segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Ruínas Ancestrais - Arqueólogos descobrem a mais antiga cidade da Europa



Arqueólogos na Bulgária afirmam ter descoberto a mais antiga cidade pré-histórica da Europa.

O sentamento urbano fortificado por uma parede externa, próximo a atual cidade de Provadia, deve ter sido um importante centro produtor de sal.

A descoberta na parte nordeste da Bulgária, nos arredores do Mar Negro pode explicar a enorme fortuna de ouro encontrada há cerca de 40 anos em uma escavação próxima dali.

Arqueólogos acreditam que a cidade teve uma população de até 350 indivíduos entre os anos 4700 e 4200 antes de Cristo. Isso coloca o povoado 1500 anos a frente de qualquer cidade pertencente a civilização grega e também de Tróia, considerada tradicionalmente um dos primeiros centros urbanos na região. Outras cidades nos arredores também são muito antigas, sendo que algumas foram erguidas por povos que formariam a Civilização Trácia que habitou a Bulgária.

Os habitantes do povoado ferviam água marinha que brotava de fontes subterrâneas e usavam o resultado para construir tijolos de sal grosso que eram comercializados e usados para preservar carne. Sal era extremamente valioso na época, uma vez que permitia a estocagem de alimentos, uma das condições para estabelecimento de moradias permanentes. Para proteger esse valioso recurso, uma muralha de pedra foi erguida em torno da cidadela a fim de conter saqueadores. Posições defensivas também deveriam guarnecer as muralhas. O povoado provavelmente foi o primeiro a realizar essa modalidade de comércio o que trouxe riqueza sem precedentes aos seus habitantes. 

As escavações no sítio arqueológico se iniciaram em 2005 e a equipe tem se mantido ocupada com as promissoras descobertas. Eles encontraram dois silos de estocagem, onde os tijolos eram acomodados, um poço de água potável, bem como os restos de um grande portão e bastiões defensivas. Uma pequena necrópole foi descoberta no topo de uma ravina próxima e ainda está sendo escavada pelos arqueólogos. Os especialistas ficaram surpresos com os complexos rituais funerários desse povo. Os mortos eram enterrados ao lado de vasos, urnas e objetos decorativos. Mas em outras covas, foram encontrados restos de indivíduos acomodados nas sepulturas em uma posição específica: com o corpo flexionado em arco (de cócoras) segurando as próprias pernas. Pouco se sabe sobre esses curiosos rituais, mas esta forma de sepultamento é bastante frequente em cemitérios neoliticos.  

"Não estamos diante de um povoado como aqueles que compunham as cidades estado gregas, a Roma Antiga ou mesmo de um povoado medieval. A cidadela é muito mais antiga, provavelmente remonatndo ao quinto milênio antes de Cristo", contou Vasil Nikolov, pesquisador do Instituto Nacional de Arqueologia da Bulgária.  

"A construção das muralhas em torno do sentamento, que foram erguidas em uma altura considerável, utilizou blocos de pedra talhada, algo extremamente incomum em sítios pré-históricos no sul da Europa. Isso indica um certo grau de conhecimento de engenharia e habilidade manual".
Minas similares de extração de sal foram encontradas em Tuzla na Bósnia e Turda na Romênia o que ajuda a comprovar a existência de uma série de pequenas civilizações que viviam dessa atividade no período. Esses povos também escavavam os Montes Cárpatos e as Montanhas dos Balcãs em busca de depósitos de cobre e ouro. A descoberta de um entreposto comercial pode ajudar a explicar o valioso tesouro encontrado há exatamente quarenta anos em um cemitério nos arredores de Varna, 35 quilômetros ao sul do povoado pré-histórico. O tesouro inestimável do ponto de vista histórico é composto de mais de 3 mil peças de ouro, totalizando quase seis quilos de metal preciso. É possível que o tesouro, seja o resultado dos lucrativos negócios entre o povo da cidadela e seus vizinhos. 

"Estamos diante de uma fantástica descoberta! Trata-se de um povo bastante engenhoso e empreendedor, indivíduos que sabendo do potencial da região, decidiram realizar mudanças no ambiente com o intuito de se fixar permanentemente. Para isso construíram casas, ergueram defesas e extraíram recursos".

Algumas fotos das ruínas descobertas:



Dá o que pensar em termos de inspiração para criar um cenário envolvendo arqueologia e a descoberta de uma cidade ancestral em que homens do passado veneravam entidades ainda mais antigas.

Em geral esse tipo de estória é situado no Oriente Médio, no Egito ou quem sabe na América Central. Isso abre a porta para cxriar estórias no entorno do Mar Negro que convenhamos deve ser um luga bacana para uma aventura lovecraftiana. Imediatamente eu lembro do conto "The Black Stone" de Robert E. Howard, uma excelente narrativa misturando horror sobrenatural, artefatos e povos antigos com segredos negros.

Idéias é o que não faltam...

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