Embora morte possa resultar em uma série de ideias diferentes - todas elas funestas, preferi escrever não apenas a respeito desse tema, mas de dois elementos ligados a ela: Necromancia e Ressurreição. Como base para esse artigo, me inspirei em uma das melhores e mais conhecidas estórias escritas por H.P. Lovecraft que fala mais propriamente desses temas do que qualquer outro conto. Os leitores da obra do Cavalheiro de Providence devem saber que me refiro a "O Caso de Charles Dexter Ward".
Nesse fantástico conto, Lovecraft costura as noções de que as entidades cósmicas do Mythos, seres muito além da compreensão, vistos como deuses e entidades místicas, são capazes de conceder poderes transcendentais e magias inomináveis aos que buscam segui-los. Magias estas, capazes de afetar o próprio ciclo de vida e morte, comum a todos os seres vivos e dos quais, via de regra, não há escapatória.
É nessa estória que somos apresentados a um dos maiores e mais desprezíveis vilões do universo do Mythos, o feiticeiro Joseph Curwen, que não via problemas ou implicações morais em desafiar as leis da natureza usando para isso pérfidos feitiços.
Se você não leu "O Caso de Charles Dexter Ward" então pare aqui e não leia o restante desse texto, pois ele contém enormes SPOILERS que sem dúvida irão estragar a surpresa central do livro. Faça um favor a você mesmo, procure uma edição dessa fantástica estória macabra e leia, e só então retorne a esse texto.
Ainda conosco? Muito bem, você foi avisado.
No conto, Joseph Curwen é um senhor de terras que vive na Nova Inglaterra do século XVII, poucos anos depois da Caça às Bruxas de Salem. Ao contrário da maioria dos injustamente acusados e executados na forca, ele era de fato um poderoso bruxo com poderes aterradores e vasto conhecimento dos Mythos. Pode-se dizer que ele era um cultista de Yog-Sothoth, e usando rituais especiais, conseguiu obter mais e mais conhecimento arcano que lhes garantiram uma vida extremamente longa. A tática de Curwen era especialmente vil: ele utilizava um feitiço chamado "Ressurreição dos Sais Perfeitos" para trazer de volta à vida, indivíduos falecidos que em um passado ancestral haviam sido também grandes magos. Curwen se correspondia com uma misteriosa organização responsável por lhe fornecer a matéria prima para suas medonhas experiências de ressurreição. Os ossos de feiticeiros mortos há séculos eram escavados de decrépitos cemitérios da Europa e contrabandeados para a América em caixões de ferro. De posse desse material, Curwen decompunha os restos em uma poeira, os tais Sais Perfeitos, que eram então reconstituídos na forma do indivíduo morto através de um abominável ritual de magia. O resultado dessa necromancia era um renascimento dos mortos.
Entretanto, Curwen não se contentava simplesmente em trazer os mortos de volta à vida. Ele mantinha seus espécimes renascidos acorrentados no porão de sua fazenda, torturando-os cruelmente para que revelassem cada verdade blasfema do Mythos, cada detalhe indiscreto de sua sabedoria do ataúde. Mais tarde, ao longo da estória, o próprio Joseph Curwen, morto numa revolta de camponeses no início do século XVIII, é trazido de volta dos mortos em plano século XX pelo seu tataraneto que desconhecia a maldade do antepassado. Tomando o lugar do parente assassinado, Curwen tenta impetrar seu golpe de mestre, mas é descoberto e mandado de volta para o esquecimento por uma magia reversa do encantamento.
As Implicações da Ressurreição
O ritual de Ressurreição é um feitiço que perverte a própria natureza, permitindo resgatar do esquecimento a consciência de alguém morto - não importa como ou há quanto tempo - e reinseri-la uma vez em um corpo humano idêntico ao que ele tinha antes de morrer. De todas as magias no Grimório do Mythos, esta talvez seja uma das mais assustadoras por suas implicações morais. Antes de nos debruçar sobre a Necromancia, vou abrir apenas um parênteses para falar da morte segundo uma perspectiva lovecraftiana.
O ritual de Ressurreição é um feitiço que perverte a própria natureza, permitindo resgatar do esquecimento a consciência de alguém morto - não importa como ou há quanto tempo - e reinseri-la uma vez em um corpo humano idêntico ao que ele tinha antes de morrer. De todas as magias no Grimório do Mythos, esta talvez seja uma das mais assustadoras por suas implicações morais. Antes de nos debruçar sobre a Necromancia, vou abrir apenas um parênteses para falar da morte segundo uma perspectiva lovecraftiana.
Muitos se perguntam como Lovecraft encarava o conceito de ressurreição mostrado nessa estória, e se estaria presente nesse contexto de "volta à vida", algum componente espiritual. Haveria uma "alma imortal" resgatada do além e trancafiada novamente no corpo renascido? Que lembranças essa alma carregaria de sua experiência de pós-morte quando fosse trazida de volta? E onde exatamente estaria essa alma?
A visão puramente materialista e estritamente científica de Lovecraft, se mostra impiedosa nesse conto. Os mortos ressurrectos não sabem de nada a respeito da existência de um mundo além. Tudo leva a crer que o "fim da vida" não passa de um simples cessar das funções biológicas do ser... não há mundo além, não há inferno para atormentar aqueles que cometeram pecados ou paraíso onde os bons desfrutam as recompensas de uma vida virtuosa. Não há um limbo, uma jornada da alma ou um julgamento do espírito por conta de alguma entidade superior. A ausência de uma explicação, sugere que essas noções atreladas a filosofias religiosas não passam de um mero conto de fadas. Uma fábula infantil criada como justificativa ética e moral e nada mais.
O vazio, as trevas, a poeira e o esquecimento... isso é tudo que nos aguarda após a morte.
A visão de Lovecraft é cruel, mas em perfeita sintonia com os demais aspectos pessimistas que permeiam sua obra. Sendo o homem, algo pequeno, cuja existência não representa ou acrescenta nada no grande esquema cósmico, é condizente que sua morte não tenha maiores repercussões. A morte é simplesmente o fim das funções biológicas: músculos que param de funcionar, sangue que para de ser bombeado e fluir pelos vasos, a interrupção de trocas gasosas e das funções celulares... e quando esta máquina deixa de funcionar, ela se apaga sem maiores consequências.
Assim sendo, quando a magia - uma força sobrenatural, apenas no sentido que ela é ciência incompreensível para a mente humana - se faz presente, e a vida volta a fluir, não há lembrança de nada especial que teria transcorrido nesse ínterim. Não há memória alguma de experiência transcendental, apenas um período entre o antes e o depois, ocupado por uma lacuna envolta em densa escuridão.
Na minha opinião essa é uma das noções mais assustadoras contidas na obra lovecraftiana e quando li "O Caso de Charles Dexter Ward" pela primeira vez, foi esse o trecho que mais me incomodou. A maneira propositalmente leviana como Lovecraft trata a questão espiritual e como ela tem pouca (ou nenhuma) importância no correr da trama. Mais do que as invocações malignas, que as experiências e o consórcio com os antigos, mais do que roubar o corpo de seu descendente e trazê-lo de volta a vida, é a noção de que Curwen retorna sem carregar uma bagagem negativa ou uma cicatriz punitiva por todo mau que causou, que me dá nos nervos. Trata-se de um verdadeiro soco no estômago de qualquer um que compartilhe a crença de que há uma razão maior para a existência humana e que o que fazemos nesse mundo repercute no próximo.
Ciente dessa verdade, não é por acaso que Joseph Curwen, o vilão da estória, ridiculariza as religiões e as crenças na vida após a morte. Não há segredos ou desafios após a morte, apenas o vazio. Morrer é ser arremessado nas trevas, ainda que não exista uma consciência para sofrer nessa condição, tudo o que há se apagou com o último suspiro.
Na estória, não fica claro como Curwen aprendeu os segredos mais profundos da Necromancia, mas parece óbvio que ele não se incomoda em colocá-la em ação para satisfazer seus intentos. O feiticeiro é movido pela sua ambição e pela sede de conhecimento, e assim, busca trazer de volta a mente de homens brilhantes capazes de compartilhar algo sobre o Mythos.
Curiosamente Curwen emprega necromancia apenas para colecionar prisioneiros. Até sua morte, ele próprio não planeja ou sequer cogita ser trazido de volta por um descendente no futuro, tudo ocorre por acaso, quando Ward localiza seu diário e liga os pontos que lhe permitiriam realizar o intento.
Talvez Curwen temesse os resultados de ser trazido de volta, por saber que o ritual demanda um certo grau de habilidade e intimidade com conceitos arcanos e alquimia. Ao longo do conto, ficamos sabendo que caso o ritual não seja realizado corretamente, o resultado, aquilo trazido de volta, não passa de algo que apenas se assemelha a um ser humano. A pessoa ressurrecta não é mais do que uma paródia macabra do que foi um dia. Um pesadelo de carne deformada. E mesmo um mago experiente como Curwen teve seu quinhão de fracassos, uma vez que nos porões de sua torre/ calabouço, habitava uma horda de ressurrectos física e mentalmente deformados.
A Ressurreição dos Sais Perfeitos
A Ressurreição dos Sais Perfeitos
O ritual através do qual Charles Dexter Ward revive o, há muito falecido, Joseph Curwen parece ter pelo menos quatro grandes estágios principais. Sem estes elementos, o resultado da magia acarreta em terríveis falhas. São eles:
1 - Os Sais Essenciais - O ritual envolve presumivelmente o uso das cinzas do morto que se deseja trazer de volta, como sugerido pelo trecho em que Curwen alude a obra de Borellus mencionando a ressurreição de animais:
"Os sais essenciais de animais devem assim ser preparados e preservados, de forma que um homem engenhoso possa ter toda uma Arca de Noé em seu estúdio, e recriar a forma de um animal das cinzas conforme sua vontade; e por conseguinte, usando o mesmo método, com os Sais essenciais de um humano, o filósofo (mago) pode, sem qualquer crime necromântico, invocar a forma de um ancestral morto da poeira que restou de seu corpo incinerado".
Se cinzas são necessárias, supõe-se que o cadáver deve passar por algum processo de incineração até que de sua carne e ossos restem apenas pó. Mas há outras interpretações. Lovecraft deixa claro que Curwen é um alquimista e que dominar o conhecimento de ingredientes e misturas é uma qualidade essencial para conduzir o ritual. Imagino que os Sais Perfeitos sejam resultado de algo mais do que a simples incineração de um cadáver, afinal, os sais são descritos como "uma fina poeira de cor azul telúrica".
É possível que os Sais sejam obtidos pela decomposição dos restos mortais, empregando para isso um pilão (instrumento de pulverização usado pelos alquimistas) e uma série de reagentes, compostos e outros ingredientes cuidadosamente balanceados, dos quais não seriam descartadas substâncias ácidas capazes de corroer os restos. Há de se recordar que Curwen menciona várias vezes a necessidade de que os compostos sejam equacionados para evitar resultados inesperados. Tudo isso sugere que conhecimento alquímico e intimidade com as reações químicas se faz imprescindível.
2 - A Invocação Per Adonai - O segundo elemento citado é uma repetição, como um mantra, de uma invocação ao longo de pelo menos duas horas. Enquanto repete as palavras de poder, o realizador mistura os sais perfeitos e prepara a fórmula final. A litania menciona vários nomes presentes na tradição cabalística:
"Per Adonai Eloim, Adonai
Jehova,
Adonai Sabaoth, Metraton On Agla Mathon,
verbum pythonicum,
mysterium salamandrae,
conventus sylvorum, antra gnomorum,
daemonia
Coeli God, Almonsin, Gibor, Jehosua,
Evam, Zariatnatmik, veni, veni, veni".
No conto, esse mantra parece servir para abrir os caminhos entre o nosso mundo e as entidades do Mythos que irão favorecer o ritual. Ao longo da invocação "per Adonai", Lovecraft escreve que todos os cães da vizinhança começaram a latir e uivar, e um "hediondo fedor" emerge da casa de Ward, local onde se dá o experimento. Além disso, tremendos flashes luminosos são vistos por testemunhas que assustadas fogem das proximidades da casa sem saber do que se trata.
É de se supor que a invocação de alguma forma reaja com os sais perfeitos resultando no "odor" e nos "flashes de luz". Supostamente, a partir da invocação, os sais começam a se "transformar", emergindo deles algo remotamente humano que vai se moldando até adquirir a forma que está sendo trazida de volta à vida. Lovecraft alude a um odor particular que pode representar as conexões químicas do processo biológico se encadeando uma vez mais em uma reversão regressiva da morte em vida. A "luz" por sua vez pode representar a energia, o "animus" sendo direcionado para o molde construído com os sais perfeitos, um corpo vazio sendo preenchido.
É possível, entretanto que tanto o "fedor hediondo" quanto as "luzes" sejam um efeito da chegada de Yog-Sothoth, a entidade convocada para possibilitar a ressurreição. Essa teoria é reforçada pela terceira parte do ritual.
O texto alude a uma voz incorpórea e trovejante, diferindo enormemente da própria voz de Ward, que é ouvida entoando a seguinte frase:
DIES MIES JESCHET BOENE DOESEF DOUVEMA ENITEMAUS
Se essa voz poderosa e sepulcral não pertence a Ward, é de se supor que ela pertença a uma entidade que se apresenta como resultado da primeira invocação. Se esse for o caso, é uma das únicas cenas na obra de Lovecraft em que uma entidade de poder cósmico, "fala".
Presumivelmente, as palavras são proferidas por Yog-Sothoth cuja ajuda é necessária para completar o processo de ressurreição. Quando Curwen é trazido de volta das trevas, a voz é tão imponente que as pessoas na vizinhança se apavoram e não cogitam sequer se aproximar do lugar por temer a presença de algo não-natural nas cercanias. As palavras são tão poderosas que Curwen e Ward não se atrevem a dizê-las em voz alta, elas seriam portanto privilégio de uma entidade superior, quase que os blocos constitutivos da própria vida.
Há a possibilidade de que a voz estranha ouvida fosse de Ward, temporariamente transformada pela emoção ou pelo medo, talvez até pela loucura. Mas essa teoria não se sustenta em vista de toda a carga sobrenatural que dela emana. Ward não era um praticante de magia, menos ainda um feiticeiro. Ele não teria capacidade de criar um efeito intimidador dessa magnitude.
4 - A Invocação Yi-nash-Yog-Sothoth
O ritual entretanto ainda não está completo, pois a voz de Ward é ouvida novamente após a voz trovejante que então se cala. O celebrante entoa cuidadosamente um verso retirado de tomos ancestrais que são por si só, uma espécie de desafio à vida e as leis da natureza:
Yi-nash-Yog-Sothoth-he-lgeb-fi-throdog-Yah!
Segundo o conto, esse trecho é seguido de um "grito uivante que se espalha como uma alucinante explosão e gradualmente vai se transformando em uma gargalhada histérica". Esta cacofonia é supostamente a voz triunfante de Joseph Curwen, que está expressando seu demoníaco deleite por ter sido trazido de volta a vida e ao universo da matéria uma vez mais.
Nós sabemos que essa voz não pertence a Ward e muito menos à entidade invocada, que nesse ponto parece ter retrocedido ao seu lugar de origem em algum lugar do tempo-espaço. A voz gutural e desconexa, continua sua cacofonia incoerente sempre pontuada por uma risada maníaca. Supõe-se que a experiência de transição para a vida é uma experiência visceral, mercurial, emotiva. A mente humana possivelmente fica em descompasso e apenas um indivíduo dotado de inquebrantável força de vontade é capaz de suportar a passagem e manter um resquício de estabilidade. É de se supor que a sanidade de Curwen mesmo antes de ser trazido de volta já estava reduzida, mas sua biografia evidencia que ele era um indivíduo de vontade de ferro. Mesmo ele se mostra perturbado pelo experimento, gargalhando como um louco, o que dizer de outra pessoa qualquer.
A sugestão é que após esse quarto e último elemento, a vida retorna como se jamais tivesse cessado, com o indivíduo desmorto retornado como era no momento em que se deu a sua morte.
Revertendo a Magia
É interessante notar que apesar de seu ceticismo quanto a tudo que era sobrenatural, Lovecraft reservou partes desse ritual extraídas de fontes tradicionais do ocultismo. Há trechos de cabala, nomes de anjos e divindades, entrecortados com palavras que pertencem a idiomas mortos e supostas línguas inumanas.
É interessante notar que apesar de seu ceticismo quanto a tudo que era sobrenatural, Lovecraft reservou partes desse ritual extraídas de fontes tradicionais do ocultismo. Há trechos de cabala, nomes de anjos e divindades, entrecortados com palavras que pertencem a idiomas mortos e supostas línguas inumanas.
Mais interessante ainda, a magia de ressurreição possui um feitiço inverso descoberto na estória pelo Dr. Willett. Trata-se de um princípio alquímico medieval conhecido como Cabeça do Dragão e Cauda do Dragão que devolve os Sais Perfeitos, a sua condição original.
Y'AI 'NG'NGAH,
YOG-SOTHOTH
H'EE—L'GEB
F'AI
THRODOG
UAAAH
|
OGTHROD
AI'F
GEB'L—EE'H
YOG-SOTHOTH
'NGAH'NG
AI'Y
ZHRO
|
Como o sagaz Dr. Willett descobre, as magias de ressurreição e aquela que anula seus efeitos são quase idênticas exceto pelas linhas da segunda que são proferidas de trás para frente, e das palavras que são ditas na ordem inversa. O nome de Yog-Sothoth é a única exceção sendo esse o nome da divindade invocada para romper o benefício que ele anteriormente concedeu.
O símbolo zodiacal no alto de cada texto era usado em manuais de alquimia, ele remete justamente a natureza reversiva de um encantamento, concedendo a informação de que este poderia ser revertido por intermédio de um abascanto. É isso exatamente que acontece na narrativa de Charles Dexter Ward, pois Ward recita a primeira parte da magia de ressurreição trazendo Curwen de volta, enquanto Willett usa o abascanto para reverter Curwen novamente ao estado de pó.
Quando o abascanto é proferido, a vida abandona o corpo do indivíduo ressurrecto que começa reverter a forma dos Sais Perfeitos em um acelerado processo de degradação. Não há como interromper esse processo. Estão presentes novamente os estranhos flashes de luz e o fedor abominável. A carne começa a apodrecer em ritmo acelerado, a pele se liquefazendo, fluidos escorrendo em profusão e órgãos arruinados entrando em um processo de necrose. Músculos se rasgam, tendões se esticam até arrebentar e ossos pulverizam como giz.
O ressurrecto é envolvido em uma dor extrema, indescritível e além de qualquer comparação. O processo dura não mais do que um minuto, mas como descrever a profunda agonia da própria existência sendo arrancada do corpo? Rompido o liame da vida, tudo o que resta ao fim do profundo tormento é uma fina camada de poeira no chão.
Não há consenso a respeito da viabilidade de um indivíduo ressurrecto e destruído pelo abascanto, ser uma vez mais trazido de volta pelo ritual necromântico. Em teoria, não haveria nenhum fator impeditivo, contanto que restasse material suficiente para produzir os Sais Perfeitos.
A existência nesse caso, poderia ser transformada em uma eterna ciranda de morte e ressurreição...
Eu sei que não é exatamente o mesmo conceito, mas talvez essa cena do filme Hellraiser - Renascido do Inferno (1986) sirva como referência de como se dá a magia "Ressurreição dos Sais Perfeitos". A grande diferença é que o indivíduo surgiria de um monte de pó e ao longo de várias invocações místicas.
Possivelmente seria um pouco menos gosmento do que isso, mas como se defendeu Clive Barker na época que o filme foi lançado, "death and birth is a always a messy" ("morte e nascimento é sempre uma lambança"). Lovecraft talvez torcesse o nariz e se sentisse nauseado por essa cena, mas sinceramente ele deveria culpar a si mesmo... com certeza essa cena, deve muito a ele e ao seu conto sobre vida, morte e ressurreição.
* * *
Eu sei que não é exatamente o mesmo conceito, mas talvez essa cena do filme Hellraiser - Renascido do Inferno (1986) sirva como referência de como se dá a magia "Ressurreição dos Sais Perfeitos". A grande diferença é que o indivíduo surgiria de um monte de pó e ao longo de várias invocações místicas.
Possivelmente seria um pouco menos gosmento do que isso, mas como se defendeu Clive Barker na época que o filme foi lançado, "death and birth is a always a messy" ("morte e nascimento é sempre uma lambança"). Lovecraft talvez torcesse o nariz e se sentisse nauseado por essa cena, mas sinceramente ele deveria culpar a si mesmo... com certeza essa cena, deve muito a ele e ao seu conto sobre vida, morte e ressurreição.