Os fantásticos aparelhos empregados pelos Insetos de Shaggai provém de uma perfeita integração de tecnologia e magia. Muitas dessas ferramentas são alimentadas, e de certa forma, funcionam através de Azathoth. Os estranhos aparelhos carecem de energia mística para serem ativados, energia essa que é canalizada por intermédio de rituais ou de cânticos em idiomas antigos.
Para evitar a monumental aparição de Azathoth, os Sham costumam invocar um aspecto menos agressivo do deus, o avatar conhecido como Xada-Hygla. O avatar fornece a energia necessária para carregar todos os aparelhos dos Sham e se beneficia com a oferenda de sacrifícios e louvores. Ao contrário de Azathoth, a energia nuclear gerada pela aparição do avatar é menos nociva e pode ser captada pelas baterias desses dispositivos.
Para ativar a maioria dos seus equipamentos, os Sham precisam utilizar uma fração de sua energia psíquica para remover travas de segurança, do contrário os dispositivos simplesmente não funcionam. Essa é uma espécie de medida de segurança utilizada pelos paranoicos Sham para que seus aparelhos não caiam em mãos erradas e não possam ser utilizados contra eles. Existe a possibilidade de que muitos objetos ancestrais, considerados como tecnologia dos antigos, sejam na verdade ferramentas dos Sham encontradas por humanos que não são capazes de fazê-los funcionar ou mesmo de compreender sua natureza.
Quando um dispositivo com tecnologia está exaurido de energia, ele simplesmente deixa de funcionar. O Sham pode alimentar as baterias místicas através de sacrifícios, coletando energia por aparelhos portáteis. Os Sham não se importam de sacrificar a energia vital de seus escravos e de outras criaturas conforme a sua necessidade. De fato, a obscura raça dos Xiclotl por muito tempo foi usada como fonte de energia para alimentar as máquinas instaladas em Shaggai. A escassez de escravos Xiclotl, fez com que os Sham deixassem de usar seus escravos dessa maneira, os substituindo por humanos, que constituem um rebanho mais numeroso em seu planeta natal.
A forma e o material dos aparelhos criados pelos Sham pode variar enormemente. Em geral, os dispositivos são compactos, visto que precisam ser manipulados pelos pequenos membros dos Insetos, seres originalmente de tamanho diminuto. Eles podem ter vários aspectos, mas os Sham preferem formas geométricas que combinam com seus gostos estéticos. Metal é comumente a matéria prima desses itens, contudo eles também se valem de plástico moldado e de um material sintético derivado da borracha. Os Sham não são afeitos a biotecnologia, como ocorre com os Seres Ancestrais e os Mi-Go.
O notório Chicote Nevrálgico é a arma mais conhecida dos Insetos de Shaggai, usado extensivamente como ferramenta de autodefesa, para disciplinar seus escravos ou simplesmente para infligir dor e sofrimento nas suas vítimas. É muito raro encontrar um Sham sem um desses dispositivos pendendo entre seus tentáculos.
O dispositivo parece um pequeno bastão de borracha com uma ponteira cônica de metal avermelhado, ele não possui botões ou componentes visíveis capazes de indicar qual a sua função. O objeto é leve pesando 350 gramas e claramente não foi projetado ara a anatomia humana.
Quando acionado psiquicamente, uma concentração de energia se forma na extremidade do bastão. Essa energia pode ser percebida como um reluzir crepitante, semelhante a distorção do calor, quando apontada em uma direção, a energia é projetada violentamente como um chicote a uma distância de até 10 metros. Um alvo atingido sente uma dor intensa e nada pode fazer além de se contorcer no chão até que a arma seja desligada. O feixe energético parece atuar diretamente sobre o sistema nervoso da vítima, estimulando seus centros nevrálgicos. O uso prolongado do Chicote pode levar a vítima a desmaiar ou sofrer um ataque cardíaco.
Peças dessa tecnologia foram encontradas no Vale de Severn, na Inglaterra. As peças foram estudadas e desmontadas, mas até onde se sabe sua função jamais foi descoberta, menos ainda duplicada. Nas mãos de um ser humano, o dispositivo não tem qualquer função prática, contudo se uma pessoa estiver sendo controlada por um inseto, este é capaz de ativar o dispositivo psiquicamente.
Pirâmide de Transporte Individual
O ápice da tecnologia dos Insetos de Shaggai, sem dúvida, são as suas notáveis Pirâmides Espaciais. Esses colossais dispositivos de transporte, permitem que os Sham se teleportem a distâncias inimagináveis, utilizando para isso a energia gerada por Reatores Nucleares, alimentados por Xada-Hygla. Foi através do uso dessas máquinas que os Insetos se lançaram no espaço e conseguiram chegar a outras esferas planetárias.
Após ficarem presos na Terra, os Insetos não foram capazes de construir novas pirâmides de teleporte. Supostamente elementos presentes na nossa atmosfera previnem qualquer tentativa de utilizar essas formidáveis máquinas para viagens espaciais.
Por muito tempo os Sham tentaram resolver o problema técnico de suas pirâmides, mas sem obter sucesso. O mais próximo que eles conseguiram chegar, permitiu o desenvolvimento de protótipos menores capazes de realizar o transporte de um indivíduo por vez.
Esse dispositivo se assemelha a uma pirâmide com estrutura de metal, vidro e borracha, recoberta de glifos e símbolos em suas arestas. A pirâmide mede cerca de um metro e meio de altura e brilha com uma luminosidade tênue quando no escuro. Um de seus lados se abre como uma porta quando um inseto emite uma ordem psíquica, permitindo que ele suba à bordo.
Uma vez acionando os comandos, o que requer alguns momentos de cálculo, o inseto é capaz de realizar o teleporte. A máquina então desaparece em meio a uma sequência de raios e estouros luminosos, aparecendo em outras coordenadas predeterminadas. O deslocamento é instantâneo e consome inteiramente as reservas de energia da máquina.
O conceito de distância não parece ser um problema para a pirâmide que é capaz de levar seu passageiro para onde bem ele entender, respeitando apenas os limites planetários. As pirâmides são teleportadores individuais não podendo carregar mais de um passageiro. Testes nesse sentido resultaram numa fusão dos passageiros a nível molecular. Humanos não podem viajar dessa maneira, nem mesmo quando habitados por Insetos. A máquina possui uma configuração particular a fisiologia dos Sham e não pode ser usada por outras formas de vida, uma tentativa resultaria em uma falha crítica, na destruição da máquina e do que quer que estivesse em seu interior.
Dois desses aparelhos foram recolhidos em 1979, em um prédio abandonado em Wisconsin. Eles foram adquiridos por uma indústria de alta tecnologia e foram desmontados por pesquisadores e cientistas que tentaram compreender seu funcionamento.
Há boatos que um cientista norte-americano conseguiu duplicar os princípios da pirâmide de teleporte em meados da década de 1980. O resultado foram cabines de dispersão capazes de efetuar o teleporte a uma distância limitada. O projeto foi suspenso após um infeliz incidente envolvendo a combinação e rearranjo da matriz genética do cientista e de uma forma de vida que inadvertidamente invadiu a cabine.
Em 1992, o projeto batizado Brundle-Fly foi encampado pelo governo americano. Testes foram realizados, mas até o momento os protótipos não conseguiram sucesso no teleporte. Contudo, experiências no campo da fusão molecular tem se mostrado plenamente satisfatórios.
Torturador Remoto
A devoção que os Insetos de Shaggai reservam a prática da tortura é lendária. Essas criaturas desenvolveram métodos de infligir sofrimento físico e emocional, elevando a simples tortura a um patamar quase artístico. A maior contribuição de sua tecnologia voltada para a dor é o Torturador Remoto, um dispositivo absolutamente abominável.
O Torturador Remoto se assemelha a um bloco de metal polido de coloração azulada. Ele é leve, pesando apenas meio quilo e não demora a ser instalado. Não há botões ou componentes aparentes, mas quando o Sham o aciona com um comando psíquico o objeto passa a emanar uma leve vibração e emitir um brilho azulado.
O Torturador é colocado sob a cabeça da vítima, que é acomodada em uma maca ou cama onde seus movimentos devem ser restringidos por cordas ou correntes. Uma vez ligado o aparelho começa a emitir um pulso de energia semelhante ao do Chicote Nevrálgico, mas potencializado pelos componentes específicos do dispositivo. Essa energia age diretamente sobre as terminações nervosas do corpo estimulando os centros de dor, potencializando-os até seus limites. Os insetos parecem sentir um prazer inenarrável assistindo sessões de tortura desse tipo.
A agonia imposta pelo Torturador é tão intensa que poucos minutos na máquina podem destruir a mente da vítima permanentemente. Os insetos tendem a modular a frequência do dispositivo para fazer as sessões se prolongarem indefinidamente. Sob a supervisão de um inseto habilidoso, a máquina pode funcionar por dias à fio. A despeito de ser uma máquina aterrorizante, os Sham não a utilizam como uma ferramenta de coerção, e sim como um dispositivo de satisfação pessoal. Em Shaggai é possível que cada comunidade tivesse um desses aparelhos utilizados como método recreativo. Alguns poucos modelos dessa máquina bizarra sobreviveram à queda dos insetos na Terra e estes são guardados como valiosas relíquias que remetem ao tempo em que os insetos dominavam seu planeta natal.
Em termos de jogo, cada hora na máquina em modulação baixa ocasiona a perda de 1 ponto de sanidade (sem rolamento). A modulação mais severa ocasiona 3 pontos de sanidade por hora de exposição. A máquina não causa dano físico real, o sofrimento é motivado por descargas psíquicas diretamente na mente.
Uma única dessas máquinas foi encontrada em São Petersburgo em 1912. O aparelho foi desmontado e analisado por técnicos que tentaram compreender seu funcionamento sem grandes resultados. A máquina foi redescoberta em 1939 por cientistas soviéticos que levaram quase duas décadas para ativar seus efeitos (para isso empregaram candidatos dotados de capacidades psíquicas). A máquina, levada para Moscou foi apelidada de "Mecanismo da Dor" e usada como tratamento para remover a dor e criar uma nova geração de super-soldados imunes ao sofrimento físico. O projeto foi descontinuado em 1991, em face dos resultados pobres, mas rumores dão conta de que ele ainda não foi inteiramente encerrado.
O uso frequente desse equipamento pode causar uma pane nos neurotransmissores, gerando melancolia, depressão, apatia e deslocamento emocional. Também há casos de indivíduos desenvolvendo psicopatia e comportamento limítrofe. Os resultados em cobaias se mostraram até o momento insatisfatórios e a maioria dos espécimes expostos ao tratamento não sobreviveu.
Embaralhador Psíquico
O Embaralhador Psíquico é uma arma secundária utilizada pelos Sham para proteção pessoal ou para afetar inimigos. O objeto se assemelha a um bastão de borracha de coloração castanha, leve e compacto, pesando apenas 300 gramas. A haste do aparelho possui curiosos símbolos triangulares e um disco de metal numa das extremidades.
A arma é ativada por um comando mental e imediatamente libera um pulso de energia psíquica em uma esfera de 10 metros. Após sua ativação, o Embaralhador não pode ser usado novamente até ser recarregado. O pulso é invisível, ainda que ele possa ser percebido como uma leve distorção no ar. Criaturas conscientes na área do pulso são afetadas de imediato. A onda psíquica atua sobre o sistema nervoso humano e pode causar severo dano mental. Vítimas do pulso são arrebatadas e levadas a inconsciência, sendo que algumas sofrem uma incontrolável crise epilética antes do desmaio. Efeitos de longo prazo (em 40% dos casos) e permanentes (15% das vítimas) podem incluir déficit neuro-cognitivo, ilusões, dificuldade de comunicação, paralisia nos membros e incapacidade mental. Alterações comportamentais e de personalidade também são um efeito possível. A exposição repetida a esse pulso pode resultar em coma e estado vegetativo.
[Em termos de jogo, as pessoas na área do pulso devem fazer um teste na Tabela de Resistência, onde o Pulso (tratado como força ativa) tem fator 15. O atributo passivo é a INTeligência dos indivíduos afetados. Aqueles que falham no teste caem inconscientes por 1d6+6 horas, podendo sofrer dos efeitos prolongados ou permanentes. Aqueles bem sucedidos no teste, resistem ao ataque, mas são atordoadas por uma rodada, tendo suas habilidades divididas].
Os Insetos de Shaggai desenvolveram esse equipamento para lidar com os Habitantes de L'Gyryx, uma raça de seres metálicos conscientes que no passado foram escravizados. Posteriormente ele foi adaptado para ser usado contra outras raças com que os insetos tinham interação. Os Sham que aterrissaram na Terra trouxeram alguns desses aparelhos, mas eles são mais raros do que o Chicote Nevrálgico. O embaralhador psíquico não afeta os Insetos de Shaggai, contudo, se um humano dominado por uma dessas criaturas for colhido pelo pulso, o parasita será violentamente expelido. Acredita-se que Matthew Hopkins, o renomado Caçador de Bruxas utilizou um desses aparelhos para erradicar Insetos instalados na mente de habitantes do Vale de Severn. Não se sabe como ele teria conseguido ativar o Embaralhador Psíquico.
Um desses perigosos aparelhos foi encontrado na África do Sul em 1964 e analisado pelo governo que tentou duplicar seus efeitos. Em 1972, um protótipo teria sido utilizado contra uma multidão de manifestantes negros na cidade de Pretória. O pulso gerado teria causado mais de uma centena de mortes e deixado inúmeros feridos. O projeto teria sido encerrado no final da década de 1970, mas há suspeita de que ele tenha sido partilhado com outras nações.
Sifonador de Energia Vital
O Sifonador de Energia Vital é uma ferramenta essencial para os Insetos de Shaggai. Ele permite que energia vital (pontos de magia) sejam drenados por um aparato que mescla tecnologia e magia.
Fisicamente, o Sifonador se assemelha a uma haste de metal com uma espécie de aparato arredondado numa das extremidades. Para funcionar, ele deve ser instalado no chão, com a haste enterrada no solo. Uma vez ativado por um comando psíquico, o sifonador começa a drenar energia de seres conscientes em um raio de 500 metros. O acionamento dele pode ser percebido através de uma leve vibração e de um persistente ruído de estática.
As pessoas afetadas são lentamente drenadas de sua energia mística, sobretudo se elas estiverem dormindo, circunstância em que o Sifonador encontra suas condição ideal. A curta exposição aos efeitos do Sifonador não são particularmente danosas, mas uma exposição mais prolongada pode ocasionar vertigem, náusea, hemorragia nasal e nos ouvidos e desmaios. O aparelho pode funcionar por um período de ininterrupto de 8 horas, captando energia psíquica em seu bojo. Essa energia pode ser então utilizada para suprir outros dispositivos e itens de tecnologia desenvolvidos pelos Insetos de Shaggai.
[Em termos de jogo, o Sifonador drena 1 ponto de magia por hora, se a vítima estiver dormindo ele drena 2 pontos no mesmo período. Uma pessoa que perde metade de seus pontos de magia dessa forma tem a sensação de que algo estranho está acontecendo e se sente incomodada, irritadiça e mentalmente esgotada. Personagens drenados de todos os seus pontos desmaiam e só se recuperam depois de restaurar metade de seus pontos (que retornam na margem de 1 por hora). Um Sifonador pode estocar até 100 pontos de magia].
Este dispositivo parece ter sido criado pelos Insetos de Shaggai que ficaram presos na Terra. Provavelmente a escassez de outras formas de energia obrigou os Insetos a desenvolver esse método de canalizar energia para seus aparelhos usando os seres humanos como baterias vivas. Esses aparelhos podem ser encontrados em templos e redutos utilizados pelos Insetos.
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