joelhos e agradeceria a Deus por ele não ser seu".
Conde de Strathmore,
Lorde de Glamis
Lorde de Glamis
O terrível Segredo do Castelo de Glamis (pronuncia-se "Glarms") foi um dia um dos assuntos mais comentados nas cortes da Europa no século XIX ao início do Século XX. Entre 1840 e 1910, o Castelo, localizado, nas Terras Baixas da Escócia, foi o centro do "mistério dos mistérios", um enigma que envolvia entre outras coisas câmaras ocultas, passagens secretas, adoração diabólica, escândalos profanos e figuras sombrias espreitando atrás das muralhas do castelo.
O tal mistério envolveu gerações de nobres até que, em meados de 1910, o segredo em si se perdeu. Uma das versões da história afirmava que o segredo era tão tenebroso que um dos herdeiros do Conde ao tomar conhecimento dele, trancou-se em um dos aposentos no alto de uma torre, cogitando se lançar lá de cima. Ao invés disso ele partiu jurando que nunca mais colocaria seus pés em Glamis, promessa solenemente cumprida. Ainda assim, o Mistério de Glamis permanece. Ele seria protegido por um grupo ligado a nobreza britânica (contando com pessoas da própria família real) e por indivíduos fiéis a um juramento.
Mas até que ponto a lenda substituiu a verdade?
Mas até que ponto a lenda substituiu a verdade?
O soturno Castelo de Glamis é mencionado por Shakespeare, em sua obra prima Macbeth, descrito como "um lugar ermo e assombrado". Em 1034 o Rei da Escócia, Malcolm II morreu atrás de suas paredes, ou mais provavelmente, foi assassinado em um dos seus muitos aposentos. Criados que trabalharam lá, falavam de fantasmas e sombras que se moviam pelos corredores e escalavam os muros, misturando-se à escuridão das ameias.
Não faltam lendas a respeito desse lugar amaldiçoado, e após conhecê-lo, tais rumores, por mais bizarros que sejam, soam estranhamente razoáveis. O Castelo em sua forma atual foi concluído no século XV, tendo como base uma torre retangular cujas paredes chegam a quase cinco metros de espessura. Uma construção quase inexpugnável, erguida para proteger quem está dentro, ou talvez para impedir que algo lá dentro saísse.
Glamis foi o berço de poder da Família Strathmore desde o término de sua construção, mas no fim do século XVIII a propriedade já estava deserta; seus donos preferiram viver em um lugar não tão isolado, sem tantas correntes de vento e menos melancólico. Culpavam o clima e as agruras do isolamento, mas à boca miúda circulavam outro rumores. Estes davam conta de que uma miasma nauseante brotava do solo, que uma névoa maligna perpétua pairava sobre o lugar, que coisas ruins aconteciam com alarmante frequência: Mulheres grávidas abortavam, homens saudáveis adoeciam, acidentes fatais ocorriam nas escadas, sacadas e diante de janelas, suicidas encontravam o motivo final para dar aquele passo derradeiro rumo a tragédia. Havia claramente algo ruim naquele lugar, algo que compelia as pessoas a abraçar o esquecimento. Alguns diziam que era uma presença, uma forma invisível, que embora imaterial, ainda podia ser percebida. Algo essencialmente ruim e imensamente destrutivo com forma de pesadelo e essência de horror.
Na ausência de habitantes (ao menos vivos), Glamis foi deixada aos cuidados de um Administrador de Terras, e foi a esse sujeito que o jovem escritor Walter Scott escreveu em 1790 pedindo permissão para passar um final de semana no local. Scott foi o primeiro de muitos autores que perceberam a atmosfera opressiva do castelo e desejaram investigar por conta própria seu passado. Ele escreveu em um artigo publicado em 1830:
"Uma vez sozinho, não demorou para que eu sentisse que era a única coisa viva no Castelo e mesmo assim,que não estava inteiramente só. Enquanto permaneci lá dentro, senti que havia outra presença; algo muito próximo da morte e que não encontrava descanso".
Dizem que o grande novelista vagou sozinho pelos corredores, salões e câmaras desertas de Glamis durante o tempo que foi seu hóspede solitário. Na exploração, auxiliado apenas por um castiçal de luz tênue, afirmou ter descoberto um aposento oculto - um lugar lacrado há muito tempo, onde violência e morte ainda impregnavam a pedra nua. Conta-se que naquele aposento nefasto haviam ocorrido missas negras e o Sabbath de feiticeiros que invocaram demônios. A existência de tal lugar, segundo Scott, era conhecida apenas pelo Conde, pelo administrador e pelo herdeiro. O aposento havia sido isolado com uma parede falsa e lá dentro ainda se encontrava um altar consagrado ao serviço de Lúcifer sobre o qual pendia suspensa uma cruz invertida. Segundo os rumores, vários outros aposentos que serviam ao mesmo fim foram igualmente selados para que ninguém jamais soubesse dos horrores que ali dentro haviam transcorrido.
Apesar da descrição minuciosa e das implicações sobre o passado de Glamis, seria outra lenda igualmente chocante que ganharia a atenção do mundo nos séculos seguintes. Ela também consolidaria o Castelo como um dos lugares mais malditos do mundo. Segunda essa lenda, Glamis, não estaria totalmente vazio, haveria um prisioneiro misterioso residindo em um aposento secreto por toda sua vida.
Um correspondente do jornal Notes and Queries, escreveu em 1908 a respeito da lenda:
O segredo foi revelado por um criado que serviu a casa por mais de 60 anos, uma indiscrição considerável e um segredo escandaloso. Segundo a informação, o Castelo de Glamis possuía várias câmaras secretas: e nelas estaria confinado um monstro, que seria o verdadeiro herdeiro do título e da propriedade. Ele foi aprisionado desde seu nascimento, escondido dos olhos curiosos e acusadores, como se jamais tivesse existido, visto que a sua aparência era abominável e causaria constrangimento à família.
A identidade desse misterioso prisioneiro se tornou motivo de considerável especulação entre famílias nobres na Inglaterra e no resto da Europa.
As pessoas acreditam que ele pudesse ser um membro da Família Strathmore, possivelmente o primogênito do Décimo Primeiro Conde, portanto, herdeiro legítimo do Título e Senhor de Glamis por direito sucessório. Defensores da teoria apontavam para uma anotação em um Livro Nobiliárquico, o Douglas’s Scots
Peerage, no qual consta que o primeiro filho do Lorde de Glamis, casado com Charlotte Grimstead, havia nascido em 21 de outubro de 1821 e morrido apenas três dias depois. Acredita-se que a criança tenha nascido com uma grotesca deformidade e que sua morte tenha sido forjada. Não existe contudo nenhuma sepultura pertencente a essa criança e não se sabe onde ela foi enterrada. A criança teria sido levada a uma das câmaras lacradas do Castelo, as mesmas câmaras malditas usadas em celebrações profanas transformadas dali em diante no seu lar. Ali era cresceu e se converteu em algo aterrorizante, desejando vingança por tudo que sofreu e pelas privações que lhe foram impostas.
Muitos se perguntavam o que poderia ter acontecido com o herdeiro caso a história fosse verdadeira. Aos poucos, a lenda começou a ganhar contornos especulativos que incluíam até mesmo o fato do herdeiro ter se envolvido com as forças diabólicas que um dia haviam sido invocadas. Alimentado por aquele mal diabólico, o herdeiro teria se tornado algo bem pouco humano.
Vários convidados de Glamis durante a Era Victoriana tentaram descobrir a verdade sobre o segredo do Castelo. Acreditavam que localizando as passagens secretas e portanto as câmaras ocultas, poderiam solucionar o destino do herdeiro desconhecido. Alguns cogitavam que ao encontrar esses acessos poderiam talvez descobrir os ossos deformados e cobertos de poeira do herdeiro. Outros supunham que os anos de isolamento haviam deixado o pobre diabo completamente louco e que por isso, seu fantasma ainda estaria assombrando o local.
Pode soar como o roteiro de uma novela de Horror Gótico, mas muitas pessoas na época realmente acreditavam nessas teorias. Apontavam a maneira como os membros da Família Strathmore tratavam aqueles dentre eles considerados como "ovelhas negras". Havia rumores de incesto, violência, sadismo entre outras coisas. Após a Grande Guerra, Katherine e Nerissa Bowes-Lyon, primas em segundo grau da Rainha Elizabeth II, e parte dos Strathmore, foram consideradas mentalmente instáveis - em parte por terem ideias modernas demais. Ambas foram interditadas e trancafiadas em asilos onde terminaram seus dias esquecidas pelos demais.
A Família Strathmore sempre foi alvo de muitas suspeitas quanto a casamentos celebrados entre primos muito próximos o que teria resultado em nascimentos problemáticos. O grande número de crianças abortadas causava estranheza, era como se uma maldição pairasse sobre suas cabeças.
Outro tema sujeito a debate dizia respeito a aparência grotesca do "Monstro de Glamis". Há histórias de grandes sombras, mais escuras do que o normal e de horríveis deformações.
Um dos lugares mais assombrados do Castelo tem um nome sugestivo, é uma passagem chamada "Mad Earl Walk" (A Passagem do Conde Louco). Uma narrativa datando de 1865 diz que um criado recém contratado para cuidar da propriedade se perdeu no interior do Castelo e quando vagava por um corredor percebeu uma porta aberta. Entrando para explorar o aposento, o homem viu "alguma coisa" no final da câmara que começou a se arrastar pelo chão na sua direção como se fosse uma "poça de tinta viva". O sujeito fugiu em disparada aos gritos e foi encontrado em choque. Quando contou o que havia visto, os colegas se puseram a procurar o aposento, mas não o localizaram aquilo que seria uma das câmaras secretas. A experiência foi tão traumática que o criado pediu suas contas e imigrou para a Austrália, com a passagem paga pelo próprio Conde de Strathmore.
Uma outra narrativa, afirmava que o monstro seria parecido com um sapo-humano.
A única descrição detalhada surgiu em meados de 1960, quando o escritor James Wentworth-Day ficou algum tempo em Glamis enquanto escrevia a biografia da Família Strathmore. De alguns criados de confiança, Day ouviu o relato de que "um monstro havia nascido na propriedade". Ele seria o herdeiro do título, mas ao mesmo tempo, uma criatura apavorante de contemplar. Era impossível permitir que aquela "caricatura deformada de ser humano" fosse vista - mesmo pelos amigos mais próximos. Seu peito era como um enorme barril, sua face coberta de verrugas, a cabeça desproporcional e inchada, braços e pernas curtos e finos pendendo como galhos. De sua boca escorria um fio perpétuo de saliva grossa. Ele não falava de maneira compreensível, mas gemia e murmurava para si próprio. Apesar de todas as suposições de que ela não sobreviveria, a criança se fortaleceu e atingiu a maioridade.
Dizem que pior que a sua aparência bestial era a disposição para fazer coisas perversas. Costumava assustar os poucos criados de confiança que o serviam, os empurrava das escadas e não perdia a chance de atear fogo em qualquer coisa se tivesse a oportunidade. Também havia desenvolvido uma paixão por torturar pequenos animais como pássaros e ratos que conseguia agarrar no forro nos corredores. Dizem que chegou a atacar mais de uma criada, sempre as mordendo na face, oq ue produzia cicatrizes horríveis. O herdeiro parecia se deliciar com o sofrimento alheio e estava desenvolvendo um gosto peculiar por causar dor.
Algumas narrativas nesse ponto se tornam ainda mais macabras relatando que ao atingir 19 anos, os demais irmãos teriam decidido dar cabo do inconveniente. Dois homens de confiança do Conde foram chamados para eliminar o rapaz colocando veneno em sua refeição. Em seguida carregaram o corpo desacordado para uma das câmaras secretas e ergueram uma parede de tijolos para que ninguém o encontrasse. Uma das lendas mais medonhas afirma que o veneno não foi suficiente para matar o herdeiro e que ele ainda conseguiu se recuperar acordando na escuridão, em um cômodo de onde não havia escapatória. Lá ele agonizou por dias até morrer de inanição, aos gritos e prantos.
Dizem que pior que a sua aparência bestial era a disposição para fazer coisas perversas. Costumava assustar os poucos criados de confiança que o serviam, os empurrava das escadas e não perdia a chance de atear fogo em qualquer coisa se tivesse a oportunidade. Também havia desenvolvido uma paixão por torturar pequenos animais como pássaros e ratos que conseguia agarrar no forro nos corredores. Dizem que chegou a atacar mais de uma criada, sempre as mordendo na face, oq ue produzia cicatrizes horríveis. O herdeiro parecia se deliciar com o sofrimento alheio e estava desenvolvendo um gosto peculiar por causar dor.
Algumas narrativas nesse ponto se tornam ainda mais macabras relatando que ao atingir 19 anos, os demais irmãos teriam decidido dar cabo do inconveniente. Dois homens de confiança do Conde foram chamados para eliminar o rapaz colocando veneno em sua refeição. Em seguida carregaram o corpo desacordado para uma das câmaras secretas e ergueram uma parede de tijolos para que ninguém o encontrasse. Uma das lendas mais medonhas afirma que o veneno não foi suficiente para matar o herdeiro e que ele ainda conseguiu se recuperar acordando na escuridão, em um cômodo de onde não havia escapatória. Lá ele agonizou por dias até morrer de inanição, aos gritos e prantos.
Há outras histórias misteriosas a respeito de Glamis, muitas delas envolvendo as câmaras secretas cuja localização continuam desconhecidas. Plantas oficiais relatam a construção de ao menos uma câmara oculta na base da torre, mas muitas outras provavelmente existiam já que construir acessos secretos em propriedades nobres era algo corriqueiro. Passagens secretas em castelos eram usadas não apenas para escapadas noturnas de seus senhores, mas para que, na iminência de um cerco os nobres pudessem fugir de invasores.
Um convidado aristocrático, Lorde Ernest Hamilton, escreveu em seu diário a respeito da descoberta de uma passagem escondida sob um alçapão no chão do Quarto de Vestir do Aposento Azul. Uma passagem que ligava o aposento a um corredor e então a outro cômodo contíguo. O New York Sun publicou um artigo em 1904 a respeito de outro hóspede que encontrou uma passagem secreta em Glamis:
Em certa ocasião, um jovem médico que estava passando alguns dias na propriedade por razões profissionais, encontrou ao retornar para seu quarto um alçapão escondido em baixo do carpete. Ele percebeu que havia uma marca distinta naquele ponto e removendo o carpete encontrou um alçapão, que forçou, revelando a existência de uma passagem. O corredor terminava em uma parede de tijolos. O cimento ainda estava molhado como se tivesse sido erguido recentemente. Ele retornou ao quarto, e na manhã seguinte foi chamado pelo Chefe dos Criados, que lhe entregou um cheque e o avisou que uma carruagem o esperava. Seus serviços não eram mais necessários e sua passagem havia sido agendada no primeiro trem para o Sul.
Nem todos os relatos envolvendo o Mistério de Glamis são anônimos. Sir Horace Rumbold, um diplomata britânico relatou uma história que teria ocorrido em 1875, quando a esposa do Conde pediu a um grupo de amigos pessoais que a ajudassem a organizar uma busca pelos aposentos secretos enquanto o marido estava viajando.
Os convidados buscaram pelas passagens secretas que permitiriam acesso aos cômodos ocultos e por acaso um dos convidados localizou um mecanismo engenhoso que abria uma porta até então desconhecida. Infelizmente antes que pudessem explorar o aposento o Conde retornou e furioso ordenou que os convidados fossem expulsos. Segundo os relatos da época, o Conde era um homem irascível, sem paciência para esse tipo de brincadeira, ainda mais dentro de sua propriedade. Antes de expulsar os convidados, alertou a todos que não iria tolerar mais nenhuma fofoca a respeito de Glamis e que estava cheio de tantas lendas.
O Conde teria relatado ao seu filho mais velho, já no leito de morte, que a "influência sinistra do Castelo era uma espécie de maldição passada para todos na família. E que a despeito dessa maldição era responsabilidade de cada Conde preservar Glamis". Uma das primeiras medidas do 13o. Conde foi restaurar a Capela do castelo que estava em estado de abandono. As obras de restauração foram concluídas em 1889, e de acordo com o Penny Illustrated Paper, "um convidado que estava desfrutando de um fim de semana no castelo, passou diante da capela. Lá ele conseguiu ver uma figura ajoelhada em oração diante do altar. A imagem era tão real que ele conseguiu ouvir o som de soluços evidenciando que eles estava chorando. Mais tarde, o convidado relatou o que havia visto e chocados os anfitriões disseram que a descrição do indivíduo encaixava perfeitamente na aparência do falecido avô do Conde".
Outros visitantes contaram histórias similares a respeito de ruídos estranhos, figuras espectrais e correntes d evento frio soprando de lugar nenhum. Virginia Gabriel, uma famosa cantora foi hóspede do Castelo em 1896 e contou ter testemunhado estranhos fenômenos na propriedade entre os quais o som de correntes e batidas que vinham de trás das paredes. Andrew Ralston, outro ilustre hóspede contou que durante uma tempestade teve de ser mudado de quarto por não conseguir dormir com a sinfonia de batidas e arranhões que ouvia provenientes das paredes.
Um convidado aristocrático, Lorde Ernest Hamilton, escreveu em seu diário a respeito da descoberta de uma passagem escondida sob um alçapão no chão do Quarto de Vestir do Aposento Azul. Uma passagem que ligava o aposento a um corredor e então a outro cômodo contíguo. O New York Sun publicou um artigo em 1904 a respeito de outro hóspede que encontrou uma passagem secreta em Glamis:
Em certa ocasião, um jovem médico que estava passando alguns dias na propriedade por razões profissionais, encontrou ao retornar para seu quarto um alçapão escondido em baixo do carpete. Ele percebeu que havia uma marca distinta naquele ponto e removendo o carpete encontrou um alçapão, que forçou, revelando a existência de uma passagem. O corredor terminava em uma parede de tijolos. O cimento ainda estava molhado como se tivesse sido erguido recentemente. Ele retornou ao quarto, e na manhã seguinte foi chamado pelo Chefe dos Criados, que lhe entregou um cheque e o avisou que uma carruagem o esperava. Seus serviços não eram mais necessários e sua passagem havia sido agendada no primeiro trem para o Sul.
Nem todos os relatos envolvendo o Mistério de Glamis são anônimos. Sir Horace Rumbold, um diplomata britânico relatou uma história que teria ocorrido em 1875, quando a esposa do Conde pediu a um grupo de amigos pessoais que a ajudassem a organizar uma busca pelos aposentos secretos enquanto o marido estava viajando.
Os convidados buscaram pelas passagens secretas que permitiriam acesso aos cômodos ocultos e por acaso um dos convidados localizou um mecanismo engenhoso que abria uma porta até então desconhecida. Infelizmente antes que pudessem explorar o aposento o Conde retornou e furioso ordenou que os convidados fossem expulsos. Segundo os relatos da época, o Conde era um homem irascível, sem paciência para esse tipo de brincadeira, ainda mais dentro de sua propriedade. Antes de expulsar os convidados, alertou a todos que não iria tolerar mais nenhuma fofoca a respeito de Glamis e que estava cheio de tantas lendas.
O Conde teria relatado ao seu filho mais velho, já no leito de morte, que a "influência sinistra do Castelo era uma espécie de maldição passada para todos na família. E que a despeito dessa maldição era responsabilidade de cada Conde preservar Glamis". Uma das primeiras medidas do 13o. Conde foi restaurar a Capela do castelo que estava em estado de abandono. As obras de restauração foram concluídas em 1889, e de acordo com o Penny Illustrated Paper, "um convidado que estava desfrutando de um fim de semana no castelo, passou diante da capela. Lá ele conseguiu ver uma figura ajoelhada em oração diante do altar. A imagem era tão real que ele conseguiu ouvir o som de soluços evidenciando que eles estava chorando. Mais tarde, o convidado relatou o que havia visto e chocados os anfitriões disseram que a descrição do indivíduo encaixava perfeitamente na aparência do falecido avô do Conde".
Outros visitantes contaram histórias similares a respeito de ruídos estranhos, figuras espectrais e correntes d evento frio soprando de lugar nenhum. Virginia Gabriel, uma famosa cantora foi hóspede do Castelo em 1896 e contou ter testemunhado estranhos fenômenos na propriedade entre os quais o som de correntes e batidas que vinham de trás das paredes. Andrew Ralston, outro ilustre hóspede contou que durante uma tempestade teve de ser mudado de quarto por não conseguir dormir com a sinfonia de batidas e arranhões que ouvia provenientes das paredes.
Ele escreveu em seu diário o seguinte comentário:
"Lady Strathmore certa vez confidenciou a minha esposa que sofria de grande ansiedade quando era obrigada a vir ao Castelo que pertencia a Família de seu marido. Ela desejava desvendar o mistério, mas temia que a revelação pudesse ser por demais chocante. Seu marido a proibiu de falar a respeito do que ele classificava como tolices, mas ela sabia que havia de fato algum segredo em Glamis. Algo que perturbava não apenas seu marido, mas outras pessoas próximas a ele que juraram preservar o segredo".
Um dos rumores persistentes é que o 13o. Conde faleceu em 1910 sem compartilhar com seu herdeiro a natureza do segredo. Outros afirmam que ele ordenou aos depositários do segredo que poupassem seu filho do infortúnio de conhecê-lo. Há rumores de que estes tentaram revelar a história, mas que o herdeiro se negou a ouvi-los e os expulsou de sua presença. Pouco antes de morrer em 1960, o 14o. Conde Strathmore declarou que desconhecia e que jamais desejou saber, do que tratava o Segredo de Glamis. "Eu nunca soube de nada e fico feliz de não saber de nada. Essa revelação aparentemente não trouxe nada a minha família senão tristeza".
Isso no entanto, não quer dizer que o segredo se perdeu por completo.
Pessoas muito influentes na nobreza britânica supostamente continuaram compartilhando do mistério sem jamais deixá-lo transparecer ao público, quase como uma Irmandade incumbida de proteger Glamis e seu passado. Qual o teor desse segredo e porque ele era tão importante, ninguém sabe ao certo. Presume-se que o segredo envolveria a alta nobresa britânica, talvez até uma indiscrição quanto a linha sucessória.
Em 1976, o então Conde de Strathmore decidiu alugar o Castelo de Glamis a um valor bastante elevado. O fato do Conde aceitar alugar a ancestral propriedade de sua família sugere que toda e qualquer conexão existente dele com o celebrado mistério haviam desaparecido. Não havia mais necessidade para manter segredos ou salvaguardar os aposentos secretos.
Será que o Mistério do Castelo de Glamis não passava de uma mera fofoca?
Os rumores de aposentos ocultos e passagens secretas, de herdeiros monstruosos e horrores diabólicos provavelmente não passavam de simples fábulas e como tal elas foram caindo no esquecimento a medida que as pessoas perdiam o interesse nelas.
Mas o que dizer das muitas histórias sobre assombrações e bruxaria? De passagens secretas e câmaras que serviam a vis propósitos? De monstros deformados escondidos? Será que tudo isso também não passava de lenda?
Bem, a verdade nesse caso parece fadada a não ter uma solução.
Ao menos, não nessa vida...
"Lady Strathmore certa vez confidenciou a minha esposa que sofria de grande ansiedade quando era obrigada a vir ao Castelo que pertencia a Família de seu marido. Ela desejava desvendar o mistério, mas temia que a revelação pudesse ser por demais chocante. Seu marido a proibiu de falar a respeito do que ele classificava como tolices, mas ela sabia que havia de fato algum segredo em Glamis. Algo que perturbava não apenas seu marido, mas outras pessoas próximas a ele que juraram preservar o segredo".
Um dos rumores persistentes é que o 13o. Conde faleceu em 1910 sem compartilhar com seu herdeiro a natureza do segredo. Outros afirmam que ele ordenou aos depositários do segredo que poupassem seu filho do infortúnio de conhecê-lo. Há rumores de que estes tentaram revelar a história, mas que o herdeiro se negou a ouvi-los e os expulsou de sua presença. Pouco antes de morrer em 1960, o 14o. Conde Strathmore declarou que desconhecia e que jamais desejou saber, do que tratava o Segredo de Glamis. "Eu nunca soube de nada e fico feliz de não saber de nada. Essa revelação aparentemente não trouxe nada a minha família senão tristeza".
Isso no entanto, não quer dizer que o segredo se perdeu por completo.
Pessoas muito influentes na nobreza britânica supostamente continuaram compartilhando do mistério sem jamais deixá-lo transparecer ao público, quase como uma Irmandade incumbida de proteger Glamis e seu passado. Qual o teor desse segredo e porque ele era tão importante, ninguém sabe ao certo. Presume-se que o segredo envolveria a alta nobresa britânica, talvez até uma indiscrição quanto a linha sucessória.
Em 1976, o então Conde de Strathmore decidiu alugar o Castelo de Glamis a um valor bastante elevado. O fato do Conde aceitar alugar a ancestral propriedade de sua família sugere que toda e qualquer conexão existente dele com o celebrado mistério haviam desaparecido. Não havia mais necessidade para manter segredos ou salvaguardar os aposentos secretos.
Será que o Mistério do Castelo de Glamis não passava de uma mera fofoca?
Os rumores de aposentos ocultos e passagens secretas, de herdeiros monstruosos e horrores diabólicos provavelmente não passavam de simples fábulas e como tal elas foram caindo no esquecimento a medida que as pessoas perdiam o interesse nelas.
Mas o que dizer das muitas histórias sobre assombrações e bruxaria? De passagens secretas e câmaras que serviam a vis propósitos? De monstros deformados escondidos? Será que tudo isso também não passava de lenda?
Bem, a verdade nesse caso parece fadada a não ter uma solução.
Ao menos, não nessa vida...
Ótimo post!
ResponderExcluirMuito bom
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