quarta-feira, 7 de maio de 2025

Dicionário do Cthulhu Mythos - C de "Confissões do Monge Louco Clithanus"

 

CONFISSÕES DO MONGE LOUCO CLITHANUS

Nome dado a um extenso tomo originalmente sem título escrito por volta do ano 400, pelo Monge britânico Clithanus.

Alegadamente Clithanus foi um estudioso de grego clássico incumbido de catalogar o acervo de uma modesta biblioteca no Monastério de Lynwold. Entre as obras presentes no acervo ele descobriu um volume carcomido do blasfemo Necronomicon em grego. Clithanus leu e traduziu várias passagens do tomo contendo informações para libertar um "abominável seguidor do Grande Cthulhu" aprisionado sob um complexo de túneis abaixo do monastério na costa noroeste da Inglaterra.

Depois de perceber o horror que havia libertado no mundo, Clithanus se arrependeu amargamente de seus atos e tentou o suicídio se lançando ao mar. Ele sobreviveu, acordando numa praia deserta, acreditando ter sido poupado por milagre. Clithanus partiu em busca de Santo Agostinho, Bispo de Hippo almejando uma maneira de reverter seus maus feitos. As circunstâncias de seu encontro com o Bispo são desconhecidas, mas supostamente ele conseguiu encontrá-lo no norte da África. Agostinho teria utilizado um símbolo em forma de estrela de cinco pontas para banir a criatura de volta para a prisão alagada de onde havia sido liberado. 

Pesquisadores acreditam que a criatura citada seria uma Cria de Cthulhu de considerável poder que habitava as ruínas de um posto avançado Xothiano no Mar do Norte. A ilha submergiu na mesma época em que R'Lyeh desceu às profundezas aprisionando seu habitante único. 

Após o notável feito de banir a criatura, Santo Agostinho enviou Clithanus para Roma com uma carta ao Papa Inocêncio I relatando o ocorrido. O Santo Padre, reconheceu o feito e ordenou que o Monge Clithanus fosse aprisionado já que dava sinais inequívocos de desequilíbrio mental.

As Confissões de Clithanus foram escritas no período de 21 anos em que o monge foi prisioneiro nas Masmorras do Vaticano. Segundo rumores, quando o Papa Inocêncio morreu, a prisão foi esvaziada e Clithanus, que havia se tornado um leproso, foi posto em liberdade. Ele planejava retornar para as Ilhas Britânicas, mas não conseguiu sequer deixar a Itália, morrendo durante sua jornada. Não se sabe a quem coube preservar as Confissões de Clithanus, a essa altura chamado de "Monge Louco", mas é fato que seus escritos sobreviveram a passagem dos séculos reemergindo no século XV.

O documento foi traduzido para o Latim e publicada em Milão no ano de 1675. Algumas poucas cópias impressas chegaram a mosteiros beneditinos que cuidaram do texto e o trataram com uma narrativa redentora. Alas da Igreja censuraram duramente o volume e realizara uma busca de destruição da maioria das cópias, excomungando qualquer indivíduo com um desses livros. Tendo em mente esse expurgo, é compreensível a raridade do título. 

Algumas poucas cópias sobreviveram à sistemática destruição empreendida pela Censura Eclesiástica. Uma cópia se encontra atualmente no Museu Britânico, outra no Museu Field de Chicago e uma terceira na Biblioteca do Seminário Union da cidade de Nova York. É possível que outras cópias tenham sobrevivido em coleções particulares ou versões apócrifas.

As Confissões do Monge Louco Clithanus oferece em suas páginas uma fórmula cabalística que permite invocar as Crias de Cthulhu. Um feitiço reverso serve para banir essas criaturas e aprisioná-las usando o mesmo método empregado por Santo Agostinho. A runa arcana necessária nesse ritual de banimento não é outra senão o infame Símbolo Ancestral e o livro explica como criá-lo e consagrá-lo. O livro também se refere às famosas Pedras Estelares de Mnar.

Entre os devaneios escritos por Clithanus encontram-se menções ao tempo em que  Grande Cthulhu e sua prole vagavam livremente pelo planeta e empreendiam guerras contra os Fungos de Yuggoth e a Raça Ancestral. Esse conhecimento foi obtido por Clithanus através de visões apocalípticas obtidas através de um transe. O Monge Louco menciona que muitos cultos se formaram entre povos primitivos que aguardam ansiosamente o triunfante retorno do Grande Cthulhu num evento marcado por um Alinhamento de Estrelas. Supostamente trechos cifrados e cálculos complexos anotados no livro afirmam que R'Lyeh iria emergir das profundezas no ano de 1928 marcando o fim da humanidade.

O Confissões de Clithanus é um livro raro e difícil de ser obtido.

Pouco se sabe a respeito do Monge Clithanus e de sua biografia. A figura é tao obscura que sua propria existencia é contestada.

Algumas ilustrações marcam as páginas do Tomo de Clithanus 

A edição do Museu Britânico foi obtida em meados de 1880 e é uma das mais completas.

Um comentário:

  1. Apenas passando para parabenizar o blog, um dos meus favoritos com toda certeza!

    ResponderExcluir