A respeito da postagem sobre Azathoth, aqui está uma postagem que demonstra a importância desse Deus Exterior na Cultura Geral (e como temos todo tipo de maluco nesse mundo!)
Em 2012 um estranho bloco de concreto foi deixado em uma área movimentada da cidade de Oklahoma, nos Estados Unidos. O bloco consagrava o local em nome de Azathoth.
Essa é a reportagem da época, publicada na página do IO9:
Cara Cidade de Oklahoma,
É possível que entre vocês exista um Culto extremamente perigoso, ou alguém por aí tem um senso de humor bastante peculiar. De qualquer forma, se vocês não tiverem preparado as suas almas para serem devoradas por um horror Lovecraftiano de além das esferas do tempo e espaço, talvez seja melhor evitar o Restaurante Paseo Grill
O restaurante, bastante tradicional na cidade, descobriu um bloco de concreto de um metro e cinquenta de altura em frente ao seu acesso nesse começo de semana. O grande bloco possui uma placa de bronze com a seguinte inscrição:
“No ano de nosso Senhor de 2012, Creer Pipi tomou essa terra em nome de Azathoth.”
O New York Daily News descreve Azathoth da seguinte forma: "Azathoth é uma criatura fictícia, mencionada pelo escritos de ficção científica H.P. Lovecraft em suas estórias. Dotado de um poder primordial ele é visto como um Deus do Caos."
Uma vez que o restaurante está localizado no histórico Paseo Arts District, as autoridades julgam que o bloco é obra de um artista ou estudante de arte local que deixou a obra como um tipo de brincadeira. Uma brincadeira que nem mesmo três homens fortes foram capazes de mover um mísero centímetro.
Até o presente momento, foi descartada a possibilidade de se tratar de um aviso dado por um Culto determinado a despertar horrores cósmicos que se encontram hibernando no centro do universo.
O tempo dirá quem tem razão a respeito...
Posteriormente, foi descoberto quem eram os responsáveis pela obra e jornalistas entrevistaram os dois.
Eric Piper e J. David Osbourne não são cultistas (ao menos dizem não ser), mas foram eles os responsáveis por construir um monumento de concreto pesando 180 quilos, dedicado ao terrível Deus Lovecraftiano, Azathoth. Foram eles quem transportaram a curiosa homenagem ao pátio do Restaurante Paseo Grill na Cidade de Oklahoma duas semanas atrás. Curiosos para saber se é algum tipo de projeto artístico ou um sinal do Fim dos Tempos no qual a humanidade será consumida pela loucura, nós decidimos buscar as respostas diretamente da fonte, entrevistando Piper e Osbourne em pessoa.
Foram vocês os responsáveis pelo bloco de concreto deixado no Paseo Grill?
J. David Osbourne: Você nos pegou!
Eric Piper: Espero que não tenha vindo nos prender, mas sim, fomos nós.
Fiquem tranqiolos, mas que tal dizer quem diabos são vocês?
J. David Osbourne: Você nos pegou!
Eric Piper: Espero que não tenha vindo nos prender, mas sim, fomos nós.
Fiquem tranqiolos, mas que tal dizer quem diabos são vocês?
David: Eu sou escritor profissional, escrevi "By the Time We Leave Here We'll Be Friends", "Low Down Death Right Easy", e "God$ Fare No Better". Eu gosto de escrever ficção científica, sobre parasitas alienígenas se agarrando ao pescoço das pessoas e horríveis monstros espaciais que podem engolir pessoas. Eu também sou o editor da Broken River Books.
Vocês são fãs de Lovecraft?
David: Não há nada mais assustador do que grandes monstros gosmentos que não se importam com a humanidade. Além disso, eu realmente tenho medo de tentáculos. Há muitas estórias a serem contadas a respeito dos Mitos de Cthulhu: Cody Goodfellow, Laird Barron, Thomas Ligotti, esses caras elevaram a mitologia a um novo nível. Lovecraft é um gênio, e tem seguidores à altura de sua obra.
Por que, em nome dos Antigos vocês fizeram isso?
Eric: Trata-se de um aviso! Nós estamos devolvendo aos Deuses Ancestrais aquilo que é Deles de direito. E Azathoth é o mais Poderoso!
David: Nós tomamos aquele trecho de terra em nome de Azathoth. Ele é o senhor de direito de tudo que existe no universo, então a gente nem precisava ter se preocupado... mesmo assim, achamos que era preciso lembrar as pessoas de quem é o verdadeiro dono de tudo. As pessoas fincam bandeiras e flexionam seus músculos e demandam a posse das coisas. Não é bem assim! Nada é nosso!
Por que vocês escolheram Azathoth e não algum outro dos Deuses Antigos? Cthulhu por exemplo, é bem mais popular!
Eric: Azathoth é o maior dos Deuses. Ele é um Deus de Caos, isso nos interessava. Cthulhu não é nada perto de Azathoth.
David: O Caos que invocamos ao criar o monumento nos ajuda a ter ideias. Não tenho dúvida nenhuma de que essa obra nos ajudou a desafiar nossos conceitos como artistas. Através dela, as ideias floresceram. Tudo isso é uma marca do Caos de Azathoth.
Azathoth deu a vocês algum tipo de comentário sobre o que vocês fizeram? Isso significa que vocês serão os últimos a morrer caso ele decida voltar e destruir a humanidade?
Eric: Bem, não tenho ouvido o som de flautas, o que é um bom sinal. Mas sinto que a qualquer momento, meu cérebro pode derreter e escorrer pelas minhas orelhas. Quem sabe... ele é um Deus, ele decide essas coisas.
David: É realmente muito estranho. Coisas estranhas aconteceram, coisas muito estranhas. Depois de construir e deixar o monolito as coisas começaram a ficar esquisitas ao nosso redor. Um sujeito que eu nunca vi, vestindo uma blusa vermelha me parou na rua para me dizer que ele era a encarnação de Jesus e que eu era o Diabo. Ele disse que eu precisava crucifica-lo novamente. Quando pedi que ele marcasse uma data, ele riu e disse que me procuraria até o Natal. No trabalho, uma mulher virou uma centena de moedas na minha mesa e disse que eu poderia ficar com tudo se concordasse em devolver seu filho. A mesma mulher, uma senhora de idade, foi vista esses dias andando com a camisa por cima da cabeça e o peito nu. Ela andou pelo campus da escola e acenou para os alunos. Eu juro! Coisas estranhas começaram a acontecer depois de deixar o monumento no lugar. Talvez eu não reparasse nessas coisas antes, quem sabe... Um homem de calças laranja veio me procurar no ateliê da Escola de Arte ontem. Ele não disse nada, apenas sentou em uma mesa e assoviou algumas músicas. Depois levantou, sorriu na minha direção e foi embora. Não sei quem era, ou de onde me conhecia. Simplesmente aconteceu! O monumento é a respeito disso: Caos! Não sei se existe uma conexão, mas sem dúvida é estranho!
Muito bem. Fale um pouco a respeito do monumento?
Eric: Eu acordei um dia, cerca de um ano atrás, e concluí que algo deveria ser feito. Após ter alguns sonhos aterradores me convenci que deveria construir um monumento. E quando terminei, os pesadelos pararam!
David: Os pesadelos eram realmente terríveis. Eu sentei ao lado desse pobre diabo, segurei sua mão enquanto ele sofria. Esperei ao lado dele até que estivesse recuperado. Então, quando ele se sentiu melhor, falou a respeito de seu plano: construir uma pirâmide de concreto dedicada aos Antigos.
Você disse que construiu o monumento de concreto ano passado. Por que demoraram tanto a revelar sua existência?
Eric: Não podemos forçar as coisas. Era preciso esperar o momento certo de revelar sua existência para o mundo.
Como vocês fizeram para mover essa coisa para o local escolhido?
David: Nós usamos uma empilhadeira. Ela estava disponível na escola de arte. Deu um trabalho dos diabos levantar o bloco e colocá-la na van de Eric. Então, dirigimos pela cidade procurando o lugar ideal, sentindo o ambiente. Quando vimos aquele lugar, sabíamos que tinha de ser lá! Nós paramos a van, abrimos as portas e desembarcamos o bloco. Ele ficou perfeito naquele ponto!
Por que vocês escolheram essa localização em especial?
Eric: Essa área da cidade é especial. Um lugar de artistas, de arte criativa e caótica, infelizmente uma boa parte dessa vizinhança foi estragada. Nós queríamos trazer um pouco de Caos de volta ao ambiente. Que melhor maneira do que invocando o Caos Primordial?
Vocês conhecem o (restaurante) Passeo Grill?
David: Eu nunca comi lá. Nunca tinha ouvido falar dele. Parece um belo lugar para visitar. Eu olhei o cardápio, mas achei os preços um pouco altos. Eu tenho certeza que tudo deve ser delicioso, e aconselho todos a comerem lá.
Vocês conversaram com os proprietários do Paseo Grill desde que deixaram o presente lá? O que eles acharam?
Eric: Haha, não. Nós não falamos com eles ainda.
David: Eu espero que eles não nos odeiem. Minha opinião, após ler os artigos e entrevistas feitas com eles, é que os proprietários não ficaram furiosos, apenas acharam tudo muito estranho. Passada a surpresa, talvez eles tenham até aprendido a gostar da peça. Ela não causou nenhum dano. Ela apenas fica ali, atrai os olhares, atrai a atenção e garante alguma publicidade. Além disso, eles estão estabelecidos em uma vizinhança ocupada por artistas. Você precisa amar as artes para se estabelecer nessa vizinhança, sobretudo, por que seus clientes são, na grande maioria, artistas.
Ouvi falar que algumas pessoas queriam comprar a peça. Não sei se é verdade, mas isso é interessante. Gente veio de longe para ver o monumento que nós criamos, dirigiram quilômetros para estar diante dele. Muita gente tirou foto! Uma pessoa se ofereceu para quebrá-lo com uma marreta, mas quem estava ao redor não permitiu.
Ouvi falar que algumas pessoas queriam comprar a peça. Não sei se é verdade, mas isso é interessante. Gente veio de longe para ver o monumento que nós criamos, dirigiram quilômetros para estar diante dele. Muita gente tirou foto! Uma pessoa se ofereceu para quebrá-lo com uma marreta, mas quem estava ao redor não permitiu.
Vocês imaginam se eles vão manter o monumento lá?
Eric: Parece que eles já se livraram dele ou ele foi roubado. Não sei ao certo...
David: Parece que eles pagaram alguém para levá-lo embora. O que é uma pena. Como eu disse, eles poderiam ao menos ter vendido para ganhar algum dinheiro. Isso é o que eu faria ao menos.
Eric: Eu estou de mudança, mas pretendo continuar a trabalhar em minhas peças.
David: Continuarei fazendo minhas obras. Eu tenho muitas ideias para minhas estórias.
O que vocês pensam a respeito dessa estória toda?
Eric: Eu gostei de ler a respeito da opinião das pessoas sobre o monumento. Muitas pessoas acharam ele provocativo, um artista gosta de ler esse tipo de comentário.
David: Foi muito divertido. Assistir a matéria no jornal local foi muito legal! Mas depois a coisa toda simplesmente explodiu! Falaram a respeito de aliens, de cultistas, satanistas e até de demônios responsáveis por deixar o monumento no lugar. Tudo isso foi muito divertido. Mas não demorou até descobrirem que fomos nós. Uns caras na Escola de Arte acabaram nos entregando, eles viram que estávamos trabalhando em algo semelhante e juntaram as peças. Eric recebeu vários emails bizarros de fãs de Lovecraft. Tudo muito divertido!
Eu queria retirar uma dúvida, por favor.
ResponderExcluirHá muito tempo eu vi em uma matéria que o Lovercraft não aprovava que as pessoas considerassem Cthulhu um Deus, que ele era apenas um personagem criado por ele. Isto é verdade que ele estava insatisfeito com a proporção de mistura com realidade e fantasia que seu personagem causou nas pessoas?
E outra coisa, me lembro em outra matéria em que dizia que Lovercraft gostava que as pessoas expandissem os trabalhos dele e não era tão severo com quem utilizava suas criações. É verdade isto também?
Eu estou perguntando isto neste Blog pois é o local brasileiro com mais conteúdo deste mito criado por Lovercraft, por favor me responda.
Monstrim, muito obrigado mesmo. Você não sabe o quanto eu estava a procura destas respostas, pois já vi muita gente acusando o Lovecraft de satanista e um profeta de Cthulhu.
ResponderExcluirEu apenas o vejo como o criador de uma obra magnífica e diferente de tudo o que já vi.
Eu apenas enxergo seus personagens como personagens criados de uma obra feita de maneira muito inteligente e não como seres que existem por aí e estão escondidos esperando o dia para serem apresentados ao mundo.
Este blog é cheio de posts muito bem escritos, todos explicando e expandindo o conhecimento destes mitos criados por Lovecraft.
Monstrim, mas uma vez te agradeço por esclarecer minhas dúvidas, pois simplesmente me apaixonei por este blog e pelo mundo criado por Lovecraft.