domingo, 8 de novembro de 2020

Mausoléu Imperial - A Gigantesca Tumba do Primeiro Imperador da China


Existem certos lugares no mundo que são antigos, misteriosos e proibidos. Eles ficam fechados para os olhos da maioria dos homens e por séculos, às vezes até milênios, permanecem intocados, guardando em seu interior enigmas ancestrais. 

Muitos desses lugares foram projetados para serem tumbas, perdidas e seladas há muito tempo, frequentemente mantidas dessa maneira para jamais serem encontradas e abertas. Ao redor do mundo, há muitos lugares assim: isolados, desconhecidos e estranhos. Os povos da antiguidade e as civilizações que um dia foram poderosas, ergueram essas tumbas para honrar indivíduos importantes e conceder a estes uma morada especial para seu descanso eterno. Há no entanto, mausoléus impressionantes que chamam a atenção pela sua grandiosidade e acabam diminuindo até as maiores façanhas dos outros povos. Uma das mais incríveis tumbas construídas pela humanidade está localizada na China, uma antiga cidade subterrânea com vastas câmaras conectadas por corredores, ligando mausoléus ocultos que podem guardar enorme riqueza, incríveis artefatos, armadilhas mortais e talvez, até mesmo uma maldição milenar.

A história de uma das maiores e mais importantes tumbas de todos os tempos, começa em 260 a.C, quando a China era uma nação dividida, rasgada por uma sangrenta Guerra Civil disputada por seis reinos, cada qual com um líder ambicioso desejando se impor diante dos demais. A guerra havia se espalhado por todos os cantos do país, naquele tempo uma colcha de retalhos de pequenos feudos que disputavam um arriscado jogo, cultivando aliados e oponentes. Erguendo-se sobre as facções beligerantes rivais estava a poderosa Dinastia Qin, que pr algum tempo foi comandada pelo Rei      Zhuangxiang, que morreu depois de apenas três anos mo trono, deixando o reino para seu primogênito, Ying Zheng, que ascendeu ao poder em 246 a.C com apenas 13 anos de idade.


A despeito de sua juventude, Ying Zheng se mostrou um líder ousado e destemido, combatendo ferozmente seus oponentes e vencendo cada um deles, campanha após campanha para dominar os vizinhos e sujeitá-los. As vitórias foram se multiplicando de tal maneira que muitos achavam que o jovem rei havia sido ungido por poderes divinos. Suas conquistas foram tão significativas que em alguns anos ele conseguiu alcançar algo que até então parecia impossível, unificar todos os territórios que compunham a nação. Sob sua tutela, o Primeiro Grande Império da China foi fundado em 221 a.C tornando Ying Zheng o primeiro Imperador.

Uma vez consolidado no poder, o Império passou por profundas transformações e deu passos largos no campo do progresso social, econômico e científico. Os engenheiros imperiais desenvolveram programas que permitiram a abertura de estradas que conectaram todas as províncias e impulsionaram um comércio vibrante e a circulação de mercadorias e moeda. Ouro e riquezas fluíram para os cofres públicos com a adoção de impostos e o uso de arrecadação para modernizar cidades e construir incríveis obras de infraestrutura. Represas e o redirecionamento de rios acabaram com os períodos de seca que eram um problema para a agricultura e essa conseguiu se desenvolver com o uso de canais, muitos dos quais navegáveis. A mais notável das obras, a grandiosa Muralha da China cortava a fronteira com as perigosas estepes dos mongóis impedindo invasões. Apesar das várias tentativas de assassinato sofridas e dos golpes arquitetados por inimigos, o Imperador se manteve no poder, sendo amado e respeitado pela maioria de seu povo. Em determinado momento, ele se sentiu tão à vontade no trono que proclamou que ele estava destinado a reinar, renomeando a si mesmo "Qin Shi Huang", que pode ser traduzido como "Filho dos Céus". Com isso, o Imperador se convertia em uma espécie de Deus, imbuído com poderes divinos que deveria governar para sempre como o senhor de toda a terra e de tudo que nela existe.               

Essa era uma reinvindicação ousada a se fazer, mas Qin Shi Huand era alguém que desconhecia os temores que afligiam os homens comuns, De fato, para comprovar sua grandiosidade ele se tornou obcecado pela noção de imortalidade e desejava viver para todo sempre. Qin buscou incessantemente o segredo da vida eterna, ordenando que alquimistas e magos destilassem o lendário elixir da vida eterna. O Imperador se sujeitou a todo tipo de tratamento e consumiu inúmeras poções misteriosas que lhe trouxeram pouco benefício e que, de fato, acabaram piorando sua saúde.


Percebendo que sua busca pela imortalidade estava fadada a não trazer qualquer resultado, Qin Shi Huang decidiu que se tivesse realmente de morrer que partiria para o pós vida de uma maneira especial. Ele não seria simplesmente sepultado e pranteado por algum tempo. Não! Ele ansiava por ser lembrado para sempre. Para tanto, seus restos mortais seriam depositados em um opulento mausoléu dedicado a hospedá-lo após a morte, um lugar tão impressionante quanto seu palácio em vida. O Mausoléu deveria parecer a capital da Dinastia Qin, a cidade de Xianyang, para que ele encontrasse conforto e conservasse o poder imperial no além vida.

Ele contemplava uma extensa tumba que irradiava de seu ponto central, onde o Imperador seria sepultado, formando ramificações como uma cidade. Esta contaria com inúmeras câmaras subterrâneas, salões grandiosos, compartimentos secretos e quilômetros de corredores com escadas e rampas. O Imperador tinha pressa em ver sua obra concluída o quanto antes. Para erguer seu magnífico mausoléu, ele mandou organizar uma força de trabalho estimada em 700 mil operários e um número desconhecido de prisioneiros que deveriam trabalhar dia e noite na vasta estrutura. O projeto era tão megalomaníaco e ambicioso que se converteu em um microcosmo do Império. Os cofres públicos foram esvaziados para patrocinar a obra, estradas e obras importantes ficaram em segundo plano, bem como orçamento com o exército e defesa. Nada era mais importante que o Mausoléu!

Quando ele enfim foi concluído, o que demorou 38 anos, a construção era a maior e mais cara tumba erguida com o propósito de receber um único ocupante. O Imperador não viveu para contemplar seu sonho totalmente completo, ele morreu antes que o projeto fosse terminado. Mesmo assim, seus restos mortais foram transportados para o centro da estrutura labiríntica, enquanto as obras ao seu redor prosseguiam para dar forma final ao monumento. Quase uma década depois da morte de Qin, os operários assentaram os últimos detalhes da tumba e a lacraram.


De acordo com os registros feitos pelo historiador Sima Qian, da Dinastia Han, a tumba contava com enormes painéis de madeira e pedra finamente entalhados retratando paisagens, cenas de batalha e palácios. Incontáveis murais e telas também adornavam as paredes trazendo retratos do Imperador ao longo de sua vida. Salões abarrotados com relíquias e artefatos se multiplicavam pelas instalações, com cada aposento destinado a receber um tipo de tesouro diferente, dessa forma havia uma câmara apenas para os trajes cerimoniais com fio de ouro e joias cravejadas, outro para peças de jade e outro ainda para armas e armaduras. Os corredores que conectavam as câmaras eram largos, como estradas com tetos pintados representando estrelas e constelações. Mais bizarro de tudo, dois riachos que vertiam mercúrio prateado foram construídos na tumba, para simbolizar os grandes Yangtze e o Rio Amarelo. O fluxo do metal em estado líquido era mantido por uma série de engenhosos dispositivos mecânicos que faziam ele circular indefinidamente. 

Sima Qian escreveu em seus registros históricos:

"Quando o Primeiro Imperador acsendeu ao trono, as obras de escavação e preparação do terreno se iniciaram aos pés do Monte Li. Mais tarde, quando ele unificou o Império, 700 mil homens foram enviados de todos os cantos do reino para trabalhar. Eles cavaram através do solo, encontraram um rio subterrâneo que foi desviado e ergueram escoras de bronze para guarnecer as paredes. O acampamento dos operários era tamanho que parecia uma cidade. Artesãos foram chamados para decorar o interior com luxo e riqueza incomparável. Para proteger essas muitas e vastas riquezas, ordenou-se a colocação de bestas em lugares estratégicos para disparar em qualquer invasor que ousasse colocar os pés no complexo. Armadilhas de pedra, pêndulos e cadafalsos foram distribuídos ao longo das câmaras que uma vez seladas jamais poderiam ser abertas. Velas feitas com a cera extraída de certos peixes foram dispostas para queimar por anos para garantir que o espírito do Imperador tivesse luz. 

Havia ainda garças, pavões e patos feitos de bronze, grupos de músicos, cavalos e carruagens, acróbatas e demais artistas esculpidos detalhadamente em ferro e latão para adornar os corredores como habitantes perpétuos que fariam companhia ao Imperador. Os estábulos imitavam em detalhes os verdadeiros estábulos reais, com direito a reproduções dos garanhões preferidos do Imperador esculpidos em terracota, assim como seus cuidadores e adestradores. Uma multidão de servos, empregados, cozinheiros, aias e concubinas também estavam à disposição do Imperador para cuidar de suas menores vontades.   

Uma das peculiaridades mais famosas e talvez a mais impressionante de todas, diz respeito ao exército imperial alinhado para defender o Mausoléu e seu Imperador. Nada menos do que 8000 guerreiros em tamanho natural, cuidadosamente esculpidos em terracota possuindo incríveis detalhes intrincados que os tornavam únicos diante dos demais. Tamanho era a minúcia artística que cada guerreiro possuía um formato diferente da face, bigode, cabelo, barba e postura, o que leva a especulação de que eles poderiam ser baseado em pessoas reais imortalizadas naquela maneira. Cada soldado trazia em suas mãos uma arma e escudo e vestia uma armadura completa de batalha, demonstrando estarem prontos para o combate. Segundo a lenda, eles lutariam até o último homem para defender a tumba. O exército não era composto apenas por uma infantaria disciplinada alinhada como se aguardando a ordem de ataque; contava ainda com cavaleiros montados e carruagens feitas de terracota. Uma divisão de arqueiros e besteiros fechava a tropa de fieis combatentes.

Além de tudo isso, o complexo inteiro consistia de uma cidade interna e externa divididas por paredes, formando um total de 18 cortes com um majestoso palácio no centro. Os portões que garantiam acesso de uma corte a outra estavam selados e trancados de modo que era impossível penetrar a não ser com aríete. A tumba inteira media 98 quilômetros quadrados em área total construída. Cada aposento repleto de tesouros era protegido ainda por sofisticadas armadilhas desenhadas para neutralizar invasores e punir os transgressores tornando o complexo inexpugnável".    


No fim das contas, Qin Shi Huang não conseguiu enganar a morte. Ele morreu em 210 aC, com apenas 49 anos de idade, ironicamente envenenado com as beberagens concatenadas pelos seus alquimistas, muitas delas à base de mercúrio. Um funeral como jamais visto se seguiu à sua morte. O corpo do Imperador foi levado para o centro do complexo e depositado num caixão de cobre encerrado em um monte. Várias de suas concubinas foram executadas, bem como seus criados e escravos de confiança para que estes lhe fizessem companhia. Muitos dos artesãos e artistas também foram encerrados nas câmaras, com material para seu ofício, comida e água, afim de que fizessem reparos ou expandissem seus desenhos ao longo dos anos vindouros. Os arquitetos principais, que conheciam a planta da mega-construção e que sabiam das passagens secretas e corredores ocultos foram mortos para jamais revelar sua localização.

Pode parecer estranho que algo tão grandioso e que demandou tamanha força de trabalho tenha simplesmente desaparecido nos séculos que se seguiram, mas foi justamente o que aconteceu. A tumba do primeiro Imperador da Dinastia Qin deveria permanecer secreta e acredita-se que um grandioso aparato de acobertamento tenha sido levado à cabo para que ela assim continuasse. Supõe-se que grupos específicos devotados a manter o sigilo sobre a localização e propósito da tumba tenham sido formados nos moldes de sociedades secretas, Seu único propósito: preservar a tumba e protegê-la contra invasores. Em sua dedicação beirando o fanatismo, os membros dessa Sociedade teriam criado todo tipo de rumor para esconder a localização do mausoléu. Espalhando boatos e plantando histórias, eles construíram um status lendário a respeito da tumba, para que as pessoas a vissem tão comente como um mito. Além disso, usavam de força e persuasão para afastar possíveis exploradores. Dizem as lendas que eles assassinaram muitos que buscavam a verdade e que cobiçavam os tesouros do Imperador.

O mito da Sociedade do Imperador vigorou por milênios, sendo um segredo oculto até dos Imperadores que sucederam o Trono de Jade. Com a história real transformada em lenda, os acessos devidamente selados e a localização incerta os membros da Sociedade puderam descansar, A Tumba de Qin ficaria oculta nas névoas do tempo, parcialmente esquecida.

Apenas em março de 1974, os primeiros sinais de existência de um vasto complexo subterrâneo seriam descobertos, quando um homem chamado Yang Zhifa estava cavando um poço na companhia de cinco irmãos na Província de Lintong, arredores da vila de Xiyang. A medida que escavavam eles se depararam com fragmentos de terracota e tijolos a quase dois metros de profundidade. Curiosos com a descoberta eles continuaram cavando e localizaram pedaços de bronze e cabeças de flecha.


Quando arqueólogos que trabalhavam para o governo comunista chegaram ao local meses depois para estudar as descobertas, ficou claro que havia algo mais escondido ali. Sensores de solo descobriram as primeiras câmaras e a primeira parede derrubada revelou uma câmara tomada por figuras de terracota pertencente aos soldados. A medida que os arqueólogos se surpreendiam com as descobertas, rumores milenares a respeito do complexo foram surgindo. Eles se encaixavam perfeitamente nas relíquias encontradas e que remontavam ao período histórico da consolidação. Logo o nome de Qin começou a aparecer em toda parte e os estudiosos confirmaram estupefatos que estavam diante do até então, lendário mausoléu do Primeiro Imperador.

As escavações e o processo de catalogação das peças e artefatos permanece ininterrupto desde a sua grande descoberta, mais de 40 anos atrás. Autoridades do governo chinês prosseguem realizando estudos com frequentes descobertas e surpresas sendo trazidas à tona. Contudo, o trabalho é lento e gradual. Grande parte do complexo permanece inexplorado e virtualmente desconhecido. Não se sabe ainda o que a maioria das câmaras guarda e o que será encontrado amanhã, daqui um ano ou daqui a décadas. O mais provável é que as escavações prossigam por tempo indeterminado. De fato, nada sequer semelhante foi encontrado e a fantástica necrópole do Primeiro Imperador Qin Shi Huang se converteu em uma das maiores descobertas arqueológicas de todos os tempos. 

Recentemente em 2012, uma das mais incríveis e excitantes descobertas foi feita. A descoberta do Palácio Imperial Subterrâneo medindo 76 metros e cobrindo uma área de 170.000 metros cúbicos foi feita entre 30-50 metros abaixo da superfície. Uma espécie de monte artificial posicionado exatamente no centro desse palácio supostamente guarda o corpo do Imperador em pessoa e de suas concubinas. Essa  mega tumba só foi explorada através de imagens tridimensionais com a ajuda de um radar de penetração, mas ela permanece selada nas entranhas da terra, incitando debate sobre quais tesouros ela guarda. Até onde sabemos, olhos humanos não vislumbram os segredos contidos nesse mausoléu há milênios. O que ele irá revelar quando enfim for aberto, deve constituir uma das maiores e mais importantes descobertas do século.


Há muitas razões para que ninguém tenha tentado penetrar na imensa tumba em forma de palácio. A principal delas é que ainda não temos tecnologia suficientemente avançada para conduzir esse tipo de feito sem danificar irreparavelmente o que existe em seu interior. Uma vez que a tumba é tão funda, escavar está fora de questão e não há como acessá-la sem causar danos no que existe lá embaixo. O risco de um desabamento em potencial também poderia causar um desastre e acabar com tudo. 

Também há o problema de que não dispomos de tecnologia para preservar alguns artefatos que podem estar dentro do palácio. Após milênios mantidos em um ambiente com pouco oxigênio, a remoção deles pode acabar por arruiná-los por completo em poucos minutos. Algo parecido aconteceu com várias estátuas de terracota que uma vez expostas ao ar e luz acabaram se desfazendo. Também é preciso considerar que o tamanho do complexo impõe um fator complicador, afinal, sem saber exatamente onde concentrar os esforços poderia levar anos para achar um lugar importante. Finalmente há o custo envolvido nessa tarefa, um trabalho de perfuração e escavação desse tamanho atingiria cifras milionárias. Estima-se que um trabalho dessa magnitude custaria algo em torno de 500 milhões de dólares por ano.

Outro fator inibidor é que não sabemos exatamente quais os perigos que aguardam nas trevas. Os documentos a respeito da construção mencionam rios de mercúrio, e de fato, radares subterrâneos detectaram uma enorme concentração de mercúrio no solo. Se esses "rios" forem desviados de seu curso por uma escavação, é possível que eles acabassem transbordando e poluindo lençóis freáticos que se espalham pelo território. Em termos de ecologia seria um desastre ambiental sem precedente. Também há o risco de exposição a bactérias mortais que poderiam estar no subterrâneo e para a qual não temos nenhuma defesa. Também muito se fala a respeito de armadilhas intrincadas sobre as quais nada se sabe. Não é possível determinar se essas armadilhas ainda estariam ativadas depois de milênios, mas vagar pelos subterrâneos sem um plano pré-definido, literalmente na escuridão não parece muito prudente.     

Indivíduos mais inclinados para o lado sobrenatural sugerem ainda que o Imperador lançou uma maldição sobre o seu Mausoléu. Aqueles que adentram essa tumba estariam se expondo a todo tipo de maldição e perigo formulado por magos que serviam ao Imperador como seus conselheiros. A mitologia chinesa é rica em vários seres sobrenaturais e demônios, fantasmas e monstros que teriam sido, segundo os crentes, invocados para defender os corredores dessa masmorra e impedir que invasores encontrem seus tesouros.

Outros acreditam que os alquimistas que auxiliaram o Imperador em sua busca pelo elixir da imortalidade tenham encontrado fórmulas mortais de venenos e substâncias tóxicas desconhecidas. Estas teriam sido usadas para proteger os corredores que na presença de invasores seriam inundados com gases letais. Há rumores de que arqueólogos chineses tentaram acessar clandestinamente as câmaras, mas nenhum deles chegou longe o bastante para revelar seus segredos. 

O mistério permanece!


A única certeza que se tem é que a tumba possui potencial de guardar incríveis artefatos históricos, vastos tesouros e relíquias culturais sem preço. Arqueólogos de todo o mundo pediram permissão ao governo chinês para auxiliar nas explorações, mas o país tem se mantido cauteloso diante de qualquer incursão. Uma expedição pode se mostrar a mais importante descoberta de nosso tempo ou ela pode simplesmente revelar câmaras cheias de ossos, poeira e detritos.

Pode haver qualquer coisa lá dentro, não se sabe e é provável que não venhamos a saber por um bom tempo. Há aqueles que pensam que seria melhor jamais sabermos. Talvez os avisos sejam claros, e nossa teimosia em ignorá-los possa vir a custar muito caro. Violar a ameaça dos antigos pode constituir um grande erro.

O acirrado debate continua, por hora, a tumba e seu interior continuam fechados. Turistas convergem para o local aos milhares para admirar as câmaras que já foram abertas e que revelaram o exército de terracota. Além de determinado ponto a visitação é proibida e apenas pessoas autorizadas podem entrar e sair, contudo, mais adiante ninguém imagina o que poderá ser encontrado. A promessa de tesouros e descobertas é tentadora, mas será que estamos dispostos a pagar o preço de nossa ousadia? Em algum lugar, nas profundezas insondáveis, os restos do Imperador aguardam, cercados por armadilhas mortais, veneno, mercúrio e maldições. Se o desejo do Imperador Qin era ser mantido em paz, lembrado pela eternidade, parece que ele foi atendido.

Por hora ele parece estar levando a melhor...

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