Curse of the Yellow Sign – Act 1: Digging for a Dead God é um cenário de Call of Cthulhu lançado por John Wick, primeiro em formato PDF, mas com a promessa de um versão impressa logo. Para quem não conhece o autor é o responsável por RPGs como Legend of the Five Rings e 7th Sea, além do recém-lançado Houses of the Blooded. John Wick também é famoso por provocar polêmicas, normalmente por meio de entrevistas ou colunas onde ensina “truques sujos” para Narradores ou sugere aventuras onde parece que seu único prazer é ver a agonia dos jogadores em escapar do plot. Dado esse “currículo”, nem preciso dizer o quanto de expectativa existia em torno de Digging for a Dead God, que promete ser o primeiro de uma série de cenários envolvendo o Yellow Sign e a lenda de Hastur.
O cenário em si é rapidamente explicado e requer pouquíssimos detalhes: os jogadores interpretam um pelotão nazista enviado em segredo para as selvas africanas sob domínio britânico. Seu objetivo oficial é explorar uma mina de diamantes para o Führer. Claro, há outra coisa em jogo e isso fica óbvio logo no início quando os trabalhadores do acampamento desenterram uma ciclópica porta de pedra com o Yellow Sign cravado em ouro. A partir deste ponto é que Wick realmente joga na cara do Keeper qual a verdadeira proposta do cenário: uma espiral de loucura envolvendo objetivos e desejos secretos entre os oficiais nazistas, a exploração de um templo antediluviano e a libertação de uma entidade incorpórea chamada Ahvril (seria o próprio Hastur?).
O cenário em si é rapidamente explicado e requer pouquíssimos detalhes: os jogadores interpretam um pelotão nazista enviado em segredo para as selvas africanas sob domínio britânico. Seu objetivo oficial é explorar uma mina de diamantes para o Führer. Claro, há outra coisa em jogo e isso fica óbvio logo no início quando os trabalhadores do acampamento desenterram uma ciclópica porta de pedra com o Yellow Sign cravado em ouro. A partir deste ponto é que Wick realmente joga na cara do Keeper qual a verdadeira proposta do cenário: uma espiral de loucura envolvendo objetivos e desejos secretos entre os oficiais nazistas, a exploração de um templo antediluviano e a libertação de uma entidade incorpórea chamada Ahvril (seria o próprio Hastur?).
O inimigo em Digging for a Dead God são as próprias personagens dos jogadores. O cenário usa 6 personagens prontos, cada uma com histórico básicos e uma missão oculta ou algum outro tipo de segredo comprometedor. Invariavelmente essas personagens entram em choque, com Ahvril servindo de catalizador. A entidade parece saber o lado negro de cada personagem. Com base nisso, ela bajula, provoca, distribui paranóia e promete recompensas extra-terrenas. Além dos elementos narrativos, a própria mecânica de Insanity de Call of Cthulhu cuida do resto, movendo as personagens (ao custo de sua humanidade) até a realização de seus objetivos.
Digging for a Dead God é, portanto, antes uma premissa que um cenário. Não há grandes descrições ou amplo histórico sobrenatural de fundo. Os monstros são humanos. Como seria de se esperar de John Wick, Curse of the Yellow Sign – Act 1 é um cenário bem peculiar. Não requer preparação por parte do Keeper, mas exige experiência. Mais importante, requer um grupo de jogadores aptos a entender e seguirem a proposta do cenário (que se torna óbvia em poucos minutos).
Wick é um Keeper muito preocupado com o clima: ele sugere o ambiente de jogo, dá exemplos de seus playtests e fornece mesmo uma trilha sonora com sons da selva africana em seu site (fora uma surpresinha adicional).
Digging for a Dead God não é, digamos, uma história do “canon” de Hastur. Nada de Carcosa, de monstros tentaculares e coisas do gênero. O mito do Yellow Sign é reinterpretado por Wick de forma simples, mas muito instigante (e perturbadora). Aqueles que gostaram do “remake” de Hastur feito pelo pessoal da Pagan Publishing em Countdown vão sentir uma sensação de déjà vu, mas não se decepcionarão. Inclusive, as primeiras páginas de Curse of the Yellow Sign – Act 1 são usadas pelo autor para explicar sua “filosofia” quanto a cenários de Call of Cthulhu. Nesse ponto, John Wick é magistral e segue de forma fiel o ideal nihilista e de horror cósmico de Lovecraft (ao invés do estilo mais pulp que muitas vezes caracteriza os cenários da Chaosium).
Curse of the Yellow Sign – Act 1: Digging for a Dead God é um produto compacto. São 24 páginas com dicas para se ambientar e conduzir cenários de tom similar, uma rápida descrição da história, acompanhada de um mapa das redondezas do acampamento. O texto parece que foi editado às pressas e há algumas contradições, mas nada que um Keeper experiente não saiba resolver. A arte interna é quase fotográfica e joga o leitor rapidamente no clima (especialmente a bela arte de folha inteira de Hastur).
Caso você goste de cenários não-convencionais e de instigar seus jogadores, Curse of the Yellow Sign – Act 1 é uma ótima sugestão. Resta aguardar o que a mente macabra de Wick fará com o Act 2. Ah, e o PDF do cenário (sobre o qual esta resenha foi baseada) sai pela pechincha de 5 dólares. Contudo, é importante entender que tratá-se, literalmente, de um one-shot para apenas uma noite de jogo. Fora o fato do cenário só funcionar a 100% com 6 jogadores.
Visual: *****
Texto: ****
Interesse: *****
Curse of the Yellow Sign – Act 1: Digging for a Dead God
Autoria: John Wick
Arte: Aaron Acevedo
Editora: Wicked Dead Brewind Company
Formato: PDF, preto e branco, 24 páginas
Idioma: Inglês
Sistema: Call of Cthulhu Basic Roleplay
Preço: US$ 5,00
Digging for a Dead God é, portanto, antes uma premissa que um cenário. Não há grandes descrições ou amplo histórico sobrenatural de fundo. Os monstros são humanos. Como seria de se esperar de John Wick, Curse of the Yellow Sign – Act 1 é um cenário bem peculiar. Não requer preparação por parte do Keeper, mas exige experiência. Mais importante, requer um grupo de jogadores aptos a entender e seguirem a proposta do cenário (que se torna óbvia em poucos minutos).
Wick é um Keeper muito preocupado com o clima: ele sugere o ambiente de jogo, dá exemplos de seus playtests e fornece mesmo uma trilha sonora com sons da selva africana em seu site (fora uma surpresinha adicional).
Digging for a Dead God não é, digamos, uma história do “canon” de Hastur. Nada de Carcosa, de monstros tentaculares e coisas do gênero. O mito do Yellow Sign é reinterpretado por Wick de forma simples, mas muito instigante (e perturbadora). Aqueles que gostaram do “remake” de Hastur feito pelo pessoal da Pagan Publishing em Countdown vão sentir uma sensação de déjà vu, mas não se decepcionarão. Inclusive, as primeiras páginas de Curse of the Yellow Sign – Act 1 são usadas pelo autor para explicar sua “filosofia” quanto a cenários de Call of Cthulhu. Nesse ponto, John Wick é magistral e segue de forma fiel o ideal nihilista e de horror cósmico de Lovecraft (ao invés do estilo mais pulp que muitas vezes caracteriza os cenários da Chaosium).
Curse of the Yellow Sign – Act 1: Digging for a Dead God é um produto compacto. São 24 páginas com dicas para se ambientar e conduzir cenários de tom similar, uma rápida descrição da história, acompanhada de um mapa das redondezas do acampamento. O texto parece que foi editado às pressas e há algumas contradições, mas nada que um Keeper experiente não saiba resolver. A arte interna é quase fotográfica e joga o leitor rapidamente no clima (especialmente a bela arte de folha inteira de Hastur).
Caso você goste de cenários não-convencionais e de instigar seus jogadores, Curse of the Yellow Sign – Act 1 é uma ótima sugestão. Resta aguardar o que a mente macabra de Wick fará com o Act 2. Ah, e o PDF do cenário (sobre o qual esta resenha foi baseada) sai pela pechincha de 5 dólares. Contudo, é importante entender que tratá-se, literalmente, de um one-shot para apenas uma noite de jogo. Fora o fato do cenário só funcionar a 100% com 6 jogadores.
Visual: *****
Texto: ****
Interesse: *****
Curse of the Yellow Sign – Act 1: Digging for a Dead God
Autoria: John Wick
Arte: Aaron Acevedo
Editora: Wicked Dead Brewind Company
Formato: PDF, preto e branco, 24 páginas
Idioma: Inglês
Sistema: Call of Cthulhu Basic Roleplay
Preço: US$ 5,00
Por José Luiz Ferreira Cardoso - Tzimisce
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