. Mas o amante consegue ser mais rápido e usa uma adaga para provocar um ferimento no marido traído. Dias depois ele sucumbe ao ferimento, mas antes de morrer proclama uma maldição e roga ao demônio para que lhe permita obter sua vingança.

Os aldeões locais não se importam com a morte de seu senhor, pois ele era um tirano desprezível em vida. Embora lhe tenham dado um enterro cristão, a maioria das pessoas fica feliz por ele estar morto. De fato, há uma celebração no vilarejo após o serviço fúnebre. Mas o tirano não ficaria morto por muito tempo. William de Newburgh escreve sobre o que aconteceu a seguir:

De fato, ele recebeu um enterro cristão, embora fosse indigno deste; mas tal medida não o beneficiou muito: pois, por obra de Satanás, saiu de seu túmulo durante a noite, e perseguido por uma matilha de cães com latidos horríveis, ele vagou pelos pátios e pelas casas enquanto todos os homens se apressavam em fechar as portas. E ninguém se atreveu a sair desde o início da noite até o nascer do sol, com medo de encontrar aquele monstro morto vivo. Mas trancar-se em casa de nada adiantava, pois a presença de criatura tão vil envenenava o ar, a água e a terra, espalhando doenças e morte com seu hálito pestífero.

A cidade, que era populosa, agora, parecia deserta; uma vez que os habitantes que escaparam da destruição migraram para outras partes, com medo de morrer também. O homem de cuja boca ouvi estas coisas, entristecido pela desolação da sua paróquia, dedicou-se a convocar uma reunião de homens sábios e religiosos. Era um domingo de Ramos e eles acreditavam que o dia sagrado os protegeria, pois aquele demônio não ousaria sair na data santificada. Depois de proferir um discurso aos habitantes e após serem realizadas as cerimónias solenes, os convidados clericais se reuniram para debater o que fazer. Enquanto estavam conversando, dois jovens irmãos, que haviam perdido o pai por conta da praga, disseram: "Este monstro matou nosso pai e nos destruirá também, a menos que tomemos medidas. É necessária alguma ação que garanta ao mesmo tempo a nossa própria segurança e vingue a morte do nosso pai. Vamos desenterrar esta praga nociva e queimá-la com fogo".

Então, pegando pás e picaretas rumaram até o cemitério onde acreditavam se ocultava a criatura vampiresca. E nem tiveram de procurar muito, logo encontraram, numa cova rasa e remexida, onde repousava o cadáver inchado cuja boca ainda se encontrava manchada de sangue fresco. Estimulados pela ira, os irmãos, não fraquejaram e infligiram um ferimento na carcaça insensível, e dele fluiu uma torrente de sangue tão grande que evidenciava ter sido drenado de muitas pessoas. A criatura gemeu e reclamou, mas eles não a deixaram levantar, imobilizando-a com correntes e cordas.

Em seguida, arrastando-o para além do cemitério onde construíram rapidamente uma pira funerária; e quando um deles disse que o corpo não queimaria a menos que o coração da fera fosse arrancado, o outro não titubeou. Abriu seu peito com golpes da pá e enfiando a mão na cavidade vazia, arrancou fora o coração amaldiçoado. Sendo este trespassado por uma estaca de freixo, o corpo foi entregue às chamas. Quando aquele monstro infernal enfim foi destruído, a pestilência que prevalecia entre o povoado cessou, como se o ar, que havia sido corrompido pela presença contagiosa do morto vivo tivesse sido, enfim, purificado.


Também dos escritos de Newburgh encontramos a história do vampiro de Berwick na região de Northumberland, Inglaterra. Lá viveu e morreu um homem muito rico, um membro respeitado da elite da cidade. Após seu falecimento veio à luz que ele tinha sido na verdade um sujeito maldoso com uma tendência a enganar e extorquir as pessoas. Logo após essa revelação, a cidade começou a ser aterrorizada por um morto-vivo que buscava sangue. 

Guilherme de Newburgh escreveria sobre o caso espetacular:

"Na foz do rio Tweed, sob a jurisdição do rei da Escócia, ergue-se uma cidade chamada Berwick. Nesta cidade, viveu um certo homem de posses que após morrer se descobriu ser um negociante perverso e imoral. Após ser enterrado, não encontrou sossego em seu túmulo. Dizem que se ergueu - um morto vivo, andando pela noite, esgueirando nas sombras e buscando sustento na força dos vivos. Causava grande terror nos vizinhos e retornava ao seu túmulo antes do amanhecer. Depois de ser visto várias noites, ninguém ousava sair depois do por do sol. As classes alta e média do povo realizaram uma investigação sobre o que deveriam fazer. As pessoas temiam que a criatura causaria moléstias e morte. Havia portanto a necessidade de providências serem tomadas. Os aldeões contrataram dez homens bravos, ex-soldados e homens habituados a combater, cuja tarefa seria desenterrar a horrível carcaça e, depois cortá-la membro por membro, reduzi-la a alimento e combustível para uma pira. Quando isso foi feito, a comoção na cidade cessou. 

Ao ser queimado, a tranquilidade parecia ter sido devolvida a eles; mas uma peste surgiu em consequência dos atos, já que as cinzas do monstro não foram cuidadosamente dispostas. Embora  naquela época a Peste Negra fosse geral em todas as fronteiras da Inglaterra, ali ela foi maior e mais terrível matando boa parte da população residente. O demônio teve assim sua vingança contra os vivos, pois os mortos-vivos detestam todos os que vivem desejando que eles sejam reduzidos a condição idêntica a deles. É por isso que as cinzas de um morto-vivo não devem ser lançadas ao vento e sim serem coletadas, de preferência numa urna e então enterradas."  

Este relato é interessante porque aparece dentro de uma crônica histórica séria e por mais fantástica que pareça a narrativa, Newburg confirmou que tudo era verdade e baseado em testemunho confiável.

 Ele comentaria sobre isso:

"Não é fácil acreditar que os cadáveres dos mortos possam sair de seus túmulos, e vagar para o terror ou destruição dos vivos, e então retornar novamente ao túmulo. Contudo, exemplos são frequentes, ocorridos em nossos tempos e tendo o testemunho de pessoas ilibadas". 
 
Outro relato do século XII ocorreu na Abadia de Melrose, na Escócia central. Fundado por uma colônia de monges cistercienses em 1136, o local no seu auge um dos mosteiros mais ricos da Escócia e, a certa altura, a casa de um clérigo que se entregou a uma vida de pecados e devassidão. Ele também era conhecido por caçar com uma matilha de cães, o que lhe valeu o apelido de "Hundeprest", que significa “Cão Sacerdote”. Um homem cruel, ele bebia, era mulherengo e cometia todos os tipos de atos em nada condizentes com seu título. Quase ninguém lamentou sua morte. 

No entanto, seus pecados eram tamanhos que fizeram com que a terra o vomitasse para fora da sepultura o compelindo a vagar alimentando-se de sangue como um morto-vivo. O monge vampiro supostamente iniciou uma onda de assassinatos indiscriminados, em particular visando o convento próximo, mas alimentando-se de todos em quem pudesse colocar as mãos. Também foi dito que ele podia se transformar em morcego e voar pelas janelas à noite.


Para combater este flagelo foi convocado um monge mais velho, que chegou à abadia acompanhado de dois assistentes afim de investigar o caso. Decidiram vigiar o túmulo do monge morto para ver se ele se levantaria à noite com o intuito de alimentar. Assim que a luz do dia desapareceu, o morto-vivo escavou o caminho para fora da sepultura profunda, empurrando a pesada lápide para o lado. Em seguida correu  na direção do monge mais velho e de seus associados numa velocidade sobre-humana. O monge mais velho pronunciou um verso sagrado e o vampiro recuou para seu túmulo e foi engolido pela terra vindo a sumir. Sabendo agora que estavam lidando com um vampiro, os monges decidiram voltar pela manhã para destruí-lo de uma vez por todas.

Quando a luz do dia chegou, eles voltaram para o túmulo armados com um grande machado e ao abrir o túmulo o sacerdote vampiro estava deitado em seu caixão com lábios ensanguentados e bochechas rosadas, obviamente tendo se alimentado recentemente. Eles não perderam tempo em decapitar o cadáver e queimá-lo até seu corpo desaparecer em cinzas. Até hoje, as lendas da abadia mencionam o fantasma do monge, embora tudo indique que seus dias de sugar sangue tenham terminado. 

Mas não é apenas na Idade Média que encontramos narrativas sobre terríveis vampiros na Grã-Bretanha. Avançando para o século XIX, os relatos de vampiros ainda estavam muito vivos. Num caso ocorrido em 1875, dizia-se que uma criatura da noite sugadora de sangue com “um rosto castanho e enrugado e longas mãos ossudas” perseguia mulheres jovens e crianças em Croglin Low Hall, na Cumbria. 

Certa vez, a abominação entrou pela janela de uma jovem, atirou-a ao chão e mordeu seu pescoço. Os dois irmãos da menina perseguiram o morto-vivo e conseguiram feri-la com uma pistola, mas ela desapareceu na escuridão noturna. Na manhã seguinte, eles seguiriam o rastro de sangue deixado até o cemitério local, onde encontraram um sepulcro com todos os caixões destruídos, exceto um. Naquele caixão intacto, eles acharam a criatura dormindo, com o ferimento de bala visível no peito. A coisa vil foi decapitada e reduzida a cinzas.

Outro relato bastante bizarro vem de 1899, quando uma testemunha ocular chamada Geoffrey Anderson estava em Edimburgo, Escócia. Na Princes Street, ele viu um cavalo e uma carruagem do lado de fora de uma grande loja aguardando. Ao observar, ele afirmou ter visto uma forma escura se esgueirando até o animal. Quando chegou perto o suficiente, a sombra assumiu uma forma vagamente humana e “saltou na garganta do cavalo cravando longos dentes em seu pescoo". Quando Anderson gritou pelo susto, a coisa se desfez e desapareceu no ar. O cavalo tinha marcas de perfurações no pescoço que foram vistas por muitas pessoas e que chegaram a ser fotografadas.


Indo para o século XX, há um estranho caso ocorrido em 1915 sobre o misterioso e bizarro assassinato de um estudante de medicina em Edimburgo, na Escócia. A história começa com vários acontecimentos aparentemente paranormais ocorrendo em um hotel chamado Brien House. Funcionários e convidados relatavam ter visto uma figura escura e sombria à espreita que parecia ser capaz de atravessar paredes à vontade. Isso foi assustador a ponto de vários funcionários terem deixado o emprego e muitos hóspedes terem fugido do hotel em pânico. Foi no auge deste estranho fenômeno que um estudante de medicina chamado Andrew Muir decidiu passar uma noite no hotel para descobrir a verdade. O hotel concordou em deixá-lo ficar, dando-lhe até uma sineta para tocar se algo desse errado. Aparentemente, eles não tiveram que esperar muito para que isso acontecesse.

Poucas horas depois de dormir, o toque frenético da sineta de Muir e os gritos horrorizados atraíram os proprietários do hotel e eles vieram correndo para ver o que havia acontecido. Quando as batidas na porta não foram respondidas, eles arrombaram a porta e se depararam com uma visão horrível. Lá, caído no chão, estava o corpo sem vida de Muir, supostamente com marcas de perfurações no pescoço e nos ombros que ainda escorriam sangue. Logo começaram a circular rumores de que o fantasma que estava sendo visto era na verdade, um vampiro, especificamente o ex-proprietário do prédio, um homem chamado William Brien. 

O recluso e excêntrico Brien solicitou que, após sua morte, fosse enterrado a 12 metros de profundidade em um caixão acorrentado e seguro. Mas diziam as lendas que acharam aquele pedido uma tolice e negaram seu último pedido. Muitos suspeitavam que ele soubesse estar destinado a ressuscitar do túmulo como uma criatura da noite e que temia se tornar incontrolável. O hotel fechou suas portas pouco depois, a casa permaneceu de pé até ser destruída, mas do vampiro não houve mais sinal.  

Mais recentemente, na década de 1950, houve relatos de que um vampiro com dentes afiados e olhos vermelhos ameaçando a Necrópole do Sul, em Glasgow, Escócia. A entidade foi descrita como tendo 2,10 metros de altura, e um boato sombrio era que ela havia estrangulado dois meninos até a morte antes de drenar deles o sangue que lhe servia de sustento. O Vampiro da Necrópole de Glasgow se tornou uma das assombrações mais famosas da cidade, sendo visto ao longo dos anos por uma infinidade de testemunhas que atestam ser ele muito real. 

Ainda mais recentemente existe a história de um suposto vampiro no Castelo de Lochmaben, no condado de Dumfries, na Escócia. Em 1991, os moradores locais alegaram que animais da floresta, de estimação e o gado domesticado estavam aparecendo na floresta completamente drenados de sangue. Logo depois disso, começaram a surgir avistamentos de uma figura alta, encapuzada, com olhos pretos e rosto cinzento vagando sempre à noite. Um fedor de mortuário o acompanhava. Dizia-se que era capaz de saltar distâncias imensas e se mover muito mais rápido que um ser humano, e esses relatos chamaram a atenção do investigador paranormal Tom Robertson, de Lanarkshire, que decidiu investigar junto com sua esposa Margaret o estranho fenômeno. Certa noite, enquanto caminhava pela floresta, Robertson teve uma experiência bastante assustadora, da qual ele diz:

"A apenas alguns metros de distância me deparei com a visão mais horrível de minha vida. Jamais esquecerei! Era para todos os efeitos um cadáver ambulante e em decomposição, mas que não obstante se movia. Seu rosto era cinza como granito, seus olhos negros como carvão. A pele macilenta parecia apodrecida com veias que se projetavam do tecido morto e murcho da criatura. Era alto, mas de ombros redondos e um capuz sobre sua cabeça. Eu corri como nunca! Corri mais do que acharia possível! E devo dizer que o horror que senti era muito real. Espero jamais me deparar com algo semelhante novamente."


O relato poderia facilmente ser ridicularizado e cair na categoria dos casos absurdos, não fosse Tom Robertson um prestigiado professor do King's College, um pesquisador reconhecido e cuja carreira está acima de qualquer questionamento. Não haveria razões para ele inventar tal coisa, pois promoção é algo que ele claramente não precisa. Então o que o levaria a falar abertamente do caso senão o desejo de revelar um fato ocorrido? 

Vampiro. 

O nome suscita a visão de castelos abandonados e criaturas perversas que buscam nos vivos o sangue necessário para permanecerem existindo. Hoje em dia todos concordam que esses seres das trevas não passam de folclore, mas houve um tempo em que eles eram considerados muitíssimo reais. 

Quando a noite chegava e pintava tudo com sombras escuras, as pessoas acreditavam que algumas destas sombras ocultavam um terror indescritível. Não apenas na Grã-Bretanha o mito dos vampiros está enraizado em narrativas assombradas e casos difíceis de categorizar, contudo é nessa ilha que encontramos uma quantidade notável de testemunhos. Haveria algum fundo de verdade neles? Ou tudo não passa de mera superstição?

Seja qual for a verdade, talvez seja bom levar um crucifixo no pescoço e ter sempre à mão um vidro de água benta. Apenas para o caso de precisar... 

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