terça-feira, 10 de maio de 2016

Penny Dreadful: Recap - Episódio 1: "O Dia em que Tennyson Morreu"


Meio que escondida em meio ao alarde da estréia mundial de Game of Thrones, uma outra espetacular série abriu a sua terceira temporada na HBO esse final de semana.

Estou me referindo a Penny Dreadful, a fantástica série criada por John Logan que relata a saga de um grupo (podemos chamar de "Liga") de Indivíduos Extraordinários na escura Londres Victoriana que se alternam no papel de caçadores de monstros e de presas, enquanto tentam exorcizar seus próprios demônios internos.

Faço aqui um mea culpa, o Mundo Tentacular deveria dar um pouco mais de destaque a essa série, uma vez que ela se encaixa perfeitamente no que qualquer fã do Horror Gótico poderia desejar. Penny Dreadful recebeu uma resenha genérica quando da estréia de sua primeira temporada (que pode ser lida Resenha) e dois artigos nos quais os personagens principais eram adaptados para Chamado de Cthulhu (links parte 1 e  parte 2). 

Mas nunca passou disso... De fato, a segunda temporada (que também contou com episódios sensacionais) passou batido aqui no blog e não mereceu nem um único artigo. Mea culpa, mea culpa, minha máxima culpa!

Pois bem... não mais!

No estilo dos recaps de True Detective, vou dar início a um recap semanal dos acontecimentos mais importantes de Penny Dreadful com destaque para a terceira temporada que começou a ser exibida pelo HBO sexta feira passada e que já está disponível na grade do NOW no canal HBO. Além disso, é possível assistir as duas primeiras temporadas no Netflix seja para lembrar dos acontecimentos que nos conduziram a atual situação, seja para dar apresentar um dos mais assustadores e bem executados programas sobre o gênero horror da atualidade (que vão me desculpar, coloca qualquer outra no chinelo!)

Então, sem mais delongas, eis aqui

Ah sim... estejam cientes que isso é um RECAP, não uma review portanto é óbvio que teremos enormes SPOILERS daqui em diante. Siga por conta e risco!  


Anteriormente em Penny Dreadful as coisas terminaram de forma dramática e desesperadora para a maioria dos protagonistas de nosso grupo de caçadores caçados. O episódio final da segunda temporada mostrou Sir Malcolm, Ethan Chandler, a Criatura e Vanessa Ives no que parecia uma competição particular para descobrir qual deles fugiria para o canto mais distante de Londres. Tudo bem... digamos que o final da temporada anterior foi no mínimo dramático. O confronto final com o diabólico cabal de feiticeiras que estava atacando os protagonistas foi especialmente desgastante e ao fim dele, todos apresentavam dolorosas feridas físicas e mentais.

Sembene, o fiel valete e guardião de Sir Malcolm havia caído diante das bruxas e seu patrão tomou para si a tarefa de levar seu corpo para ser enterrado na África. Ethan Chandler, cuja natureza bestial veio a tona na temporada anterior, se rendeu ao Detetive Rusk e estava sendo escoltado para a América onde deve ser julgado, a Criatura de Frankenstein embarcou em um navio com destino ao polo norte; enquanto em Londres Miss Ives tenta se recuperar de todo o horror que tomou parte na sua luta final com as feiticeiras. Ela mais do que ninguém sofreu em demasia, visto que foi o pivô de todas as tragédias ocorridas. Vanessa ao contrário de seus colegas não deixou a Capital do Império, mas sua dor a fez retroceder para dentro de si mesma o que é, última análise, constitui uma espécie de fuga.

O episódio tem início justamente com Vanessa Ives residindo no que restou da Grande Mansão dos Murray em Londres. A casa está abandonada, escura e populada de insetos voadores e rastejantes que se alimentam do que restou. Nesse ambiente insalubre encontramos Vanessa se esgueirando pelos cantos escuros como um dos animais que infestam o lugar. Quebrada e reduzida, ela apenas sobrevive de memórias amargas e da auto-comiseração. Até mesmo a beleza exótica de Eva Green parece apagada, estando ela imersa em tamanha sujeira e insalubridade. Felizmente ela ainda conta com alguém que pode oferecer uma ajuda nesse momento de incerteza: enquanto os sinos das igrejas da Grã-Bretanha dobram sem parar avisando da morte de Alfred Lord Tennyson (o poeta máximo do período), Vanessa recebe a visita do Sr. Ferdinand Lyle. Após muita insistência ela enfim abre a porta lacrada da mansão e permite a sua entrada para o antro de sombras que o lugar se transformou: "Eu adorei o que você fez com o lugar", ele deixa escapar uma brincadeira ao ver a decadência reinante.


Finalmente, Lyle consegue convencer Vanessa de que ela deveria buscar ajuda para se ver livre da culpa e do terror pelo qual passou. Desistir das aranhas e moscas e "ao menos procurar se reintegrar a companhia de outros mamíferos" (Lyle como sempre, tem ótimas frases no roteiro!). Uma vez que está em seus limites, ela acaba cedendo e concorda com a sugestão de consultar um alienista (na verdade UMA alienista, o equivalente a um psiquiatra vitoriano, algo que para a comunidade médica do período equivalia a ir se consultar com um shaman tamanha a reprovação a esses especialistas).

O argumento de Lyle é que a pessoa que ele está recomendando, ninguém menos do que uma Dra. Seward!) seria capaz de devolver a ela sua auto-estima. Além do que, foi essa médica quem permitiu a Lyle abraçar a (aham) "fabulosidade" que ele era incapaz de aceitar até então. Miss Ives também aceita renovar seu cabelo e fingir um sorriso de quem está disposta a reconstruir sua vida despedaçada incontáveis vezes.  Mas pobre coitada, nem imagina o que está por vir...

O nome Seward é por si só interessante e abre uma série de questões. Seward é o nome de um dos personagens centrais no romance Drácula de Bran Stoker. Ele é o responsável pela ala de insanos do Hospital de Londres. No romance, o personagem era masculino e ele era de suma importância pois através dele Van Helsing era contactado para se envolver no caso. Aqui, infelizmente Van Helsing morreu na primeira temporada, então veremos o que irá acontecer. Mas falaremos mais a respeito da Dra. Seward alguns parágrafos adiante.


Enquanto isso encontramos um trem cruzando uma paisagem árida e descobrimos estar no Território do Novo México, acompanhando Ethan Chandler. Ethan está sendo conduzido como prisioneiro por Rusk e um grupo de homens da lei fortemente armados. Ele se entregou depois da grande matança promovida na casa das bruxas em que Sembene tombou e onde o pistoleiro deu vazão ao seu lado lobisomem. Logo percebemos que ele não está sozinho, Hécate, a bruxa mais jovem e única sobrevivente do cabal de feiticeiras, acompanha a comitiva devidamente disfarçada de mocinha recatada.

A viagem segue tranquila, tão tranquila que lá pelas tantas Rusk acaba indo até o vagão saloon para beber um chá (sério? em pleno oeste americano esses britânicos pedem um chá? Tá bem...). Seja como for, é esse desejo por um chazinho que salva sua vida de uma violenta invasão de bandoleiros que estão ali para soltar Ethan. Quando o inevitável tiroteio começa, balas voam para todo lado e quem está na linha de fogo leva a pior. Mesmo quem não tinha nada com a confusão acaba sendo baleado em uma série de execuções coordenadas por um pistoleiro barbudo (que me lembrou Wild Bill Hickock). Hecate escapa por pouco da queima de arquivo que elimina todos os passageiros que presenciaram o ataque ("Eu sou apenas uma mulher indefesa", ela diz olhando para dentro do cano da Colt de um dos bandidos).

Mas Ethan não tem muito à comemorar. A expressão dele quando se depara com os homens é de enorme desgosto. Não apenas pelo massacre promovido, mas por que sem dúvida os bandidos trabalham para seu "papai" e pretendem levá-lo até ele para uma reunião de família. Por milagre Rusk escapa da mortandade (bendito chá!), mas está claro que ele não vai deixar sua presa escapar tão fácil.  


Corta a imagem e nos vemos em Zanzibar, África Ocidental, uma das últimas regiões selvagens do Continente Negro. Os germes da escravidão, pobreza e doença estão entranhados tão profundamente na sociedade que Malcolm se sente enojado pelo que vê. Com Sembene enterrado em solo sagrado, o grande explorador bebe para esquecer as tragédias de sua vida e a perda do fiel companheiro.

Pra lá de embriagado, ele sai de uma birosca sendo abordado por uma mulher que pede dinheiro para seu bebê de colo. As propostas da mulher logo se tornam um convite a prostituição e então uma clara ameaça quando ela saca uma arma e o ameaça. Ela chama o inglês pelo apelido "John Bull", o símbolo do poder do Império em que o sol nunca se põe e se prepara para meter uma bala na sua cabeça.

Nisso surge um vendaval de estocadas e golpes e em segundos os assaltantes estão caídos. O salvador de Lord Malcolm é surpreendentemente um nativo americano chamado Kaetenay (na época do politicamente incorreto, udo bem em chamar o orgulhoso apache de "pele vermelha"). Enquanto remove o escalpo de um dos bandidos ele revela a Sir Malcolm que o está seguindo desde Londres e que ele tem que cumprir uma missão antes de poder morrer. Que missão é essa? Simples: "Enfrentar os grandes demônios da Terra e do Céu", ora bolas! 

Mas o que realmente convence Sir Malcolm a acompanhar seu exótico salvador não é a promessa de lutar contra demônios (isso ele parece fazer tem tempo), mas sim a oportunidade de ajudar Ethan Chandler que foi levado à América. Para colocar mais lenha na fogueira, o apache completa dizendo que Ethan é praticamente "seu filho". E como já sabemos, a experiência de vida de Lord Malcolm fará com que ele mova céus e terra para ajudar o jovem americano, como uma forma de superar a morte de seus filhos em circunstâncias que ele nada pode fazer.

Prontos para mais um corte?


Dessa vez estamos no meio do mais absoluto nada! Uma paisagem gelada, com um navio encalhado no gelo polar, incapaz de se mover. Os membros da tripulação discutem seu azar e a respeito da ética de se alimentar dos cadáveres empilhados no tombadilho. Alheio às agruras da temperatura inclemente, vemos a Criatura de Frankenstein isolado como sempre ouvindo as lamúrias dos homens que diferente dele precisam de coisas mundanas como calor e comida. O monstro lamenta apenas ter embarcado em um navio rumo ao nada, pois nem mesmo o esquecimento parece satisfazê-lo.

Sentado no porão congelado ele tenta dar um último consolo a uma criança cantando uma canção de ninar (Só Deus sabe por que trouxeram uma criança numa viagem dessas). Em sua mente ele tem alguns lampejos de uma vida pregressa e tocado por um pragmatismo diante da mortalidade humana, ele abrevia o sofrimento da pobre criança partindo seu pescoço. SNAP!

Em seguida, o monstro deseja aos seus companheiros de viagem boa sorte e saltando na tundra congelada começa seu caminho para "casa". A PÉ!

Esse trecho está bem de acordo com o romance original de Mary Shelley em que o monstro escapa para os confins gelados do planeta para encontrar sua paz interior. Mas em Penny Dreadful, a criatura parece ter outros planos e movido por eles, começa a voltar para seu lugar de origem. O que ele viu nesses lampejos deixa dúvidas, mas quem sabe o que motiva o monstro a continuar. Não me espanta se logo ele chegar a Londres para assombrar seu criador.


E por falar em Herr Victor Frankenstein, onde anda o genial médico ressurreicionista?

Na escura Londres, Victor está enclausurado ruminando os erros de julgamento que o levaram a criar uma "mulher perfeita" que o despreza simplesmente por ele ser "inferior" (ou melhor, vivo). Nisso ele recebe a visita de um colega de profissão, ninguém menos do que o Dr. Henry Jekyl (nessa encarnação um jovem e idealista indiano). Victor relata todos os seus segredos e fala das coisas igualmente "sinistras e belíssimas" com que se envolveu, inclusive a existência de Lily, na verdade Brona Croft (ou seria ainda Noiva de Frankenstein?)

Victor planeja destruir a sua construção, mas deixa transparecer que na verdade o que move seus planos é o rancor por ter sido escorraçado por ela e preterido pelo supremo e imortal dândi Dorian Grey. Jeckyl no entanto tem uma proposta a fazer: usar seu conhecimento de química para alterar o desejo homicida de Brona e fazer com que ela se renda ao bom Doutor. As credenciais de Jeckyl para oferecer ajuda nessa questão envolvem seu triunfo em "domar a besta dentro de si próprio". Ele acredita ser possível usar das mesmas técnicas para domesticar Lily e fazer com que ela ame Frankenstein. 

Eu me pergunto até onde essa história de "domar a besta" é real. Afinal, se há uma coisa que sabemos a respeito do Dr. Jekyl é que sua contra-parte o "simpático" Mr. Hyde não costuma se dobrar à vontade de seu alter ego. Quanto tempo teremos de esperar para ver o amável cavalheiro e que forma ele tomará, só me deixa mais disposto a seguir os episódios. E torcer que seja logo!

Então, voltamos para Vanessa Ives. Lembra que prometi falar mais um pouco a respeito da Dra. Seward? Pois bem,a primeira surpresa é que quando ela encontra a doutora se depara com uma gêmea de Joan Clayton (a bruxa que ensinou a Miss Ives tudo que ela sabe sobre feitiçaria). A doutora admite que sua família vem da mesma região e que a bruxa Clayton deve ser uma parente distante, mas até que ponto um espectador de Penny Dreadful está disposto a acreditar em coincidências. Eu diria 0,00000001%. Claro que tudo isso ainda trará grandes repercussões e descobriremos que a Dra. Seward tem muito a esconder.


Seja com for, Vanessa prova ser material "mais do que interessante" para a Dra. Seward  analisar. Seu desafio de quebrar o ciclo de depressão e amargura será monumental, mas é claro, ela não quer um paciente tedioso. Seu primeiro conselho é um tanto incomum, ela manda Vanessa dar uma volta por Londres e visitar algum lugar em que jamais pôs s pés. A ideia é fazer algo que ela nunca fez antes!

Andando pelas ruas movimentadas de Londres, Vanessa acaba chegando ao Museu de História Natural de Londres um lugar abarrotado de animais empalhados, ossadas e morte. Lá, Miss Ives acaba conhecendo um zoólogo responsável pela mostra, um cavalheiro chamado Alexander Sweet (que eu não consegui encontrar em nenhuma referência e que provavelmente é fictício). Os dois conversam a respeito de escorpiões (algo que Vanessa conhece bem - não é pequeno escorpião?) e criam rapidamente um certo grau de cumplicidade, sobretudo quando ele revela sua predileção por "aquelas criaturas pouco amadas"... todas aquelas quebradas e evitadas. Como a própria Vanessa Ives.

 Hmm... considerando tudo pelo que Vanessa já passou e sofreu,mais um interesse romântico não parece fadado a ir muito longe. Na atual conjuntura ao mesmo tempo que coleciona amantes, Miss Ives acaba perdendo cada um deles de maneira trágica. Se for assim, pobre Dr. Sweet.

O passeio faz tanto bem a Vanessa que com o espírito renovado ela decide escrever para Sir Malcolm, abrir as janelas da mansão e limpar o casarão de cabo à rabo (coisa que Eva Green faz com uma classe inabalável). Sério, se colocar essa mulher para limpar frauda de criança ou arear panela ela vai fazer isso com tanta elegância que a gente vai babar de uma forma ou de outra. Desculpe, é só um comentário... mas achei ele necessário!


Anyway...

Mas é claro, Penny Dreadful não seria Penny Dreadful se terminasse de forma alegre e jovial. Não senhor... se você quer alegria, vá buscar em outra vizinhança. Isso é uma homenagem ao gótico mais negro e aqui as coisas terminam coma  promessa de mais amargor se formando no horizonte como uma tempestade prestes a despencar.

O final desse episódio já valeria a pena por si só.

Nos últimos minutos do episódio, acompanhamos o pacato secretário da Dra. Seward em uma visita a uma prostituta. O sujeito contrata a moça e a acompanha até um beco onde "algo" mais desagradável do que o sórdido negócio acaba ocorrendo. Os dois são atacados por um vulto e a pobre mulher leva a pior. 

Quanto ao secretário, ele acorda em um porão cercado por um bando de vagabundos pálidos que se aproximam dele de forma ameaçadora. A aura de estranheza é tão grande nessa cena que é impossível disfarçar o incômodo como ela transcorre. As figuras se aproximam e parecem conversar apenas através de estalos e olhares. Reconhecemos entre os presentes um menino de rua (um desses urchins dickensonianos) e um outro sujeito visto anteriormente seguindo Vanessa em sua visita ao Museu. "Saboreie o seu dia... minha amada!" diz  menino provocando um olhar curioso de Vanessa. A criança diz que tem um problema de sangue e por isso sua compleição pálida. Tá bom...


Seja como for, os dois e outros escalam as paredes se aproximando, babando sobre sua presa "rosa com sangue". Mas antes que eles possam chegar perto, alguma coisa entra no aposento fazendo as criaturas retroceder aterrorizadas para as sombras do porão.

"Não tenha medo criança" intona uma voz sem corpo, que exige ser informado de todos os movimentos da Srta Vanessa Ives.. Quando o homem insiste que não sabe nada a respeito da nova paciente da Dra. Seward o vilão informa que ele deverá passar a saber. Para garantir sua obediência, o monstro exige que o pobre diabo estique seu pescoço, mostre sua garganta e compartilhe de seu sangue.

É claro, o pobre secretário, transfigurado de horror concorda e ficamos sabendo seu nome: Renfield.

O que não deixa dúvidas de que a sombra ameaçadora pertence a ninguém menos que DRÁCULA!

E é fim do episódio!

Holy shit! Que episódio foi esse? Penny Dreadful retornou em estilo e trouxe em meros 45 minutos uma dose cavalar de romance gótico, horror, suspense e estranheza.

E esse é só o começo de uma temporada que promete, sobretudo porque não há mais a obrigação de apresentar os protagonistas e sua motivação, basta deixar segui-los seu caminho inexorável rumo a tragédia que se abre.

Assistam ontem. Assistam agora. Mas não deixem de assistir!

Penny Dreadful está melhor do que nunca!

Trailer:


Trailer 2:


3 comentários:

  1. ótima série, minha número 2,depois de american horror story

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  2. Minha série favorita desde a primeira temporada! Só consegui assistir os dois primeiros episódios ontem, por isso demorei para ler seu post, não queria spoilers!
    Aquele final foi de arrepiar! Essa temporada realmente promete muito!

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  3. Eu vi a temporada toda e estou de luto desde então pelo fim da série, mas aí, por que não fazem uma adaptação completa da série para algum sistema?

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