segunda-feira, 7 de março de 2022

Holodomor - A grande fome que varreu a Ucrânia


"Oh, minha mãe, onde está a comida
Oh, meu pai, por que não há pão.
Oh, meu Deus, onde está meu irmãozinho.
A Fome, é grande e o sofrimento não tem fim"

Canção Ucraniana sobre o Holodomor

É difícil aceitar certos fatos históricos, o horror por vezes assume a forma de abuso, força e sujeição. Quando uma nação mais forte obriga outra a enfrentar privações já é algo terrível, mas o que dizer quando o terror é praticado pelos governantes contra seu próprio povo? Quando aqueles que deveriam promover o bem estar geral são os responsáveis pelas maiores atrocidades. 

A primeira grande fome registrada na Ucrânia ocorreu entre 1919 a 1922 e levou possivelmente entre 1,5 a 2 milhões de vidas. Ela foi causada por uma severa seca que atingiu as províncias do sul e devastou as colheitas, causando uma enorme onda de fome e privações na população. Os habitantes locais não tiveram ajuda do governo que ainda lidava com as reverberações da Revolução que destituiu o Czar e instalou os Bolcheviques no poder. Com os campos vazios, um número considerável de camponeses foi migrou para outras partes em busca de sustento, ocasionando perdas devastadoras na agricultura.

Era algo sem precedentes já que a Ucrânia sempre foi famosa por seus solos negros e férteis. Seu setor agrícola era conhecido como "O Celeiro da Europa" contando com uma produção de trigo na casa dos milhões de toneladas. Além disso, o país também era um dos maiores produtores mundiais de açúcar, óleo de girassol e carne, comodities extremamente rentáveis no mercado internacional. A simples menção da Ucrânia evocava visões de plantações à perder de vista, paisagem esta que estava até representada em sua bandeira nacional, onde o azul do céu se sobrepunha ao dourado, aludindo aos campos de trigo.

Como então, um país tão rico e cheio de recursos agrícolas pode ter enfrentado uma crise de abastecimento desesperadora? 


A explicação envolve o fator humano. Em novembro de 1929, o governo soviético através de Joseph Stalin tomou a decisão de coletivizar a agricultura no país. O objetivo era evitar uma nova catástrofe no abastecimento que pudesse comprometer os planos soviéticos de promover uma industrialização acelerada. Para custear o processo industrial era imprescindível atingir metas elevadas de produção agrícola e exportar tudo que fosse possível. Com os recursos assim obtidos o país esperava prosperar, mas é claro, alguns teriam de sofrer mais do que outros.

A coletivização previa uma apropriação brutal feita pelo Estado soviético das terras, colheitas, gado e alfaias pertencentes aos camponeses. Nada mais pertenceria ao indivíduo, mas sim ao Estado. Da mesma forma, o Estado controlaria o planejamento da colheita e estabeleceria metas para a produção agropecuária e sua distribuição. Isso permitiria abastecer as cidades e as forças armadas, bem como exportar para o estrangeiro o excedente. 

Para atingir seus planos, os soviéticos começaram eliminando a camada social mais próspera da Ucrânia, os kulaks, que eram os donos originais das terras que controlavam a produção. Aqueles que resistiram a coletivização forçada foram simplesmente expropriados e deportados para que não causassem problema. 

Mas a política de coletivização instituída em 1929 teve um efeito desastroso sobre a produtividade agrícola. Os kulaks conheciam melhor do que os técnicos do governo como plantar e obter resultados, sem eles as colheitas foram pífias. Em 1932, Stalin se comprometeu a exportar grande parte da produção de grãos da Ucrânia para o exterior. Isso significava que não haveria grãos suficientes para alimentar os camponeses, já que a lei soviética exigia que nenhum grão podia ser dado aos membros da fazenda até que a cota estabelecida fosse atingida. Os trabalhadores tinham de realizar jornadas de trabalho cada vez mais longas e árduas para conseguir cumprir as metas e ter direito a algum retorno. Do contrário, morreriam de fome. 


É importante entender que a Ucrânia sempre teve grãos suficientes para alimentar sua população, contando que esses alimentos fossem mantidos no país e não escoados para outros cantos. Durante o período da Coletivização, as autoridades soviéticas confiscaram a produção agrícola que serviria para alimentar várias vezes a população. Os grãos colhidos na Ucrânia eram estocados em silos vigiados pelo exército até poderem ser transportados para a Rússia. 

A decisão de Stalin e os métodos usados ​​para implementá-la condenaram milhões de camponeses à morrer de fome. Assim teve início o Holodomor (Extermínio pela Fome) que até hoje assombra a Ucrânia. Entre os anos de 1932 e 1933, estimativas sugerem que entre 3,5 e 7,5 milhões de pessoas teriam morrido de fome no país, ainda que certos historiadores sugiram que esse número pode ser muito maior, beirando os 10 milhões de mortos. Segundo o Tribunal de Recursos de Kiev, o Holodomor teria ceifado aproximadamente um quinto da população camponesa da Ucrânia. Outras áreas sofreram com as privações: o norte do Cáucaso e a região do baixo Volga também experimentaram três ondas sucessivas de fome impostas pela política de coletivização forçada de Stalin. Contudo, as perdas mais pesadas ocorreram na Ucrânia, que até então havia sido a área agrícola mais produtiva da União Soviética

Stalin estava determinado a esmagar todos os vestígios de nacionalismo ucraniano e a ferramenta escolhida para atingir esse objetivo foi a fome. Antes disso, expurgos devastadores da intelectualidade ucraniana e do próprio partido comunista ucraniano limparam o caminho para o Holodomor. A fome foi planejada por Moscou para devastar os camponeses ucranianos que ainda resistiam ao ideal revolucionário. Muitos vilarejos lutavam pela sua independência e se ressentiam da dominação russa de suas terras e produção. Os soviéticos estabeleceram que eles sofreriam não por serem camponeses, mas por serem ucranianos. O regime extremo quebrou a vontade dos camponeses de resistir e deixou a Ucrânia traumatizada política, social e psicologicamente, uma condição que se manteve na memória nacional por décadas. 


O auge do Holodomor ocorreu em 1932 que ficou conhecido como o Ano da Grande Carestia. À medida que o tempo passava, as forças soviéticas aumentavam a quantidade de grãos a ser produzida para benefício estatal até atingir um patamar impossível. Para intimidar os camponeses aldeias eram destruídas, populações remanejadas e líderes executados. Oficiais do partido, com a ajuda de tropas regulares e unidades da polícia secreta, travaram uma impiedosa guerra de desgaste contra os camponeses. Tudo era passível de confisco: Qualquer homem, mulher ou criança pego escondendo um punhado de grãos que fosse poderia ser, e muitas vezes era, executado ou deportado. Aqueles que não pareciam estar morrendo de fome eram frequentemente suspeitos de acumular grãos e espionados. Os camponeses foram impedidos de deixar suas aldeias pelo órgão mais impiedoso do estado, o NKVD que mais tarde daria origem a temida KGB.

Em janeiro de 1933, Stalin ordenou a um aliado próximo, Pavel Postyshev que fosse à Ucrânia verificar como estava a situação. Postyshev, um membro-chave do Partido Comunista Ucraniano recebeu ordens de aumentar ainda mais a meta, ordenando que ainda mais grãos fossem coletados, apesar de não restar, na prática, nenhum. Brigadas especiais do Partido foram enviadas para revistar as fazendas e casas em toda a Ucrânia e tomar qualquer comida e gado restantes dos camponeses, apesar do já preocupante número de pessoas morrendo de fome.

Após uma longa estadia na Ucrânia, Postyshev voltou a Moscou no outono de 1933, afirmando que os "ucranianos haviam finalmente sido quebrados". Segundo ele, os camponeses estavam à beira da total inanição, mas o restante do país seria alimentado e poderia honrar seus acordos comerciais. O relatório fornecido por Postyshev era bastante completo e não censurava detalhes perturbadores sobre a situação do campesinato ucraniano e pelo que ele estava passando. 

A repressão era total e qualquer suspeita de sabotagem punida com severidade. Havia um sistema através do qual informantes eram incentivados a denunciar seus amigos, colegas e vizinhos, apontando qualquer um que estivesse prejudicando o cumprimento das metas impostas. A recompensa podia ser algo tão simples quanto um punhado de comida para o delator e sua família. Com isso a rede de informantes e o temor se espalhavam com rapidez alucinante. A pena para quem era apontado variava: os que simplesmente eram deportados para um gulag tinham sorte - sabotadores eram geralmente fuzilados sem direito a julgamento. Bastava criticar ou reclamar das condições desumanas para sofrer uma retaliação. Em algumas aldeias foi instituído um método de repressão chamado "quadros negros" no qual as pessoas podiam escrever numa lousa denuncias na qual indicavam os "inimigos do povo". Quando um nome era escrito no quadro, os agentes investigavam e apuravam se essa pessoa estava minando os esforços da coletividade.


Ironicamente, os silos de estocagem, construídos próximos das estações de trens estavam sempre abarrotados de grãos à espera de serem transportados para o Leste. Soldados armados faziam a proteção destes e impediam que os camponeses famintos se aproximassem. Estes choravam e se desesperavam quando eram obrigados a carregar os alimentos para os vagões de carga, sem poder tirar sequer um grão para saciar a fome que os consumia. 

Outro fator desnorteante era a proibição de deslocamento para outras regiões. As autoridades se preocupavam com o número cada vez maior de fugas e definiram que ninguém teria permissão de deixar uma área sem o aval do Estado. Os camponeses ficaram proibidos de viajar e quando eram designados para uma fazenda comunal, lá deveriam ficar até receber autorização e um passaporte interno emitido pela NKVD. Quem fosse pego sem tais documentos podia sofrer penas severas ou simplesmente desaparecer. Segundo o relatório, havia casos de camponeses tão aterrorizados em não descumprir as ordens que ficavam nas fazendas comunais mesmo sabendo que não sobreviveriam ao inverno. Muitos simplesmente morriam no lugar que lhes era designado.

Mas nada disso se comparava ao sofrimento causado pela fome.

A face mais cruel do Holodomor se manifestava justamente na incapacidade das pessoas de obter sustento mínimo para subsistir. Os camponeses se viam impossibilitados de reagir diante da fome extrema à qual estavam submetidos. Para substituir os alimentos que lhes eram negados, as populações recorriam ao que estivesse ao seu alcance, apelando para fontes de proteína alternativas como cães, gatos e ratos, mas quando estes começaram a rarear, buscavam pássaros, vermes e até mesmo insetos. Na ausência destes, recorriam a madeira fervida, sopa com folhas, palha seca ou mesmo ossos e couro cru de animais.

No momento que o Holodomor se tornou insuportável algumas pessoas acabaram rompendo com um dos maiores tabus da civilização e abraçaram o canibalismo. As informações sobre atos de canibalismo vinham de várias partes da Ucrânia e à princípio foram tratadas como simples boatos e desconsiderados. Contudo, é sabido que os transtornos mentais causados pela fome podem alterar o sistema de valores morais e éticos, fazendo a pessoa tolerar ações que até pouco tempo acreditavam ser invioláveis. Com efeito, é justo acreditar que o canibalismo acontecia e que era até mesmo aceito em certas áreas rurais afastadas onde o tabu de alimentar-se da carne dos semelhantes caiu por terra.


Desaparecimentos eram notificados diariamente, mas sendo as mortes algo relativamente comum, as autoridades não se preocupavam de investigar os casos. Os desaparecimentos, sobretudo de crianças se tornaram uma epidemia no inverno de 1933, quando o canibalismo parece ter se tornado mais e mais frequente, ainda que poucos aceitassem falar abertamente sobre ele. 

Os poucos que mencionavam os incidentes salientavam a extrema necessidade pela qual os envolvidos passavam, como no relato de uma certa Anna Kravchenko:

“ A fome é mesmo algo inominável. As pessoas começaram a comer gente pois não havia mais nada o que comer. Então ordenaram à polícia que desse um basta no canibalismo. Aqueles que escolheram essa forma de sobreviver, cozinhavam carne humana à noite e todos sabiam quem eram. Ninguém dizia nada! A milícia chegou ao meu povoado ao entardecer, subiu um morro e olhou lá de cima em busca de qual chaminé saia fumaça à noite. O fedor de carne humana é terrível, mas mesmo assim dominava a rua, porque a fumaça saía pela chaminé.

A polícia chegou à aldeia na estrada de Belovodsk para Markivka. Lá acharam Semyon e um amigo. A porta da casa estava encostada de modo que ninguém barrou os policiais. Ao cruzar a soleira o cheiro se fazia sentir, havia sangue respingado no chão e nas paredes e um machado do lado para partir os restos em quartos. Três cadáveres estavam na despensa iluminada por uma vela. Uma mulher em trapos - a mãe de Symeon, se colocou diante dos policiais. Ela estava com a faca ensanguentada nas mãos e a usava para preparar a carne. Ela teria dito aos homens: "Que bom que vocês chegaram, me ajudem a tirar o fígado. Amanhã as pessoas se reunirão para jantar e pelo menos alguma coisa elas terão para comer." 

Afastaram a velha decrépita e revistaram o forno que estava aceso. Tiraram um grande ferro, e encontraram ali dentro uma criança inteira e uma perna e um braço de adulto. Semyon apareceu pouco depois e caiu de joelhos pedindo perdão: "Desculpe, desculpe, é a fome que me obrigou. Não ter o que comer me deixa louco.

Quando amanheceu a milícia levou Symeon e o amigo para serem julgados. Nunca chegaram lá, mataram-nos com uma bala na cabeça de cada um. A velha louca, deixaram para trás, não falava coisa com coisa e parecia fraca demais, dificilmente sobreviveria ao inverno. Perguntaram se havia mais canibais na região, os camponeses disseram que não havia mais nenhum. E claro, estavam mentindo. A milícia por sua vez, também sabia. Mas ninguém queria investigar aquilo".


Haviam outros casos, como o relatado na Vila de Shaparsky:

"No dia 20 de fevereiro deste ano, às 4 da tarde, uma cidadã da aldeia de Shaparske, distrito de Novopskovsky, Khrypun Domniziya Vasylivna, juntamente com sua filha Khrypun Ulyta, esfaqueou uma menina de 8 anos, filha de Domnizia, irmã mais nova de Ulyta, cujo coração e fígado foram cortados e fervidos em um caldeirão para consumo."

Do caso de investigação nº 137 da cidade de Berezovo:

"Durante o interrogatório de Hylinychiv Gvarinich foi estabelecido que em 27 de junho, aproximadamente às 19h00, Varina Gilinych, com o consentimento e na presença de seu marido Andriy, esfaqueou sua filha Anna, de um ano, que estava sentada em um banco, e cortou-a em pedaços. A carne foi cozida e comida. Naquela mesma noite, quando seu filho de 4 anos, Petro, foi para a cama e adormeceu, Andriy Gvarinich, estrangulou seu filho adormecido com as mãos e também a cortou em pedaços, que foram devorados".

Casos medonhos como estes se tornaram tão comuns à certa altura que a polícia instituiu que os camponeses envolvidos não seriam mais julgados, mas executados sumariamente com ajuda de soldados. Não se sabe o número exato de casos de canibalismo, mas acredita-se que tenham sido milhares.

O número de mortos no Holodomor na Ucrânia foi estimado na casa dos milhões. De acordo com um autor soviético, "Antes de morrer, as pessoas muitas vezes perdiam os sentidos e deixavam de ser seres humanos". No entanto, um dos tenentes de Stalin na Ucrânia afirmou em 1933 que a fome foi um grande sucesso. Mostrou aos camponeses "quem era o senhor. Custou milhões de vidas, mas o sistema de fazendas coletivas veio para ficar".

O governo americano supostamente obteve informações oportunas sobre a Grande Fome ainda na década de 30, mas não tomou qualquer medida para amenizar a situação ou divulgar na época o incidente. Pelo contrário, a administração dos EUA concedeu reconhecimento diplomático ao governo soviético em novembro de 1933, imediatamente após receber denúncias graves sobre o Holodomor. Depois de voltar de Moscou em 1933, o famoso dramaturgo e pensador britânico George Bernard Shaw declarou que "não havia fome [na Ucrânia]", porque lá participou de um dos melhores jantares de sua vida - um exemplo das exibições luxuosas com que o governo regalou os estrangeiros para isolá-los da vida real na Ucrânia.


Após a tragédia do Holodomor, as autoridades soviéticas mantiveram o sistema de coletividade em funcionamento, embora tenham suspendido gradualmente as metas elevadas de produção, permitindo que os camponeses voltassem a ter acesso aos alimentos. Isso se deu principalmente porque a URSS precisava manter o mínimo da mão de obra local, sobretudo depois de "colocá-la na linha". Os grãos da Ucrânia eram necessários e eles não queriam perder esse recurso valioso. 

Em 1983, alguns países quebraram parcialmente o silêncio sobre a Grande Fome ucraniano, oferecendo o testemunho de pessoas que viveram o ocorrido e estavam dispostas a falar à respeito. Vários historiadores já suspeitavam do Holodomor e ratificaram uma carta aberta pedindo esclarecimentos à respeito, embora a União Soviética negasse veementemente tudo relacionado ao caso. As Nações Unidas ofereceram dezenove conclusões de uma comissão formada para examinar o ocorrido. Os pontos condenam a inação e o silêncio deliberado do governo americano e reconhecem que a fome foi uma ação planejada por Moscou contra os ucranianos. Várias conferências internacionais reconheceram a Grande Fome de 1932-33 como um dos maiores crimes do século XX.

Apontando para o fato de que o grão foi requisitado à força, muitos historiadores sustentam que Stalin conscientemente provocou a fome para intimidar a população da República Ucraniana e quebrar a resistência dos camponeses diante do plano de coletivização. Com base na tese de que a fome na Ucrânia foi um "genocídio" deliberadamente planejado pelo governo soviético, nacionalistas ucranianos imputaram à Rússia que ela deveria assumir a responsabilidade por aquilo que promoveu. 

Por sua vez, a Rússia insiste que a fome não pode ser considerada um ato que teve como alvo os ucranianos, já que milhões de pessoas de diferentes grupos étnicos também perderam a vida em vastos territórios da União Soviética. O país tampouco aceita a acusação de ter usado a fome como ferramenta para "quebrar o espírito dos ucranianos". Não existem documentos reconhecendo os planos soviéticos de causar a fome, mas acredita-se que estes documentos, se é que um dia existiram, foram classificados como altamente secretos ou destruídos. Mesmo hoje existem aqueles que duvidam do Holodomor e o apontam como uma ficção criada pelas nações do ocidente para atingir a credibilidade da então União Soviética. Amparam-se numa ausência de provas documentais, dando o benefício da dúvida a um regime conhecido pela forma sigilosa e pouco transparente com que trata as questões internas. 


Em janeiro de 2010, um tribunal em Kiev considerou líderes bolcheviques, incluindo o ditador Joseph Stalin, culpados de genocídio contra ucranianos durante o Holodomor. Antes disso, em novembro de 2006, Verkhovna Rada deputada ucraniana aprovou um projeto de lei declarando o Holodomor (Grande Fome) de 1932-33 como um genocídio. O projeto de lei impôs multas por declarações públicas ou divulgação de materiais negando o Holodomor, algo semelhante a lei em vigor na Alemanha, imposta sobre aqueles que negam o Holocausto de Judeus. Mesmo assim, muitos russos e ucranianos com descendência russa, bem como simpatizantes ideológicos continuam negando que o Holodomor um dia aconteceu.

Provar a verdade sobre o Holodomor por um lado confirmaria que o ser humano é capaz de atrocidades inenarráveis, mas talvez seja a única maneira de impedir que algo semelhante um dia venha a acontecer novamente. A face horrível da Grande Fome precisa ser encarada e reconhecida.

É o mínimo que as vítimas do Holodomor merecem.

3 comentários:

  1. enquanto isso, montes de jovens socialistas modernos fingem quem nada disso aconteceu.

    ResponderExcluir
  2. É atualmente a Ucrânia passa por mais um pesadelo nas mãos da Rússia, simplesmente por terem desagradado ao atual tzar Putin.

    ResponderExcluir
  3. A grande mãe Rússia sempre castigando a coitada da Ucrânia...

    ResponderExcluir