"O ano é 1926, o auge dos turbulentos anos 20. Os esfumaçados bares clandestinos funcionam até o amanhecer abastecidos com álcool trazido pelos contrabandistas e gangsters. É uma celebração para empalidecer todas as outras celebrações no período de ouro entre as guerras. Mas uma sombra escura ameaça a cidade de Arkham. Entidades alienígenas conhecidas como Os Antigos espreitam no vazio entre o tempo e o espaço, arrastando-se para os portais entre os mundos. Esses portais começam a se abrir e devem ser lacrados antes que os Antigos atravessem para nossa realidade. Apenas um pequeno grupo de investigadores é capaz de enfrentar o Horror de Arkham... será que eles vão prevalecer? "
Essa é a premissa de Arkham Horror, um belíssimo jogo de tabuleiro (board game) lançado pela Fantasy Flight Games e que aborda perfeitamente os temas criados por H.P. Lovecraft.
Dizem que os jogos de tabuleiro foram os precursores dos RPG e que os jogos de interpretação devem sua existência a jogadores de tabuleiro. Verdade ou não, Arkham Horror é um jogo que remete diretamente ao universo dos Mythos de Cthulhu.
Arkham Horror é um jogo cooperativo, ou seja os jogadores (de 2 a 8), chamados de investigadores, cooperam entre si para vencer a partida. O objetivo é percorrer o grande tabuleiro (que representa a cidade de Arkham), explorando os lugares e fechando os portais dimensionais que se abrem e assim derrotando a ameaça dos mitos ancestrais.
Parece fácil?
Bem, não é!
Arkham Horror é um jogo complexo que exige dos jogadores estratégia, raciocínio, trabalho em equipe e uma boa dose de sorte. Se os jogadores forem derrotados, Arkham será dominada pelas entidades e todos perdem o jogo. Por outro lado, se o grupo detiver a ameaça, todos vencem.
Arkham Horror é um jogo longo, uma partida pode durar 4 ou cinco horas dependendo de quantas pessoas estão jogando e da familiaridade com as regras. A caixa tem uma infinidade de peças cada qual com seu significado e pilhas de cartas. Para quem não está habituado a jogos de tabuleiro adultos (e que joga apenas Banco Imobiliário ou War) o livro de regras com 24 páginas pode parecer intimidador, mas depois que se pega o jeito o jogo flui facilmente. Para quem tem experiência com jogos de tabuleiro a mecânica será bem tranquila.
Preparar o tabuleiro para iniciar a partida pode demorar um pouco, as cartas são separadas, as peças são distribuídas, os monstros são colocados em um saco para serem sorteados, cada jogador recebe um personagem que vai representar seu investigador e um dos Antigos (a ameaça principal do jogo) é sorteado.
Durante o curso do jogo, os jogadores (que personificam um dos 16 personagens) irão explorar a cidade, visitando locais clássicos de Arkham como a Casa da Bruxa, o Asilo Arkham e a Universidade Miskatonic em busca de pistas, armas e magias. Terão ainda de enfrentar diferentes monstros que atravessam os portais abertos e vagam pelas ruas da cidade aterrorizando a população. O objetivo principal é lacrar os portais abertos para outras dimensões o mais rápido possível. Se um determinado número de portais estiverem abertos ao mesmo tempo, o Grande Antigo desperta e a única chance do grupo será enfrentar esse terror com chances remotas de vitória.
Arkham Horror é um excelente jogo de tabuleiro, sobretudo para quem conhece e/ou é fã das criações de Lovecraft. Para esses a brincadeira sem dúvida será bem mais prazeirosa e intrigante, uma vez que terão a chance de enfrentar monstros e desafios retirados dos contos.
A apresentação do jogo por si só é maravilhosa, além do acabamento de luxo das peças e do tabuleiro, as cartas trazem ilustrações excelentes que remetem diretamente a temas ricos do universo de Lovecraft. Muitas dessas ilustrações por sinal foram retiradas do livro "The Art of H.P. Lovecraft" e do jogo de cartas colecionáveis (CCG) "Mythos".
A seguir imagens do Arkham Horror:
O grande tabuleiro do jogo e as peças dispostas ao redor dele para iniciar uma partida. O tabuleiro é uma representação perfeita de Arkham com suas localidades principais. No lado esquerdo (em verde) estão as dimensões e locais ligados aos Mitos ancestrais, para onde os portais abrem, e que devem ser explorados a fim de conter a ameaça.
Uma visão mais próxima da ação em Arkham Horror, onde os personagens precisam explorar as ruas da cidade e enfrentar a ameaça de criaturas de pura maldade.
Arkham Horror demanda uma mesa grande o bastante para comportar todas as peças, cartas e fichas de personagens. Quanto maior o número de jogadores maiores os desafios e mais complexo se torna a ação do jogo pois o nível de dificuldade é modulada de acordo com o número de jogadores envolvidos.
Na minha concepção, o jogo funciona melhor com 3 ou 4 jogadores. Partidas com um número muito grande de investigadores podem ficar longas demais.
O surtimento de monstros, criaturas e cultistas é bem grande. Essas bestas sanguinárias surgem de dentro dos portais abertos e passam a ser um obstáculo sempre presente no tabuleiro. Quando você menos espera, um deles pode se mover e saltar em cima de seu personagem forçando uma luta ou uma fuga desesperada.
Eu tenho especial medo dos Polyps, Shoggoths e dos Hounds of Tindalos. Esses são monstros difíceis de derrotar mesmo com magia, dinamite ou Tommy-Guns.
Um exemplo de ficha de personagem, no caso a religiosa Irmã Mary.
Cada personagem possui um determinado número de Pontos de Sanidade (representado pelas peças azuis em forma de cérebro) e Resistência (os corações), quando exauridos seu personagem se encontra em maus lençóis.
As peças redondas verdes com a lente de aumento são os Clue Tokens, uma espécie de Cthulhu Mythos necessário para fechar os portais.
Os persnagens possuem habilidades diferentes e poderes que serão úteis n jogo. Saber escolher a melhor opção para cada rodada é um dos segredos para sobreviver nesse jogo.
A Irmã Mary se desloca para ajudar o mágico nas ruas do Centro de Arkham onde espreita um horrível Gug.
Conseguirão os investigadores derrotar a criatura usando suas armas e magia? Que os dados decidam.
Essas são as pilhas de cartas mantidas ao lado do tabuleiro. Armas, poderes, condições, ferimentos, insanidades, magias e até empréstimos bancários.
Como eu disse, é interessante jogar Arkham Horror em uma mesa bem grande.
Algumas das diferentes cartas do jogo.
Há cartas de eventos que são sorteadas cada vez que os investigadores exploram uma localidade e que podem significar uma vantagem, a descoberta de alguma pista, o resgate de um artefato ou o ataque de um monstro. Cartas de eventos também são tiradas quando os personagens exploram outras realidades, dimensões ou cidades perdidas.
As cartas contém um texto explicativo da situação e muitas delas trazem uma breve citação extraída de contos. Para quem gosta de Magic, the Gathering, as cartas são bastante parecidas.
Os combates contra as criaturas que rondam as ruas de Arkham são decididos através do rolamento de dados. Quanto mais dados o jogador puder reunir e lançar contra o monstro maiores serão suas chances de vencer. Armas, magia e habilidades concedem mais dados, mas certos monstros possuem resistência e poderes que diminuem a potência dos ataques.
Infelizmente nem sempre é fácil derrotar éssas criaturas e para aqueles que não conseguem, o destino pode ser uma visita ao Hospital, ao Asilo Arkham ou ser devorado para sempre.
As fichas dos Antigos sao escolhidas no início do Jogo. São 12 diferentes entidades que podem atormentar os investigadores. Cthulhu é claro marca presença como um dos Antigos mais perigosos. Além dele Nyarlathotep, Azathoth, Shub-Niggurath, Yig, Itaqua, Yog-Sothoth entre outros.
Cada criatura exerce um diferente poder sobre o jogo fazendo com que as partidas tenham sutis diferenças.
A primeira mesa de Arkham Horror em um dos eventos do Bobs no Rio de Janeiro. Os intrépidos jogadores enfrentam a ameaça de Azathoth que por pouco não despertou.
Uma pausa para ler as regras e tirar dúvidas.
Arkham Horror é um jogo cheio de detalhes, mas cujas regras centrais podem ser aprendidas com certa facilidade se todos prestarem atenção. O fato de não ser um jogo de disputa entre os jogadores, faz com que os esforços de todos na mesa sejam cooptados em uma única direção.
Infelizmente quando a gente perde, todos perdem. E isso pode acontecer.
Bem é isso... uma pequena resenha com fotos de Arkham Horror. Em breve colocarei aqui umas fotos das várias expansões que aumentam ainda mais o desafio inserindo novas situações, mnstros, armas e regras.
Abaixo eu coloquei uma video resenha que encontrei no you-tube, vale a pena assistir para conhecer alguns detalhes do jogo:
Incrivel o jogo. Quando acontecer no Bobs avisa. Quero experimentar. Sempre ótimas resenhas.
ResponderExcluirabraços
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirCara parece ser muito foda, estou me iniciando no mundo de lovecraft e foi uma grata surpresa achar o mundo tentacular, gostaria de saber onde comprar ou encomendar o jogo você saberia me informar.
ResponderExcluirDe toda forma parabens pelo blog.
Ótima resenha Luciano!
ResponderExcluirJá faz um tempo que estou tentando colocar as mãos nesse jogo de tabuleiro, mas ainda me falta verba hehe
Esse jogo é um dos meu objetos de desejo, ainda vou comprar!
ResponderExcluirMuito boa a resenha, vi que o jogo é mesmo tão interessante quanto eu imaginava. Parabéns!
Resenha nota 10,
ResponderExcluirAdorei conhecer o jogo e estou esperando uma futura mesa para conhecer mas do jogo, lembra de avisar.
Só faltou dicas para a compra ou pelo menos citar a faixa de preço,
aposto q é $$$
Abraço
(Padre Ninja)
Opa Stultus,
ResponderExcluirVamos combinar hora dessas sim, em um dos encontros de jogo de tabuleiro.
Cara, eu comprei o meu de segunda mão, e paguei R$ 100 pratas. No site da Amazon ele está à venda por US$ 45,90. O grand eproblema são as taxas de importação que acabam encarecendo demais o jogo.
Pedir ele acaba incidindo em sobretaxa na alfândega e uma cobrança insana de 60% sobre o valor de compra (incluíndo o frete!)
A melhor opção é trazer de lá, pedir para que alguém traga ou encarar a dolorosa.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirGostei do post. Até fiquei com vontade de conhecer as obras do Lovecraft.
ResponderExcluirAcompanho teu site, teu material é muito bom. Essa resenha foi muito bem escrita.
ResponderExcluirPosso estar enganada, mas acho que esta sua resenha foi copiada -sem ter a fonte citada- neste link. Por favor leia e tire suas próprias conclusões. Quanto ao jogo, gosto muito dele, infelizmente é dificil conseguir um grupo disposto a jogar o mesmo jogo por 3 horas seguidas. xD.
Abraço. Parabéns pelo ótimo trabalho.
o link: http://www.paragons.com.br/?p=16362
ResponderExcluirTem uma video-resenha muito boa em português:
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=gB2tSQqpgP4
Só tem q concertar q o jogo é para 1 a 8 jogadores e não 2 a 8!!!! De resto a resenha está otima, parabéns!!!!
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