Os tomos esotéricos com conhecimento profano do Mythos, afirmam que existem coisas medonhas habitando os confins do espaço sideral. Uma das mais tenebrosas Raças Independentes que vivem entre as estrelas, sem dúvida são os Vampiros Espaciais.
Não se sabe qual o lar original dessas abominações extraterrestres, nenhum estudioso do Mythos é capaz de intuir de onde eles vieram, embora existam teorias não inteiramente corroboradas. Para Ludwig Prinn, que escreveu a respeito dessas terríveis criaturas no célebre "De Vermis Mysteriis", os Vampiros Espaciais teriam se originado em um outro plano de realidade, em algum universo paralelo e migrado para nosso plano de existência mediante alguma distorção espacial ou singularidade não inteiramente identificada. Prinn afirma ser possível que os Vampiros tenham sido invocados através de portais dimensionais que temporariamente ligam o nosso universo a outros. Os raríssimos Manuscritos Pnakoticos, uma coleção de escritos copiados pelos cronistas abduzidos da Grande Raça mencionam que os Vampiros Espaciais seriam uma espécie de praga cósmica que é atraída em busca de alimento, para planetas que suportam formas de vida . Os Yithianos, responsáveis por catalogar o conhecimento do universo em seus livros, chamam a atenção para o incrível perigo que essas criaturas representam. Segundo um trecho contido no Pnacótika, os Vampiros Espaciais foram responsáveis pela devastação de inúmeras esferas planetárias.
Eles também são conhecidos pelos Fungos de Yugoth. Os Mi-Go realizam uma cuidadosa vigilância contra essas criaturas e sempre que registram o aparecimento de uma agem imediatamente para eliminar sua presença uma vez que temem o surgimento desses invasores em seus domínios. Há indícios de que bases dos Mi-Go em planetas distantes já sofreram ataques por parte de hordas famintas de Vampiros Espaciais. Se isso for verdade, essas criaturas estariam em um patamar equivalente aos Pólipos Voadores no que diz respeito a agressividade e animosidade com outras raças do Mythos.
Vampiros Espaciais já foram avistados na Terra, espécimes solitários que foram atraídos pela perspectiva de se alimentar das formas de vida existentes. Felizmente estes ficaram pouco tempo em nosso planeta partindo logo depois de se saciar. É possível que nossa atmosfera não seja ideal para os Vampiros, o que explica porque nenhum espécime, até onde se sabe, jamais se fixou na Terra.
A grande maioria dos vampiros encontrados em nosso planeta, foram invocados através de magias envolvendo conceitos de hiper-matemática e metafísica. Alguns livros explicam os encantamentos e ensinam os rituais para invocação de tais entidades.
Ao longo dos séculos, feiticeiros usaram essas magias para trazer Vampiros Espaciais e tentar submetê-los ao seu controle. Nem todos foram bem sucedidos nesse intento e vários feiticeiros morreram durante suas tentativas obstinadas de controlar essas forças cósmicas. Por alguma razão, vários livros afirmam que os Vampiros Espaciais podem ser compelidos a realizar tarefas designadas por aqueles que os invocam. Essa afirmação é apenas meia verdade. Há casos de famosos magos que, de fato, conseguiram esse feito que exige força de vontade inquebrantável. O famoso ocultista Barão Hauptmann, líder do perigoso secto Irmandade da Besta e o arquiteto mor de uma conspiração global, gabava-se ter em seu poder um Vampiro Espacial que protegia o Observatório em seu Castelo na Transilvânia contra invasores. Ephraim Waite, um velho feiticeiro de Arkham também mantinha sob seu poder um pergaminho no qual havia anotado um encantamento que lhe permitia invocar um Vampiro Espacial sobre o qual ele exercia controle. Não se sabe ao certo se essa informação procede, mas conhecendo a carreira mística de alguém como Waite, a possibilidade existe.
Há ainda um rumor que aponta como tendo sido um Vampiro Espacial a criatura responsável pela morte do erudito árabe Abdul Al-Hazred, autor do Al-Azif, obra mais conhecida no ocidente como Necronomicon. Segundo um biógrafo persa, Al-Hazred teria sido feito em pedaços por um "demônio invisível em plena luz do dia num bazar de Damasco". É possível que Hazred tenha sido eliminado por um inimigo que invocou um Vampiro Espacial para cumprir a tarefa? Ou teria sido ele vítima de uma criatura que ele próprio tentou dominar, mas que rompeu seu controle? Há muitos mistérios sobre a vida de Al-Hazred e sua morte não poderia ser menos enigmática.
Vampiros Espaciais são normalmente invisíveis, ainda que um observador cuidadoso possa discernir uma leve distorção no ar quando eles se movem. Essas criaturas são compostas de uma substância estranha à nossa realidade que reflete o espectro luminoso, criando um mecanismo natural de camuflagem. A presença deles, no entanto, pode ser detectada por um som gutural, descrito em alguns casos como um tipo de ronco gorgolejante ou chiado asmático. Alguns preferem atribuir a esse som uma característica ainda mais humana, definindo o ruído peculiar como uma risada sinistra.
Eles são atraídos por animais de sangue quente e provavelmente possuem algum tipo de sensor térmico que os avisa da presença de presas com essas características. Os Vampiros Espaciais não possuem olhos, mesmo assim são plenamente capazes de se guiar e perceber o que está ao seu redor. Eles também possuem um olfato extremamente sensível, sendo capazes de farejar o odor cúprico do sangue à uma distância de pelo menos 500 metros. Na ausência de um sistema auditivo, eles podem discernir sons, através de vibrações no ar, detectadas por finas cerdas corporais. Embora seja impossível estabelecer uma conversa coerente com essas criaturas usando idiomas humanos, alguns estalos e soluços emitidos por Vampiros parecem compor um rudimentar sistema de comunicação que pode ser interpretado. Essas criaturas possuem uma inteligência equivalente a dos seres humanos, podendo aprender, interpretar e racionalizar problemas.
O termo "Vampiro" decorre da voraz forma de alimentação dessas criaturas. Eles são hematófagos, alimentando-se exclusivamente de sangue de criaturas vivas. Um Vampiro extrai proteínas e lipídios diretamente do plasma, incorporando ao seu organismo os nutrientes necessários para sua sobrevivência. O sangue adicional é depositado em glândulas semelhantes a bolsas, repletas de anti-coagulante que mantém seu conteúdo líquido para ser sorvido quando necessário. Esse mecanismo permite ao Vampiro estocar alimento para suas longas viagens espaciais, de modo semelhante ao que o urso polar faz ao consumir grande quantidade de gordura antes de hibernar.
Uma característica peculiar aos Vampiros Espaciais é que eles se tornam visíveis logo depois de se alimentar. Quando invisíveis, eles são consideravelmente menores, dilatando-se a medida que se alimentam. O sangue no interior de seus organismos circula por vasos capilares que se diletam conduzindo o material extraído, para o estômago pendular e bolsas coletoras. O processo, entretanto, se mantém por poucos instantes, o suficiente para que a forma do Vampiro possa ser vista em todo seu glorioso horror.
Um vampiro recém alimentado (e portanto visível) se assemelha a uma bolha pulsante avermelhada e inchada, de aspecto repulsivo, pingando sangue. Ele flutua delicadamente no ar como um balão de ar quente. Uma massa de tentáculos tubulares de coloração escarlate se move na superfície, cada qual dotado na sua extremidade de uma boca arredondada. Esse mecanismo bucal possui em seu interior cerdas ósseas, semelhantes a agulhas ocas que são usadas para furar e sugar o sangue mais facilmente. No momento que uma dessas bocas alcança a vítima, centenas de cerdas perfuram a pele profundamente e começam a sugar o sangue. Uma vez afixada, a boca tentacular administra uma saliva anti-coagulante para facilitar a extração e manter o fluxo constante. Logo em seguida, vários outros tentáculos se aproximam com o intuito de drenar a vítima. Em menos de 15 segundos, uma única boca é capaz de sugar 1 litro de sangue. Um Vampiro Espacial pode drenar totalmente um homem adulto em menos de um minuto se conseguir fixar bocas extratoras suficientes em sua vítima.
Alguns membros dessa raça possuem uma grande bocarra, repleta com os mesmos dentes finos e afiados, mas curiosamente nem todos os membros da espécie possuem essa característica. O que sugere a existência de mais de uma espécie com diferenças anatômicas marcantes entre si.
Para auxiliar o ataque e imobilização da presa, o Vampiro é dotado de um par de braços esguios a ponto de parecerem descarnados, com tendões a mostra, mas que são incrivelmente fortes. Cada um destes braços compridos possui uma mão com quatro dedos e garras recurvas. Ao agarrar uma presa com esses membros, o Vampiro tenta arrastá-la para a massa corporal a fim de morder. Em alguns casos os braços podem ser usados para segurar, afastar ou golpear os oponentes. Os dedos são hábeis o bastante para manipulação, permitindo ao vampiro executar tarefas como virar maçanetas, apanhar objetos e destrancar portas.
Os Vampiros Espaciais podem flutuar livremente em nossa atmosfera e se deslocar dessa forma como se estivessem levitando. O corpo dessas criaturas supostamente é preenchido por um gás neutro mais leve que o ar. O modo de ataque preferido dessa criatura é flutuar sobre a vítima, aproveitando sua invisibilidade e cair sobre ela mordendo logo de início. Em alguns casos o som de sua "risada macabra" pode alertar o alvo e permitir um instante de reação, antes do bote fatal.
Com os meios disponíveis em nosso planeta é extremamente difícil matar um Vampiro Espacial. O material alienígena de seu corpo é resistente a balas e reage como uma armadura de borracha vulcanizada diante da maioria das agressões. Explosivos surtem um efeito mais eficaz, mas mesmo granadas e dinamite, tem sua potência mitigada. Estes seres não precisam respirar, resistem bem ao frio do vácuo espacial e ao calor de raios solares.
Diante da ineficácia de tais armas, magia parece ser a melhor opção para lidar com tais criaturas. Alguns feiticeiros acreditam que a melhor maneira de submeter essas aberrações a seu serviço é demonstrando seu conhecimento de magias poderosas a ponto de causar dano ao Vampiro. Isso e um estoque regular de sangue pode garantir a devoção das criaturas, ao menos por algum tempo.
Esse trecho sobre o Barão Hauptman possuir um Vampiro Espacial que protege seu observatório eu usei em um dos cenários da campanha "Day of the Beast" com resultados nada menos do que mortais. Quatro dos investigadores morreram e apenas um saiu vivo do castelo na Transilvânia... sobretudo porque conseguiu colocar as mãos em uma metralhadora russa de manivela. Momento épico narrar uma cena envolvendo rajadas de metralhadora despedaçando um Space Vampire.
ResponderExcluirÓtimo artigo, parasitas espaciais super poderosos são sempre bons para uma boa história. Halo tem um inimigo parecido, os Floods!
ResponderExcluirValeu!
king, quando vamos saber mais sobre os Pólipos Voadores ?
ResponderExcluirSugestão anotada! Uma Anatomia dos Pólipos Voadores seria uma boa.
ExcluirPor favor mostre mais fatos e curiosidades sobre o pólipos voadores pós não seu quase nada sobre eles
ResponderExcluirArtigo bastante interessante para camapanha de cthulhu.
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