Dando continuidade ao artigo anterior, que tal expandir o pensamento para outros gêneros consagrados de RPG.
Alguém já parou para pensar que as criações de Lovecraft e que compõem o conjunto que genericamente chamamos de Mythos de Cthulhu podem ser usadas em praticamente qualquer gênero de RPG?
Não importa a ambientação ou estilo do jogo, sempre há uma maneira de inserir um horror cósmico nele. Se o mestre deseja lançar os personagens contra um inimigo extremamente poderoso ou testar a capacidade dos personagens até os seus limites, isso sem mencionar ameaçá-los com a loucura e insanidade, as criaturas de Lovecraft são uma ótima pedida.
A seguir, uma seleção dos principais gêneros de RPG e como o Mythos pode ser inserido no contexto para torná-lo (de alguma forma) ainda mais assustador.
Ficção Científica
Muitas das criaturas que compõem o Mythos surgiram no espaço, em outras esferas e mundos distantes. Nada mais natural que o cosmos esteja saturado por essas formas de vida alienígenas nem todas amistosas. Nada mais natural também que em um dado momento, o homem, em sua exploração pelas estrelas tropece em algumas dessas criaturas.
Os seres do Mythos são uma ótima opção para criar mistério e horror no espaço. Imagine um cargueiro espacial de dimensões colossais que recebe um indesejado passageiro à bordo (tenho certeza de que todos já viram algo parecido) que começa a caçá-los em um jogo de gato e rato. Que tal fazer com que essa criatura alienígena ser um Star Vampire ou uma Cor que caiu do espaço?
Que tal a tripulação de uma nave avariada pousar em um planeta sem saber que ele é habitado por monstruosidades alienígenas hibernando há milhares de anos. Os personagens tem pouco tempo para consertar a nave e fugir, antes que esse horror acabe com todos.
Mais interessante é ponderar à respeito do legado que tais seres podem ter deixado para trás. Em uma aventura se passando num futuro distante, uma companhia mineradora descobre ruínas construídas por alienígenas na superfície de um planeta. Os investigadores são mandados para estudar o lugar e descobrem uma base da Grande Raça de Yith e uma vasta biblioteca com volumes escritos em diversos idiomas humanos pertencentes a diferentes eras do passado e mesmo do futuro.
É importante notar que esse flerte entre Ficção científica e terror não é exatamente novo. Vários escritores do círculo lovecraftiano como Theodore Sturgeon e Robert Bloch, apenas para citar dois, escreverem também para ficção. Bloch assinou roteiros de episódios de Star Trek em que a tripulação da Enterprise enfrenta horrores tipicamente lovecraftianos enquanto vão onde nenhum homem jamais esteve.
RPG de ficção como Trinity, Transhuman Space ou Eclipse Phase também aceitam muito bem a inclusão de criaturas do Mythos. A premissa desses RPG é que o Universo é muito mais vasto e assustador do que a humanidade poderia imaginar. Quando o homem se lança além das fronteiras do nosso pequeno mundo, nunca se sabe o que poderá encontrar. A humanidade precisa estar disposta a se adaptar a essa nova realidade, mas será que sacrificando isso, a humanidade sobreviverá intacta?
Fantasia Medieval
No artigo anterior eu citei uma série de fatores que aproximam o Horror Cósmico dos mundos de fantasia com inclinação heróica medieval.
Alguns dos elementos fundamentais das ambientações de D&D bebem diretamente da fonte do Mythos. Monstros legendários que vivem em antigas catacumbas, complexos de túneis vastos repletos de horríveis perigos, magos que se dedicam a servir seres das trevas em busca de poder, tudo isso é perfeito para o contexto de uma aventura lovecraftiana.
Pegue o clássico Forgotten Realms como exemplo: Em Waterdeep, o grande Elminster contrata os aventureiros para recuperar um perigoso tomo (o Book of Vile Darkness) roubado de uma antiga ordem clerical por um cabal de feiticeiros Lich. O grupo viaja a Baldurs Gate onde tem que buscar pistas sobre esses magos, descobre que são parte de um culto que deseja o retorno de deuses esquecidos ainda venerados por raças muito antigas como os Aboleth. De um momento para o outro o grupo se vê envolvido em uma campanha épica para tentar evitar que os planos dos feiticeiros se realize e Toril seja devastada.
Transporte esses elementos para o mundo de Cthulhu e você tem uma perfeita campanha de investigação:
Em Arkham, o renomado Professor Henry Armitage contrata os investigadores para recuperar um perigoso tomo (o Necronomicon) roubado da Biblioteca da Universidade Miskatonic por um cabal de feiticeiros que serve Yog-Sothoth e que vive há milênios. O grupo tem que viajar para Nova York, onde descobre o envolvimento d eum culto que deseja o retorno de deuses esquecidos ainda venerados por uma raça antiga de ghouls. De um momento para outro, o grupo se cê envolvido em uma campanha épica para tentar evitar que os planos dos feiticeiros se realize e o mundo seja devastado.
Parece tão difícil inserir elementos típicos de Cal of Cthulhu em um mundo de fantasia?
Será que o Dragão de Tyr, o monstro titãnico que aterroriza Athas (o mundo de Dark Sun) é tão diferente dos Great Old Ones? O que dizer dos horrores que habitam a Terra das Brumas em Ravenloft? Isso sem mencionar as invasões dimensionais de raças bizarras que habitam as múltiplas realidades de Planescape. Até mesmo os bazares de Al-Qadim podem ser assombrados por ghûls interessados em se alimentar dos inocentes que vagam pelas ruas lotadas das cidades de Zakhara.
Mas não vamos nos limitar a Dungeons and Dragons.
O Old World de Warhammer fervilha com a influência pérfida dos Deuses do Caos e suas criaturas. A magia é vista com desconfiança e uma sanguinária inquisição se esforça para perseguir cultistas, feiticeiros e idólatras. Nesse mundo, ameaças desconhecidas espreitam nos subterrâneos tramando a destruição da humanidade. Em um panorama tão assustador, inserir o Mythos parece até adequado. Em Earthdawn, forças malignas espreitam desde a aurora dos tempos ameaçando as raças civilizadas. Uma ambientação de fantasia Dark como essa aceita bem elementos do Mythos.
Mesmo em Middle Earth, é possível discernir nos sussurros dos Nazgul que servem a Sauron elementos de insanidade, corrupção, fanatismo. "Os anões cavaram fundo demais em sua ambição e desejo por riquezas" disse Gandalf ao concluir que "coisas terríveis habitam os recessos mais profundos da cidade dos anões". O Balrog é em essência um pesadelo da aurora do homem que hibernava até despertar de seu longo sono de forma bem semelhante aos Great old Ones. O que dizer de Saruman, exemplo perfeito de um mago corrompido pelo poder de um Senhor extremamente poderoso.
Capa e Espada
O gênero capa e espada oferece aos jogadores aventuras de tirar o fôlego: duelos com espadachins audazes, perseguições em carruagens, batalhas navais e intrigas palacianas. À primeira vista, combina pouco com horror cósmico.
Mas não há gênero de RPG em que os insidiosos tentáculos do Mythos não possam se infiltrar.
Recentemente conheci uma ambientação de capa e espada chamada Régime Diabolique cujo tema central são as aventuras dos mosqueteiros franceses. Há no entanto, um twist na ambientação que insere elementos de sobrenatural na narrativa. Os mosqueteiros agem como agentes do Rei não apenas como uma força reguladora da lei e da ordem, mas como investigadores de acontecimentos inexplicáveis. Enfrentar fantasmas, licantropos, vampiros e é claro cultos faz parte de sua rotina. Nesse contexto é incrivelmente fácil envolver cultistas, feiticeiros e com certo cuidado o Mythos.
É possível fundamentar uma série de aventuras envolvendo um grupo de mosqueteiros que tenta desbaratar um culto numa região rural da França nos tempos do Rei Sol. Nas primeiras aventuras o grupo toma conhecimento desse culto e julga que eles são apenas maníacos dementes. Mas no decorrer da estória descobrem ramificações ligando esses degenerados a uma Sociedade Secreta composta por nobres conspirando para invocar seus verdadeiros mestres.
7th Sea é outra ambientação clássica de capa e espada, onde o Mythos se sentiria bem à vontade. Na ambientação existem misteriosas civilizações pré-humanas que habitaram o mundo num passado remoto e deixaram para tráz ruínas e artefatos de enorme poder. O Mythos também se apresenta nas várias Sociedades Secretas que empregam magia para seus objetivos nefastos. Embora não haja nenhuma menção direta à Cthulhu e suas criaturas, seria tão difícil inserir um pesadelo marinho numa ambientação sobre os sete mares?
Super Heróis
Um dos melhores episódios do desenho da Liga da Justiça envolve a ameaça de um monstro dimensional chamado Iktulu, um gigantesco polvo com inúmeros tentáculos capaz de devastar toda a realidade. Super-Homem, Mulher Maravilha, Aquaman e outros heróis, guiados pelo Senhor Destino (o especialista local em magia) são convocados para impedir que os planos dessa entidade se concretizem. E durante o episódio não faltam menções às criaturas do Mythos como os monstros sem cabeça e com bocas na palma das mãos, idênticos ao Great Old One Y´Golonac.
O Universo dos Super-Heróis pode ser povoado por qualquer tipo de ameaça. E francamente, quem melhor do que heróis com super-poderes para fazer frente a ameaças de nível cósmico?
Pode-se pensar em aventuras em vários estilos combinando Mythos e super-heróis.
Um grupo de super-detetives que veste máscara e capa, investiga a ação de um Culto de Cthulhu agindo no submundo de Gothan City. O bando está promovendo sacrifícios em homenagem a uma divindade profana na esperança de obter poder além da imaginação. Conseguirão os heróis deter essa ameaça?
Em outro enfoque, um grupo de jovens super-heróis é chamado urgentemente para ajudar cientistas que estava trabalhando em uma espécie de portal dimensional e que sem querer abriram uma janela para outra realidade através do qual criaturas bizarras estão invadindo.
Finalmente, um grupo de heróis com inclinação para a magia (Dr. Estranho, alguém?) deve deter um feiticeiro poderoso que obteve um pergaminho que uma vez recitado poderá distorcer o véu da realidade. O grupo precisa viajar para outra dimensão além das esferas e lutar com seres de pura entropia, à tempo de voltar para nossa realidade e impedir que Yog-Sothoth acabe com o multiverso.
O gênero super-heróis concede opções quase infinitas...
Western
Antes do filme Cowboys & Aliens, o mago do stop-motion Ray Harryhauser concebeu um filme sobre vaqueiros que enfrentam um bando de dinossauros. O gênero Western oferece opções de crossover bem interessantes para o mestre empreendedor e disposto a criar algo inesperado.
Quem leu as aventuras sobrenaturais do pistoleiro Jonah Hex (por favor, desconsiderem o péssimo filme!), sabe do que estou falando. O oeste selvagem de Jonah Hex é habitado por fantasmas, monstros, fanáticos religiosos, mortos vivos e todo o tipo de coisa tenebrosa. Eu fico imaginando Hex enfrentando ghouls habitando túneis escavados sob Dodge City, ou um culto do Rei Amarelo sediado em Tombstone ou ainda shamans renegados que invocam os espíritos do Wendigo/Itaqua para devorar colonos brancos em suas terras sagradas.
A ambientação de Western mais próxima do Mythos é sem dúvida Deadlands. O jogo se propõe a ser uma releitura do gênero misturando bang-bang espaguete e horror de revirar o estômago. Em Deadlands os heróis são estereótipos perfeitos dos filmes de Western habitando um Oeste selvagem em que a Guerra Civil americana continua indefinida, onde monstros espreitam e espíritos manitus vagam sem destino.
Eu mestrei Deadlands por algum tempo e inseri na ambientação e não perdi a oportunidade de inserir várias citações aos Mythos ancestrais. Fosse colocando o macabro Vermis Mysteriis como livro sagrado para um bando de quaquers alucinados, lançando a posse de vaqueiros contra uma revoada de Byakhees ou vasculhando as ruínas de uma missão abandonada no Novo México usada como base de operações por Mi-Go.
Sinceramente, você não sabe o que é diversão até descarregar seu six-shooter ou winchester contra algum horror lovecraftiano.
Sword and Sorcery
Robert E. Howard o criador de Conan , o Bárbaro era um bom amigo de H.P. Lovecraft. Os dois trocavam correspondência e idéias para suas estórias. Embora Howard hoje em dia, seja mais conhecido como o criador do gênero Sword & Sorcery, ele também escreveu ótimos contos sobre o Mythos.
Não é de se estranhar que Howard tenha inserido criaturas dos Mythos de Cthulhu em suas estórias. Nas aventuras de Conan, Sonja, Kull, Bran MacMorn e Solomon Kane, bárbaros e guerreiros selvagens por vezes precisam testar suas habilidades contra demônios e aberrações que parecem ter saído de pesadelos. Feiticeiros fazem pactos com seres das trevas em busca de poder e horrores indescritíveis são invocados por cultos ancestrais.
A conexão deste gênero com os Mythos é quase explícita. Jogos como Conan RPG, Slane, Bárbaros de Lemúria e Savage World of Solomon Kane são exemplos de jogos que conjugam harmonicamente elementos de terror, aventura, magia e selvageria.
Uma série de aventuras que mestrei usando a ambientação de Conan the Roleplaying Game envolvia vários elementos do Mythos. Em uma aventura o grupo enfrentou ghouls que viviam em um complexo de túneis sobre a Zamora, em outra encontrou um culto controlado pelo povo-serpente da Valusia com direito a uma cerimônia aos pés de uma estátua de Yig e finalmente em uma estória em alto mar teve de lidar com uma ilha que emergia das profundezas repleta de abissais. Isso sem falar da aparição especial de Thoth Amon que ao conjurar seus feitiços clamava por Cthulhu e Nyarlathotep.
Em resumo: Sword & Sorcery praticamente pede por elementos lovecraftianos, use-os sem dó nem piedade.
Fantasia Oriental
Os Mythos também oferecem boas opções para quem deseja acrescentar terror a sua campanha oriental.
O folclore japonês é rico em demônios e espíritos malignos, mas os Oni que assombravam os camponeses supersticiosos no Japão Feudal podem ser apenas a ponta do iceberg. Os mares (fonte de grande parte das lendas) podem ocultar coisas muito mais tenebrosas que permanecem dormindo a maior parte do tempo, mas que quando despertam provocam horror e loucura.
Não é muito difícil pensar em hordas de abissais emergindo das profundezas para invadir ilhotas remotas com objetivo de arrastar mulheres aos gritos para suas cidadelas submarinas. Também é bem plausível imaginar cultos inteiros formados por pescadores ignorantes envolvidos com rituais de sacrifício para divindades marinhas que em contrapartida lhes favorecem com abundância de pesca. Dagon, Hydra, Cthulhu... todos parecem bastante promissores no Japão.
Mas não apenas as entidades marinhas encontram espaço em cenários orientais. Legend of 5 Rings, uma ambientação de aventuras orientais se passando na mítica terra de Rokugan apresenta uma infinidade de inimigos, monstros e aberrações inomináveis extraídos do folclore oriental. Em meio a essas criaturas não parece tão difícil encontrar uma brecha para inserir algum horror lovecraftiano, sobretudo um cheio de tentáculos (!).
Uma das melhores aventuras de 5 Rings que joguei envolvia uma incursão do nosso grupo a um monastério assolado por inexplicáveis tragédias. Nosso mestre tratou de importar do livro básico de Cthulhu algumas coisas bem assustadoras para compor a aventura. Por isso, quando meu guerreiro do Clã do Caranguejo acertou um monge com sua maça de batalha e este se desmanchou em milhares de aranhas pálidas, não tive dúvida que estávamos lidando com Eihort e sua maldita prole.
Horror Pessoal
Por delicado que seja, mesmo o Horror Pessoal, gênero enaltecido como uma forma diferenciada de Roleplay pode ser invadido pelos Mythos.
A grande sacada dos jogos de Horror Pessoal é que os jogadores assumem o papel do monstro e lutam para manter a sua própria humanidade cada vez mais distante. Mas é possível que existam coisas ainda mais monstruosas do que vampiros, lobisomens, magos, aparições... Em um Mundo de Trevas, é possível que existam sombras ainda mais escuras sobre as quais mesmo esses seres pouco sabem.
Pense conforme as ambientações: Vampiros são compelidos a exercer domínio sobre seus pares e buscar fontes de poder que lhes garantam influência em sua complexa sociedade. Imagine vampiros com inclinação para o sobrenatural se dedicando a explorar esse campo e você terá possibiliadde de inserir artefatos, cultos e rituais que envolvem o Mythos. Nos tempos do Masquerade, joguei uma crônica onde uma coterie de Tremere estava envolvida com um culto apocalíptico a entidades negras. Embora o mestre não quisesse admitir (e até hoje não admita!) aquilo era puro Lovecraft.
No antigo Lobisomen - O Apocalipse -- que subtítulo adequado para o Mythos, a ligação é ainda mais óbvia. As forças do Wyrm, o grande inimigo da ambientação são representados por monstruosidades de Caos e Entropia pura. Nada é mais entrópico do que o Mythos, um poder que ameaça engolir a realidade como um todo e obliterar a existência. Encarar as monstruosidades do Wyrm como seres do Mythos não é pedir muito. Mais delicado é estabelecer a ligação entre os garou e Shub-Niggurath uma entidade que representa o ciclo da própria natureza.
Mas nenhuma ambientação do Mundo das Trevas tem mais a ver com o Mythos do que Mago a Ascenção. A conexão aqui é ainda mais clara. É possível considerar a Magia do Mythos como uma modalidade perdida de magia que poucos Mage ousam empregar. Talvez ela tenha sido banida, proibida, esquecida... quem sabe os mestres temam que usar esse tipo de magia constitui um perigo em potencial pois essa energia decorre de entidades terríveis. E qual será o papel dessas entidades? Será que a magia como um todo é um presente dessas criaturas? O que aconteceria com um mago usando indiscriminadamente este poder ancestral? O cenário fornece possibilidades quase infinitas para inserir o horror de Lovecraft.
O novo Mundo das Trevas não é exceção. Eu mestrei duas aventuras usando o excelente módulo Tales from the 13th Precinct onde os personagens investigavam casos envolvendo (adivinha só?) o Mythos. Grande parte da linha dedicada a aventuras sobrenaturais permite que as criaturas lovecraftianas sejam encaixadas perfeitamente nessa ambientação.
Humor
E porque não?
Embora Cthulhu seja uma ambientação "séria" há brechas para usar o Mythos de forma divertida e descompromissada. Imediatamente me vêm a mente a ambientação de humor "Mulheres machonas armadas até os dentes" onde um dos inimigos não era outro senão "uma entidade cujo nome era impossível ser pronunciado ou escrito corretamente".
Cthulhu (e seus servos) são uma ótima pedida para Toom. A mistura explosiva de horror cósmico com humor absurdo renderia excelentes resultados nas mãos de um bom mestre.
Paranóia (em sua vertente mais cômica) também é terreno fértil para os tentáculos cthulhoides. Substitua a estrutura burocrática do estado totalitário presidido pelo computador por um governo de ditadura teológica que coloca o Mythos no topo da cadeia de comando. Sai "O computador é seu amigo!" e entra "Cthulhu te ama!". Nessa vertente, os jogadores executariam missões como eliminar investigadores metidos, facilitar o transporte de vítimas para cerimônias e auxiliar a abertura do grande portal cósmico.
Para quem acha que Cthulhu não combina com humor, basta dar uma olhada no episódio de South Park onde Cartman comanda Cthulhu a matar Justin Bieber.
* * *
Bem é isso... em caso de dúvida lembre-se que qualquer cenário pode receber uma visita de Cthulhu.
Que bruxaria é essa!!
ResponderExcluirRecentemente pensei o mesmo e em nossa mesa de jogo, já chegamos até o Boss final dessa cruzada interessante!
Isso mesmo, meus Role Players irão matar o Cthulhu!!!
A trama se passou, desde o velho e cliché ritual, onde libertou a Prison Walker, que drena as forças do nosso querido Cthulhu, essa criatura foi derrotada em uma primeira batalha lendária pelos jogadores!! E Agora o Cthulhu está liberto.. Nesse Próximo sábado terá o desfecho dessa cruzada, para saber se os jogadores sobrevivem e matam o Cthulhu ou se morrem e o deixam souto no mundo para se recuperar e fortalecer novamente. Mas sempre mantendo o clima tenso e pesado que é o gênero!
Boa observação!!
vlW (y)
Cthulhu só tem que tomar cuidado para não acordar depois do 40k... ou então ele vai ter que comer muita chainsword! hehehe
ResponderExcluirEsse post me lembrou uma vez que adaptei a lenda do Ragnarök com o despertar de Cthulhu, criaturas do Mythos contra Einherjars numa batalha "apocalíptica".
Quanto a humor com Mythos... Isso me lembra aquela web-comics, 8 bit theater, onde os heróis encontram um povo como cara de polvo... Os nomes próprios das criaturas são "deb'rra" "reb'ka" e os heróis acham graça por entenderem "Debora", "Rebeca", nomes femininos, deixando as criaturas furiosas, que passam a insistir "sua raça menos desenvolvida não tem capacidade de entender e pronunciar nossos nomes!".
Outro de humor para se lembrar é aquele pokethulhu...
Boa sacada essa postagem! Apesar de nunca ter jogado call of Cthulhu, eu sempre busquei no universo dele, inspirações para as minhas campanhas.
Pro Mundo das Trevas atual, uma boa pedida é o suplemento SECOND SIGHT (prometido há tempos pra sair em português, e nada ainda) que contém um interessante capítulo sobre cultistas, rituais macabros e as entidades anômalas que eles veneram... é praticamente o Mythos pra Storytelling.
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