sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Criptozoologia do Mythos | Algo monstruoso vagando pela floresta amazônica - O Mapinguari

Em muitas regiões do planeta existem relatos a respeito de humanóides misteriosos habitando regiões isoladas. O yeti talvez seja a lenda mais conhecida, mas é claro, não é a única.

Nos EUA e Canadá existem respectivamente o Pé-Grande (Big Foot) e o Sasquatch. Na região do Cáucaso, Rússia, é o almasty que povoa o imaginário das pessoas, na China fala-se a respeito do zhen-Su e na Austrália há avistamentos do yowie nos desertos centrais.

Curiosamente, no Brasil existe uma lenda muito antiga difundida entre os indígenas nos estados da região norte: Acre, Amazonas e Pará, trata-se do Mapinguari, o equivalente brasileiro aos monstros humanóides primitivos.
O mapinguari é descrito como uma criatura simiesca com quase dois metros de altura, pêlos avermelhados ou negros, grandes presas se projetando da boca e garras afiadas. Segundo algumas fontes o mapinguari teria um único olho vermelho e sua boca ficaria na barriga. Em algumas representações essa boca se abriria de forma vertical (alguém pensou no Gug de Lovecraft?).

O folclore dos nativos, afirma que o Mapinguari seria semelhante a uma espécie de primata gigante com braços compridos quase se arrstando no chão.

à esquerda: Assim como o Gug, certas representações do Mapinguari mostram um monstro forte, feroz e com a boca de abrindo de formavertical como uma ferida.

Ele andaria normalmente de quatro, mas quando confrontado se ergueria nas patas traseiras para atingir uma altura superior. Furioso, o mapinguari emite um rosnado assustador. Algumas fontes afirmam que ele também exalaria um fedor pior que o de gambás para afugentar seus inimigos e por isso seria conhecido por algumas tribos como "besta mal-cheirosa".

Caçadores indígenas embrenhados nas densas selvas temiam o mapinguari e não se aventuravam em territórios habitados por estes monstros. De acordo com a lenda, a criatura seria carnívora e se alimentaria de humanos que conseguisse apanhar.

O medo do Mapinguari se espalhava entre os habitantes da região e persiste em algumas aldeias isoladas até os dias atuais. Até poucas décadas a crença de que os mapinguari poderiam carregar mulheres e crianças para suas tocas na selva, causava terror. Algumas tribos ficavam à postos com tochas durante toda a noite quando sons estranhos ou cheiros nauseantes emergiam da mata.

A tradição oral dos indios na amazônia relata caçadas épicas ao mapinguari e estórias assustadoras sobre os monstros, um verdadeiro "bicho papão" entre os nativos.

No século XIX, cientistas começaram a buscar uma explicação para o mito do mapinguari. O palentologista Florentino Ameghino cogitou que os relatos indígenas teriam relação com a existência de espécimes remanescentes da Preguiça Gigante (megalonychidae), um animal do período plestoiceno, que teriam sobrevivido nas profundezas da floresta amazônica.

Na década de 90, uma expedição do Instituto Goeldi, sediado em Belém do Pará, tentou encontrar indícios da existência do mapinguari ou da preguiças gigantes, mas nenhuma descoberta relevante foi feita.

A lenda é bem conhecida no norte do Brasil, mas em um país de dimensões continentais, ela é pouco difundida nas demais regiões. No Pará e no Amazonas existem inclusive estátuas da mítica criatura.

A representação do Mapinguari que encabeça esse artigo está em exposição no parque de Paragominas no Pará.

3 comentários:

  1. É uma lenda muito interessante, mas desconhecida infelizmente. Uma coisa que eu acho interessante é como as lendas se repetem em culturas diferentes, ainda que com nomes diversos.

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  2. legal.

    eu moro no norte do Brasil e quando eu era pequeno tinha muito medo desse bicho. agora posso pensar em histórias com ele no meio.

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  3. Legal, Marcos.

    Você sabe se o Mapinguari também é conhecido nos países que fazem fronteira com o Brasil na região amazônica?

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