terça-feira, 24 de novembro de 2009

Semeadores de Shub-Niggurath


Semeadores de Shub-Niggurath
(Raça Servil Superior)
"O ruído continuava, abafado, distante. Era uma ladainha dissonante, impossível de ser proferida por uma garaganta humana. Permaneci de costas, o rosto enfiado entre as mãos. Os dentes batendo diante do terror absoluto. Eu ouvia a coisa se mover, bem perto, arrastando-se por baixo da terra. Fiquei imóvel, paralizado diante da presença nefasta que espreitava ao meu redor. O pior de tudo, era o fedor medonho que ofendia meus sentidos. Sentia como se fosse desmaiar à qualquer momento. Fechei os olhos com mais força, contendo a náusea. Pude então ouvir com mais cuidado o que a coisa dizia. O som vinha de baixo da terra. Repetido tantas vezes que acabei decorando as palavras sem sentido: "Phfui nganam, phfui Shubb Nigurath vhoorm".

Em muitas culturas da antiguidade, a fecundidade e a capacidade de gerar vida eram vistas como divinas. Nos mitos antigos a figura da divindade Shub-Niggurath encarna os elementos mais tradicionais do ciclo de nascimento, crescimento, reprodução e morte. Não por acaso a entidade é frequentemente retratada como fêmea, muito embora o Chaat Aquadinguem afirme que esse Deus Exterior é ao mesmo tempo macho e fêmea.

"É comum a crença de que Shub-Niggurath se enquadre no princípio cósmico da fertilidade e nascimento, ainda que creditar um gênero a um Deus Externo seja problemático".

A ligação com a terra, plantio e colheita também é clara. No passado, muitas civilizações acreditavam que a Grande Mãe Terra propiciava fartas colheitas quando devidamente cultuada. Estudiosos dos mitos remetem a Shub-Niggurath a origem de inúmeras divindades ligadas à agricultura.

Muitos cultos devotados à Shub-Niggurath possuem óbvias ligações com o plantio e possuem elementos ligados a fartura da terra. Alguns destes cultos, muitos dos quais instalados em enclaves agrários promovem rituais ancestrais que buscam garantir a abundância de colheitas e a riqueza do solo. Há inúmeros rituais relacionados à Deusa, sendo que um deles inclui a invocação de uma criatura, capaz de fertilizar os campos.

Chamados de "Os Semeadores de Shub Niggurath", a existência desses seres é discutida no Sapientia Maglorum (um livro bastante raro que trata do culto na Sicília) e também no Volume VI do Revelações de Glaaki. Estes servos são vistos como mensageiros de Shub-Niggurath portadores de sua semente fecunda. Invocados através de complexos rituais os Semeadores são capazes de produzir verdadeiros milagres agricolas.

Eles se assemelham a gigantescas lesmas ou sanguessugas inchadas à ponto de estourar. A pele elástica tem uma coloração branquicenta e é grossa. Em sua base possui orifícios que secretam um muco gelatinoso cinzento onde quer que rastejem. A porção posterior do corpo é guarnecida de uma cauda em forma de pinça. Semeadores são dotados de três pares de patas, sendo duas grandes e quatro atrofiadas que os auxiliam a se mover e escavar. Os Semeadores possuem olhos, mas são praticamente cegos, eles se guiam através do som e são capazes de captar movimento no solo. Essas criaturas possuem uma boca semelhante à de uma lampréia guarnecida de pequenos tentáculos usados para manipulação.

Semeadores exalam um odor nauseante, uma mistura de terra apodrecida e decomposição natural. Quando um semeador é invocado para o ritual de fecundação da terra, ele surge em um campo recentemente preparado. O sacrifício (em geral uma jovem virgem) é deixado no centro desse campo a fim de que o Semeador a encontre. A criatura então devora a oferenda enquanto os cultistas oferecem um cântico em homenagem à Shub-Niggutath. Ao terminar essa parte do ritual, o semeador se enterra no solo e começa a fecundá-lo com a benção de Shub-Niggurath. O Semeador então hiberna, emergindo de tempos em tempos para vagar pelo campo, fazendo suas abluções à deusa que podem ser ouvidas em um tipo de ladainha gutural.

O ritual é então conduzido anualmente durante o solstício, marcando a época do início do plantio. Os seguidores da Deusa tendem a se reunir nesse dia realizando grandes celebrações e festividades que culminam com um novo sacrifício ao semeador para que ele fecunde o solo uma vez mais. Um campo fecundado por um Semeador experimenta um frenesi de crescimento acelerado que propicia uma colheita extremamente farta. Frutos e legumes crescem com enorme rapidez e de forma frondosa. Muitos acreditam que se alimentar desses vegetais constitui uma forma de comungar com Shub-Niggurath e que eles possibilitam contactá-la por meio de de experiências oníricas.
Semeador de Shub-Nigurath, Aqueles que abençoam os campos

STR 4d6 +6
CON 4d6 +6
SIZ 5d6 +18
INT 1d6 +6
POW 3d6 +6
DEX 2d6

HP: 34-35
Damage Bonus (media): +2d6
Ataques: Garras 45%, 1d3 +dano agarrar/capturar
Mordida 75%, dano 3d6

Ataques: Em combate os semeadores usam suas garras para capturar as vítimas e arrastá-las até sua boca. Após agarrar uma vítima esta pode tentar se soltar (em um rolamento de Resistencia STR x STR). A criatura pode tentar executar uma mordida a cada turno. Um personagem pode auxiliar outro a se libertar acrescendo metade de sua STR ao rolamento.

Fedor Nauseante: (POT 15) - O fedor de um Semeador causa náusea e vertigem. Teste a potência do terrível odor contra a CON da vítima na Tabela de Resistência. Em caso de falha, o indivíduo sofre náusea e ânsia de vômito, tendo suas habilidades reduzidas à metade enquanto sentir o cheiro. Personagens que passam no teste são imunes aos efeitos até o fim do encontro, mas são sujeitos a eles em um encontro posterior.

Armor: Em virtude do muco e da carne extremamente resistente, Semeadores recebem dano mínimo de armas físicas, não encantadas. Fogo, compostos químicos, eletricidade, magias e armas mágicas causam dano normal.

Magias: Semeadores conhecem a magia Contatar Shub-Niggurath. Plantadores com INT superior a 9 conhecem 1d6 magias.

Custo de Sanidade: 1/1d8, meramente ser exposto ao fedor nauseante de um semeador ocasiona a perda de 0/1d3 pontos de sanidade.

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