Fantasmas e atividade poltergeist não são algo novo, e os estudiosos do paranormal catalogaram incontáveis exemplos desse fenômeno perturbador. Ainda assim, de tempos em tempos, algum caso inexplicável parece vir à superfície apresentando algo novo e aterrorizante que merece destaque. Localizada no centro da Inglaterra, em uma vizinhança aparentemente convencional, existe uma antiga casa de aparência simples que a despeito de tudo isso, desponta como um dos endereços mais assombrados da nação. Nesse domicílio habita uma força antiga, violenta e aterrorizante conhecida como o Monge Negro.
O ano era 1966 e uma família formada por Jean e Joe Pritchard se mudara para a propriedade com seus dois filhos Phillip de 15 e Diane de 12. Eles haviam escolhido a casa de tijolos vermelhos no número 30 da East Drive, em Pontefract, Yorkshire. Tudo parecia bem e eles estavam felizes. Mas não demorou muito para que eles percebessem que coisas estranhas aconteciam na casa. O que eles não sabiam é que aqueles incidentes, à princípio inocentes, dariam origem a uma das mais apavorantes narrativas de assombração de que se tem notícia.
O primeiro incidente inexplicável ocorreu em primeiro de setembro de 1966, quando o filho mais velho do casal, Phillip, estava na companhia de sua avó Sarah Scholes, enquanto o restante da família havia viajado para Devon. Certa noite, os dois únicos ocupantes da casa sentiram uma estranha sensação de frio, a despeito de ser verão. Estranhando aquela situação atípica, os dois investigaram a casa e descobriram que o frio emanava da sala da frente. Enquanto estavam lá ouviram o que parecia ser passos ecoando no telhado. Quando correram para ver do que se tratava, não encontraram nada, embora ao voltar para casa tenham visto estranhas poças de água que surgiram misteriosamente. As tais poças pareciam ter sido deixadas por uma pessoa entrando no aposento, o que era inexplicável já que não havia ninguém.
Na ocasião eles pensaram que aquilo não era nada além de algum vazamento ou cano quebrado e resolveram chamar um técnico para fazer os reparos necessários. Entretanto, após uma inspeção cuidadosa, este não conseguiu encontrar qualquer problema na instalação. Estranhamente, apesar do diagnóstico, as poças de água continuaram aparecendo quase todos os dias, desafiando uma explicação razoável.
Dias mais tarde, o estranho fenômeno foi acrescido de outro estranho incidente. A cozinha foi totalmente destruída quando os moradores da casa não estavam. Estranhamente, a porta estava trancada e até onde se sabe ninguém invadiu a propriedade. Não obstante, o lugar parecia ter sido varrido por uma tempestade, como se alguém tivesse furiosamente lançado cada prato e utensílio no chão, quebrado copos, louça e arrancado as portas dos armários e virado mesas e cadeiras. Tamanha era a violência que garfos foram entortados e lâminas quebradas. A geladeira foi arrastada e os alimentos em seu interior espalhados pelo chão. A comida havia se deteriorado rapidamente e nuvens de moscas zumbiam sobre os alimentos estragados. Não havia uma explicação razoável: nada foi roubado e a tranca da porta estava em perfeito estado.
Enquanto limpavam a bagunça provocada, a família foi interrompida por batidas secas na porta e nas paredes. Ao correr para ver o que provocava aquele estrondo, não havia ninguém à vista. Jean Pritchard percebeu ainda que as plantas que era colocadas no pátio da casa haviam sido viradas e a terra dos vasos espalhada em questão de segundos.
Esse foi apenas o início de uma longa escalada de atividade sobrenatural na casa. Nos dias seguintes os objetos na cozinha pareciam vibrar e balançar como se uma força invisível incidisse sobre eles. Gavetas e portas de armários se abriam. Por vezes, os pratos e copos simplesmente rolavam de seu lugar e se despedaçavam no chão, quadros e fotografias não paravam nas paredes. Além disso, as lâmpadas piscavam sem parar, acendiam do nada ou se apagavam sem que ninguém mexesse. Uma cafeteira elétrica esquentou e se incendiou misteriosamente e por pouco a casa não pegou fogo. O ataque mais forte aconteceu quando um pesado armário que ficava no quarto se moveu sozinho e rolou escadaria abaixo causando um grande estrondo.
A família decidiu deixar a casa temendo pela segurança das crianças. Eles procuraram abrigo na casa de um vizinho e alarmados ouviram o som de objetos quebrando a noite inteira, pancadas na parede e passos pesados. Na manhã seguinte retornaram e encontraram muitos objetos quebrados, mas nenhum outro sinal de atividade paranormal. De fato, tudo parecia estranhamente quieto. Os Pritchard acreditavam que seja lá o que havia atacado seu lar, havia se dissipado tão rápido quanto havia aparecido e que eles estavam livres daquilo.
Demorou mais dois anos para que algo fora do ordinário voltasse a se manifestar na Casa, mas quando aconteceu, foi como se o pior estivesse sendo guardado.
O longo período de calmaria fez com que o choque fosse ainda mais profundo. As estranhas poças de água voltaram a aparecer na cozinha, móveis se moviam de lugar, uma espuma esverdeada de odor nauseante se formava nas pias, batidas secas e pancadas violentas podiam ser ouvidas a qualquer hora do dia e da noite. As portas não ficavam abertas e o conteúdo de armários eram encontrados espalhados pelo chão. Certa noite, a família encontrou fotografias destruídas como se o papel tivesse queimado. Havia ainda um fedor emanando de todo canto, um cheiro de putrefação que atraia insetos e era absurdamente repulsivo. Diane, então com 14 anos contou ter ouvido um som assustador como se alguém respirasse em seu ouvido e sussurrasse palavras de baixo calão. em outra ocasião, membros da família ouviram o ruído de animais de fazenda. As manifestações se tornaram tão comuns que a família apelidou a força de Fred, para colocar uma face no invasor que os importunava sem parar.
A situação continuou em uma escalada de intensidade, com objetos sendo destruídos por mãos invisíveis e outros flutuando no ar. Testemunhas que visitaram a casa afirmaram ter visto cenas inacreditáveis envolvendo entre outras coisas, um vaso flutuando e uma cadeira sendo atirada repetidas vezes contra a parede até se despedaçar por completo. Eles perceberam que quando pessoas de fora visitavam a casa, os fenômenos se tonavam mais violentos como se fosse uma reação à presença de estranhos. A polícia foi chamada repetidas vezes, assim como o vigário local: todos ficaram impressionados pela atividade poltergeist que se manifestava no lugar. Diane se tornou um alvo recorrente da atividade que parecia se divertir em assustá-la. Ela ouvia vozes, coisas voavam na sua direção e em mais de uma oportunidade ela descreveu algo semelhante a mãos tocando seu corpo enquanto dormia. A entidade parecia interessada em atormentar cada membro da família por vezes empurrando, batendo e socando os moradores que sentiam a presença se tornar cada vez mais agressiva.
O fenômeno parecia agir em círculos, com períodos de grande atividade e depois certa calmaria. Por vezes, a tranquilidade era quebrada por algum incidente menor, mas então os fenômenos voltavam com força. Diante de todos acontecimentos, a Família Pritchard decidiu buscar ajuda na Igreja. Diversos exorcismos foram realizados na casa, mas eles apenas pareciam tornar espírito mais furioso. Durante um dos exorcismos, um crucifixo foi arrancado da mão de um padre e torcido. Em certa oportunidade uma cama foi arrastada quase dois metros e erguida para então se quebrar no meio. Em outra vez uma cadeira foi lançada contra o padre que estava conduzindo a oração e o homem sofreu um corte no supercílio. Nada parecia deter o fenômeno e parecia ser questão de tempo até alguém ser ferido com gravidade.
Logo após a realização do quinto exorcismo mal sucedido, algo aconteceu na casa. Uma forma sombria se manifestou de maneira visível diante de Jean e Joe. Era uma forma etérea suspensa a quase dois metros de altura, flutuando próximo do teto. Ela vestia um tipo de manto religioso de cor escura, marrom ou preto, preso com uma corda em volta da cintura. Sua face estava oculta por um capuz pontudo, bem como os braços. Ele parecia um monge medieval, o que lhe valeu o apelido de "Monge Negro".
Depois disso, o Monge passou a ser visto frequentemente pelos membros da família Pritchard. Até mesmo alguns vizinhos afirmavam sentir a presença e em mais de uma ocasião ver o fantasma vagando pelo pátio e pela frente da casa. Para tornar tudo ainda mais sinistro, o fantasma começou a falar com as pessoas e sua voz gutural parecia ecoar elos aposentos vazios. Diane passou a apresentar ferimentos no corpo, arranhões nas cosatas, braços e pernas que pareciam ter sido produzidos por unhas afiadas. Em duas ocasiões ela sentiu o equivalente a uma mordida que deixou marcas claras de dentes na sua pele. Algo também puxava seu cabelo, a empurrava e a chamava de "vadia".
O desespero da família fez com que eles recorressem a especialistas no sobrenatural. O famoso investigador paranormal Tom Cuniff, começou a fazer pesquisas a respeito da história da área e descobriu que o local havia sido usado no século XVI como prisão para conter religiosos. De fato, uma pesquisa revelou que no exato lugar onde a casa havia sido erguida haviam transcorrido execuções públicas, em especial a de Monges que foram aprisionados pelos homens do Rei Henrique VIII durante a Reforma Protestante. Segundo o levantamento realizado, pelo menos sete monges haviam sido enforcados no local. Cuniff acreditava que o espírito que atormentava a casa pertencia a um monge que havia sido prisioneiro na casa e que posteriormente havia sido executado.
Estranhamente, a despeito da intensa atividade paranormal que permeava na residência, ela parou por completo certo dia. Os moradores da casa estavam desconfiados de que uma vez mais essa pausa seria temporária, e esperavam que mais cedo ou mais arde o pesadelo se reiniciasse. Mas estranhamente tudo ficou quieto. Os Pritchard eventualmente conseguiram comprar outra casa e se mudaram, enquanto a propriedade se tornou um endereço popular entre investigadores do paranormal interessados em desvendar o mistério do Monge Negro.
Um casal muito popular de investigadores do sobrenatural, Nick Groff e Katrina Weidman, conduziu um estudo detalhado do local. Eles comandavam um programa de TV chamado Paranormal Lockdown, que decidiu fazer um episódio especial na casa. A proposta era passar um final de semana inteiro na residência e determinar se as histórias sobre ela eram verdadeiras. Tão logo as portas se fecharam, os fenômenos inexplicáveis começaram a se manifestar. Tudo começou com uma sensação sinistra que contagiou a todos. Groff explicou que eles podiam sentir que não estavam sozinhos e que algo ali parecia emanar uma aura de ódio perceptível. Logo portas começaram a bater, sons de passos foram ouvidos e um cheiro de podridão pode ser sentido. Katrina mais tarde contou qual foi a sua impressão a respeito desse trabalho:
"Tão logo cruzamos a porta de entrada senti que essa seria uma experiência diferente. Havia uma energia negativa na propriedade e era possível sentir que aquela presença, fosse ela o que fosse, não estava satisfeita. Quando você encontra um lugar realmente assombrado, é possível sentir que existe alguma coisa errada. Há um senso de estranheza no ar, você sente arrepios e percebe que alguma coisa está contaminando o ambiente com uma presença que não é natural. Quando entramos na casa do Monge Negro, minha primeira reação foi sair dali e correr sem olhar para trás. Ás vezes, queria ter feito isso..."
A equipe do programa se recorda de ter ouvido batidas, portas batendo e móveis se mexendo. O fedor onipresente se espalhava por todo ambiente e se tornou tão forte que em determinado momento, um dos cameras começou a passar mal. Contudo, um dos grandes momentos foi quando Nick Groff propôs ao espectro do Monge Negro que movesse um objeto, no caso uma bola de tênis colocada sobre uma mesa. A bola se moveu sozinha, caiu no chão e continuou se movendo como se empurrada por uma força invisível. Em seguida objetos foram arrancados das paredes e lançados no ar violentamente. Um relógio de parede caiu e se despedaçou no chão.
Outra cena bizarra ocorreu quando Groff perguntou ao espírito: "Você precisa de muita energia para mover objetos"? Por instantes nada foi ouvido, mas então, um dos técnicos de som disse ter captado algo nos microfones que estavam sendo usados para gravar a cena. Ele voltou a fita e o grupo pode ouvir claramente uma voz sussurrar a palavra "Desperata", que significa "Desespero" em Latim.
No auge disso, a temperatura do aposento caiu drasticamente, quase 7 graus segundo os termômetros instalados na sala. De repente uma figura sombria apareceu em um canto do aposento, sendo captada brevemente pelas câmaras. A figura parecia uma sombra amorfa que aparecia em cinco quadros e depois desaparecia como se jamais tivesse estado ali. Para tornar udo ainda mais ameaçador, uma faca caiu na escada e rolou pelos degraus. A equipe também começou a reclamar de sofrer empurrões e arranhões. Finalmente, Katrina soltou um grito. Ela expôs então a barriga afirmou ter sentido uma mordida. E lá estava uma marca perfeita deixada por dentes.
"Nós podíamos sentir essa presença se movendo entre nós. Ea era invisível, mas sentíamos quando ela encostava ou esbarrava. A temperatura caiu bastante e sentíamos um frio horrível, muito embora do lado de fora a temperatura fosse de 21 graus, lá dentro podíamos ver a nossa respiração criar nuvens de condensação. Eu me considero um veterano nesse tipo de reportagem, já vi coisas realmente estranhas, mas nunca em minha carreira senti tanto medo. Aquilo era assustador, não apenas pela situação que estávamos experimentando, mas por que estava claro que aquela presença era agressiva. Ela queri nos ferir e o faria sem hesitar se pudesse".
Após um final de semana inteiro, a equipe deixou a Casa acreditando que tinham reunido provas suficientes de que a presença na Casa continuava ativa e que era um dos casos mais emblemáticos de poltergeist na história. Infelizmente, muitas pessoas levantaram questionamentos sobre as filmagens alegando que a equipe simulou a maioria (ou todos) os eventos.
Outros pesquisadores tentaram sua sorte na Casa e na maioria das vezes a assombração se manifestou provocando uma sensação palpável de terror. Alguns parapsicólogos expressaram choque com a magnitude da atividade paranormal que habitava a residência, com muitos afirmando que as energias presentes eram tão fortes que conseguiam provocar reações físicas nos visitantes. Isso significa dizer que a assombração era tão forte que conseguia mexer com as emoções das pessoas.
Não por acaso, estudiosos apontaram o Monge Negro como uma das mais violentas e poderosas manifestações sobrenaturais registradas. Outra dupla de investigadores do paranormal, que apresentavam o programa Ghost Dimension disseram:
"Quando cheguei na casa, eu estava animado em conhecê-lo, mas pensava que as histórias deviam ser um exagero. Minhas pesquisas levantaram tantos relatos absurdos que eu pensei comigo mesmo: "Não é possível!" Mas ao entrar pude sentir aquela presença maligna. Eu jamais experimentei um fenômeno sobrenatural tão forte e contínuo".
A causa foi comprada por um homem chamado Phillip Painter e mais tarde vendida para um produtor de cinema chamado Bil Bungay, que pensava em transformá-la em um tipo de atração macabra para turistas. Ele alugou a propriedade para vários programas de televisão a respeito de investigações sobrenaturais e eventualmente permitiu que o filme When The Lights Go Out (2012), dirigido por Pat Holden, fosse filmado na casa. A equipe de produção do filme afirmou que tiveram várias experiências sobrenaturais e que chegaram a filmar algumas cenas em que uma presença fantasmagórica podia ser vista. É claro, como quase sempre acontece, há muitas alegações de que as imagens foram manipuladas para criar um burburinho que ajudasse na divulgação do filme. E de fato, esse pode ser o caso.
Ainda hoje, a casa continua existindo e de tempos em tempos ela volta a ser objeto de debate e discussão acalorada atraindo curiosos. Muitos que a exploram acreditam que ela é um dos endereços mais assombrados da Inglaterra. O marco zero de incontáveis fenômenos inexplicáveis e ocorrências bizarras. O Monge Negro é tratado quase como uma celebridade entre estudiosos do paranormal que tentam desvendar seus mistérios.
Seja lá o que acontece nesse endereço amaldiçoado, uma coisa é certa: a presença continua se manifestando e aparentemente continuará se fazendo sentir, por muito tempo.
Por coincidência eu estou na Inglaterra, mas depois desse relato creio que não quero fazer uma visita a esse monge kkkkkkk
ResponderExcluirNão deixa de me passar pela cabeça se nesse cenário, o fato das mortes envolverem religiosidade teria alguma influência na magnitude dos fenômenos.
ResponderExcluirFoi exatamente o mesmo q eu pensei. Talvez a fé do monge convertida em ódio ou algo parecido.
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