domingo, 18 de dezembro de 2011

Os Guardiões do Norte - Polícia Montada Canadense


Conhecida mundialmente como a polícia de casaco vermelho e chapéu de aba larga a Polícia Montada tornou-se um dos símbolos mais conhecidos do Canadá. O colorido dos trajes e o harmonioso trote à cavalo da Real Polícia Montada Canadense (RPMC) constituem uma atração popular no país e fora dele.

Mas a RPMC não é simplesmente parte da mitologia canadense, nem suas atividades se restringem à exibições eqüestres. A RPMC é a força policial oficial do Canadá e ganhou fama internacional como uma das melhores e mais eficientes polícias do mundo.

Origens

A corporação foi fundada há mais de um século e era chamada de Polícia Montada do Noroeste, um experimento "temporário" no policiamento rural e de regiões selvagens nos confins do país.

Durante os primeiros anos da colonização, não existia uma força policial central o que dificultava bastante a impositura da lei. Na época da Confederação do Canadá em 1867, as cidades de Montreal e Toronto contavam com apenas alguns policiais de tempo integral. Apenas a pequena Polícia do Domínio defendia as leis federais. As cidadezinhas na zona rural, entretanto, não tinham policiamento: as leis eram cumpridas por policiais ou soldados temporários nomeados pela Corte de Justiça.

Em 1870, quando o Canadá comprou a terra ao norte da fronteira dos Estados Unidos, entre os Grandes Lagos e as Rochosas, o governo decidiu que era necessário criar um órgão de cumprimento de leis. Nesta área vasta, quase deserta e acometida por um clima gélido, o repentino e grande fluxo de colonizadores pelas terras dos indígenas poderia levar à violência, caso não fosse adequadamente conduzido. O governo canadense buscava um caminho melhor para trabalhar o assentamento de terras e se preocupava em garantir aos nativos um tratamento justo (algo surpreendente na época).

O governo decidiu criar uma força policial paramilitar a fim de manter a ordem, até que as terras do oeste fossem ocupadas pelos colonizadores que respeitassem as instituições tradicionais. Esta força policial, fundada em 1873, veio a se chamar Polícia Montada do Noroeste (PMNO). A intenção era de que a polícia fosse licenciada após a colonização pacífica do território.

No começo, havia 150 recrutas na força, mas em pouco tempo o número cresceu para 300. Os policiais da PMNO cobriam o território a cavalo e vestiam as famosas túnicas vermelhas com botas longas de montaria.

Transição

Ao longo dos anos, a Polícia Montada estabeleceu uma relação cordial com os nativos canadenses, preparando-os para negociações e mediando os eventuais conflitos com os colonizadores.

Em 1883, o número de policiais cresceu para 500 e lhes foram atribuídas outras responsabilidades, incluindo a obrigação de preservar a paz durante a construção da ferrovia Canadian Pacific. Após a insurreição dos Métis de 1885, liderada por Louis Riel, a PMNO aumentou novamente o seu número, chegando a 1000 policiais.

Na virada do século, a corrida do ouro, em Yukon, elevou o potencial de violência para a região, uma vez que os garimpeiros convergiram de todas as partes do mundo para o território. A presença da PMNO apaziguou as disputas de terra, contrabando de bebidas e roubos que acompanharam a vinda de garimpeiros.

Depois disso, a atenção da PMNO voltou-se para o Ártico; a força abriu destacamentos que visavam conter os casos de abuso relatados pelos indígenas, assim como agir contra as ameaças à soberania canadense feitas pelas nações expansionistas européias.

Nesta época, a força já era aceita como uma instituição permanente. Em 1904, o Rei Eduardo VII colocou o termo "Real" no nome da polícia, em reconhecimento aos serviços prestados à Coroa Britânica. Em 1920, a companhia foi oficialmente transformada em uma força policial nacional. No mesmo ano, o seu quartel-general foi transferido de Regina (no território de Saskatchewan) para a capital canadense, Ottawa.

Em 1928, a RPMC começou a executar tarefas em áreas que estavam além da jurisdição federal, de acordo com contratos feitos com diferentes províncias e municipalidades. A Constituição do Canadá define o cumprimento da lei como uma responsabilidade provincial. Mas a maioria das províncias decidiu que podiam atender a esta responsabilidade com maior eficiência através dos serviços da Polícia Montada.

A tarefa essencial da RPMC é "manter a paz", mas também já fez importantes contribuições aos esforços do Canadá em tempos de guerra. Seus membros serviram na Guerra de Boer, na África do Sul, e durante as duas guerras mundiais.

Na década de 20-30, uma das principais funções da polícia montada era coibir o contrabando de bebidas ilegais que cruzava a fronteira comos Estados Unidos.

Nesse momento, você deve estar se perguntando: "Mas que diabos isso tem a ver com Call of Cthulhu, Lovecraft e os Mythos"?


Formalmente? Nada...

Mas falando sério, a Polícia Montada parece ser uma ótima opção para a criação de cenários em uma das regiões que nos anos 20-30 era bem pouco explorada. Além disso, os caras eram a única coisa que garantia a Lei e a Ordem em um terreno habitado por nativos e colonos. Nada mais bacana para esse tipo de "cafundó onde o Judas perdeu as botas" do que conflitos raciais motivando a presença dos Mythos e de cultistas decididos a tudo para proteger seu terítório contra a inesperada ocupação de colonos e invasores.


Da mesma maneira, trata-se de uma região inóspita e muito grande. Já imaginou o tipo de coisa que vaga por esse imenso território gelado? Desde os tradicionais pé-grande, passando por espíritos indígenas e até os folclóricos manitous.


Se esses motivos não foram suficientes para convencê-lo eu vou dar um ótima razão para uma aventura envolvendo a Polícia Montada e os Mythos: Itaqua, o Andarilho do Vento. Essa monstruosidade habita a região Setentrional do planeta e inseri-la em uma aventura é molezinha.


Estou preparando a estrutura para um cenário que se passa no Canadá a partir de uma idéia coletada na internet. Acho que vai ficar bem legal colocar os jogadores no papel de homens da polícia montada investigando fenômenos inexplicáveis e o que parece ser a confirmação de horríveis lendas indígenas sobre deuses e criaturas desconhecidas.


Para facilitar, defini algumas idéias para a criação de personagens membros da Polícia Montada a partir da ocupação descrita abaixo para o sistema de Call e Rastro de Cthulhu. Não é difícil fazer algumas adaptações nesse template e inserir algumas especificações, por exemplo um policial com conhecimento de sobrevivência ou primeiros socorros.


Nova Ocupação: Oficial da Polícia Montada

Você vive segundo o código da Real Polícia Montada. Você jurou defender, respeitar e promover a Lei no território canadense e é um agente legalmente constituído. Você concluiu seu período de instrução na academia, mas apenas a prática irá lhe ensinar como se comporta um verdadeiro policial dessa distinta corporação.


No cumprimento do dever você usa o uniforme escarlate e se dedica a levar a justiça aos recônditos mais distantes e selvagens de sua vasta nação.


Ocupação para Call of Cthulhu

Classe Social:

Baixa ou Média baixa, oficiais de carreira classe média.

Contatos e Conexões: Oficiais superiores, fazendeiros, comerciantes, nativos e criminosos.

Habilidades: Drive Auto, Firearms, Fist/Punch, First Aid, Grapple, Law, Natural History, Persuade, Psychology, Ride, Track

Ocupação para Rastro de Cthulhu:

Habilidades Ocupacionais: Armas de Fogo, Atletismo, Avaliar Honestidade, Cavalgar, Direito, Interrogatório, Sentir Perigo, Sobrevivência e Trato Policial

Crédito: 2-4

Especial: Agentes da Polícia Montada podem utilizar suas credenciais como agentes da lei para ganhar acesso a processos, cenas de crime, testemunhas, documentos oficiais e outras coisas que não são acessíveis aos civis normais. A jurisdição da polícia montada funciona para todo o território canadense.

A indumentária da Polícia Montada é uma das marcas de seus homens. Usando Trato Policial, você é capaz de estabelecer uma relação de confiança (ou de saudável cordialidade) com habitantes de regiões inóspitas que normalmente não são muito simpáticos à aproximação de estranhos.

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