Família Ferenczy
Radicados na porção central da Transilvânia, na atual Romênia, a Família Ferenczy possui uma longa e infame tradição como feiticeiros, adoradores do demônio e cultistas de forças nefastas. A linhagem pode ser traçada até o século XI, tendo como ancestral mais antigo conhecido o Barão Radu Ferenczy, um nobre de estirpe germano-eslava que se fixou na isolada região de Halmagiu. Radu teria usurpado o título da família nobre que exercia domínio sobre essas terras, depois de servi-los por décadas.
Os detalhes são incertos, mas supostamente foi um herdeiro de Radu, Faethor Ferenczy quem deu início a construção de uma Fortaleza que se tornou um bastião defensivo para o Vale de Nygori e os Cárpatos Meridionais. Os rumores dão conta de que Faethor foi o primeiro dos Ferenczy a se envolver com feitiçaria após desposar Drunila Vasilescu, sua prima e uma conhecida bruxa servil aos Mythos. Ela iniciou Faethor em tradições ancestrais e o persuadiu a venerar o Grande Antigo Nyogtha em troca de poder e influência.
Segundo cronistas do período, Drunila convenceu seu esposo a instituir uma espécie de loteria na qual os nomes de jovens camponesas que viviam nas aldeias próximas eram sorteados. Aquelas escolhidas pelo acaso eram levadas para servir na Fortaleza Halmagiu. Essas moças não eram mais vistas. As jovens eram sacrificadas em um altar subterrâneo na Masmorra da Fortaleza. Quando determinado número de sacrifícios foi atingido, Nyogtha consagrou o local como um Templo onde os mais pérfidos rituais de magia negra foram realizados.
Eventualmente uma revolta de camponeses destruiu parcialmente a Fortaleza e extinguiu por algumas décadas a cabala nefasta que a controlava.
Um novo Barão Ferenczy reclamou seu título em 1476, tornando-se o regente de Halmagiu e súdito de Stevan I da Hungria. Desta linhagem destaca-se Janos Ferenczy outro membro do ramo decaído subserviente aos Mythos de Cthulhu. Janos, considerado um vampiro e licantropo, ficou famoso pela crueldade e por enfrentar os turcos otomanos que invadiram a Romênia. Os prisioneiros eram sacrificados no mesmo altar profano erguido pelos seus antepassados na masmorra.
Os Turcos acabaram sitiando o castelo, Janos foi capturado e executado depois de ser tratado como feiticeiro. Na ocasião as centenas de ossadas encontradas nas câmaras do templo se tornaram prova incontestável do horror que lá se passava. A história de Janos Ferenczy persistiu até os dias atuais como uma lenda muito disseminada na região.
Séculos depois, outro homem assumiu o Castelo, alegando ser um descendente direto da linha sucessória dos Ferenczy. Ele iniciou uma nova linhagem de Barões que se manteve por aproximadamente duzentos anos e se tornou tão infame quanto as demais. Foi um destes nobres, supostamente Costandinus Ferenczy quem engajou extensa correspondência com o bruxo Joseph Curwen de Pawtuxet no século XVII. Supostamente ele também era membro dos Cavaleiros de Yog-Sothoth, uma fraternidade internacional de feiticeiros. Constandinus esteve envolvido na troca de restos humanos reduzidos a condição de sais essenciais e que podiam ser revividos através de ritos profanos, uma das atividades mais infames desse seleto grupo.
O último Barão Ferenczy foi convocado pelo governo romeno em 1947 para prestar contas à respeito de uma explosão que devastou a Fortaleza Halmagiu. Oficialmente a explosão foi causada por um acidente num depósito de munições utilizado na Segunda Guerra Mundial. Nos círculos de feitiçaria ativos no país alguns sugeriram que a explosão foi deflagrada por uma tentativa mau sucedida de invocar Yog Sothoth. O derradeiro nobre a carregar o nome Ferenczy cometeu suicídio numa prisão estatal no mesmo ano de sua prisão.
Acredita-se que ainda existam descendentes da linhagem original espalhados pelo Leste Europeu, alguns deles, do ramo não decaído, migraram para a Grã-Bretanha e Canadá em meados do século XX.
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Uma ilustração da Dolma de Nobres (Assembléia) com um Ferenczy no poder |
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Um quadro do temido Barão guerreiro Janos Ferenczy |
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Um afresco nas paredes da Masmorra da Fortaleza de Halmagiu |
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A Fortaleza de Halmagiu em 1934 |
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