sexta-feira, 25 de outubro de 2024

O Mastim Alado - A Criatura maldita do conto "The Hound" de H.P. Lovecraft

Dentre as várias criaturas dos Mythos de Cthulhu existe uma relação de horrores intimamente  relacionados a objetos amaldiçoados. O mais conhecido talvez seja o lendário Assombro na Escuridão, um dos avatares do Caos Rastejante, Nyarlathotep em forma de um ser quiróptero que habita o igualmente legendário Trapezoedro Brilhante

Mas há muitos outros horrores que residem objetos aparentemente inofensivos e que justamente por conta disso são ainda mais perigosos. 

Um tipo de objeto que se insere nesta categoria são os macabros Amuletos do Mastim Alado. Estes talismãs são usados por membros do decrépito Culto dos Devoradores de Cadáveres de Leng, uma sociedade secreta criada pelo degenerado povo Tcho-Tcho. Ao longo dos séculos, outros povos se juntaram a suas fileiras assumindo posições proeminentes na seita a medida que ela avançava para as terras ocidentais. 

Os membros mais proeminentes da seita recebiam como presente por seus serviços prestados um amuleto de jade com a figura do horror chamado por eles de Mastim Alado. Haja vista, a maneira de se referir a esse horror é alegórica, visto que ele embora lembre um enorme cão dotado de asas, não pode ser jamais compreendido como algo nem remotamente encontrado em nosso planeta.

O Mastim Alado é antes de tudo um protetor do Culto, chamado para cumprir tarefas e missões ditadas pelo detentor do amuleto. Ele é um habitante de planos distantes, gerado na intercessão de realidades e livre para percorrer diferentes dimensões com a desenvoltura que transitamos em nossa realidade tridimensional.

Há conjecturas sobre o berço desses seres bestiais, alguns ligam sua origem aos infames e muito temidos Mastins de Tindalos. De fato, há tomos esotéricos que supõem que os Mastins Alados possam ser uma espécie derivada do mesmo cantão dimensional que gerou essas bestas. O excessivamente raro Monstres and their Kynde faz essa ligação, postulando que magias para contatar os Mastins de Tindalos (feitiços incrivelmente raros e perigosos) por vezes acabam atraindo Mastins Alados em seu lugar.

O Manuscritos Pnakotico, outro livro esotérico, desfaz essa contradição ressaltando que se tratam de entidades distintas. Enquanto os Mastins de Tindalos estão sujeitos às marés do tempo existindo nos ângulos temporais, os Mastins Alados rompem o tecido dimensional sem carecer de ângulos pré-determinados ou conformidades de hiper geometria favorável. Os segundos tampouco são atraídos por incursões no tempo-espaço, algo que parece de grande importância para os Mastins de Tindalos.

Finalmente existe a diferença da aparência geral. 

As feras de Tindalos são maiores, possuem o corpo coberto de uma conhecida substância azulada e tem uma longa língua serpenteante. Os Mastins por sua vez possuem grandes asas coriáceas em seu dorso delgado. Em comum o fato de haver uma identificação com o biótipo da família canídea de corpo esguio e musculoso. Dali eles terem sido chamados de cães e até mesmo galgos em certas interpretações. 

Conforme dito esses seres não podem ser compreendidos formalmente como cães, embora sejam quadrúpedes com patas poderosas e uma cabeça em formato vulpino. Eles não possuem qualquer sinal de pelos em seus corpos lisos e fibrosos que se assemelham a ligamentos de um músculo descarnado. A coloração deles é acobreada, com traços castanhos avermelhados variando para um marrom profundo, sendo as asas mais claras. As asas são reminiscentes às de um morcego, surgindo no dorso da criatura atingindo uma envergadura de 2 metros. Elas são fortes o bastante para impelir a fera pelo ar e permitem que ele se desloque a uma velocidade considerável.

Essas criaturas medem aproximadamente 180 centímetros de comprimento, com 85 centímetros de altura, embora possam haver indivíduos maiores. A cabeça é maciça e forte, com um focinho proeminente e orelhas pontiagudas eretas. A criatura possui sentidos de faro e audição aguçados. Seus olhos são pequenos de uma coloração amarelada sem íris e que costumam brilhar intensamente. Ele enxerga perfeitamente na escuridão. 

A mandíbula é extremamente forte, dotada de presas afiadas e poderosas, projetadas para rasgar e lacerar. A mordida de um Mastim Alado é equivalente a do Kangal, o canídeo com a mordedura mais potente no mundo. Ele pode arrancar pedaços inteiros da carne de uma presa e partir ossos com facilidade. 

O Mastim ataca majoritariamente mordendo mas ele também é capaz de atacar com suas enormes garras que são afiadas e resistentes. A criatura investe saltando e usando seu peso considerável para derrubar e prender a presa, usando em seguida a mordida que visa invariavelmente a garganta. Alternativamente o Mastim pode investir voando afim de surpreender e derrubar a presa. Uma vez prendendo a vítima com sua potente mandíbula, o Mastim tende a dilacerar seu corpo com movimentos bruscos de sua cabeça.

Uma das características mais infames do Mastim Alado é o seu uivo que transcende os planos e é detectado apenas pela presa que ele busca. Quando empreende uma caçada, a criatura anuncia sua chegada com longos e lamentosos uivos que no início parecem distantes. Este som vai se tornando cada vez mais ameaçador e próximo com o passar do tempo. Essa medida visa minar a sanidade da presa fazendo com que ela sinta que seu fim está cada vez mais próximo. Há um efeito psicológico desconcertante que incide sobre os nervos da presa fazendo com que ela não consiga dormir ou relaxar sabendo que a criatura está cada vez mais próxima. Depois de ser comandado a buscar um alvo, o Mastim não se desvia de sua tarefa e irá empreendê-la de maneira implacável. Não há nenhuma maneira de postergar ou cancelar a caçada. 

A chegada do Mastim Alado ocorre quando ele literalmente rasga o véu dimensional penetrando em nossa realidade para fazer sua coleta. Testemunhas que presenciaram tal coisa afirmam que a criatura surge no ar em meio a uma cacofonia aterrorizante de alarido e uivos. A presa pode ser morta imediatamente pelo Mastim ou carregada por ele até sua dimensão de origem. Lá seu destino é incerto, mas considerando que ninguém levado através da fenda dimensional retornou, é justo supor o que acontece.

MASTIM ALADO para Chamado de Cthulhu

FOR 100   CON 120   TAM 95   

INT 70      POD 130   DEX 90   

HP: 22

Bônus de Dano (BD): +1D6

ATAQUES: Mordida 60%, dano 1d10*

Garras 45%, dano 1d6 + BD

* O Dano ignora todas as armaduras, mesmo as mágicas

Ao Morder uma vítima o Mastim Alado a mantém capturada em suas presas e causa 1d6 pontos de dano por rodada posterior sem precisar realizar testes adicionais. Uma vitima capturada nas mandíbulas da fera pode testar sua FOR contra a FOR da criatura para se livrar.

ARMADURA: Nenhuma, porém nenhuma arma física pode ferir o Mastim Alado. Feitiços e armas mágicas são capazes de ferir a criatura normalmente. Ao ser reduzido a 0 HP, o Mastim desaparece em uma nuvem de fumaça, ele se reintegra em 1d6 noites e ressurge para continuar a caçada.

 MAGIAS: O Mastim conhece 1d10 magias à escolha do Guardião.

HABILIDADES: Esquiva 90%, Saltar 90%, Farejar 90%, Rastrear 100%

CUSTO DE SANIDADE: 1/1D10 pontos de sanidade por ver um Mastim Alado. Ouvir o uivo da criatura tem um custo de 0/1d2 pontos por noite.

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