Alguns parecem transcender as fronteiras e tentativas de interpretá-los nos diferentes ramos do oculto. Por exemplo, existem casos de fenômenos inexplicáveis envolvendo fantasmas, possessão demoníaca e lobisomens, mas muito poucos conseguem a proeza de misturar todos estes elementos em algo incrivelmente bizarro. Ainda assim, um dos mais surpreendentes e incríveis incidentes paranormais conseguiu isso, e mais.
Em uma tranquila região costeira da Inglaterra, um homem de família normal encontrou-se repentinamente envolvido em uma trama horrenda e absurda na qual uma força não-identificada juntou assombração, possessão e licantropia num mesmo caso estarrecedor.
A história do que ficaria conhecido como o Caso do Lobisomem de Southend começa no vilarejo litorâneo de mesmo nome, no condado de Essex, em um quente e ensolarado domingo de 1952. Nesse dia, William Ramsey então com 9 anos estava no jardim de sua família brincando sozinho. Ele era um garoto cheio de imaginação, que havia acabado de assistir um filme a respeito de pilotos da Segunda Guerra e que por isso, fazia de conta que conduzia seu caça Spitfire pelos céus. Corria de braços abertos pelo quintal para diversão de sua mãe. Após uma hora correndo pelo gramado, Bill Ransey sentiu um estranho e repentino arrepio. Depois disso, ele começou a tremer incontrolavelmente dos pés à cabeça, ao mesmo tempo que sentiu um forte odor trazido pelo vento. Mais tarde ele lembraria do sentimento:
"Você já abriu a porta de um congelador num dia quente? Era essa a sensação. Eu estava brincando em um dia ensolarado e agradável quando de repente um frio absurdo me atingiu, como se de um momento para outro a temperatura de meu corpo tivesse caído 20 graus. O suor congelou no meu corpo e eu comecei a tremer. Era como se alguém tivesse aberto a porta desse congelador e me empurrado para dentro. E havia aquele fedor! Um cheiro horrível, insuportável. Eu jamais senti algo como aquilo, e pensei que iria vomitar a qualquer momento".
A medida que o jovem William lutava para controlar os tremores e o mal estar causado pelo cheiro, ele sentiu que alguma coisa havia mudado dentro de si. William voltou para casa e se fechou no seu quarto. Dali em diante ele não tinha mais interesse em brincar ou usar sua imaginação, nada daquilo fazia sentido. Bill passava a maior parte de seu tempo quieto e contemplativo. Seus olhos assombrados, como se fosse capaz de enxergar algo invisível. Daquele dia em diante seus pais sentiram uma severa mudança no filho, algo difícil de explicar. O menino sequer parecia o mesmo!
Ele ainda ficava a maior parte de seu tempo sozinho no quintal, mas permanecia observando o céu. De repente, como se tomado de um surto irracional emitia um lamento que os pais achavam parecido com um uivo. Mais estranho era quando o garoto de repente corria de quatro chocando todos que assistiam aquela cena inusitada.
Os meses passaram e o jovem William ia desenvolvendo um comportamento cada vez mais peculiar. O menino havia começado a perambular pelas estradas que margeavam o bosque. Por vezes entrava na floresta fechada e ficava horas sozinho, sem que ninguém soubesse o que estava fazendo. Também havia adquirido uma mania inconveniente, a de seguir as pessoas e pregar nelas sustos saltando da mata e correndo na direção delas gritando, segundo alguns, rosnando. Alguns vizinhos se queixaram de ter encontrado o menino naquelas circunstâncias. Um descreveu como o menino correu na sua direção com os olhos injetados e a boca aberta mostrando os dentes.
Em determinado momento, os pais preocupados com tudo o que haviam ouvido, chamaram o jovem e tentaram entender pelo que ele estava passando. Foi então que Bill, tomado de uma fúria cega investiu contra os pais. Ele começou a rosnar, arranhar e morder ferozmente. Os pais ficaram compreensivamente aterrorizados: o menino mordeu a mãe e quando o pai conseguiu afastá-lo ele se atirou no chão, rosnando e babando como se fosse uma besta selvagem. Aterrorizados com aquilo, o casal correu para fora de casa esperando que o menino recobrasse o controle antes que eles pudessem retornar. Uma vez sozinho, William deu início a uma destruição de móveis e objetos, derrubando até mesmo um armário d emadeira maciça que um menino de seu tamanho e peso dificilmente conseguiria mover.
A medida que ouviam os ruídos animalescos que seu filho produzia no interior da casa, os dois se perguntavam o que estava acontecendo. Finalmente, o pai de William decidiu entrar na casa e dominar o filho. Com o menino rosnando e uivando como uma fera, ele conseguiu contê-lo, mas não sem receber várias mordidas e sofrer escoriações. Enfim, depois de impor sua força, o menino começou a se cansar arfando como um cão raivoso. Sangue escorria pelo seu queixo e havia sofrido vários machucados provocados pela luta com o pai. O menino então desmaiou, acordando horas depois sem entender o que havia acontecido. Ele dizia não lembrar de seu frenesi selvagem e que por alguns instantes tudo havia escurecido. Era como se ele tivesse dormido profundamente e despertado apenas naquele momento.
Os pais temiam que o filho tivesse desenvolvido algum tipo de doença mental, mas uma vez que nos dias seguintes ele passou a se controlar, parecendo seu filho novamente, acreditaram que o pior havia passado. Decidiram não insistir em questionamentos e esquecer o que houvera, esperando que ele se recuperasse sem a necessidade de envolver médicos psiquiatras.
A vida da família voltou ao normal sem maiores incidentes. Bill Ramsey daquele dia em diante experimentou uma vida perfeitamente normal: terminou seus estudos, casou e teve três filhos. Ele se tornou um respeitável homem de família que deixou para trás aqueles meses estranhos nos quais chocou aos pais.
Poucos meses depois de seu casamento ele começou a ser atormentado por pesadelos vívidos nos quais corria pela floresta, rosnando como um animal selvagem. Os estranho sonhos e episódios eventualmente pararam bruscamente em 1967, depois que Bill e a família se mudaram para outra casa. A vida voltou ao seu curso normal, até que em 1980 uma série de bizarros incidentes provariam que ainda havia algo muito errado com sua personalidade.
No início de 1983, Bill estava em um bar bebendo com um grupo de amigos quando ele afirmou sentir um arrepio gelado em seu corpo, muito semelhante ao que havia experimentado quando criança. Sentindo-se nauseado, ele correu para o banheiro e lá captou aquele fedor nauseante uma vez mais. Assustado, com as memórias que inundaram a sua mente, ele lavou o rosto esperando que a água o fizesse recobrar os sentidos. Nesse momento olhou seu reflexo no espelho e atordoado viu que sua face estava distorcida: mais animalesca e com traços grosseiros. "Claramente lupina" ele disse mais tarde.
Assustado com todo o incidente, Bill pediu que o levassem para casa. No caminho ele se curvou no banco de trás do carro e começou a murmurar e rosnar como se o seu corpo estivesse acometido de dores agudas. Seus amigos perguntavam o que ele estava sentindo, mas Bill já não era capaz de responder de maneira racional. Acometido de uma fúria cega ele começou a rosnar e uivar. O motorista foi capaz de encostar o carro no acostamento. Os quatro homens que estavam no automóvel conseguiram segurar Bill que perdera totalmente o controle, gritando e tentando mordê-los. Eles descreveram o ataque como o frenesi de um louco que parecia ter adquirido uma força sobre-humana. De fato, foram necessários os esforços combinados dos quatro para contê-lo. Bill acabou desmaiando e quando acordou dizia não lembrar de nada a respeito do estranho incidente.
Mais tarde, naquele mesmo ano, as coisas se tornaram ainda mais estranhas.
Perto do Natal de 1983, Bill começou a sofrer crises agudas e quase incapacitantes de uma forte pressão no peito, algo que ele jamais havia tido antes. O temor é que estivesse sofrendo um ataque cardíaco e por isso imediatamente foi levado até um hospital. Uma vez lá, ele foi conduzido a uma ala de emergência para ser examinado, mas quando estava aguardando atendimento foi acometido por aquela onda de frio extremo. Em determinado momento uma enfermeira se aproximou e ele soltou um rosnado gutural seguido de uma mordida em seu braço. A mulher conseguiu se desvencilhar, enquanto Bill recuou para a parede e de quatro começou a rosnar e babar como uma fera acuada. A polícia foi chamada e com a ajuda de enfermeiros do hospital, ele foi dominado. Ainda assim lutou como uma besta selvagem, até ser sedado com uma dose maciça de tranquilizantes.
Testemunhas mais tarde descreveram a cena como algo aterrador. Bill estava completamente irracional, absolutamente animalístico, com as mãos curvadas como garras, dentes à mostra e rosnando de maneira incompreensível. Para todos que viram a cena ele parecia mais um animal do que um ser humano. Um dos policiais que ajudou a conter Bill diria mais tarde que os olhos do homem pareciam os de um lobo feroz.
Uma vez sedado, o homem foi levado para o Hospital Mental Runwell, e quando os efeitos das drogas diminuíram, Bill alegava não se recordar de nada do que havia acontecido ou a razão pela qual havia sido levado para um sanatório. Embora os médicos tenham sugerido que Bill passasse por novas avaliações e testes, ele abriu mão disso, e uma vez que apresentava um quadro de normalidade, permitiram que ele deixasse o local. Era opinião do médico psiquiatra que o atendeu que ele estava propenso a ter um novo episódio e que era necessário compreender o que se passava em sua mente. Bill entretanto ignorou os conselhos e decidiu voltar para casa, afirmando que se sentia bem e que precisava apenas descansar. Infelizmente, o médico estava certo em seu prognóstico.
Em janeiro de 1984, Bill foi visitar a sua mãe e enquanto conduzia seu carro teve um novo e devastador episódio. Imaginando o que poderia acontecer, ele dirigiu o mais rápido possível para um hospital, dando entrada na mesma emergência em que estivera antes. Entretanto, no momento em que ele chegou, a selvageria já o dominava por inteiro. Quando um enfermeiro disse que ele deveria esperar até o atendimento, Bill o empurrou no chão, subiu sobre ele e começou a arranhar e morder sua face. O ataque foi tão selvagem que as pessoas que estavam próximas ficaram sem ação. Foi necessário a intervenção de cinco enfermeiros para remover o homem-fera de cima de sua presa que tentava afastá-lo sem sucesso.
A polícia chegou logo a seguir e dois oficiais conseguiram com muita dificuldade imobilizá-lo com algemas. Ainda assim, Bill continuava a morder, espumar e rosnar. O comportamento dele era tão errático que os policiais ficaram sem saber o que fazer a seguir. Declararam que jamais haviam visto uma resistência tão feroz, nem mesmo em indivíduos sob influência de drogas pesadas. Eles chegaram a temer que a algema não fosse capaz de contê-lo.
Os policiais decidiram então transportá-lo para a delegacia. Ele recebeu uma dose de tranquilizante e foi carregado desacordado para a viatura. Na cadeia ele dormiu por mais algumas horas, acordando sem qualquer lembrança do que havia ocorrido depois de sua chegada ao hospital. Depois de despertar e ser informado do que havia acontecido, Bill Ransey disse que não tinha qualquer memória de que havia ferido uma pessoa e resistido à prisão. Após pagar fiança ele foi liberado.
Por algum tempo, sua personalidade animalesca ficou sob controle, mas ela iria aflorar novamente em 22 de julho de 1987. Bill participou de uma festividade no White Horse Inn, um bar local onde ele encontrou com amigos e bebeu consideravelmente. No fim da festa, os amigos aconselharam que Bill pedisse um taxi para voltar para casa, mas ele disse que preferia ir andando. No caminho para sua casa, Bill passou por uma prostituta em uma esquina escura. A mulher disse que não o abordou, uma vez que ele parecia claramente embriagado, mas que ele se aproximou dela. A mulher afirmou que ele então começou a tremer por inteiro como se estivesse tendo um tipo de ataque e de repente começou a rosnar furiosamente. A mulher se afastou assustada, mas Bill então começou a persegui-la rosnando furiosamente.
Por sorte, um grupo de pessoas passava pela rua e veio em socorro da mulher. O grupo conseguiu afugentar Bill que correu para a rua e foi atropelado por um carro que passava. Apesar do impacto, ele se recobrou e correu de quatro até um beco onde se escondeu. As pessoas chamaram a polícia e imediatamente uma viatura respondeu. A essa altura Ransey soltava uivos agudos que deixavam as pessoas aterrorizadas. Os policiais entraram no beco e encontraram o homem-fera acuado contra o muro. Ele havia rasgado suas roupas e estava completamente nu. Seus olhos injetados, a boca aberta mostrando os dentes e as mãos como garras.
Ele não respondeu à ordem de prisão e tentou escapar, mas foi contido pelos policiais que acharam melhor chamar reforços. Foram necessários seis homens fortes armados com cassetetes para dominar o sujeito e retirá-lo daquele beco escuro. Todos os envolvidos em depoimento disseram jamais ter visto nada parecido. A prostituta, identificada apenas como "Lauren" disse ter certeza de que o homem iria mata-la se não tivesse sido ajudada.
O ocorrido fez com que o caso de Bill Ransey ganhasse as manchetes de jornais sensacionalistas que o chamaram de "Lobisomem de Southend". Uma ordem cautelar foi emitida para que ele fosse hospitalizado e passasse por vários testes, mas infelizmente nenhum deles conseguiu determinar o que havia causado o surto de violência extrema.
Enquanto estava hospitalizado Bill teve mais dois surtos de violência animalesca, que foram controlados através de drogas e calmantes. A essa altura, o caso ganhava exposição graças a jornalistas que apresentaram o incidente em cadeia nacional. O tormento de William Ransey capturou a atenção da população e atraiu os famosos investigadores sobrenaturais Ed e Lorraine Warren que aceitaram viajar até Londres para analisar a situação. Depois de contatar as autoridades locais, os Warren conversaram com a Família Ransey que permitiu uma entrevista com Bill.
Enquanto o casal Warren a princípio suspeitava de que o caso inteiro não passasse de uma fraude, após diversas conversas julgaram que alguma coisa sobrenatural pudesse realmente estar causando os surtos de violência incontrolável. Os Warren acreditavam que de alguma forma Bill estava sendo possuído por uma espécie de entidade demoníaca animalesca. Depois de várias entrevistas, Bill concordou que os Warren o levassem até uma igreja em Connecticut para que lá realizassem um exorcismo feito pelo Reverendo Robert McKenna, que havia realizado uma cerimônia semelhante em um rapaz que se dizia afligido por um espírito semelhante. Em 1989, Bill e sua esposa receberam autorização para deixar a Inglaterra e viajar para a América, esperando que o religioso fosse capaz de tirar de seu corpo a influência maligna.
Nos dias antes do exorcismo, houve um incidente bizarro em que Bill tentou sufocar a sua esposa enquanto esta dormia ao seu lado. As pessoas ouviram o barulho e conseguiram salvá-la. Ao acordar o marido afirmava não se lembrar de nada e que não podia acreditar no que havia acontecido.
No dia do Exorcismo, estavam presentes na Igreja o Reverendo McKenna, os Warren, William Ransey, sua esposa, o investigador paranormal John Zaffis, jornalistas de uma revista especializada no sobrenatural, que haviam patrocinado a viagem e vários indivíduos contratados para fazer a segurança como guarda-costas. Quando o Ritual de Exorcismo se iniciou, Bill parecia cético e pouco impressionado a medida que o religioso professava as palavras em latim. Ele começou a imaginar que toda a viagem havia sido uma perda de tempo, e mais tarde reconheceu ter pensado que aquilo não passava de "mumbo jumbo". Mas quando o Reverendo pressionou sua estola sagrada contra a testa de Bill, exigindo que o demônio se identificasse, as coisas se tornaram estranhas.
O comportamento de Ransey mudou abruptamente, ele começou a rosnar e sua face se contorceu em uma máscara bestial, com olhos injetados, dentes à mostra e baba escorrendo pelos cantos da boca. Suas mãos se curvaram na forma de garras e ele começou a tremer por inteiro. Lorraine Warren afirmou mais tarde que até suas características físicas apresentaram mudanças, com as orelhas parecendo pontudas, seu rosto mais animalesco e seus dentes mais longos que antes. De repente, Bill saltou sobre McKenna tentando morder e arranhar, mas foi contido pelos seguranças que estavam presentes. Ele foi colocado em uma cadeira e amarrado com uma corda resistente.
McKenna retornou ao Ritual e ergueu seu crucifixo exigindo que o demônio que estava no corpo saísse imediatamente. Isso pareceu apenas enfurecer a besta. Bill tentava se soltar se atirando para frente e para trás bruscamente. Um dos guarda-costas correu então para reforçar a corda e evitar que ele se livrasse. Completamente fora de controle, Bill tentou mordê-lo e quando não conseguiu começou a uivar como um lobo. Quando o Reverendo McKenna terminou de falar, Bill ficou imediatamente em silêncio e seu corpo começou a tremer. Seus olhos se viraram nas órbitas, sua boca se abriu e ele soltou um último rosnado que ecoou pela igreja inteira. Então ele perdeu a consciência por várias horas. Mais tarde, Bill contou o que havia acontecido:
"Era como se o veneno que estava em meu corpo estivesse sendo drenado. A coisa me dominava por inteiro e quando ele começou a ser arrancada, e sentiu que ia perder, tentou me levar junto. Eu tentei resistir, eu sei que ele queria me matar... mas eu suportei aquilo tudo. As palavras do Reverendo McKenna ajudaram a suportar aquela pressão".
O exorcismo inteiro foi filmado, e todos os que testemunharam os acontecimentos permaneceram crentes de que seria virtualmente impossível encenar aquilo. Bill Ransey dali em diante não sofreu mais nenhum incidente de violência e levou uma vida pacífica. Ed e Lorraine Warren escreveram um livro sobre o caso com o título "Werewolf: A True Story of Demonic Possession" (Lobisomem: Uma História Real de Possessão Demoníaca).
É difícil dizer exatamente o que afligia William Ransey e dependendo a quem você perguntar, você irá obter diferentes opiniões.
De acordo com os Warren e o Reverendo McKenna, ele estava possuído por uma entidade demoníaca e animalesca. Uma espécie de fera diabólica que agia apenas por instinto e que por isso tinha um comportamento totalmente inumano. Tal fera raramente se manifesta em uma pessoa, mas quando o faz, segundo o casal, enseja a maioria dos casos de violência e brutalidade extrema que não raramente acabam sendo atribuídos a Licantropia, a crença na transformação de um homem em fera. Os Warren afirmaram que esse tipo de incidente é provavelmente similar a outros casos de famosos lobisomens registrados ao longo da história.
Outra possibilidade é que Ransey sofresse de uma condição médica conhecida como "licantropia clínica", na qual a vítima realmente acredita que seu corpo está sofrendo uma transformação e se tornando um animal, na maioria das vezes um lobo, urso ou outro animal selvagem, incluindo javalis, cães e lagartos. Ele também poderia exibir uma série de desordens psicóticas e problemas mentais. Alguns surtos psicóticos produzem uma enorme quantidade de adrenalina que confere o que poderia ser interpretado como uma força sobre-humana, como era o caso de Ransey segundo várias testemunhas. É possível que ele tenha manifestado mais de um sintoma, como por exemplo o frio extremo e o odor que ele afirmava sentir sempre que a "transformação" ocorria.
Mas o que aconteceu com Bill Ransey no final das contas?
Seria o homem atormentado por uma série de problemas psiquiátricos que o levaram às raias da loucura? Poderia tudo isso ser explicado pela ciência médica, como uma condição atroz que suplantava a sua consciência e o transformava em uma fera? Ou haveria algo mais terrível e assustador operando? Poderia tudo ser o resultado de uma manifestação demoníaca de um demônio animalesco que invadia o seu corpo e o reclamava como seu? Tudo o que sabemos vem através de testemunhas que participaram dos incidentes e que viram em primeira mão o horror de um homem ser reduzido a uma fera.
Considerando que Bill Ransey não manifestou mais nenhum episódio desde o fatídico exorcismo e simplesmente decidiu sumir do mapa é possível aferir que ele tenha encontrado uma cura. O estranho caso de William Ransey continua sendo um dos mais bizarros e estarrecedores casos de possessão demoníaca e de transformação em lobisomem de todos os tempos. Fartamente documentado e estudado por parapsicólogos, demonólogos e ocultistas como um incidente realmente inexplicável.
E é provável que ele continue a dividir opiniões, para sempre.
Já tinha ouvido falar de histórias relacionando possessão e licantropia, mas nunca detalhadas e certamente nenhuma tão recente quanto essa.
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