Yurei é um tipo de fantasma ou assombração tipicamente oriental, presente mais frequentemente no folclore japonês.
Normalmente o Yurei é do sexo feminino, embora existam fantasmas dessa natureza que sejam do sexo masculino. A aparência de muitos é andrógena, tornando-se difícil discernir características de gênero. Tradicionalmente eles vestem roupas brancas esvoaçantes, quimonos, mantos ou capas longas que chegam a arrastar no chão e tem, em contraste, cabelos muito escuros, lisos e compridos que tampam o rosto ocultando suas feições. Por vezes, o rosto permanece transfigurado em uma expressão de dor, medo ou desespero da qual o yurei não consegue se dissociar. A face é como se fosse uma máscara de cera, transfixada numa expressão pétrea de horror e quando vista pela primeira vez causa choque e repulsa.
A pele deles é muito branca, não apenas pálida, incrivelmente alva, como neve. Os olhos, a língua, lábios e unhas assumem uma coloração arroxeada, podendo se tornar mais escura até negras. Alguns possuem marcas pelo corpo, que evidenciam as causas de sua morte. Um yurei surgido a partir de um enforcamento terá manchas de ligadura ao redor do pescoço e sua cabeça irá pender em um ângulo incomum. Um ferimento de bala irá surgir como uma mancha escura que escorre eternamente uma substância vaporosa. Enquanto um afogado irá expelir água em profusão pela boca e narinas.
Os yurei são espíritos presos a algum lugar ou objeto. Eles não conseguem se afastar ou esquecer de suas paixões quando vivos e permanecem ligados a elas através de sua existência amaldiçoada. Às vezes, eles estão em algum tipo de missão de vingança e não conseguem descansar enquanto esta não for cumprida. Esses espíritos vingativos, são conhecidos como Onyro e são considerados os mais perigosos, por serem implacáveis e incansáveis no seu intento.
Segundo o folclore japonês, o Yurei surge a partir de uma morte violenta carregada de poderosas emoções, em especial assassinatos e suicídios. Se um reikon (o equivalente japonês da alma ou espírito) se torna obcecado pelo ódio, sofrimento ou ciúme, ele pode cruzar de volta o portal que divide o mundo material do espiritual, tornando-se um yurei. Mulheres são mais frequentemente descritas como yurei porque a sociedade oriental as consideram bem mais emotivas do que os homens e portanto mais propensas a experimentar emoções profundas.
Diferentemente dos fantasmas ocidentais que parecem ter limites quanto a interagir com o mundo material, os Yurei não tem problemas quanto a atuar no mundo dos vivos. Eles conseguem falar livremente, manipular objetos físicos e incidir sobre uma determinada área como se fossem uma entidade corpórea. Fantasmas ocidentais também são passíveis de exorcismo, enquanto os yurei não são repelidos ou banidos por nenhum tipo de ritual religioso. A despeito de poder estabelecer uma comunicação inteligível com os vivos, os Yurei raramente o fazem. Suas intensões também ficam claras desde o início: se o intento de um yurei é obter vingança de seu algoz, ele não irá assustá-lo ou assombrá-lo, ao invés disso o matará na primeira oportunidade. Quando furiosos - sua condição habitual, os yurei se tornam especialmente perigosos atacando qualquer pessoa que esteja em seu caminho, não apenas aqueles de quem eles desejam se vingar. Eles podem agir como assassinos indiscriminados.
Uma característica comum aos yurei diz respeito ao seus longos cabelos. A aparição dessas criaturas é antecipada por uma enorme quantidade de cabelo surgindo do nada, seja em ralos de pia, no chão ou na boca de suas vítimas. Os yurei parecem ter uma relação com seu cabelo, como se ele fosse uma aspecto físico de seu ser. O espírito é capaz de estender o cabelo a qualquer comprimento, fazendo-o crescer ou encolher como bem entender. O cabelo sempre parece molhado ou úmido e muitas vezes se move sozinho como se fosse algo vivo.
Como fantasmas, Yurei são entidades sobrenaturais que ignoram as convenções do mundo natural. Eles são capazes de andar no teto ou nas paredes, desafiando a gravidade, podem se mover com grande rapidez transformando-se num borrão a medida que cruzam distâncias em um piscar de olhos. Eles são capazes de desaparecer nas sombras e surgir em outro canto de uma sala. O movimento dos yurei é desconjuntado e vacilante, suas pernas e braços se movem em ângulos estranhos e não é incomum vê-los andando de quatro, engatinhando ou se arrastando sofregamente. Uma vez que eles não fazem parte do plano material, seu estado geral é de semi-materialidade. Raiva, ódio, medo e outros sentimentos concedem a ele atributos materiais, isso significa dizer que o yurei precisa estar sentindo uma forte emoção para conseguir ferir um alvo. Em contrapartida, eles se tornam incorpóreos para serem tocados quando estão enraivecidos.
A aparência física dos yurei também é passível de mudanças drásticas. O folclore nipônico ressalta que esses espíritos podem assumir a aparência que tinham em vida por alguns instantes (o suficiente para enganar ou ludibriar uma pessoa). Eles também podem assumir uma aparência cadavérica repulsiva ou fazer suas feições derreterem como se fossem feitas de cera derretida. Eles tem plena consciência que essas demonstrações causam reações emocionais nos vivos e tendem a usá-las para desestabilizar.
Não é possível racionalizar com um yurei e é justamente isso que o torna especialmente perigoso. Eles não desistem, não aceitam e não se curvam, mesmo que se prove que seu intento é errado ou enganoso. Por exemplo, mesmo que uma pessoa prove a um yurei que não tinha intensão de provocar sua morte e que tudo decorreu de um acidente, a assombração não irá aceitar essa constatação. A carga emocional que os transforma em mortos-vivos, faz com que eles ganhem uma certeza imutável. Yurei não são capazes de mudar esse status.
As emoções cruas que permitem sua existência, ardem para sempre. Mesmo após obter sua vingança, as emoções prosseguem em constante ponto de ebulição. Nada pode aplacar essas emoções, não há descanso ou limite.
Yurei de Oakigahara
Os yurei surgidos na Floresta de Oakigahara são amaldiçoados pela entidade que habita aquele lugar maldito.
Eles ainda estão vivos, embora não saibam e não se importem mais com isso. No último momento antes de cometer suicídio, suas memórias são inteiramente consumidas pela entidade. A assimilação mental da entidade é tão particular e profunda que a própria identidade humana é cooptada pela experiência, resultando em uma casca vazia incapaz de se recuperar dessa indescritível violação psíquica.
Esses Yurei não são fantasmas, mas sua condição existencial não pode ser definida como viva. Eles são almas perdidas que existem apenas para servir a Entidade de Oakigahara e mais nada. Destituídas de tudo que os tornava humanos, eles são escravos cujo único propósito é aguardar as emanações psíquicas de seu mestre indicando como agir.
A Entidade de Oakigahara é capaz de ocupar seus corpos, da mesma maneira que faz quando lança sua consciência dentro de uma árvore. Geralmente ela o faz a fim de falar ou se expressar de uma maneira mais particular e direta com algum interlocutor. Nesse estado ela é capaz de saltar de um de seus escravos para outro, mas só pode ocupar um único yurei por vez.
Eles se alimentam exclusivamente da energia do Deus de Oakigahara, sorvendo sua seiva das raízes que brotam do solo negro. Essa estranha dieta faz comq ue eles fiquem diferentes fisicamente. Sua pele se torna muito clara, quase albina. Seus olhos e lábios tem uma coloração cinza arroxeada. Eles não vestem roupas e seus corpos nus parecem cobertos de terra e matéria vegetal oriunda de seus covis sob a terra ou no meio das raízes das árvores.
Eles permanecem parados a maior parte do tempo, mas quando se movem o fazem de forma desconjuntada como os clássicos zumbis de filmes. Apesar dessa movimentação espasmódica, são capazes de escalar, saltar e utilizar o topo das árvores para se movimentar pulando de uma para outra. Eles também podem correr de quatro, sendo extremamente rápidos quando optam por esse tipo de movimentação. Totalmente silenciosos, eles não são capazes de falar, exceto se forem possuídos pela entidade florestal.
Os yurei servem ao Deus de Oakigahara e não tem outra razão de existência. Se comandado a matar ou empreender perseguição, eles o fazem sem trégua. Não irão reconhecer ninguém que tenham conhecido anteriormente e não demonstrarão o menor sinal de empatia ou vínculo afetivo. Se comandado a matar ou torturar alguém com quem mantinha uma relação, o farão sem pestanejar. Para todos os efeitos eles não possuem sentimentos.
Mesmo que sejam feridos ou feitos em pedaços, os yurei continuarão tentando cumprir suas ordens não importando os reveses encontrados. Impassíveis diante da dor ou qualquer questionamento, eles são serviçais absolutamente fiéis.
ESTATÍSTICAS PARA CHAMADO DE CTHULHU
Força (STR) 3d6
Constituição (CON) 3d6 x2
Tamanho (SIZ) 3d6
Inteligência (INT) 1d3
Poder (POW) 1d3
Destreza (DEX) 3d6
Bônus de Dano: +0
Ataques: Agarrar e despedaçar 40%, dano 1d3 +db
Habilidades: Saltar 55%, Rastrear 45%
Proteção: Nenhuma
Magias: Se possuído pelo Horror de Oakigahara todas as magias que o guardião achar adequadas.
Sanidade: Nenhum ponto, mas em estágios avançados a visão de um Yurei pode custar 1/1d4 pontos de sanidade, mais se o indivíduo foi conhecido em vida.
ESTATÍSTICAS PARA RASTRO DE CTHULHU
Habilidades: Armas Brancas 4, Briga 6, Vitalidade 8
Limiar de Acerto: 3
Modificador de Alerta: +2
Modificador de Furtividade: +4 (mistura-se a floresta)
Modificador de Alerta: +2
Modificador de Furtividade: +4 (mistura-se a floresta)
Ataques: +0 (agarrar e despedaçar)
Armadura: Nenhuma, mas imune a dor ou intimidação de qualquer natureza.
Perda de Estabilidade: +0 (+1 caso a pessoa conheça o yurei em vida)
pessoalmente eu detesto filmes de terror asiáticosa, eles tem um jeito muito peculiar de tratar o tema. (tem um filme dos Irmãos Pang, que as pessoas se defendem dos fantasmas SOLTANDO PEIDOS)
ResponderExcluirmas ao mesmo tempo, gosto muito do folclore japonês, tem criaturas realmente bizarras. toda a ambientação para Oakigahara ficou muito boa, deu vontade de colocar (pra sofrerem) lá
Ninguém liga pra sua opinião.
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