adaptado do artigo de James Blackwell
Alguns dias atrás, eu estava examinando meus arquivos, e me deparei com uma série de anotações que estavam no fundo da gaveta. Uma delas em particular me chamou a atenção. Em 31 de agosto de 2000, cerca de um ano antes de me mudar para os Estados Unidos - um homem chamado Rob Lea me telefonou, e de uma forma ansiosa, e claramente preocupada, disse que tinha uma estória para contar. É claro, eu recebo várias dessas ligações, por isso, perguntei se ele podia adiantar qual o assunto que queria tratar. Ele ponderou por um instante e então em uma voz vacilante perguntou o que eu sabia a respeito de rituais de sacrifício e mutilação de animais que vinham ocorrendo no Reino Unido.
A pergunta me pegou de surpresa. Eu não sabia nada a respeito e ele me garantiu que vinha fazendo uma pesquisa a respeito desses incidentes realizados por membros de uma elite interessados em antigas cerimônias de cunho místico-religioso, que tinham como objetivo obter riqueza, poder e, em alguns casos, eliminar inimigos e desafetos usando magia.
Nem é preciso dizer que eu queria, e de fato precisava ouvir mais. Dois dias depois, eu marquei um encontro em um antigo pub no pitoresco vilarejo britânico de Milford, para encontrar meu preocupado informante. Rob havia lido um de meus artigos em uma edição do jornal Chase Post, na qual eu mencionava a controvérsia a respeito de mutilação de animais o que o levou a me contatar. Logo que cheguei, ele me reconheceu e acenando com a mão pediu que eu sentasse, oferecendo em seguida uma caneca de cerveja preta.
Rob, era um devoto do estilo gótico. Vestia um jeans surrado preto, coturnos pesados e um sobretudo de couro sobre uma camisa com a capa de um álbum de Siouxsie and the Banshees. Um boton com a perturbadora e inconfundível cara de Charles Manson completava sua indumentária. Pálido e emaciado, Rob bebeu seu primeiro copo de Guiness e pediu um segundo enquanto eu tinha bebericado apenas um ou dois goles do meu. Ele revelou que gostava de fazer pesquisas e que se considerava uma espécie de investigador, sempre interessado em temas incomuns. Eu apenas concordei e coloquei sobre a mesa um bloco de papel para fazer algumas anotações imaginando se não estava diante de um fá de Arquivo X que havia levado a devoção ao seriado longe demais. Como a estória podia render algo interessante, resolvi ouvir o que Rob tinha a dizer, embora num primeiro momento quase tenha desistido.
Finalmente, depois de falar um pouco sobre seu trabalho, Rob resolveu abordar o assunto que motivou o nosso encontro. Ele contou que como resultado direto de um horrível incidente ocorrido em 1989 em Newport, próximo a fazenda onde ele e seus pais viviam, ele desenvolveu uma profundo interesse em casos envolvendo mutilação de animais.
Felizmente, Rob não era um defensor paranoico de teorias conspiratórias tentando validar estórias a respeito de alienígenas realizando experiências em animais de fazenda. Ele também não via conspirações governamentais para acobertar experimentos com vírus ou armas biológicas. Não! A pesquisa empreendida por Rob o havia conduzido por um caminho bastante diferente - e justamente isso acabou me atraindo para sua estória, toda aquela noção sombria envolvendo misticismo e crenças ancestrais.
Tudo começou segundo Rob em agosto de 1989, quando seu pai, um fazendeiro de Newport descobriu que cinco de suas ovelhas haviam sido mortas na calada da noite. Os animais estavam dispostos em um círculo a cerca de dois quilômetros da casa da fazenda. Todas as ovelhas haviam sido mortas da mesma maneira: a garganta cortada cuidadosamente por um instrumento afiado. Em seguida, vários de seus órgãos haviam sido removidos e empilhados em uma montanha sangrenta depositada no centro do círculo. Haviam ainda estranhos símbolos desenhados ao redor do círculo, símbolos que ele soube mais tarde serem derivados de crenças pagãs e tradições místicas muito antigas. Coisas que ele julgou serem de natureza demoníaca na época, pois ele identificou pentagramas e números marcados com cal no solo.
Acreditando estar diante do trabalho de um culto satânico ou de arruaceiros com interesse pelo ocultismo, o pai de Rob voltou para casa apavorado. A família rapidamente telefonou para a polícia e comunicou o que havia descoberto na sua propriedade. As autoridades vieram imediatamente e encontraram várias pegadas na área evidenciando que pelo menos meia dúzia de pessoas haviam sido responsáveis pelo estranho ritual que ocorrera ali. Um documento oficial foi preenchido, e os dois policiais que visitaram a fazenda pediram que a família não divulgasse o ocorrido a fim de evitar publicidade e não motivar imitadores.
Infelizmente, nenhuma pista que levasse aos responsáveis foi encontrada. A polícia segundo Rob agiu de forma rápida e sequer fotografou o local. Os investigadores disseram apenas que aquilo era um lamentável acontecimento isolado que provavelmente não iria se repetir. Mas aquele incidente sinistro deixou em Rob uma impressão duradora, e é claro, a coisa não terminou por ai.
Rob sorriu, e apanhou uma valise que estava ao seu lado no chão e a colocou sobre a mesa do bar. Eu afastei imediatamente os copos, cinzeiros e talheres para dar lugar a seja lá o que ele desejava me mostrar. Eu já estava intrigado pela narrativa e queria saber o que mais ele tinha para mostrar.
De dentro da valise, ele começou a retirar vários envelopes de cor parda com datas anotadas com caneta pilot na frente. Após examinar o conteúdo, ele o abriu e mostrou sete fotografias coloridas mostrando as cenas da carnificina que havia ocorrido na fazenda de seus pais onze anos antes. Rob contou que apesar da polícia não ter tirado fotografias, ele cuidou de registrar aquela cena dantesca. As fotos eram ampliações que ao menos validavam aquela parte da estória. Elas mostravam exatamente o que ele havia descrito, uma cena medonhamente sangrenta envolvendo carcaças de animais massacrados dispostos em círculo. Próximo a um amontoado de pedaços haviam os tais símbolos cuidadosamente escritos no chão. É claro, essa era apenas a introdução do caso que ele queria apresentar e muito estava por vir.
Ele prosseguiu, com um leve tom nervoso em sua voz, admitindo que no início ele próprio acreditava que a morte de animais estaria de alguma forma relacionada a experimentos ou até com a teoria de que visitantes extraterrestres por alguma razão estavam por trás dessas mortes bizarras. No decorrer de sua investigação, entretanto, Rob desceu cada vez mais fundo no coração do mistério, e descobriu que algo muito mais perturbador estava acontecendo.
Por volta dos anos 1990, Rob viajou por várias regiões das Ilhas Britânicas em busca de outros casos que ajudassem a entender o que estava acontecendo, e encontrou evidências de que havia tropeçado inadvertidamente em uma sinistra, e possivelmente letal, sociedade secreta, formada por um grupo baseado na cidade de Bristol, todos indivíduos interessados em magia negra. Rob batizou esse grupo com o nome "Culto da Besta Lunar" uma espécie de cabal que promovia antigos rituais de morte e sacrifícios de animais. Ele começou a colocar sobre a mesa vários envelopes contendo documentos, anotações, artigos de jornal e fotografias que relatavam a descoberta de animais mortos com aquele mesmo estilo ritualístico. Ele disse que havia encontrado mais de cinquenta casos, mas que deveriam haver muito mais.
O objetivo desses ritos e rituais, alguns extremamente elaborados conforme princípios arcanos muito antigos, era oferecer o sangue e a vida desses animais para invocar entidades monstruosas e seres malignos para que esses realizassem ações na nossa realidade. Era umas espécie de pagamento para que essas criaturas místicas cometessem quaisquer atrocidades que os mestres do Culto da Besta Lunar desejassem.
Rob contou que havia encontrado várias ocorrências de massacres de animais semelhante a que ocorreu na fazenda de seu pai. Ele coletou estórias, ficou sabendo de sacrifícios, por vezes de dezenas de animais e começou a investigar aqueles estranhos símbolos cabalísticos que apareciam nos locais onde aquilo acontecia, sempre em áreas rurais isoladas. Ele passou a pesquisar história antiga, rituais pagãos, bruxaria e superstições, desconfiado de que os motivos para aquelas estranhas mortes estava em algum tipo de tradição hermética.
Ele consultou também alguns professores universitários e especialistas em folclore medieval e acabou fazendo um belo trabalho de pesquisa chegando até a identificar vários dos símbolos encontrados nas cenas de sacrifício. Aparentemente havia fundamento no que ele havia descoberto, por mais inacreditável que fosse aquilo. Ele chegou a localizar testemunhas que afirmavam ter visto um grupo de indivíduos vestindo mantos e portando tochas, realizar o que parecia uma missa negra nos arredores de um pequeno vilarejo em Bath. Segundo suas investigações, o grupo promovia esses rituais sangrentos em noites propícias, quando a Lua cheia surgia no céu, permitindo que os canais de comunicação entre nosso mundo e o além estivessem mais abertos.
Rob disse que a quantidade de mortes era alarmante, mas que apenas uma fração daquela estória sórdida chegava ao público, porque os membros do Culto além de serem cuidadosos com as suas ações, contavam com a ajuda de pessoas influentes. Nesse momento, ele deve ter percebido a minha expressão de dúvida, e salientou que sabia o que eu estava pensando, deixando claro, que compreendia o quanto estranhas eram aquelas noções. Para reforçar seu ponto, ele mostrou uma série de fotos obtidas segundo ele em cenas de abate de animais (ovelhas em sua grande maioria) que sequer haviam sido publicados pelos jornais ou devidamente investigadas pela polícia. Na Grã-Bretanha, crimes contra animais são competência do Serviço de Investigação, um órgão que costuma levar à sério qualquer ocorrência. Crueldade com animais é um crime sério, que não prescreve. Contudo, nenhuma daquelas cenas dantescas havia entrado no sistema do Serviço de Investigação, ou seja, era como se não existisse, ainda que na maioria das vezes, os indivíduos lesados prestassem queixa. Rob comentou que até mesmo o caso ocorrido na fazenda de seu pai, anos antes, havia sido convenientemente apagado dos registros e a única anotação existente afirmava que apenas um animal havia sido abatido, possivelmente em algum tipo de acidente, A cópia do inquérito, segundo ele havia sido assinada por um policial que não estava presente no dia em que a polícia foi até sua fazenda e até mesmo a assinatura de seu pai, como queixante havia sido grosseiramente falsificada.
A essa altura, Rob havia conseguido despertar minha curiosidade novamente. Perguntei a ele como havia chegado ao Culto da Besta Lunar e ele sorriu ao responder: "Eles sempre estiveram por aí". A Sociedade segundo ele era bem antiga, sendo que na virada do século XIX havia tido seu ápice, em uma época na qual esse tipo de sociedade mística era muito popular nas classes mais elevadas da sociedade inglesa. Ele tomou conhecimento sobre essa sociedade através de um professor de Bristol que vinha realizando uma pesquisa por conta própria e pensava em escrever um trabalho a respeito. Rob deixou claro que o título pelo qual ele chamava esse grupo de ocultistas, o "Culto da Besta Lunar", fora inventado por ele mesmo apenas para poder nomeá-los de alguma forma. Ele contou ainda que vinha investigando as atividades desse grupo há pelo menos sete anos.
O que ele havia apurado, é que a Sociedade tinha como área de atuação Bristol, que realmente estava no centro do mapa que ele apresentou, assinalado com vários locais onde, segundo ele, haviam ocorrido sacrifícios de animais. Os membros, um grupo de pelo menos quinze indivíduos - mas possivelmente muitos outros, se espalhavam por várias cidades do oeste como Ipswich; Staffordshire, Cannock em Exeter, nos arredores de Devonshire e alguns em Bromley, no condado de Kent.
Rob relatou como ele próprio havia rastreado o movimento do grupo e clandestinamente seguido alguns de seus membros proeminentes até o local em que rituais ocorreram. Em pelo menos três ocasiões, Rob havia presenciado à distância a realização desses ritos ou encontrado o resultado das estranhas cerimônias pouco depois delas acontecerem. Em 2004, próximo ao Ingrestre
Park Golf Club, nas profundezas da floresta de Cannock ele encontrou os restos de oito ovelhas e seis cabras recém abatidas. No bosque de Staffordshire, ele chegou a tirar fotos de um desses rituais - fotografias bastante escuras que ele levava na sua valise. As fotos mostravam o que parecia ser um grupo de pessoas ao redor de uma fogueira, mas não havia nenhum animal ou carcaça que eu pudesse perceber. Em pelo menos uma ocasião ele havia sido visto e teve que fugir depois que vários dos cultistas gritaram que ele estava invadindo e que seria preso. Isso ocorreu no Morehouse Park, outro famoso campo de golfe nos arredores de Ipswick. Ele havia conseguido identificar algumas daquelas pessoas pelo nome e garantiu que alguns eram personalidades públicas, pessoas influentes em vários níveis sociais, acima de qualquer suspeita. Gente com grande projeção econômica e influência em seus campos de atuação. Ele, no entanto, não estava disposto a revelar nenhum nome, por achar que tal coisa poderia ser perigosa.
“Mas o que exatamente essas pessoas esperam conseguir com esses rituais?” eu perguntei.
De acordo com as pesquisas, o Culto da Besta Lunar estava envolvido com rituais de feitiçaria e magia negra semelhantes ao praticado por congregações medievais na Europa Ocidental. Eles acreditavam que sacrificando animais e oferecendo-os em suas cerimônias, junto com palavras e um elaborado simbolismo religioso, seriam capazes de invocar entidades sobrenaturais nativas de planos e dimensões distantes que co-existiam com a nossa própria realidade. Ele acrescentou que certos lugares na Britânia - e de fato, ao redor do globo - possuíam uma natureza favorável para garantir o acesso a esses outros reinos. Neles era mais fácil romper a barreira, abrir janelas ou portais a fim de estabelecer a comunicação. Segundo a crença do grupo, com os devidos rituais era possível enfraquecer a barreira e fazer com que, ao menos por algum tempo, as entidades ouvissem seus apelos e recebessem suas oferendas. O Culto teria um profundo conhecimento a respeito das antigas cerimônias de oferta e sacrifício, aprendidas ao longo de sua existência e passadas aos membros eleitos para presidir os ritos. Quanto aos lugares, eles eram encontrados através de magias divinitórias que permitiam apontar em que localização o contato seria favorecido.
“Sim, mas novamente, porque eles estão fazendo isso? Com que propósito?” eu pressionei em busca de uma resposta.
Rob olhou seriamente nos meus olhos, e após um ou dois segundos de silêncio, murmurou:
“Assassinato".
“Assassinato,” eu repeti em um tom que era muito mais uma declaração do que uma pergunta.
O informante acenou com a cabeça e explicou que as entidades invocadas pelo cabal não eram criaturas comuns de carne e osso, mas sim seres inteligentes de natureza espiritual. Muitos místicos e ocultistas mencionam a existência de planos astrais povoados por seres que não são iguais aos que temos na Terra. Seres estes que são capazes de fazer coisas que nós podemos apenas classificar como sobrenaturais. Alguns ocultistas chamam essas criaturas de parasitas astrais, e eles são conhecidos por se alimentar de emoções e forçar pessoas a agir de forma incomum. Alguns seriam capazes de se alojar próximo ao seu alvo, causar doenças e até envenenar o corpo e a mente. Várias tradições antigas possuem estórias sobre esse tipo de entidade astral, algumas religiões as chamam por nomes que variam de Gênios, Dibuk, espíritos malignos, sombras, loas, tulpa... e é claro, demônios. Muitas tradições os descrevem como criaturas sem um corpo físico, meras presenças invisíveis capazes de afetar terceiros e fazer com que o alvo sofra. Como a maioria das criações sobrenaturais, a forma delas mudaria de acordo com o observador, sendo que eles poderiam assumir a aparência que bem entendessem.
“Ok,” eu disse. “O que você está dizendo é que essas pessoas estão conjurando demônios para matar seus inimigos. E que esses seres são chamados e pagos através de sangue?”
Rob se recostou na cadeira com uma expressão calma. “Eu não estou dizendo que acredito nessas coisas, estou apenas relatando o que o culto acredita. E o que eles estão dispostos a fazer para promover essa crença. O poder da mente é algo assustador, o poder da sugestão pode ser algo muito forte".
Se o grupo deseja alguma coisa, e encontra um obstáculo eles agem para removê-lo. É claro, nem todos os seres que eles invocam agem no sentido de matar, muitos afetam a mente, o espírito, a vontade da pessoa. Minando sua resistência, fazendo com que a pessoa esmoreça diante deles. Fazem com que ela sinta estar sendo atacado, drenado ou enfraquecido em um plano espiritual. Talvez os rituais existam para combinar a vontade do grupo contra o alvo, como uma maneira de focar e canalizar energias negativas.
O fato é que eles acreditam nisso. E o custo para promover essas ações é consideravelmente baixo, uma vez que eles devem apenas sacrificar alguns animais e recitar algumas palavras em alguma língua morta. Isso é bem menos dramático do que contratar um assassino profissional ou um arsonista para incendiar uma casa e fazer parecer um acidente. O acaso é o aliado deles.
“Certo, eu posso entender isso. Mas o que há de tão especial nesse grupo de pessoas que precisam remover tantos oponentes e inimigos?"
Rob se ajeitou na cadeira e explicou que o Culto da Besta Lunar está ligado a importantes membros da sociedade exercendo influência em todo país. Eles são indivíduos cujas atividades tem grande repercussão, pessoas que colecionam inimigos e que precisam fazer com que seus pontos sejam reforçados. Eles comandam instituições poderosas, bancos, indústrias, fazem e aprovam leis e coordenam os pilares da sociedade moderna... Nem todos são membros da sociedade secreta, mas alguns ouvem falar dela, em sussurros e acabam contratando seus serviços para remover algum adversário político. É por isso, segundo Rob que tudo é investigado com certo desdém, a própria polícia recebe ordens para não se meter nas atividades, a mídia também é cortada e coagida a ficar em silêncio.
Um culto antigo realizando rituais macabros em pleno século XXI? Mortes sendo orquestradas através da invocação de criaturas malignas, subornadas com sangue? Uma conspiração que chega até pessoas importantes, verdadeiros pilares da sociedade britânica?
Rob Lea afirmava que tudo aquilo era verdade.
Finalmente eu fiz a pergunta que me atormentava: "Você não teme que eles possam mandar essas coisas atrás de você"?
O sujeito sorriu sem-graça: "Toda noite!" disse ele guardando as fotografias, mapas e documentos de volta na valise. "Mas eu sou apenas um pequeno incômodo. Eu não fui capaz de causar nenhum dano com minha investigação. E sinceramente, nem sei se poderia causar. De certa forma, para uma conspiração permanecer nas sombras, mais do que sigilo, atualmente é necessário que ela seja desacreditada. Que as pessoas acreditem que tudo não passa de bobagem inventada por algum paranoico".
Eu concordei amargamente, ele afinal estava certo... eu mesmo não sabia se devia levar à sério a estória que ele acabara de me contar.
Nos anos seguintes perdi o contato com Robin Lea - por sinal, esse é um nome inventado, eu não iria revelar sua identidade verdadeira caso ele esteja por aí. Eu me correspondi com ele após nossa conversa no pub, mas não o encontrei mais pessoalmente. Recebi mensagens de e-mail, mas estranhamente elas pararam de ser enviadas cerca de dois anos depois. Tentei entrar em contato, mas não recebi nenhuma resposta. De volta a Grã-Bretanha tentei encontrar algum sinal dele, mas nada... o sujeito parecia ter sumido do mapa. É possível que ele tenha se apresentado com um nome falso? Talvez...
Hoje, treze anos depois daquela noite, na qual Rob Lea revelou uma estranha e perturbadora estória, ela ainda me provoca arrepios e deixa no ar um sentimento de ameaça. Será que em alguma área rural da Inglaterra, o Culto da Besta Lunar está fazendo um de seus trabalhos sangrentos?
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Esse relato é praticamente uma história para RPG. :) Qual criatura do Mythos estaria mais elegível para ser invocada por esse padrão ritualístico?
ResponderExcluirImagino que alguma criatura dimensional seria o mais indicado. Possivelmente um ou mais Dimensional Shambers ou mesmo as criaturas do conto From Beyond, aqueles seres trazidos de outra realidade e que são normalmente invisíveis. Posso imaginar também um Star Vampire matando em troca de sacrifícios de sangue.
ResponderExcluirDe fato é uma aventura de RPG pronta para ser escrita. Só falta colocar a investigação e a conclusão. E lançar os personagens na roubada.