terça-feira, 31 de julho de 2018

Leviatã devorador de mundos desperta de seu sono de 500 milhões de anos no subsolo de Marte depois de perturbação de Sonar - Ah sim, achamos água em Marte


Como não amar o site "The Onion"?

Sempre com suas notícias importantes que contemplam uma visão interessante e uma interpretação dos acontecimentos mais recentes, ele publicou semana passada esse artigo, que reproduzi aqui abaixo.

A notícia é sobre a fantástica descoberta de água em Marte e das curiosas repercussões que isso trará para a humanidade.

Por sinal, parabéns a quem escreveu e que caprichou no tom absurdamente lovecraftiano e nos termos aterrorizantemente cthulhianos.

PARIS - Pouco depois da transmissão enviada pela nave sonda Marte Express, verificando positivamente através de instrumentos a descoberta de um lago subglacial, cerca de uma milha abaixo da superfície, a Agência Espacial Europeia (AEE) confirmou também, nesta quinta, que o radar de penetração teria acidentalmente perturbado a eterna hibernação de uma indescritível criatura com eras de idade e devastadora malevolência. A entidade foi despertada de seu sono de 500 milhões de anos no reservatório subterrâneo do Planeta Vermelho.

A abominável besta trans-dimensional então se ergueu das profundezas estígias de seu covil subaquático, liberando um medonho urro ululante que causou a imediata fissura e explosão do planeta em bilhões de fragmentos. O evento registrou magnitude equivalente a 18,5 na escala Richter, segundo cientistas do ESA. Os astronautas à bordo da Estação Espacial Internacional que acompanhavam o trabalho evidentemente perderam sua sanidade diante da visão da maldita abominação gerada pelas estrelas. Antes porém eles conseguiram enviar para o Controle da Missão através de transmissões cada vez menos coerente um alerta de que a criatura se dirige agora para a Terra, devendo chegar até a próxima semana. Poucos instantes depois o sinal foi abruptamente cortado pela tripulação, seguindo-se gritos histéricos.

Administradores da ESA, inicialmente otimistas com a descoberta de água em estado líquido em Marte e com as implicações positivas para uma futura colonização, mudaram sua mensagem para um alerta hoje pela manhã. Gritando e xingando em mensagem apenas parcialmente compreensível, a medida que arrancavam os próprios olhos de suas órbitas no esforço vão de apagar a imagem daquele horror vasto avançando contra nosso pequeno mundo. Acreditam agora que ele está prestes a devorar nossas vidas insignificantes da mesma maneira que um dia ele irá devorar a luz das estrelas.

Aguardem para novas informações em breve. 

Para quem não conhece, o "The Onion" pega notícias recém publicadas e cria em cima delas algum acontecimento sensacional.

Dessa vez, contudo, eles podem ter exagerado... um pouquinho! 

domingo, 29 de julho de 2018

O Fã Clube do Show de M - A história como aconteceu


Por V(...)

Eu não peço que acreditem na história a seguir, mas foi assim que aconteceu. E é assim que eu lembro...

1984

Quando eu tinha nove anos de idade havia um programa de televisão que eu gostava muito. Eles tinham atores vestidos de animais com pinturas coloridas no rosto e fantasias: Sr. Urso, Sr. Zebra, Sr. Tigre, esse tipo de coisa. Entre um bloco e outro havia vídeos educacionais e músicas bobas do tipo que crianças adoram ouvir e depois cantar repetidamente até enlouquecer os adultos. 

Eu não vou dizer o nome do programa, em parte por que o programa era bom e nada do que aconteceu, no fim das contas, foi culpa deles. Para evitar qualquer constrangimento, vou chamar o programa simplesmente de "O Show de M".

"O Show de M" passou por anos e anos na televisão e eu assisti ao longo de toda minha infância. Quando eu voltava do colégio, corria para sentar em frente da televisão com minha irmã mais velha L(...) e minha amiga, B(...) que morava na casa ao lado. 

Aquele era o nosso pequeno ritual. 

Todo dia, nós três sentávamos na frente da televisão, com doces que nossas mães haviam comprado, biscoitos, copos de leite ou outras guloseimas. Nossos olhos sequer piscavam! O entretenimento era total, quebrado apenas pelos comerciais. Nos intervalos aproveitávamos para conversar sobre aqueles assuntos que na nossa idade pareciam tão importantes: deveres de casa, video-games, amigos do colégio...

Eu lembro daquele dia em especial. 

Era uma sexta feira quente de verão, L(...) voltou do colégio dizendo que as outras crianças falavam a respeito de um concurso sobre "O Show de M". Era algo que ela havia ouvido das outras meninas de sua turma. Para participar, as crianças tinham de responder perguntas sobre o programa, os personagens e sobre si mesmas. As melhores respostas concorriam a um prêmio especial, a chance de viajar com a família até onde o programa era gravado e participar dele.

Mas a melhor parte é que todas as crianças que escrevessem uma carta e enviassem para um determinado endereço se tornariam membros do "Fã Clube do Show de M". Naquele mesmo dia, depois de assistir ao Show de M, nós três arrancamos folhas de cadernos e respondemos as perguntas. As perguntas eram bastante difíceis. Eles queriam saber detalhes a respeito de programas antigos, e sem L(...) para nos ajudar, B(...) e eu jamais conseguiríamos responder todas aquelas perguntas. Algumas questões eram estranhas: queriam saber idade, cor de cabelos e olhos, altura, peso, coisas assim... mas nós não nos importamos! Qual o seu personagem favorito? O meu a Sra. Zebra, de B(...), o Sr, Tigre. Tudo aquilo parecia perfeitamente natural, até mesmo o pedido para que fosse enviada uma fotografia recente.

L(...) conseguiu envelopes e selos na gaveta do escritório onde essas coisas ficavam guardadas. Cada um de nós preencheu as respostas e colocou a folha em um envelope com nossos nomes, um telefone para contato e as fotografias que conseguimos surrupiar de álbuns de foto. A minha era do Natal passado.

Enviamos as cartas no dia seguinte, colocamos em uma caixa de correio perto do colégio.

Dali em diante, todos os dias corríamos para casa ansiosos para saber se nossos nomes haviam sido aceitos como membros do Fã Clube do Show de M. As crianças no colégio mencionavam que aqueles aceitos no clube recebiam um distintivo especial. Estranho, pois todos falavam a respeito, mas ninguém realmente tinha um desses distintivos para mostrar. Era sempre o amigo de um amigo que havia tido a sorte de receber o seu.

Meses se passaram e aos poucos o interesse foi diminuindo. Ainda checávamos o que o correio trazia, mas L(...) e eu já não estávamos mais tão empolgados. B(...) no entanto, continuava falando a respeito e sempre conferia a caixa de correios na esperança de que seu distintivo chegaria. B(...) e eu continuávamos assistindo diariamente, mas o "Show de M" já não interessava tanto à minha irmã, três anos mais velha que eu.

Foi perto da primavera quando finalmente tivemos notícias que já nem esperávamos mais receber. L(...) foi quem encontrou a carta, um pequeno envelope amarelo que havia chegado aquela manhã com o meu nome impresso. Eu corri para meu quarto e abri o envelope fino tomando cuidado para não rasgar o conteúdo. Dentro havia uma folha onde se lia:

"Bem Vindo ao Fã Clube oficial do Show de M"

Não havia muitos detalhes, apenas um folheto fino com boas vindas e uma pequena carteira plastificada com meu nome e o símbolo do programa. Abaixo disso, haviam as palavras:

"Membro número #2903". 

Eu não poderia estar mais feliz, aquilo era incrível. B(...) recebeu seu envelope naquele mesmo dia, seus olhos brilhavam de felicidade por ser o "Membro #2899". 

L(...) apesar de não assistir mais ao programa, ficou chateada por não receber a sua carteira. "Talvez eles soubessem que ela não assistia mais o programa e por isso não havia recebido", especulou B(...) a respeito. Seja como for, nós estávamos felizes demais.

Dali em diante, toda sexta feira, chegava pelo correio uma carta endereçada aos "Membros do Fã-Clube". Eram fotos, anedotas, jogos de sete erros, ligar pontos e histórias dos personagens do Show de M. Os folhetos pediam que as crianças falassem a respeito do Clube para outras crianças, compartilhassem o endereço e as perguntas necessárias para fazer a inscrição e se tornar membros do Fã-Clube.

Alguns meses mais tarde, um dos folhetos mencionou brevemente algo chamado "Visita do Show de M à sua cidade" sem dar muitos detalhes. Eu e B(...), é claro, ficamos muito empolgados, mas não havia informações, apenas a promessa de que em breve explicariam do que se tratava.

Foi no começo de Junho que recebemos uma nova correspondência dessa vez com dois folhetos dentro do envelope. O primeiro era o de sempre: fotos, brincadeiras e propagandas, mas o segundo fez com que ficássemos em estado de graça. Era um convite especial para membros do Fã Clube. O folheto dizia que um ônibus especial estaria na cidade com os personagens do Show de M. Essa seria a oportunidade dos membros do Fã Clube conhecerem os personagens do show e se tornarem MEMBROS ESPECIAIS (essas palavras estavam gravadas em dourado).

O ônibus chegaria no domingo e todos os que receberam o convite poderiam aparecer em um determinado endereço acompanhados de um responsável. Nós ficamos incrivelmente animados! Era como um sonho se realizando!

Tenha em mente que isso aconteceu nos anos 80. Não existia muita preocupação dos pais a respeito do que seus filhos recebiam. Meus pais, é claro, perguntaram a respeito da correspondência, mas depois de ver o conteúdo dos dois primeiros envelopes com os folhetos do programa, perderam o interesse sobre o assunto. Para todos os efeitos, era apenas aquele programa que as crianças tanto gostavam de assistir. Isso também aconteceu antes de todos terem acesso a computadores. Acho que não havia tanta maldade na mente das pessoas.

O folheto dizia que os membros interessados em participar da visita deveriam ir a um determinado endereço às duas horas da tarde. Lá encontrariam os personagens principais do Show de M que os receberiam com jogos e brincadeiras e os presenteariam com as carteiras douradas de membros especiais. 

Os nove dias que se seguiram até o domingo foram os mais longos da minha vida. B(...) e eu planejávamos o que iríamos fazer e nossas mães concordaram em nos levar. S(...) não havia sido convidada e ficou irritada. Como não havia recebido seu cartão, tinha dito "não querer ouvir mais nada a respeito sobre esse programa estúpido". 

L(..) provavelmente estava ficando velha demais para o Show de M. Talvez por isso, nós imaginamos, ela não havia recebido seu cartão de sócio. O clube era para crianças! B(...) dizia que ia tirar fotografias com os personagens e conversar com cada um deles. Estávamos alegres demais com tudo aquilo.

No sábado, L(...) foi convidada para uma festa na casa de uma colega do colégio. Era uma daquelas festas que meninas costumavam participar, em que ficavam acordadas até de madrugada fofocando e falando bobagem. Minha mãe deveria buscar L(...) no dia seguinte antes do meio dia.

No domingo, o grande dia, B(...) estava muito ansiosa e tocou a campainha da minha casa. Sua mãe já estava se arrumando e ela queria saber se estava tudo certo para irmos. Logo a seguir o telefone tocou e ouvi a minha mãe atender. Era L(...) perguntando se podia ser apanhada um pouco mais tarde do que o combinado. Aquilo me irritou! Minha irmã estava fazendo de propósito, queria que eu perdesse a oportunidade de visitar o Show de M. 

A mãe de B(...) conversou com minha mãe e garantiu que não haveria problema nenhum de me levar junto. Minha mãe pensou por um instante, e então disse não. Era muito gentileza, mas ela preferia me levar até o Show de M pessoalmente. Eu não podia acreditar, era muito injusto! Se eu chegasse depois do horário, eu perderia as brincadeiras. Aquilo podia colocar tudo a perder! Eu reclamei e quase chorei, mas minha mãe estava irredutível. Nós pegaríamos L(...) na casa da amiga e depois iríamos direto para o Show de M. Quando protestei mais uma vez, ela deu aquele temido ultimato que os pais costumam dar para encerrar um assunto: "É isso, ou você não vai a lugar nenhum hoje!"

Eu tive de me contentar com aquilo. Assisti o carro da mãe de B(...) sair da garagem e ela me acenou da janela traseira. E eu quase chorei.

Finalmente às duas, minha mãe foi buscar L(...) e depois me levou direto até o endereço combinado. Eu estava tão irritado que nem olhei para minha irmã. Eram 14:35 quando chegamos ao local. Era um grande estacionamento, haviam muitas pessoas por lá, e nós andamos na direção deles. Eu não vi nenhum ônibus e nenhum dos personagens do Show de M, apenas aquelas pessoas, a maioria delas pais, reunidos em um círculo, alguns pareciam preocupados, outros simplesmente riam e conversavam entre si.

Minha mãe avistou a mãe de B(...), e nós andamos até ela. A mãe de B(...) era um dos pais que estavam preocupados. Ela nos contou que o ônibus do Show de M estava lá, junto com vários dos personagens do programa, todos eles vestindo roupas coloridas de animais: tigres, zebras, antílopes e ursos. Era um ônibus grande de turismo com uma enorme símbolo do programa pintado na lateral. Eles distribuíram doces para as crianças e um dos atores, que estava vestido de tigre, explicou aos pais que seria feita uma filmagem dentro do veículo em movimento. O ônibus levaria as crianças para um lugar onde algumas cenas de um programa especial seriam filmadas. As crianças seriam levadas primeiro para adiantar as coisas e um segundo ônibus, que já estava à caminho, levaria os pais em seguida.

Alguns ficaram reticentes, mas as crianças estavam muito ansiosas e depois que três ou quatro adultos que estavam presentes (todos assumiram que eram pais) concordaram em ir junto com elas, os demais se acalmaram e acabaram concordando. 

"O segundo ônibus estava vindo, não havia com que se preocupar", certo?

Quando eu ouvi isso, fiquei feliz, ao menos eu ainda poderia participar da filmagem no local.

Eu puxei a mão da minha mãe para que fôssemos os primeiros na fila que já se formava para embarcar no ônibus. Eu não dei muita atenção para a expressão preocupada da mãe de B(...) enquanto ela falava com a minha mãe. Os minutos passaram e nada, até que alguém resolveu chamar a polícia. 

O ônibus estava demorando demais. De fato, ele nunca apareceu.

No programa do Show de M de segunda feira um dos personagens subiu ao palco e pediu de maneira muito séria que as crianças que estavam assistindo chamassem papais e mamães para assistir aquele bloco. Minha mãe já estava sentada ao nosso lado, com meu pai. Os dois estavam de mãos dadas, dedos entrelaçados tão apertados que os nós ficavam brancos.

O personagem explicou que o Show de M não possuía um Fã Clube e que não enviava para as crianças correspondência. 

Nunca enviou!

Naquela semana, a mãe de B(...) chorou muito e eu podia ouvir da nossa casa seus lamentos. Policiais entravam e saiam, o padre veio e algumas pessoas que depois eu soube, eram parentes de fora da cidade, também passaram uns dias lá. 

Ninguém me contava nada, mas eu estava certo de que B(...) estava bem!

Eu achava que ela estava se divertindo tanto que não queria voltar.

Ela deveria estar se divertindo muito, pois nunca voltou!

A mãe de B(...) chorou ainda mais quando, no mês seguinte, um pacote chegou endereçado à sua filhinha. Dentro desse pacote havia um envelope contendo uma carteira de identidade do Fã Clube do Show de M.

Dourada como prometido! 

Ela dizia que B(...) era agora um "MEMBRO ESPECIAL".

O Pacote sem remetente continha também uma fita de vídeo. Ela tinha apenas um minuto de duração e mostrava B(...) no que parecia ser um set de filmagens do Show de M. Usava a mesma roupa daquele domingo quando tocou a campainha da minha casa ansiosa para ir ao encontro.

No vídeo, B(...) sorria e um ator vestindo uma roupa de tigre branco permanecia em silêncio ao seu lado, segurando sua mão.

"Oi mãe, eu estou muito feliz aqui!" ela dizia "O Sr. Tigre pediu que eu dissesse que estou feliz! Pena que os outros não conseguiram chegar a tempo. Eu queria que eles também estivessem aqui! Comigo, o Senhor Tigre e os outros animais"

E o vídeo terminava.


sábado, 28 de julho de 2018

Algo Bizarro na Etiópia - Os Mortos (ainda) não estão voltando


Coisas esquisitas acontecem diariamente...

Basta dar uma olhada nas notícias e acabamos encontrando pequenas cenas dantescas, notícias perturbadoras e incidentes bizarros que terminam por corroborar aquela noção de que o mundo real é bem mais estranho do que a mais fantástica ficção. 

Tomemos por exemplo o pequeno drama que ocorreu na Etiópia semana passada e que foi noticiado em alguns veículos de informação sem receber muito destaque. É o tipo de coisa que muitas vezes passa desapercebido, mas que quando pensamos a respeito, acaba se convertendo em um daqueles instantes em que uma pequena janela de estranheza se abre e podemos contemplar o quão estranho é esse mundo.

A notícia em questão diz respeito a um alegado Necromante que foi preso depois de tentar reviver um cadáver usando seus "poderes mágicos" e uma alegada "influência sobre a vida e morte".

A bizarra história teve lugar na pequena cidade de Galilee na região de Oromia na Etiópia Ocidental. De acordo com um correspondente da BBC e um médico servindo ao Programa Médicos sem Fronteiras que testemunhou tudo, um alegado aspirante a Profeta chamado Getayawkal Ayele, popular na região foi o pivô dos acontecimentos. Ayele ganhou fama nos últimos anos realizando milagres e promovendo misteriosas curas através do uso de suas habilidades mágicas. O homem teria curado várias pessoas apenas pousando sobre elas suas mãos que segundo rumores produziam um calor e brilho capazes de aliviar aflições, mitigar dores e fazer doenças mortais reverterem e por vezes, desaparecerem por completo. Entre os milagres promovidos por Ayele estaria a cura total de homens e mulheres sofrendo de AIDS e até mesmo câncer terminal.

A primeira vista, Ayele é apenas mais um curandeiro itinerante, como muitos em países africanos, que perambulam entre as cidades e vilas, oferecendo seus serviços. Muitos povos na África ainda se apegam às crenças antigas de que doenças e males são causados por espíritos malignos e forças negativas que se instalam no corpo das pessoas. Esses curandeiros tribais são portanto uma mistura de médicos e exorcistas, que se especializam em afastar essas forças e assim salvar a vida dos que são afligidos por eles.

Passando pela região de Oronia, Ayele ficou sabendo que na pequena Galilee uma família importante havia perdido seu patriarca algumas semanas atrás, Belay Biftu, que era muito admirado por todos e que havia sido governador daquela província.


O Curandeiro seguiu para Galilee depois de supostamente experimentar uma visão na qual compreendeu que a morte de Biftu havia ocorrido antes do tempo e que ele ainda tinha uma importante missão a ser realizada em vida. A visão era bastante clara e algo precisava ser feito para que ela fosse cumprida. Ayele seria o agente de um novo e incrível milagre: A Ressurreição de Belay Biftu.

A caminho de Galilee, muitas pessoas ouviram falar a respeito do que o Curandeiro tentaria realizar e imediatamente se tornaram Seguidores de Ayele. Acreditavam que testemunhariam um incrível milagre largaram tudo: família, trabalho, obrigações para segui-lo.

A história ganhou força, sendo noticiada em jornais, rádio e televisão, logo uma multidão seguia Getayawkal Ayele em uma verdadeira peregrinação até o vilarejo de Galilee.

Ao chegar lá, a família de Belay Biftu pediu que a polícia intercedesse e dissipasse a multidão que acampou em frente a casa onde viviam. Queriam permissão para exumar o cadáver de Biftu, enterrado em um túmulo no cemitério local. A família, é claro, não estava tão confiante quanto a multidão de que o milagre era possível e a princípio não deu autorização para que os restos de seu parente fossem perturbados.

Mas de nada adiantou!



A multidão estava convicta de que aquilo era algo que precisava ser feito e não havia como dialogar com a massa de pessoas. O grupo seguiu para o cemitério de Galilee onde começou a escavar a sepultura usando pás, ferramentas e as próprias mãos. O caixão contendo os restos do morto ilustre foi retirado da cova e aberto para que todos pudessem constatar que ele realmente estava morto. Três semanas sob a terra haviam deixado o cadáver em estado lastimável. O cheiro de decomposição era terrível e parte de sua face havia revertido a uma caveira. Mesmo assim o Curandeiro parecia confiante. Aplaudido, encorajado e incentivado pela multidão ele se aproximou do cadáver putrefato e pousou sobre ele as mãos como sempre fazia. 

"Belay Biftu, eu estou aqui para trazê-lo de volta à vida! Retorne!" Disse, primeiro em um tom baixo como se estivesse sussurrando para o defunto. 

As pessoas se acotovelavam e observavam curiosas ao redor. Muitos choravam e se postavam de joelhos. 

"Belay Biftu! Volte a viver!" ele insistiu novamente.

As pessoas continuavam convictas em sua crença, afinal, o Profeta havia prometido ser capaz de operar o definitivo milagre - o Retorno dos Mortos! Mas logo ficou claro que Biftu não era Lázaro, e menos ainda Ayele, era Jesus.


O curandeiro então saltou sobre o cadáver, se colocou sobre ele gritando em sua face de caveira. Abriu sua boca e soprou no interior dela, ergueu suas mãos para tentar reanimá-lo, enfurecido levantou os braços para o céu como se estivesse conjurando as forças do Céu e da Terra... mas nada aconteceu!

Um vídeo do incidente foi feito, nele Ayele aparece deitado sobre o cadáver exumado enquanto ordena a ele que "Acorde e viva novamente" várias e várias vezes. Na filmagem, é possível ver parte da multidão com pás e picaretas nas mãos aguardando nervosamente. De acordo com testemunhas que estiveram presentes durante o ritual muitas pessoas desmaiaram e começaram a se sentir mal. Outras, no entanto, simplesmente começaram a ficar furiosas com o espetáculo, em especial os parentes do falecido. 

Quando ficou claro que o milagre não aconteceria, a população se voltou contra o curandeiro e nesse momento a polícia teve de interceder para que ele não fosse atacado pela multidão. Ayele escapou por pouco, se não fosse a polícia que o levou sob custódia, ele teria sido linchado.

Embora a história possa parecer absurda e bizarra, ela é um bom exemplo de até onde indivíduos que se auto proclamam Profetas ou líderes religiosos estão dispostos a ir para atrair seguidores. Ela também mostra que as pessoas estão dispostas a tudo para acreditar que forças superiores podem derrotar a morte de uma vez por todas. Ao longo da história, diferentes culturas e povos foram fascinados pela ideia de reviver os mortos seja por intermédio de forças sobrenaturais, rituais de magia, necromancia ou por intermédio da ciência e tecnologia. Enquanto cientistas acreditam que em breve seremos capazes de digitalizar a consciência humana e isso permitirá transplantar a mente para outros corpos mais resistentes (e imortais), será que isso realmente poderá ser chamado de vida? Verdadeira imortalidade, a habilidade de enganar a morte enquanto ainda estamos habitando o corpo, permanece como um truque que ainda não conseguimos realizar.

Será que ainda conseguiremos superar a maior e mais antiga das barreiras da natureza? Aquela que nos dita que tudo que nasce, um dia morre? Se isso for possível, provavelmente não será alcançado simplesmente gritando na face de um cadáver putrefato.

Esse é um mundo estranho, meus amigos, mas cadáveres (ainda) não despertaram.

quarta-feira, 25 de julho de 2018

Vilarejo Sinistro - A chocante história do Manicômio Letchworth Village

4859187470_3a05f2f6bf_b

Lugares abandonados são inquestionavelmente assustadores: esquecidos há tempos, caindo aos pedaços, por vezes assombrados por dolorosas memórias de medo, violência e talvez, até mesmo por fantasmas.

Entre essas localidades decrépitas, isoladas e perdidas, as mais bizarras talvez sejam aquelas que um dia funcionaram como asilos para os mentalmente perturbados. Esses são lugares que mesmo quando estavam abertos, eram carregados de uma aura densa de sofrimento, loucura, solidão e desespero. Quando estes asilos passam para o sombrio rol dos prédios abandonados, eles transcendem a noção um mero lugar esquisito para se tornarem lugares verdadeiramente aterrorizantes reverberando os horrores de seu passado. Existem muitos asilos abandonados no mundo, mas talvez aquele que ecoa a sensação mais sinistra e perceptível de um mal sempre presente, seja o Letchworth Village. Trata-se de um lugar com uma horrenda história que parece impregnar suas próprias paredes em ruínas.

O Centro de Reabilitação Letchworth Village abriu suas portas no ano de 1911 em uma agradável, silenciosa e tranquila vizinhança suburbana em Haverstraw, Nova York. Recebendo o seu nome em homenagem ao humanitário e filantropo William Pryor Letchworth, a instituição foi criada originalmente com o propósito de hospedar indivíduos física e mentalmente comprometidas. Pessoas de todas as idades eram aceitas em Letchworth, desde bebês até anciãos. Com essa proposta, o asilo abriu com as melhores intenções. Espalhando-se por uma área de 23.602 acres de uma pitoresca e imaculada paisagem, a propriedade possuía gramados verdejantes e bosques arborizados que lhe conferiam uma aura de serenidade. Mais de uma centena de prédios construídos em estilo neoclássico compunham as dependências para os internos. Letchworth foi concebido para ser um lugar mais humano e civilizado, uma alternativa para os manicômios super-lotados que eram muito comuns no período.


As instalações deveriam oferecer conforto e bem estar para seus pacientes, e para esse fim, foram definidas regras específicas consideradas revolucionárias para a época. Nenhum prédio teria mais do que dois andares de altura com uma capacidade para no máximo 70 pacientes. Os prédios também deveriam ter uma distância de pelo menos 60 metros um do outro com o objetivo de oferecer distanciamento e permitir espaço para que os internos pudessem transitar livremente e aproveitar os jardins. Adicionalmente, cada ala era separada para receber grupos com a mesma capacidade mental. A propriedade era dividida por um riacho bucólico e um bosque com carvalhos. As alas masculinas e femininas eram separadas por uma cerca. Entre os muitos prédios acessórios espalhados pelo terreno despontavam escritórios, acomodações para os enfermeiros, casas para os médicos, laboratórios, hospitais, enfermarias, cozinhas, lavanderia, biblioteca, ginásio e até mesmo um teatro. Pacientes eram encorajados a explorar todas as possibilidades, trabalhar em hortas e cuidar dos animais domésticos. As instalações eram tão avançadas, bonitas e bem cuidadas que Letchworth Village foi considerado como uma instituição modelo, laureada com prêmios e imitada em todo país.

Infelizmente, isso não iria durar. Embora tenha começado com boas intenções, são estas mesmas que pavimentam a estrada para o inferno. O tempo cuidou para que Letchworth fizesse sua descida para a escuridão e desespero.          

Tudo começou com rumores de maus tratos; sussurros a respeito de crueldade com os pacientes e horrendos experimentos conduzidos nos escuros porões e nos túneis subterrâneos da propriedade. Pacientes adultos e saudáveis alegadamente eram usados como mão de obra, em geral em trabalhos pesados e perigosos como escavar túneis, construir estradas ou transportar carvão. Eles também eram forçados a realizar jornadas exaustivas de trabalho nas fazendas. Histórias a respeito de abusos cometidos pelos funcionários envolvendo agressão, punições desproporcionais e até estupro se multiplicavam. A atitude geral dos médicos e enfermeiros para os pacientes era de desdém e indiferença. 


Isso pode ser verificado através de um relatório do ano de 1921, no qual um dos médicos responsáveis por uma ala masculina, o Dr. Charles Little se refere aos seus pacientes como "vagabundos estúpidos" e "vadios preguiçosos". Little registrava criteriosamente quantas horas cada paciente trabalhava e quando eles deveriam ser punidos pelas suas infrações. Cada paciente tinha que cumprir pelo menos 14 horas de serviço diário, de domingo a domingo. Little mencionava punições para aqueles que "faziam corpo mole" ou "não se dedicavam ao trabalho". Chibatadas, isolamento e surras eram algo trivial, bem como redução nas rações de alimentos caso as metas estabelecidas não fossem cumpridas. Little menciona até mesmo que cada paciente poderia ser "emprestado" para outras fazendas no complexo, mediante pagamento de uma comissão.

Ao longo dos anos boa parte dos recursos destinados a instituição foram desviados pelos seus administradores o que obrigou a direção de Letchworth a paralisar obras de expansão. Apesar disso, pacientes continuavam sendo enviados para a instituição aumentando a população da vila. No final da década de 1920, os dormitórios já estavam começando a ficar apertados, enquanto na década de 40 a população residente havia atingido o dobro da lotação adequada. Pacientes eram forçados a viver e dormir em condições insalubres, em quartos lotados, nos corredores ou mesmo no pátio. Água, comida e remédios se tornavam escassos e a distribuição era desigual. As condições cada vez piores se faziam sentir especialmente entre os pacientes mais jovens entre cinco e dezesseis anos que compunham aproximadamente 1/3 da população do sanatório.

Visitantes da instituição relatavam que as crianças pareciam desnutridas e doentes, com um comportamento atípico. Rumores de que os enfermeiros ofereciam comida estragada e que enfiavam garganta abaixo das crianças que se negavam a comer eram frequentes. As crianças recebiam roupas e cobertores esquálidos e os mais velhos se organizavam para roubar dos mais jovens, deixando-os à míngua. O mais chocante é que as famílias não se importavam com as condições das crianças. Muitas delas eram consideradas como delinquentes juvenis que haviam cometido alguma transgressão e haviam sido enviados para Letchworth para aprender disciplina. Outros haviam nascido no próprio manicômio, filhos de internas que haviam engravidado enquanto estavam sob os cuidados da instituição. Muitas dessas crianças não tinham nenhuma perturbação mental ou razão para serem isoladas, exceto que eram consideradas como indesejáveis. Muitos menores eram simplesmente esquecidos e abandonados pelos próprios pais.


Tudo isso, no entanto, era considerado como rumor e fofoca na época. O staff, composto por médicos e enfermeiros apresentavam uma face ilibada para o público, vendendo a ideia de que tudo funcionava perfeitamente bem e que a instituição operava sem problemas. Para isso, mantinham duas alas em excelentes condições que eram fotografadas e mostradas para inspetores. Qualquer preocupação era desconsiderada como mero exagero e os pacientes eram forçados a se comportar quando recebiam a visita de parentes. Aquele que tentava falar a respeito dos maus tratos, da falta de comida e dos abusos, sofria represália que podia variar, desde surras até tortura psicológica, passando por internação em solitárias e privação de alimentos.

Apenas em 1946 o público ficou sabendo de detalhes a respeito das atrozes condições atrás dos muros de Letcheworth. Um homem chamado Inving Haberman conseguiu levar uma câmera para dentro do manicômio e com ela tirou uma série de fotografias que chocaram a sociedade. As fotos demonstravam a negligência com que os pacientes eram tratados, as condições desumanas à que eram submetidos, vivendo em meio a lixo e sujeita. As fotografias mostravam ainda pacientes nus forçados a dormir ao relento. Haviam homens e mulheres subnutridos trabalhando em hortas comunais sob a supervisão de capatazes com chicotes e porretes. As refeições eram uma verdadeira miséria, compostas basicamente de pão e água.

Letchworth começou a ser chamado de "Vila dos Segredos" ou então "Vilarejo Sinistro".   Mas apesar do clamor que as fotos causaram no público, Letchworth continuou em funcionamento como sempre. De fato, ele continuou a manter a boa reputação que tinha entre os profissionais de saúde que consideravam muitas das histórias como exagero. Nos anos 1950, o vilarejo já tinha mais de 4 mil pacientes e as condições de vida eram terríveis, com massas de pessoas dormindo em colchões nos corredores e até no chão.


Foi nessa época que os mais medonhos casos de abuso dos direitos humanos começaram a mostrar a sua face. Em 27 de fevereiro de 1950, os primeiros testes da vacina para a poliomielite começaram a ser testados em pacientes crianças que não sabiam o que estava acontecendo e obviamente não haviam consentido em se sujeitar aquele procedimento. Cerca de 100 pacientes entre 5 e 12 anos receberam vacinas e foram submetidos a amostragem de sangue por um período de seis meses. Esses testes demonstraram que a vacinação funcionava, e seu sucesso foi a única razão para que a indignação pública fosse de alguma forma diminuída. Alguns médicos da instituição defendiam abertamente que os pacientes deveriam ser usados para o teste de drogas úteis à sociedade, já que eles eram "perfeitamente descartáveis".  

Os testes com drogas experimentais não pararam por aí e logo, outras vacinas e drogas experimentais que careciam de testes começaram a ser ministradas nas cobaias humanas. Havia o persistente rumor de que amostras de sangue, líquido espinhal e até de material cerebral eram coletados contra a vontade dos pacientes. Boatos davam conta de que grandes laboratórios e companhias farmacêuticas influentes pagavam uma taxa para que drogas fossem dadas aos pacientes, burlando assim as leis e regras estabelecidas.
 
Letchworth Village permaneceu em operação a despeito de todas as evidências de que inúmeras atrocidades aconteciam em seu interior. Apenas em 1972, o Jornal da Rede de Televisão ABC deu início a uma grande reportagem intitulada "Willowbrook: A Última Grande Desgraça", que buscava investigar as condições dos asilos e manicômios no estado de Nova York. O documentário dedicou a maior parte de sua atenção ao Sanatório Willowbrook em Staten Island, mas também se referiu a outras instituições como Letchworth Village.


O Repórter Geraldo Rivera descobriu que as condições em Letchworth eram "abomináveis e cruéis", com tratamento desumano, sujeira, super lotação, falta de higiene e negligência das necessidades mais básicas dos internos. A reportagem também mostrou que a equipe da instituição era incapaz de cuidar daquela quantidade de pessoas, muitos dos enfermeiros não recebiam treinamento e não tinham qualquer interesse quanto a integridade dos que estavam sob seus cuidados. Havia agressão, e abusos de toda natureza acontecendo naquele lugar.

A filmagem feita em segredo mostrava uma retrato miserável da instituição que ainda gozava de considerável prestígio entre médicos. Nas imagens em preto e banco, homens e mulheres sem roupa deitavam no chão, crianças gritavam e choravam sem parar, pessoas com dificuldades de locomoção se arrastavam no chão imundo, havia sujeira e lixo em toda parte, excremento e insetos. A reportagem de Rivera definiu a situação comparando as condições do lugar com campos de concentração nazistas na Segunda Guerra. Os internos literalmente aguardavam a morte, definhando em meio a fome e doença. As pobres almas que habitavam os corredores e pátios se acotovelavam uns com os outros, implorando por ajuda que nunca vinha. Pareciam fantasmas magros e nus. 

Rivera relatou durante a transmissão: "Eu posso mostrar como se parece o interior desse lugar. Posso mostrar como o lugar soa, com sua algazarra de gritos e lamentos. Mas eu não posso lhes dizer como é o cheiro. É um fedor de sujeira, de doença e de morte indescritível".


O documentário contundente serviu para abrir os olhos das pessoas a respeito das condições de instituições de saúde mental e permitir que reformas fossem feitas no campo. Mas apesar de tudo, Letchworth Village ainda continuou em operação. Com sua reputação irremediavelmente arranhada, o sanatório ainda recebia verba pública e operava com uma população de pacientes muito acima do estabelecido. Histórias sinistras continuaram a ser contadas sobre o manicômio, muitas delas aterrorizantes demais para serem levadas à sério.  

Em 1996, após décadas de protestos e campanhas de direitos humanos pleiteando sua desativação, Letchworth finalmente teve as suas portas fechadas por uma ordem judicial. Os pacientes começaram a ser relocados para outras instituições e enviados para asilos que pudessem recebê-los e oferecer um tratamento digno. Surpreendentemente uma nova avaliação dos internos resultou na liberação de quase 25% dos pacientes que poderiam ser liberados para o convívio social e reintegração se tivessem sido meramente entrevistados por um profissional. Depois soube-se que muitos dos pacientes não sofriam de qualquer perturbação mental e que seu lugar não era atrás daqueles muros infernais.

Em 1998 Letchworth Village fechou de uma vez por todas e os últimos pacientes a ocupar o terreno foram escoltados para fora. O silêncio então recaiu sobre o terreno pela primeira vez em mais de 80 anos.


Nos anos seguintes, parte da propriedade que compunha o complexo de Letchworth foi vendida e remodelada para se tornar um campo de golfe e escola, mas boa parte das terras e estruturas foram simplesmente abandonadas e deixadas para apodrecer. A natureza foi rápida em reclamar os velhos prédios lançando vinhas sobre as fachadas e espalhando ervas daninhas e mato sobre os jardins. As janelas e portas das construções foram fechadas com tábuas e placas de "Proibida a entrada". Arame farpado foi espalhado ao longo da área para impedir o acesso de estranhos. Ainda assim, boa parte do que restou acabou sendo vandalizado e invadido. 

Por dentro, os salões e quartos parecem ter sido abandonados repentinamente, com camas enferrujadas e colchões embolorados no lugar onde foram deixados. Também existem fotos antigas, roupas descartadas, objetos pessoais, sapatos e outros itens que foram simplesmente largados no chão. Quadros ainda estão pendurados nas paredes com imagens que lentamente vão desbotando. Em alguns quartos, televisões com a tela rachada parecem esperar alguém que venha assisti-las. Equipamento médico ultrapassado foi simplesmente deixado nas salas de exame e laboratórios para se deteriorar. Pastas e prontuários médicos recobrem o chão de uma sala que servia como arquivo, as gavetas dos armários foram abertas há muito tempo e jamais fechadas. Na enfermaria, macas estão jogadas de lado, caixas de papelão contém restos de embalagens de drogas vencidas. Tudo parece perdido, parado no tempo e espaço.

Muitas pessoas que visitavam as ruínas do Vilarejo de Letchworth o faziam por curiosidade. Vinham para explorar os restos decadentes de uma Instituição que por muito tempo hospedou milhares de pessoas e que agora se encontrava vazia. Ou quase... muitos dos que vem até o manicômio mencionam uma sensação desagradável, como se pesasse sobre estes restos carcomidos uma pesada aura de tristeza e desolação.

Os mais sensíveis sentiam que as memórias retidas nessas paredes podiam afetá-los. Talvez não estejam errados em pensar assim. O Vilarejo de Letchworth parece uma ferida aberta que jamais cicatriza.


A cerca de meia milha de distância das ruínas encontra-se o ponto que concentra a maior parte dos temores e rumores a respeito do manicômio. Uma estrada triste e tortuosa, margeada por ciprestes esquálidos conduz até o antigo cemitério de Letchworth Village, onde os pacientes que morriam eram sepultados. É um lugar cinzento, com um número anormal de pequenas placas de madeira pintadas de branco colocadas lado a lado no que mais parece um barranco lamacento do que um cemitério. A maior parte das sepulturas não possuem identificação, permanecendo anônimas. Algumas tem números pintados, porque na época as famílias não queriam que seus nomes fossem associados com indivíduos trancafiados em instituições mentais.

Uma pedra memorial na entrada do cemitério possui uma inscrição gravada em ferro batido onde se lê: "Em memória daqueles que não serão esquecidos", seguido dos nomes de pouco mais de uma centena de pacientes. Observando rapidamente é possível inferir que há muito mais sepulturas do que nomes e que, portanto, muitas pessoas foram enterradas anonimamente. Uma vez que não há visitantes para chorar ou prantear esses mortos, a frase no memorial parece horrivelmente deslocada. Estes mortos foram sim esquecidos, e ninguém quer lembrar deles. Quando as autoridades decidiram desativar o manicômio deu aos parentes a oportunidade de pedir a exumação e transferência dos restos mortais para outros cemitérios, onde poderiam ser visitados. Apenas 5% dos corpos foram removidos, os outros foram simplesmente deixados onde estavam: uma multidão sem nome. Ossos sem dono!

Os únicos que vem até o velho cemitério são o pessoal da manutenção que duas vezes ao ano cortam a grama e aparam o mato. Mesmo vagabundos e andarilhos tendem a evitar esse jardim mortuário onde crescem apenas maus agouros. Diferente da estrutura principal onde há pichações e depredação por todo canto, o cemitério permanece quase intocado. Nem mesmo os vândalos ocasionais que invadem qualquer ambiente para deixar nele suas "marcas" desafiam a aura pesada desse lugar e o evitam como um todo.  


Considerando a atmosfera esquisita desse lugar dilapidado e o histórico de sofrimento humano, você deve supor que não faltam rumores a respeito de alegadas assombrações e presenças fantasmagóricas nessas ruínas. A lista de fenômenos bizarros e fenômenos inexplicáveis em Letchworth Village é longa.

Visitantes relataram ter sentido presenças etéreas e invisíveis, formas espectrais observando e outras sensações desagradáveis. Sons produzidos no interior e nas imediações das ruínas também dão ensejo a muitas narrativas que incluem sussurros, gemidos, gritos, gargalhadas, choro e outros ruídos que parecem ter sido produzidos por humanos. O som de móveis sendo arrastados, portas batendo e escadas rangendo também são bem comuns. Alguns aposentos se tornam repentinamente gelados, mesmo no meio do dia e durante o alto verão. Fala-se de odores nauseantes, cheiro de sangue e podridão exalando das próprias paredes arranhadas.

Há ainda muitos fenômenos de aparições. O espírito de crianças parecem ser particularmente ativos, acompanhados de risadas misteriosas e objetos flutuando. Globos luminosos que flutuam pelas passagens e corredores desaparecendo misteriosamente, além de sombras escuras que escorrem pelas paredes são vistas com frequência alarmante. Por vezes esses fantasmas aparecem de corpo inteiro flutuando ou vagando sem destino pelo pátio. Na maioria das vezes eles são descritos como indivíduos confusos e cheios de raiva que avançam na direção das testemunhas, ofendendo e xingando. Tais aparições são tão furiosas que chegam a interagir com o mundo físico empurrando, puxando, arranhando ou mesmo mordendo as pessoas. 


Um grupo de exploradores do paranormal trabalhando para uma revista afirmou ter encontrado uma aparição aterrorizante pertencente a um homem negro com quase dois metros de altura. A figura se arrastava pelo chão emitindo um ruído semelhante a um guincho e lamentos profundos, seus olhos eram brancos e sem vida. Quando ele se deparou com o grupo, avançou na direção deles gritando. O grupo em questão ficou tão aterrorizado com a visão que desistiu de prosseguir na sua exploração.

Há muitos boatos a respeito da antiga capela da instituição que ficou fechada de 1987 até o encerramento das atividades do manicômio. A Capela sempre foi considerada assombrada, mesmo quando o lugar estava em funcionamento e ex-funcionários relatam que mesmo lacrada, ouvia-se o som de passos e de bancos se arrastando em seu interior. Havia um persistente rumor de que o lugar foi usado nos anos 1930 para celebrações satânicas. Depois de um escândalo envolvendo uma dessas alegadas missas negras, um diretor ordenou que a capela fosse desativada e as portas lacradas. Há motivos para crer que as portas não tenham sido abertas desde então, mas ainda assim alguns afirmam ouvir sons vindos de seu interior.

Outra ala particularmente assombrada, com uma enorme incidência de aparições e sons anormais é o hospital. Várias fotos, vídeos e gravações de sons foram feitos no interior do prédio que funcionava coo unidade de tratamento em Letchworth Village. Talvez a mais conhecida investigação paranormal conduzida nas ruínas tenha sido realizada pelo programa Ghost Adventures. Durante a gravação, a equipe teria experimentado todo tipo de fenômeno inexplicável, captando ruídos e leituras estranhas com seu equipamento sensível. Um dos apresentadores chegou a sentir um forte "ataque psíquico"  que quase o fez desmaiar. A aura de Letchworth, conclui um dos apresnetadores era capaz de causar um mal estar físico e emocional. 


Atualmente a área tem passado por uma série de transformações e melhorias que visam afastar os fantasmas do passado. Há planos para demolir as últimas estruturas e transformar a área em um parque municipal. Pessoas fazendo exercícios e passeando com cães são algo comum nos arredores, bem como áreas de piquenique vizinhas ao muro que isola as ruínas da instituição. Existe uma pesada multa para quem é pego invadindo a propriedade. Placas avisam sobre os riscos e alertam que invasores serão processados com todo rigor.

Durante a noite as pessoas tendem a evitar a área que decaiu e se transformou em ponto de encontro de drogados. A polícia costuma realizar patrulhas, não hesitando em abordar qualquer pessoa que esteja em atividade suspeita. Apenas nem 2016, mais de 20 pessoas foram presas por tentar invadir as ruínas e visitar o antigo manicômio. É difícil imaginar quem poderia querer entrar nas ruínas durante a noite, mas sempre há curiosos e entusiastas do paranormal que o fazem.


Não há como negar que Letchworth é um lugar estranho e aterrorizante. Sua história é repleta de agonia e sofrimento que perduram até hoje, mas será que os restos são realmente assombrados? Será que os espíritos dos pobres pacientes continuam aprisionados atrás de suas paredes prestes a desmoronar? Seriam os rumores mera superstição e folclore ou eles contam a verdadeira história da instituição? Será possível que toda agonia e desespero fermentaram uma mistura bizarra que continua confinada em seus limites?

Sejam quais forem as respostas para essas perguntas de uma coisa podemos ter certeza, lugares abandonados são naturalmente assustadores, mas quando se trata de ruínas realmente apavorantes, poucas chegam aos pés de Letchworth Village.

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Síndrome de Cotard - Os verdadeiros Mortos Vivos


Em 1880, uma mulher de meia idade fez uma visita ao renomado neurologista francês, Jules Cotard um dos médicos pesquisadores mais respeitados de Paris. A mulher foi levada até ele depois de reclamar um bocado, ela não acreditava que um médico, por mais renomado que fosse, poderia ajudá-la - não em seu estado.

A mulher aguardou calmamente na sala de espera, a enfermeira da clínica e o acompanhante da senhora tentaram manter as aparências, mas mesmo uma enfermeira treinada encontrava dificuldades diante daquela situação. A mulher não aparentava estar doente. Não tinha qualquer problema aparente, exceto uma óbvia subnutrição e palidez, mas fora isso parecia perfeitamente saudável. 

Quando o Dr. Cotard entrou na sala e perguntou qual era o problema daquela senhora, sua assistente e a acompanhante se entreolharam, pois sabiam que ela iria repetir o que havia dito pouco antes: 

"Doutor, lamento muito, mas creio que estou além de sua ajuda... quanto antes o senhor compreender o que está acontecendo comigo, melhor. Não há como eu ser curada de minha aflição, pois eu já estou morta há dias". foi o que disse a mulher, elaborando perfeitamente as palavras. 

Curiosamente Cotard já havia ouvido aquela descrição anteriormente. De fato, ele vinha realizando pesquisas a respeito desse tipo de manifestação psicossomática e havia escrito um artigo a respeito de algo que ele em linhas gerais chamou de "síndrome do morto vivo". O médico sentou na escrivaninha e pediu que a mulher, que ele passou a chamar de Senhora X, contasse o que estava acontecendo. 

A Senhora X estava convencida que seu corpo havia morrido. Ela não tinha mais cérebro, nem nervos, nem coração, nem estômago ou intestinos funcionais. Ela contou que ela não era nada a não ser um corpo em estado de decomposição que gradualmente se tornaria uma casca apodrecida, e que portanto a coisa mais correta a se fazer, seria incendiá-la para assim livrá-la de seu estado não-natural. Ela contou que não tinha uma crença religiosa estabelecida e que não acreditava na existência de uma alma imortal. Na sua opinião materialista, seu corpo ainda funcionava precariamente, mas isso não passava de um eco disfarçado de vida. Os batimentos cardíacos e a respiração, a circulação e sua locomoção, nada mais eram do que ecos que permaneciam teimosamente, apesar dela, em sua certeza, já estar irremediavelmente morta. 

Cotard tentou convencer a Senhora X de que ela estava errada, mas a certeza dela era tamanha que mesmo quando o médico tentava provar que ela estava viva (picando sua pele com um alfinete) ela não tinha uma resposta reflexiva. Se ele tentava impedi-la de respirar ela simplesmente caía inconsciente sem lutar por ar. Mais preocupante, a Senhora X acreditava que não carecia de alimento, já que era incapaz de processá-los em seu estômago, ela portanto não comia. 

O médico tentou tratá-la de todas as maneiras disponíveis, mas a certeza dela de sua condição morta-viva era tamanha que aos poucos ela foi desenvolvendo uma paralisia que a levou a imobilidade. Apesar de todas as tentativas, a Senhora X acabou morrendo de inanição meses depois de ter chegado ao consultório de Cotard. 

Apesar de ter sido pioneiro em diagnosticar essa estranha condição mental, que passaria a ser reconhecida com o nome "Ilusão de Cotard", o neurologista francês não foi o descobridor do mal. Em 1788 - quase um século antes! - Charles Bonnet, um médico inglês, descreveu o caso de uma rica viúva de idade avançada que acreditava ter sido vítima de um ataque mortal em sua sala de estar. Embora ela tivesse apenas desmaiado por algumas horas, quando despertou, estava convencida de que, na verdade, havia morrido. 

Segundo o relatório do Dr. Bonnet a mulher chegou ao ponto de ordenar que suas filhas a vestissem com trajes fúnebres e preparassem um caixão para enterrá-la no jazigo da família, uma vez que ela já "estava morta". O médico escreveu em seu relatório:

A "mulher morta" ficou bastante agitada e começou a implorar que seus amigos e parentes fizessem o que era correto naquelas circunstâncias. Ela disse que a negligência deles era insuportável e que eles deveriam lhe oferecer o descanso eterno antes que ela se tornasse um cadáver putrefato. A medida que a hesitação crescia ela foi se tornando cada vez mais impaciente, exigindo a todos que a vestissem como uma pessoa morta. Eventualmente as pessoas acharam que seria melhor não contrariá-la a fim de que ela se acalmasse. Ela recebeu uma camisola negra e imediatamente se deitou na cama onde ficou impassível, como se de fato estivesse morta. 

Esperando poder quebrar aquele transe, o médico administrou ópio e uma mistura de ervas medicinais fortificantes. Eventualmente ela acabou despertando de seu estado comatoso ilusório; entretanto ela continuamente voltava ao estado vegetativo no qual acreditava ser nada menos do que "um cadáver insepulto". Durante o período em que ela afirmava estar morta, a mulher dizia se comunicar com outras pessoas que assim como ela, já estavam mortas há muitos anos, preparava jantares para esses convidados e os recebia em sua sala de estar.

Em uma ocasião, ela teria se deparado com um grande espelho de cristal que adornava sua sala e apavorada ordenou histericamente que os criados se livrassem dele. Quando questionada do motivo para sua reação, a resposta foi sombria:

"Será que vocês não vêem que estando morta há tanto tempo, agora eu não passo de um esqueleto decomposto?" perguntou ela. Em seguida todos espelhos e superfícies reflexivas foram removidas de sua presença.

O estudo desse caso e dos casos que Cotard catalogou ao longo dos anos em seu consultório, levaram-no a aprender muito a respeito dessa estranha síndrome de fundo psicológico. O sintoma central da Síndrome de Cotard (também chamada de Delírio Niilista e de Síndrome do Cadáver Ambulante) é o delírio da negação. Aqueles que sofrem a doença muitas vezes negam a sua própria existência ou que uma certa parte de seu corpo existe. As vítimas em um primeiro momento desenvolvem uma depressão aguda e sintomas hipocondríacos severos. Em seguida a síndrome explode em delírios de negação e finalmente na etapa final se iniciam delírios graves e depressão crônica que a levam a simular a própria morte através de uma paralisia completa. 

A condição foi aceita como uma doença autêntica pela comunidade psiquiátrica internacional no início do século XX. Muitos veteranos da Grande Guerra (1914-1918) desenvolveram sintomas semelhantes a Síndrome de Cotard, agravados pela depressão e pelos traumas sofridos em campo de batalha. A quantidade de ex-soldados que acreditavam que uma parte de seus corpos havia se perdido na guerra (quando na verdade nada havia ocorrido) era alarmante. O mal ficou conhecido como "doença da falsa amputação".

Embora seja uma doença extremamente rara, pessoas ainda nos dias de hoje são diagnosticadas sofrendo de ilusão niilista, acreditando que estão realmente mortas.

Infelizmente ainda se sabe muito pouco a respeito da Síndrome de Cotard. Pesquisadores acreditam que ela possa estar conectada a desordens de natureza bipolar em pacientes jovens, bem como, depressão agravada por esquizofrenia em pacientes mais velhos. Os tratamentos variam enormemente: tipicamente, aqueles que sofrem desse mal recebem uma combinação de drogas anti-depressivas e anti-psicóticas, ainda que terapia eletroconvulsiva também se mostre bem sucedida em alguns casos. 

Uma coisa é certa: a Síndrome de Cotard, ilustra o quão pouco sabemos a respeito do cérebro humano em plena era de esclarecimento em que vivemos.

sexta-feira, 20 de julho de 2018

Geek & Games Rio Festival 2018 - Mega Evento de Cultura Pop está de volta ao Rio de Janeiro


Para o pessoal do Rio de Janeiro, esse fim de semana, entre 20 e 22 de Julho, a Zona Oeste vai se transformar na Meca da Cultura Geek brasileira.

Os pavilhões do Rio Centro vão hospedar a Segunda Edição do Geek & Game Rio Festival, um Mega Evento que Celebra a Cultura Geek em todo o seu esplendor com Oficinas, Convidados Especiais, Torneios de Games, Palestras, Concursos de Cosplay, Quadrinhos, Filmes, Séries e boardgames, stands e lojas.

Leia aqui o Press Release do Evento e reserve o final de semana para esse evento.

Não fique de fora dessa!

No final de semana de 20 a 22 de abril, o Rio Centro vai se transformar em um palco de cultura pop e games, oferecendo uma experiência única ao público.

Organizado pela Fagga e GL Eventos e Exibições, o maior evento dedicado a Cultura Pop e Games está de volta ao RioCentro.

O Geek and Games Rio Festival (GGRF 2018) reunirá os entusiastas de computadores, gamers, cosplayers, leitores de quadrinhos, fãs de cinema e séries de televisão para três dias de muita diversão e empolgação. O evento espera seguir a trilha do ano passado, atraindo mais de 40 mil pessoas.

Muitos jogadores profissionais estarão presentes ao festival, oferecendo aos fãs uma grande oportunidade de obter alguns memoráveis autógrafos e fotografias. Além disso, várias celebridades da cultura pop e do universo dos games também estarão na áea, incluíndo Tom Wlaschiha, o ator alemão que interpreta Jaqen H`ghar no sucesso Game of Thrones, o escritor Eduardo Spohr, blogueiros e podcasters, a desenhista e artista de cosplay Thais Yuki Lefay e muitos outros.

A Arena Internacional dará ao espectador a chance de ver os cyber-atletas em ação. Um enorme telão irá transmitir os jogos de e-sports ao vivo e os fãs poderão assistir as disputas envolvendo os mais populares nomes do momento. Os jogos irão incluir a etapa classificatória e final do Campeonato feminino de "Rainbow Six Siege"; o "League of Legends", um dos mais competitivos jogos de batalha online do mundo, assim como Hearthstone, FIFA, PubG, Clash Royale e mais.


Ao longo do Festival, competições de Cosplay também acontecerão em diversas categorias, tanto para crianças quanto adultos. Vestidos como seus heróis favoritos, os competidores irão circular pelo Pavilhão do Evento e no tablado na disputa pelas premiações.

Os criadores e desenvolvedores de Games podem ter sua oportunidade de ouro para apresentar ao público e game designers suas criações. Público e fãs poderão conhecer o que existe de novidades e descobrir novidades que já estão em desenvolvimento e que em breve chegarão ao mercado.

Ao longo dos três dias, visitantes poderão conhecer as várias atrações do GGRF 208 no Espaço Meet & Greet, conversar com os Cosplayers, jogar consoles e Jogos de PC clássicos gratuitamente, desafiar seus amigos em Boardgames como Game of Thrones, Munchkin e Star Wars X-Wing. Novos artistas interessados em trabalhar no mercado de quadrinhos mostrarão seu talento. Enquanto isso, mesas redondas e debates acontecerão no palco contando com grandes talentos da literatura, artistas, celebridades da internet, blogueiros e podcasters famosos.

O GGRF 2018 tem um pouco de cada coisa e com certeza possui algo para você.

Algumas das principais atrações do GGRF 2018:


GEEK STATION


Uma viagem pelos vários universos das culturas geek e gamer, esse é o conceito que move o espaço que reunirá ídolos nacionais e internacionais prontos para levar os fãs ao delírio.

Anteriormente chamado de Hiker Station, o espaço evoluiu e agora é Geek Station. O palco que já recebeu designers de games conhecidos no mundo inteiro, produtores de Hollywood, escritores e youtubers/influenciadores se prepara para voos ainda maiores em 2018.

Serão três dias de painéis com convidados especiais, brincadeiras com o público e participações que prometem emocionar fãs e entusiastas do país inteiro que aguardam por seus ídolos no Geek & Game Rio Festival 2018.

Para começar, direto da Vila do Chaves, seriado mexicano mais popular entre os brasileiros, os aclamados Édgar Vivar e Ana de la Macorra, eternizados como Seu Barriga e Paty, vão marcar presença para um encontro de nostalgia e paixão com os fãs. E para os fãs ‘Game of Thrones’, uma das séries mais populares e aclamadas da atualidade, Tom Wlaschiha, o Jaqen H’ghar, estará presente para um painel inesquecível com a equipe do AdoroCinema, um dos portais de cinema mais conhecidos do país.

Prepare sua voz, vai ser impossível não gritar de alegria ou emoção com tantos convidados incríveis!

GAME STADIUM



Depois da extraordinária atmosfera gamer que arrepiou fãs e entusiastas na última edição, a área que é exclusivamente dedicada aos games está de volta! No palco da Game Stadium, profissionais conhecidos no país inteiro colocarão seus talentos em prática para promover o show das disputas de eSports que tanto amamos acompanhar.

No Geek & Game Rio Festival 2018, vamos vibrar a cada segundo com desafios, showmatches, disputas, campeonatos e outras novidades. Uma estrutura de padrão internacional aguarda os fãs que ficarão com os olhos brilhando ao acompanhar games que marcaram uma geração no telão de 60m² da Game Stadium. Entre eles: Clash Royale, PubG, League of Legends, Hearthstone, FIFA, entre outros. Além disso, convidados que fazem sucesso no país inteiro e jogadores que fizeram história no eSports.

A representatividade feminina nos games também será destaque com a grande final do Circuito Feminino de Rainbow Six Siege. Nos dias 20 e 21 acompanharemos a seminal e no dia 22, domingo, a grande decisão. Os times classificados são: Fontt Energy, Bootkamp Gaming, Neo Blue E-Sports e RevoltZ E-sports Club.

Os gamers que se preparem para grandes emoções!

MEET & GREET


Só de ler “Meet & Greet” já dá aquele frio na barriga, não é mesmo? O tão sonhado encontro com o artista que fez parte da infância, marcou nossa vida, emocionou e tem um significado inexplicável para todos nós. Afinal, amor de fã a gente vive, não se explica.

Essa é a experiência que o Geek & Game Rio Festival 2018 quer proporcionar para fãs e entusiastas do Brasil inteiro que sonham com esse momento, que por mais curto que seja, é inesquecível. Nossos fotógrafos estarão à sua espera nas cabines para fazer aquela foto linda que você nunca vai esquecer.

LITTLE HEROES



Os pequenos que se preparem para viver três dias de sonhos, magias e um universo fantástico. A Little Heroes está de volta ainda mais especial. No Geek & Game Rio Festival 2018, o espaço voltado para o público infantil terá maquiagem cosplay, oficina de cosmaker, criação de quadrinhos, oficina de poções e muito mais. Os pais terão uma experiência única ao lado dos filhos em diversas atividades que promovem o “edutenimento”, lazer misturado educação. A curadoria fica a cargo da “Mundinho Geek".

ESPAÇO COSPLAY


É arte? Paixão? Hobby? Não importa a definição, aqui todos os cosplayers são estrelas. Depois de uma extraordinária experiência na última edição, os fãs que se caracterizam e criam performances para representar seus personagens favoritos terão lugares mais que especiais no Geek & Game Rio Festival 2018.

A começar pelos TRÊS concursos que preparamos para que todos tenham a oportunidade de brilhar. São eles: Grand Cosplay Awards, Cosplay Awards e Kids Cosplay Awards.

Mas nessa edição, teremos um espaço igualmente incrível chamado COSPLAY SPACE.

Serão dois estúdios de fotografia com participação de vários profissionais convidados que vão fazer imagens lindas e pequenos ensaios com os cosplayers, além de um lugar muito especial para o encontro dessa galera com fãs e entusiastas para bater um papo, fazer aquela selfie inesquecível e assinar um print. Um pequeno Meet & Greet, do jeitinho que a gente gosta.

Os detalhes você confere em COSPLAY SPACE.

No Grand Cosplay Awards, os 12 selecionados pela inscrição online vão se apresentar no palco da Geek Station com performances arrebatadoras. O melhor sairá com um prêmio. No Cosplay Awards, teremos aqueles desfiles que amamos acompanhar e um show de fofura garantido no Kids Cosplay Awards, com direito a troféus e brindes exclusivos para os melhores.

Para completar, a banca de jurados é formada por um time que ganhou o mundo com participações em eventos renomados e premiações internacionais: Dani Vedovelli, Psyposer Cosplay, Mônica Somenzari, Kmaker (Kayo Pantoja), Eder Cosmaker (Eder Allan), Giu Hellsing e Yuki LeFay.

GGRF LAB


No Geek & Game Rio Festival 2018, nós vamos além do entretenimento!

No cenário atual, as indústrias geek e gamer já movimentam bilhões. E se você quer aprender um pouco mais sobre esse mercado, seu lugar é no GGRF Lab.

Sucesso na primeira edição, o espaço retorna esse ano com uma variedade ainda maior de conteúdo. No Laboratório, o público terá a oportunidade de aprender sobre desenvolvimento de programas, jogos e APPs com as mais avançadas linguagens de programação para web e mobile.

Já o mini-auditório será palco para diversas palestras que abordarão temas como mercado de trabalho, linguagens de programação, jogos e marketing para o mundo digital.

Uma oportunidade única para quem sonha em trabalhar nas duas áreas ou quer ampliar o conhecimento para dar aquele UP no campo profissional.

ARTIST`S ALLEY


Nunca foi tão bom ser fã de quadrinhos, especialmente no momento atual em que grandes personagens ganharam espaço em outras mídias, além da expansão contínua da indústria brasileira.

Famosas editoras estão criando selos próprios para atender a demanda dos fãs de HQs e novas empresas estão surgindo propriamente para publicar quadrinhos. Mais especial ainda é acompanhar o espaço que as micro editoras e os autores independentes estão conquistando no Brasil, graças a otimização de custos na produção e os novos sistemas de financiamento online como o crowdfunding, patronatos e lojas virtuais.

Mas, nada é tão marcante quanto o encontro com os fãs. O aperto de mãos, o bate-papo, a assinatura do print e do quadrinho e aquele brilho no olhar de um amante dos quadrinhos que anseia por boas histórias. É assim que eventos como o Geek & Game Rio Festival 2018 cumprem o seu papel, fazer com que talentos da indústria alcancem o público que merecem!

No Artist’s Alley, a mágica é real! Fãs, entusiastas e curiosos compram desenhos, quadrinhos, conhecem um pouco mais do processo de criação, se aproximam dos artistas e vivem uma experiência fora do comum nesse universo de histórias incríveis.

D20 DISTRICT

Conforme o tempo passa, há uma tradição que nunca fica ultrapassada na cultura geek: os jogos de cartas e tabuleiros. Eles já influenciaram filmes, games e carregam o poder de unir várias gerações. Adultos, adolescentes, jovens adultos, idosos, crianças…todos os públicos amam se reunir com amigos e familiares para se divertir com esses jogos.

Foi pensando nisso que o Geek & Game Rio Festival criou uma área especial. Intitulada ‘Game Board Alley’ na última edição, que fez um tremendo sucesso, a marca esse ano evoluí para ‘D20 District’ e conta novamente com a curadoria da ‘Galápagos Jogos’ em 2018. Durante o evento, os fãs poderão reunir a galera para experimentar mesa de diferentes jogos!

BOARD GAMES PRESENTES:

Guerra dos Tronos Board Game
Dungeon Fighter
Munchkin
O Senhor dos Anéis – O Confronto
The Resistance
Rue Morgue Zombicide
Krosmaster
Attack of the Jelly Monster
Dice Forge
Mysterium
King of Tokyo
Ticket to Ride
Dixit
Azul

Com tudo isso ainda está em dúvida? Então dê uma olhada no artigo a respeito do Evento em 2017 e veja como foi:


Nos vemos lá!