"Eu ouvi um ruído próximo da cerca viva, e próximo da plantação de avelãs estava um cão enorme, cuja cor negra fazia contraste contra as árvores. Era uma forma leonina, com um corpo musculoso e uma imensa cabeça... com olhos estranhos e caninos..."
Charlotte Brönte
- Jane Eyre, 1847
Avistamentos de Cães Negros (Black Dogs) são relativamente comuns em toda Grã-Bretanha e eles constituem uma das lendas mais persistentes do folclore britânico. Cães Negros são primariamente criaturas noturnas, animais grandes, maiores do que qualquer outro cão, com olhos faiscantes. Encontros com os Cães Negros são uniformemente perigosos, muitas vezes, mortais: os cães em si são poderosos adversários e a mera aparição de um Cão Negro no horizonte ou nos arredores de uma propriedade é tratado como um mau presságio, significando para muitos morte iminente.
Imortalizados em "The Hound of Baskervilles", obra de Arthur Conan Doyle, criador de Sherlock Holmes e mencionado no clássico "Jane Eyre" de Charlotte Brönte, Cães Negros normalmente habitam lugares desolados e solitários - pântanos e charnecas, aparecendo à noite, evitando luzes fortes e geralmente afastando-se de cidades. A maioria dos encontros ocorrem em estradas pouco usadas ou em trilhas que cruzam charcos e alagadiços, onde esses enormes cães surgem repentinamente sob a lua cheia para perseguir suas presas. Em raras circunstâncias o cão negro pode espreitar nas ruas desertas de vilarejos e em ao menos um testemunho, sua aparição foi registrada na metrópole de York, caçando nas sombrias ruas da cidade.
No País de Gales, na Escócia e no Norte da Irlanda, o Cão Negro é bem conhecido e temido. Ele é tratado como um servo fiel do Diabo, mas eles estão conectados também com demônios, fantasmas, encruzilhadas, estradas escuras, magia negra, tempestades, suicídios, execuções e assassinatos de suas vítimas. Muitos lugares nas Ilhas Britânicas são considerados fantasmagóricos, assombrados pelo Cão Negro, que em alguns relatos é tratado como o guardião de bruxas e feiticeiros. Nas raras ocasiões em que o território de caça do Cão Negro parece bem definido, as histórias de aparições remetem a época dos Celtas, Saxões e de outros povos antigos.
Outras tradições sugerem que os Cães Negros seriam uma forma bestial adotada por feiticeiros e magos. Alternativamente, algumas lendas dão conta de que os Cães seriam a encarnação fantasmagórica de homens, especialmente de assassinos, que são transformados em feras bestiais que refletem a natureza maligna de suas almas. Para alguns seria uma forma de perpetuar sua maldade, para outros um tormento. O avistamento do Cães Negro em muitas narrativas está associado a proximidade de demônios enviados para barganhar ou coletar a alma dos homens que realizaram um pacto com as trevas. Pecadores também são lembrados pela aparição do Cão Negro de que seus pecados não ficarão sem punição e que o inferno os aguarda se eles não se arrependerem.
Histórias de Fadas também encontram um ponto de contato com a lenda do Cão Negro, algumas fábulas colocam os Cães no papel de servos da Corte Feérica ou eles próprios fadas. Em todas essas variações, conexões e interpretações, de longe, a mais comum dita que essas criaturas são os mensageiros ou seres que trazem a tragédia. O uivo, o ladrar, o rosnado ou o mero rumor da presença de um Cão Negro nas proximidades de uma aldeia, era capaz de levar populações inteiras ao pânico na Grã-Bretanha da Idade Média.
Cães Negros são conhecidos por uma grande quantidade de diferentes nomes e títulos: Barghest, Black Angus, Clú Sith, Gytrash, Old Shuck, Yeth Hound, para citar apenas alguns. Por vezes, eles carregam o nome de uma localidade ou de uma região, sendo conhecidos por nomes como Cão Negro de Center Hill ou Cão Negro de Dartsmoor.
Pessoas investigando histórias e lendas a respeito do Cão Negro podem ficar surpresas com o que vão encontrar. Há tantas histórias e relatos a respeito dessa lenda, e todas elas tão similares que é de se pensar se há algum fundo de verdade nelas. De fato, muitas pessoas nas áreas rurais da Grã-Bretanha, não precisam pensar duas vezes antes de reconhecer a existência factual desses seres. O folclore a respeito dos Cães Negros apenas cresceu e se popularizou, diferentemente de outras lendas que com o passar dos anos vão se tornando obscuras.
Muitas das informações relativas a história aparição e características dos Cães Negros estão abertas a interpretação do historiador que examina a lenda. Alguns Cães possuem poderes estranhos, a habilidade de se teleportar, invocar tempestades, ficar invisível ou não deixar rastros de sua passagem. A despeito de suas capacidades, a aparência do Cão Negro muda bem pouco de uma narrativa para outra, eles são normalmente retratados da mesma maneira, uma fera imensa de pelagem negra e olhos que brilham no escuro com uma maldade faiscante.
Motivações
A força que motiva as ações do Cão Negro permanecem um mistério insondável.
Nas raras instâncias em que a criatura parece estar agindo sob o comendo de fadas, demônios ou feiticeiros , eles agem como mensageiros e bestas enviadas para obter vingança e atormentar pessoas. Nas ocasiões em que eles são livres para agir à vontade, os Cães são retratados como seres violentos, implacáveis e extremamente maliciosos. Eles são seres malignos que buscam ferir suas vítimas da maneira mais dolorosa. Mesmo quando eles não agem diretamente, o Cão Negro irá aterrorizar seus alvos, causando tanto dano psicológico quanto físico.
Cão Negro, Fera das estradas isoladas
FORça 3d6 +4 14-15
CONstituição 3d6 +15 25-26
TAManho 3d6 +6 16-17
INTeligência 5d6 17-18
PODer 7d6 24-25
DEStreza 3d6 -1 09-10
Pontos de Vida: 21-22
Bônus de Dano: +1d4
Ataques: Mordida 80%, dano 1d4 + 1 ponto de PODer drenado permanente
Garra 80%, dano 1d6 +bônus de dano
Ataques Especiais: Um Cão Negro pode atacar duas vezes com suas garras na mesma rodada, ou combinando um ataque com a garra e uma mordida.
Armadura: 2 pontos de couro natural. Regeneração de 1 ponto de vida por rodada, armas mundanas causam dano mínimo, mas armas encantadas ou magia causa dano total.
Feitiços: Cães Negros podem conhecer pelo menos 1d4 feitiços à escolha do Guardião.
Sanidade: 0/1d6
Feitiços: Cães Negros podem conhecer pelo menos 1d4 feitiços à escolha do Guardião.
Sanidade: 0/1d6
CÃO NEGRO DE TINDALOS
Conexão com os Mythos de Cthulhu
Se o narrador considerar que o Cão Negro é uma entidade terrestre, ele pode tratar a criatura como a criação de um poderoso Mago ou Bruxo. A opção mais interessante, entretanto, é imaginar o monstro como um acorrentado e aleijado Mastim de Tindalos, aprisionado na Terra por poderosas magias e obrigado a permanecer confinado em um determinado tempo e espaço, incapaz de retornar ao fluxo temporal do qual se originam os Mastins. Estes Cães ainda possuem um certo poder temporal, mas são incapazes de fugir de seu aprisionamento e despedaçar sua prisão. A natureza essencial dessa condição leva em conta que a criatura teve suas capacidades sensivelmente diminuídas. O Cão Negro não é mais um Mastim, mas uma fera enfurecida, desejando acima de tudo retornar a sua forma original.
"Insubstancial como fumaça, coberto pelo nevoeiro, a forma escura da coisa abriu suas mandíbulas enquanto seus olhos vermelhos brilhantes mantinham fixos na presa. Suas poderosas patas não deixavam rastro na grama orvalhada e vapor fumegante escapava de suas narinas enquanto ele corria. Uma língua anormal, cintilava no ar, cada vez mais próxima de tocar sua presa acuada".
Esta incrivelmente rara versão da lenda do Cão Negro, é na verdade um compelido e agrilhoado Mastim de Tindalos. Aprisionado numa armadilha arcana e reprimido por correntes mágicas, criadas para interferir na natureza hiper-dimensional da criatura. O Mastim, um ser de uma "realidade curva", se vê ancorado em nosso universo de ângulos. Essencialmente a fera é alijada de sua capacidade principal, viagem temporal, o que o prende em nossa realidade.
Acredita-se que esse Ritual de Aprisionamento teve origem com a Grande Raça de Yith, que transmitiu o conhecimento e a prática para xamãs, magos e estudiosos dos Mitos através das eras, para salvaguardar as comunicações e proteger seus experimentos temporais, e a si próprios contra as investidas dos Mastins. Enquanto a consciência dos Yithianos consegue escapar pelos corredores do tempo das depredações dos Mastins, humanos, particularmente aqueles que integram cultos devotados a servir a Grande Raça, são muito mais suscetíveis.
Ser capaz de compelir e dominar um Mastim não é apenas útil para evitar seus ataques, mas para afastar outras criaturas da mesma espécie, reduzindo os riscos de ataques através da barreira do tempo. O conhecimento do Ritual para Aprisionar o Mastim de Tindalos foi compartilhado por Cultistas Yithianos e copiado em tomos de conhecimento oculto. O Ritual secreto para invocar os Mastins (uma magia incrivelmente perigosa) é uma espécie de segredo raramente dividido.
Uma vez que o Ritual interfere com a própria essência dos Mastins, as características físicas e espirituais da fera são alteradas. O resultado é uma criatura comparativamente mais fraca do que seus similares livres para percorrer os tecidos planares. O Cão Negro de Tindalos está ancorado em nossa realidade e como tal passa a existir em um mundo de ângulos. Eles são obrigados a conhecer seus novos limites. Os Cães mantém sua inteligência, mas a súbita alteração pela qual passam, os deixa enlouquecidos, dominados por instintos de fome e sobrevivência que os transforma gradualmente em animais irracionais.
Mas nada disso os torna menos perigosos e letais. Mais do que isso, quando os Cães Negros começam a se aclimatar com sua nova condição, eles começam a buscar uma maneira de se libertar. Eles empregam todo o poder que ainda detém, inclusive se manifestar em diferentes áreas para manipular mentes humanas e assim eliminar os que os capturaram.
Investigadores sérios que vão até as últimas instâncias para saber a verdade sobre a lenda do Cão Negro podem se ver na pouco confortável situação de atrair a atenção de um desses monstros.Um Cão Negro de Tindalos pode manipular um investigador, tentando convencê-lo a quebrar o encanto que o aprisiona e assim obter sua liberdade. O objetivo único da criatura é escapar, retornar ao seu próprio tempo e conquistar seus poderes de volta. É provável que seus planos envolvam então uma terrível vingança contra aquele que o aprisionou, seus descendentes e todos envolvidos no Ritual.
Enquanto os Mastins de Tindalos são apenas vagamente semelhantes a cães, Cães Negros de Tindalos tem características bem mais claras. Dotado de quatro patas alongadas, eles tem um contorno distintamente canino envolto por sombras e fumaça, com um par de olhos vermelhos, e uma curiosa fosforescência azul-esverdeada delineando sua silhueta. A horrenda bile negra que escorre de suas mandíbulas distendidas parece evaporar em nuvens cinzentas brotando da bocarra.
Diferente de seus irmãos livres, o Cão Negro de Tindalos não podem se mover através dos ângulos e estão presos em nossos limites físicos como uma criatura corporeal. Eles podem, entretanto, mover-se limitadamente através do espaço-tempo. Podem, por exemplo, entrar em uma casa retornando no tempo até um momento em que a porta que está fechada no tempo comum, encontrava-se aberta. Seu surgimento é antecedido por um denso nevoeiro que o envolve e acompanha.
Cães Negros podem usar seus limitados poderes temporais para agir como mensageiros da desgraça e da morte. Um Cão Negro de Tindalos fica aprisionado em um determinado local, seja um pântano, uma montanha ou uma cidade. Ele não pode se mover além dos limites impostos pelo Ritual que o aprisionou. Adicionalmente, uma vez aprisionado, a criatura se torna escrava de seu mestre, incapaz de atacá-lo fisicamente enquanto estiver submisso. Um mago que domina um Cão Negro de Tindalos pode dar ordens, forçando-o a cumprir o que ele determina da melhor maneira possível.
Cão Negro de Tindalos, Abominação hiper-dimensional capturada
FORça 3d6 +4 14-15
CONstituição 3d6 +15 25-26
TAManho 3d6 +6 16-17
INTeligência 5d6 17-18
PODer 7d6 24-25
DEStreza 3d6 -1 09-10
Pontos de Vida: 21-22
Bônus de Dano: +1d4
Ataques: Mordida 80%, dano 1d4 + 1 ponto de PODer drenado permanente
Garra 80%, dano 1d6 +bônus de dano
Ataques Especiais: Um Cão Negro de Tindalos pode saltar até seis horas no tempo e retroceder entre uma e seis horas no tempo corrente. Essa ação é limitada, podendo ser feita uma vez por dia. Viagem temporal para o futuro é mais complexa, o Cão Negro pode se projetar no máximo 60 segundos adiante uma vez por dia. Essa é uma capacidade nata e não requer o uso de pontos de PODer.
FORça 3d6 +4 14-15
CONstituição 3d6 +15 25-26
TAManho 3d6 +6 16-17
INTeligência 5d6 17-18
PODer 7d6 24-25
DEStreza 3d6 -1 09-10
Pontos de Vida: 21-22
Bônus de Dano: +1d4
Ataques: Mordida 80%, dano 1d4 + 1 ponto de PODer drenado permanente
Garra 80%, dano 1d6 +bônus de dano
Ataques Especiais: Um Cão Negro de Tindalos pode saltar até seis horas no tempo e retroceder entre uma e seis horas no tempo corrente. Essa ação é limitada, podendo ser feita uma vez por dia. Viagem temporal para o futuro é mais complexa, o Cão Negro pode se projetar no máximo 60 segundos adiante uma vez por dia. Essa é uma capacidade nata e não requer o uso de pontos de PODer.
Armadura: 2 pontos de couro natural. Regeneração de 1 ponto de vida por rodada, armas mundanas causam dano mínimo, mas armas encantadas ou magia causa dano total.
Feitiços: Cães Negros de Tindalos podem conhecer pelo menos 1d4 feitiços à escolha do Guardião, mas eles normalmente só podem utilizar esses feitiços se o seu Mestre assim permitir.
Sanidade: 1d3/1d10
Feitiços: Cães Negros de Tindalos podem conhecer pelo menos 1d4 feitiços à escolha do Guardião, mas eles normalmente só podem utilizar esses feitiços se o seu Mestre assim permitir.
Sanidade: 1d3/1d10
Ajudou muito na minha pesquisa. Excelente post!
ResponderExcluirmano adorei saber mIA SOBRES ESSES SERES TAO HORRIVEIS MEU DEUS TOMARA QUE NAO FACA MAL A NINGUEM
ResponderExcluirALGUEM VEIO PELO LUAN MENDES
ResponderExcluirsó gosto de cão negro
ExcluirEu já vi um cão negro quando era adolescente. Apareceu perto da porta da sala a noite. Estava dormindo no sofá. Parecia um lobisomem. Quase morri de susto.
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