domingo, 21 de novembro de 2021

O Interruptor Universal - O Bizarro experimento nazista em busca da Imortalidade


Não é segredo para ninguém que os Nazistas conduziam horríveis experimentos usando seres humanos de todas as idades, incluindo mulheres e crianças como cobaias. Essas experiências pseudo-científicas ocorreram antes e ao longo de toda guerra, incluindo testes com armas biológicas e químicas, testes de vários venenos, estudos sobre os extremos que o corpo humano poderia suportar, com água gelada e fervente, efeitos de armas no corpo, experimentos em gêmeos, efeitos de diferentes doenças no corpo humano e incontáveis ​​experiências médicas de todos os tipos. 

A maioria desses projetos teve resultados mistos e objetivos questionáveis, mas todos eles foram verdadeiramente implacáveis ​​e demonstraram uma profunda e perturbadora falta de respeito pela vida humana, algo apropriado na concepção nazista, já que eles não consideravam seus prisioneiros como pessoas. Esses experimentos geralmente deixavam as vítimas feridas, deformadas, incapacitadas ou mortas, mas um experimento secreto tinha o objetivo oposto: encontrar uma maneira da pessoa alcançar a imortalidade.

Mesmo antes desses supostos experimentos visando a imortalidade, é importante lembrar que os nazistas fizeram muitos experimentos para tornar o corpo humano mais resistente e assim construir super soldados. O programa desenvolvido com o objetivo de criar super soldados com capacidades físicas aprimoradas, sem medo ou limitações envolvia o uso de uma droga experimental chamada D-IX, que consistia em um coquetel selvagem de cocaína, um estimulante conhecido como pervitina, e um poderoso analgésico chamado eucodal. Basicamente, era uma super dose de metanfetamina misturada com analgésicos potentes. Acreditava-se que o D-IX aumentaria significativamente o foco, concentração, coragem, heroísmo e autoconfiança, bem como a resistência e a força, diminuiria a dor na mesma proporção que reduziria a fome, a sede e a necessidade de dormir. 

O D-IX foi testado pela primeira vez em prisioneiros do Campo de Concentração de Sachsenhausen e mostrou resultados tão promissores que logo foi administrado em voluntários militares. Os soldados receberam as cápsulas e, em seguida, foram forçados a fazer longas caminhadas por terrenos acidentados com mochilas totalmente carregadas. De fato, D-IX mostrou um aumento dramático na resistência e atenção nas cobaias, permitindo-lhes marchar sem parar por até 129 quilômetros antes de se esgotarem. O "único" problema é que a droga os tornavam irremediavelmente dependentes dela. 


Apesar disso, o programa que administrou o D-IX considerou os testes um sucesso retumbante. O comando nazista entretanto não teve a chance de usar a droga em larga escala. Oficialmente ela foi empregada em campo num grau limitado a partir de 16 de março de 1944. A vitória dos Aliados impediu do componente ser produzido e distribuído em massa. Se ela tivesse sido utilizada em larga escala, quem sabe o que poderia acontecer.

Mas não era apenas esse experimento para capacitar super soldados que estava sendo realizado nos bastidores da Segunda Guerra Mundial. Entre os cientistas, um objetivo maior, perseguido incansavelmente, visava garantir que os soldados simplesmente não morressem. E é aqui que as coisas ficam realmente estranhas. 

Em 1999, algumas caixas contendo antigos documentos nazistas foram supostamente encontradas em um depósito nos arredores de Hamburgo. Elas continham documentos descrevendo experimentos bastante estranhos que são uma espécie de mistura bizarra entre ciência e ocultismo. Todo o conceito repousa sobre a ideia de que os corpos só morrem porque nossos cérebros dizem a ele tal coisa. O cérebro, segundo essa teoria, portanto, teria pleno controle sobre todos os processos biológicos, incluindo a morte. É essa prerrogativa que criaria uma espécie de cronômetro, uma contagem regressiva se assim preferirem, para a morte. A ideia dos teóricos era que, se fosse possível desativar esse temporizador, o corpo continuaria a funcionar indefinidamente. Até mesmo o envelhecimento poderia ser interrompido e nenhum ferimento causaria a morte. 

O projeto supunha a existência de tal mecanismo chamado "Interruptor Universal" (Universal Switch), uma porção do cérebro que causava a degeneração do corpo e eventualmente levava à morte. O objetivo do projeto nazista era encontrar esse "Interruptor" e desligá-lo de uma vez por todas. Se tal coisa fosse feita, a teoria é que o envelhecimento e a degeneração dos processos biológicos naturais parariam e, efetivamente, a pessoa se tornaria imortal.


Segundo os rumores, em 1942 cientistas alemães começaram a pesquisar esse projeto seriamente, escolhendo um local fora da Alemanha para conduzir experimentos cirúrgicos em cobaias humanas. Esse local acabou sendo o Japão, aliado do Eixo durante o conflito. Uma equipe de pesquisa médica recebeu a permissão para se estabelecer em um orfanato nos arredores da cidade de Hiroshima. Lá deveria realizar seus experimentos, o que não era algo particularmente novo para os nazistas pois crianças eram o foco de vários de seus experimentos imorais. A razão para escolher o Japão, segundo consta é que a equipe trabalharia com especialistas japoneses, supostamente membros da infame Unidade 731. Numa parceria medonha, eles iriam compartilhar resultados e coletar informações para as forças armadas dos dois países.

Para os responsáveis pelo projeto, crianças eram consideradas as cobaias perfeitas, pois se pensava que o "Interruptor Universal" na infância ainda não havia sido ativado e o mecanismo poderia ser melhor estudado. O estudo teve início com a dissecação de cérebros de adultos e crianças a fim de compará-los e tentar encontrar o elusivo Interruptor que eles tanto procuravam. Eventualmente os neurocirurgiões alemães e japoneses alegaram ter localizado uma área promissora localizada no cerebelo, a parte que controlava as atividades subconscientes na mente. 

Em seguida, os cientistas deram início a uma sequência de cirurgias tencionando remover a parte que eles acreditavam conter o "Interruptor Universal". Contudo, essas tentativas apenas resultaram na morte de várias cobaias. Os corpos eram despejados sem cerimônia em covas rasas na floresta perto do orfanato. Uma vez que eram órfãos, ninguém sentiria falta deles e eles permaneceriam como vítimas sem nome. Mas, as coisas ficam ainda mais bizarras, se é que tal coisa é possível.

Em dado momento das pesquisas, os cientistas supostamente tiveram sucesso em extrair a porção do cérebro desejada. A cobaia em questão entrou em coma, mas despertou milagrosamente alguns dias depois. Exames preliminares revelaram como únicos efeitos colaterais um distanciamento emocional crônico e uma mudança na fala. A criança também experimentava frequentes episódios de coma, com suas funções corporais cessando e o coração parando, apenas para voltar à vida pela manhã. Era algo perturbador, mas administrável, com o procedimento sendo considerado um sucesso. Documentos secretos contendo os resultados eram enviados para a Europa que monitorava os avanços. Teriam sido justamente estes papéis que foram encontrados em Hamburgo.


Os memorandos mencionam que a equipe de pesquisa, motivada pelo seu aparente sucesso, seguiu realizando os experimentos, encontrando resultados curiosos em cobaias subsequentes, ainda que tivessem um número elevado de fracassos. Diante da quantidade de crianças lobotomizadas, feridas ou mortas durante os procedimentos, o programa começou a "importar" cobaias de áreas ocupadas pelos japoneses, especialmente da Península da Coréia

Nesse ínterim, os nazistas experimentaram uma nova abordagem para desligar o "Interruptor Universal". A ideia era utilizar um composto químico que poderia ser ministrado diretamente no cérebro para obter resultados. Ao menos meia dúzia de cobaias sobreviveram com poucos efeitos colaterais sendo verificados. 

Enquanto tudo isso acontecia, a equipe percebeu que as crianças que haviam sobrevivido ao procedimento usando o composto começaram a apresentar um comportamento peculiar. A anotação de um dos cientistas num dos memorandos encontrados, dizia o seguinte:

"As cobaias sobreviventes parecem normais no início, e assim que se recuperam da cirurgia, são devolvidas ao orfanato. Lá elas agem como qualquer uma das outras crianças: brincam, estudam, aprendem normalmente, mas quando separadas das demais, elas parecem... desligadas. Caminham descuidadamente pelos corredores, com um sorriso vazio no rosto e olhos perdidos. Ao serem abordadas, elas ficam paradas, incapazes de responder. Se forçadas a reagir ou colocadas sob pressão, elas assumem um comportamento violento. Foram registrados ao menos três episódios de surto psicótico. E tal coisa ocorre espontaneamente, sem aviso, com a cobaia indo de um espectro emocional nulo para outro, extremo. O surto se instala por alguns minutos e então se encerra tão repentinamente quanto se iniciou. E passado o incidente, a cobaia não apresenta qualquer lembrança do ocorrido".  


Apesar desse efeito, os resultados pareciam próximos do que se almejava. Outro médico pertencente à equipe escreveu a seguinte avaliação:

"Os testes demonstram que as cobaias desenvolveram grande resistência física e tolerância à dor. Assisti alguns experimentos sendo realizados e é notável como elas reagem às condições severas que são submetidas. Um elemento recebeu choques elétricos diretos e não demonstrou qualquer desconforto perceptível. Outro foi exposto a temperatura congelante e também não manifestou qualquer reação adversa, como seria de se esperar. Um deles foi mantido acordado por 72 horas, registrando relativamente pouco desgaste físico e mental. É preciso salientar que ainda não atingimos o objetivo principal do experimento, mas que tudo indica, estamos no caminho certo".     

Mas antes de "atingir os resultados esperados", o experimento acabou sendo interrompido abruptamente por um acontecimento já esperado. A Alemanha foi derrotada na Europa e o comando nazista acabou desarticulado. Com efeito, os japoneses assumiram imediatamente o controle do projeto e decidiram fechar o orfanato em Hiroshima. O projeto supostamente continuaria em novas instalações nas cercanias de Tóquio onde estariam melhor protegidos dos bombardeios cada vez mais frequentes.

O orfanato foi esvaziado e ordens expressas foram emitidas para que as cobaias fossem eliminadas. Contudo, os registros atestam que várias crianças teriam sido simplesmente abandonadas nas ruas para viver por conta própria, ao menos até 6 de agosto de 1945, quando a cidade de Hiroshima foi varrida do mapa pela explosão de uma bomba atômica.   
 

A história então assume contornos de uma estranha Lenda Urbana disseminada na região de Hiroshima, com boatos sendo contados à décadas. Ela cita a existência de misteriosas crianças que sobreviveram à explosão nuclear com poucos ferimentos e que passaram a vagar pelas ruínas da cidade devastada. Essas crianças, ainda segundo a lenda, assombravam os demais sobreviventes, roubando e matando indiscriminadamente, agindo como verdadeiras feras. Pelo seu comportamento bizarro, algumas delas são consideradas como "Oni" (demônios) do folclore japonês, que se manifestavam na forma de crianças para ludibriar quem as encontrava com uma aparente fragilidade que nada tinha de real. Esses "oni", eram fortes, resistentes e praticamente imortais. Eles continuaram usando a forma de crianças ao longo das décadas, sem envelhecer, mas agindo de modo malicioso e perverso.

A lenda de fato persiste em Hiroshima até os dias atuais, mas se ela tem ligação com os supostos experimentos do "Interruptor Universal" que teriam acontecido ali, ninguém é capaz de dizer com certeza, embora encaixe quase que perfeitamente.

Assustador, com certeza, mas toda essa história parece bem pouco crível. Tudo tem um ar de lenda urbana ou creepypasta, contudo, certos elementos fazem com que a narrativa soe estranhamente correta. Em 1962, por exemplo, descobriu-se através de documentos oficiais que cientistas alemães realmente trabalharam em Hiroshima num Orfanato mantido pelas forças armadas. Não há registros sobre qual era o teor de suas pesquisas, mas é fato que o orfanato em questão existiu e operou até 1945. Outro indício curioso é que os arquivos da infame Unidade 731 mencionam pesquisas sobre o "Interruptor Universal" em conluio com especialistas alemães. Também há o registro de ao menos um médico que antes da guerra escreveu sobre o "Interruptor Universal" tendo visitado o Japão em meados de 1942. 


E finalmente, temos as lendas sobre crianças imortais que surgiram em Hiroshima na sequência da destruição nuclear da cidade. Uma coincidência bastante bizarra se pensar bem.

No final das contas, o que se pode dizer sobre essa história peculiar? O mais provável é que estejamos diante de uma lenda urbana que brotou nos dias mais escuros da Segunda Guerra. É muito difícil estabelecer com exatidão se alguma coisa nessa estranha narrativa é verdade ou se tudo não passa de simples invenção. Seja qual for o caso, é fato que os nazistas conduziram experimentos científicos bizarros e que acumularam informações perturbadores que talvez seja melhor jamais conhecermos. 

5 comentários:

  1. Interessante. Se for verdade e se foi alcançado algum grau de sucesso nisso, o ataque a Hiroshima ja se mostra que não foi tão aleatório como aparentava ser....

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    1. o ataque em hiroshima não aparentava ser aleatório.

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  2. Poderiam continuar os experimentos com os bandidos.

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    1. antiético, imoral e inumano. além que que provavelmente não daria em nada.

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  3. "A vitória dos Aliados impediu do componente ser produzido e distribuído em massa"

    'o' e 'de'.

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