sábado, 19 de julho de 2014

Céus estranhos no Egito - Um papiro descreve algo extraordinário sobre o Vale dos Reis


O célebre arqueólogo italiano, Professor Alberto Tulli, Diretor do Departamento de Egiptologia do Museu do Vaticano havia falecido há quatro semanas e desde então seu escritório havia permanecido lacrado.

Quando seu sucessor, Frederico Neri, foi empossado, recebeu a missão de limpar o aposento que pertencera a Tulli e catalogar os documentos que estavam em seu poder. O trabalho não seria pequeno, Neri tinha diante de si toneladas de papéis acumulados ao longo de décadas, documentos, livros e catálogos equilibrados em pilhas em cada canto e prateleira do escritório.

A tarefa realmente era hercúlea, e para conseguir um pouco de organização, ele confiou em alguns alunos em graduação que se voluntariaram para o trabalho. Se soubessem o tamanho do desafio, muitos teriam pensado duas vezes. Mas lentamente, eles conseguiram colocar um pouco de ordem no caos, a única condição expressa de Neri para o esforço de arrumação é que, se os graduandos tivessem alguma dúvida, perguntassem a ele onde o item em questão deveria ser colocado.

No final de um dia extenuante de trabalho, no qual os voluntários estavam organizando um armário, um deles encontrou algo inesperado que não soube categorizar. Era sem dúvida um papiro coberto de hieróglifos em estado decrépito, tão ruim que ele ficou em dúvida se algo ali podia ser compreendido. O frágil documento havia sido colocado entre duas lâminas de vidro transparente e montado cuidadosamente a fim de preservá-lo. No material amarrotado de cor amarela desbotada, manchada com o que parecia ser uma ferrugem, ainda era possível discernir símbolos em tom mais escuro. O graduando levou até Neri que depois de estudar o papiro com um pouco mais de cuidado simplesmente abanou a cabeça e reconheceu: "Eu não sei o que é isso, mas vou descobrir".

Meses se passaram e só depois que vários especialistas se debruçaram sobre o estranho papiro, algo surpreendente começou a tomar forma. Um detalhado relato de algo que hoje, chamaríamos de contato com objetos voadores não identificados.

O papiro foi escrito durante a regência de Tutmes III (ou Thothmosis III), um dos maiores faraós do Egito, que governou o Nilo entre 1494 e 1482 a.C, sendo o sexto governante divino da XVIII Dinastia. Famoso por suas construções magníficas e pelas suas vitoriosas campanhas militares, ele foi apelidado de "Napoleão do Egito". A descoberta do papiro, escrito por um cronista não identificado à serviço do Faraó, já seria celebrada como um grande achado, mas o teor do documento tornava ele ainda mais incomum.

Segundo o conteúdo devidamente traduzido, algo inexplicável sobrevoou os céus do Antigo Egito e foi visto por inúmeras pessoas, inclusive o próprio Faraó.

O avistamento se iniciou com a aparição de um objeto na forma de um globo luminoso que flutuava há muitos metros de altura, fazendo evoluções sobre o Vale dos Reis. A forma evoluía em diferentes velocidades, fazendo círculos, planando em linha reta e emitindo luzes em diferentes cores e padrões.

O texto é bastante claro:

"No terceiro mês do inverno, durante o vigésimo segundo ano do governo de Tutmés III, às seis horas do dia, o arquivista da Casa da Vida, foi chamado para atestar a presença de um objeto luminoso no céu... o objeto em forma de globo não possuía cabeça e se movia velozmente. O arquivista observou que não se tratava de nenhuma ave conhecida. Seu tamanho era de um cetro (medida usada no Egito à época) e com pelo menos quatro cetros de comprimento (algo em torno de cinco metros). Seu movimento era irregular, alternando evoluções de um lado para o outro, de cima para baixo sem produzir nenhum ruído a medida que se deslocava. Muitas pessoas observaram a aparição e apontaram para os céus confusas e aterrorizadas pois a forma parecia luzir como se fosse um espelho posto ao sol. Outros se deitaram no chão para observar melhor a estranha luz que permaneceu visível por várias horas, mesmo depois que o sol havia se posto. O Faraó foi avisado do ocorrido e ordenou que seus sábios observassem o objeto e determinassem sua natureza".  

O avistamento parece ter causado uma comoção, suficiente para despertar o interesse de vários habitantes locais que se puseram a observar aquele curioso fenômeno incapazes de determinar do que se tratava. Até mesmo o todo poderoso Faraó ficou intrigado pelo ocorrido e mandou que alguém descobrisse o que era e se maus augúrios despencariam sobre sua cabeça. Estariam os deuses insatisfeitos?

Dois dias depois, algo ainda mais desconcertante ocorreu de acordo com o papiro.

O globo de luz retornou aos céus, mas dessa vez acompanhado de outros tantos, que imitavam seus movimentos em um padrão harmônico. Eles também brilhavam com uma intensidade multiplicada, refletindo a luz do sol e quando este se pôs, ele começou a luzir ainda mais forte como uma chama inextinguível. "Após a ceia, os círculos de fogo ascenderam no firmamento, movendo-se na direção ao sul onde desapareceram".


É então que a coisa fica ainda mais estranha:

Uma quantidade assombrosa de peixes e aves começaram a cair do céu em uma torrente inesgotável que cobriu as ruas, os monumentos e os telhados das casas. Ao longo da história, há vários relatos de coisas estranhas caindo do céu, desde animais, insetos, sapos e peixes, passando por pedaços de carne, frutas, plantas, chegando a itens ainda mais curiosos como sangue, pedras e ossos. Na Idade Média, esse tipo de fenômeno era até certo ponto frequente, e alguns estudiosos se concentravam na observação dos céus tentando antecipar o que mais as nuvens poderiam trazer além de chuva. Um dos pontos centrais da busca do "caçador do desconhecido", Charles Fort era catalogar "chuvas estranhas".

Contudo, o relato contido no papiro é um dos mais antigos mencionando esse tipo de incidente.

O texto descreve o que aconteceu em detalhes:

"Peixes, animais alados e uma infinidade de pássaros caíram dos céus. Uma maravilha jamais vista antes, desde a fundação dessa terra pelos nossos antepassados! Era como um presente dos céus, uma dádiva divina a todos sem exceção, pois alimentaria os famintos por dias. As pessoas até então preocupadas, saíram de suas casas e se puseram a recolher as dádivas, agradecendo por aquela fartura repentina. E o Faraó ordenou que incenso fosse aceso em todos os templos como forma de agradecer aquele ato… E tudo o que aconteceu, o Faraó ordenou que fosse escrito nos anais da Casa da Vida… para que fosse lembrado para sempre."

Não há motivos para acreditar ser o papiro uma farsa, os arqueólogos que realizaram a tradução foram unânimes em afirmar que se tratava de um documento legítimo. Além disso, haviam outros documentos oficiais próximos a esse o que evidencia que ele fazia parte de uma documentação oficial da Casa da Vida.

Muitas perguntas nesse caso jamais terão resposta: O que teria sobrevoado o Egito naquele dia? O que os assustados habitantes teriam presenciado e o que significava aquela demonstração de gratidão com alimento celeste?

Mas outras perguntas também carecem de resposta, por exemplo, porque não havia nenhum registro de onde e quando o papiro foi encontrado? E porque também não há qualquer menção nos registros do Professor Tulli sobre as razões para o papiro estar em seu escritório. Por que motivo ele não mencionaria a sua existência já que este representava um notável achado.

O papiro descrevendo um incidente apelidado de "UFO do Vale dos Reis" permanece em poder do Museu do Vaticano.

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Vou ser sincero. Essa notícia surgiu faz algumas semanas e não sei dizer ao certo até que ponto ela é confiável. O mais provável é que ela não passa de um HOAX. Mas sejamos sinceros, esse Blog não é tem um comprometimento estrito com a verdade ou com fatos, mas sim com coisas estranhas e essa notícia, não importa com que extensão de legitimidade, é estranha o suficiente para fazer nossa criatividade voar.

Eu adoro pensar em explicações absurdas para o fenômeno OVNI e relacionar supostos avistamentos de naves alienígenas com coisas muito mais tenebrosas. Como sugere o Delta Green, aparições de discos voadores podem ser "apenas" invocações dos titânicos globos que compõem Yog-Sothoth.

Some a isso, o fato da notícia envolver o Vaticano e Egito para que ela se transforme quase que imediatamente em um roteiro pronto para uma investigação envolvendo conspirações milenares que tentam ocultar a verdade e transformar a "real natureza" do incidente algo inócuo.

Eu adoro também a noção de que o "show" de luzes e evoluções dos supostos globos terminou com uma chuva de alimentos, quase como um agradecimento ou pedido de desculpas aos espectadores aterrorizados. Estaria Nyarlathotep de bom humor nesse dia? Será que ele queria meramente agradar aos humanos ou de alguma forma ganhar seu favor? Quem pode imaginar as motivações de uma entidade tão poderosa e antiga que se diverte com a humanidade?

De qualquer maneira, parece uma oportunidade de ouro para usar esse meme:


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