"Maior que um estábulo... feito de um monte de corda retorcida, com a forma de um imenso ovo de galinha e maior do que qualquer coisa que eu tenha visto. Tinha dezenas de pernas como cabeças de porco, bocas abrindo e fechando quando ele pisa.... todo mole, como geleia, e feito de muitas cordas que balançam e que se juntam... dezenas de olhos saltados sobre o corpo... dez ou vinte bocas, trombas que descem pelos lados, todas bocas, abrindo e fechando... tudo cinza, com argolas azuis e roxas... e Deus do Céu... aquela cabeça no topo..."
H.P. Lovecraft - O Horror de Dunwich
As Crias de Yog-Sothoth são formadas quando o Deus Exterior fertiliza um ser humano, mais comumente uma fêmea da espécie, que tem seu útero fertilizado durante o processo. Há controvérsia a respeito de como se dá essa interação, visto que o Deus é incapaz de manter contato com seres biológicos sem destruí-los. É provável que para realizar este acasalamento de maneira compatível, Yog-Sothoth faça uso de um receptáculo humano que recebe sua consciência e uma parcela de seu ser por alguns segundos. Através deste canal, se dá a transmissão de material genético capaz de realizar a fecundação.
A gestação das Crias de Yog-Sothoth é atípica e potencialmente perigosa, já que o corpo humano não é, via de regra, apto a aceitar essa gravidez. Na maioria das vezes, a experiência acaba resultando em sangramentos internos, dores agudas e perfurações que se mostram fatais. De fato, as chances da gestação ser levada até o termo final são pequenas, com o resultado mais comum sendo a morte da mãe e da prole. Existem descrições de rituais e métodos específicos tanto para garantir a concepção quanto o período gestatório. Estes são descritos em alguns livros e tratados esotéricos, em especial o Daemonolatria.
O resultado da impregnação é uma criatura híbrida nascida após uma gestação curta de 5 a 7 semanas. Por conta das características híbridas, nunca duas Crias de Yog-Sothoth são iguais em aparência. Algumas parecem horrendas e monstruosas enquanto outras guardam características passáveis de um ser humano. Ainda assim, geralmente há alguma anormalidade que permanece. Por vezes, as Crias de Yog-Sothoth são formadas por uma substância alienígena que emite uma vibração diferente em nossa realidade que as torna invisíveis ao nosso espectro luminoso. Apenas em certas circunstâncias elas se tornam visíveis, em especial quando estão se alimentando.
Estas crias mestiças crescem rapidamente e se desenvolvem com alarmante velocidade necessitando de enorme quantidade de alimento. Elas devoram carne fresca e sangue com voracidade, utilizando para isso longos tentáculos ciliados que se prendem nas vítimas e dão início ao processo de deglutição chupando e sorvendo. A medida que crescem, as Crias precisam de cada vez mais sustento.
A maioria destes seres possuem uma inteligência aguçada e um desejo natural de aprender os segredos dos Mythos. Eles se mostram ansiosos por aprender feitiços e pesquisar maneiras de trazer seu "Pai" para o mundo dos homens.
É possível que as Crias de Yog-Sothoth passem por diferentes estágios de transformação física à medida que evoluem. Para isso, elas precisam acumular suficiente alimento e tempo para a transformação ser concluída.
As mais famosas Crias de Yog-Sothoth são Wilbur Whateley e seu monstruoso irmão o Horror de Dunwich. O Horror, que se mantinha invisível a maior parte do tempo, possivelmente passou por uma ou mais transformações durante a sua existência, mudando fisicamente e se tornando cada vez mais abominável e gigantesco. Na ocasião em que ele foi destruído, a criatura tinha pelo menos 12 metros de altura e três toneladas de peso.
A monstruosa entidade era descrita como uma massa de filamentos e tentáculos flácidos que se misturavam e coalesciam em um forma mais ou menos ovalada. O material alienígena que prevalecia em sua anatomia era invisível aos nossos sentidos, podendo ser percebido apenas quando sangue entrava em sua corrente ou quando ela estava sob o efeito da Poeira de Ibn-Ghazi. Os tentáculos mais longos e grossos, semelhantes a trombas pendiam livremente, terminando em bocas ciliadas e avermelhadas. Estas estruturas bucais em formato tubular se fixavam nas presas para delas extrair alimentos. A massa filamentosa e musculosa se assemelha e tem a consistência de tendões. Orifícios cavernosos semelhantes a esfincteres eram responsáveis por produzir uma substância gelatinosa, que escorria em profusão, recobrindo todo corpo, conferindo a ele sua umidade e maleabilidade naturais.
O enorme corpanzil da criatura era sustentado por dezenas de pernas articuladas, responsáveis pela sua movimentação. Apesar de seu tamanho e peso colossais, o Horror era capaz de andar e até correr, fazendo o chão tremer. Suas patas deixavam rastros sulcados de formato arredondado, como barris que podiam ser vistos após sua passagem. A criatura pouco se importava com obstáculos, escalando ou esmagando o que estivesse em seu caminho.
Não é possível definir quais os sentidos à disposição da criatura, mas pode-se intuir que ela possuía visão já que era suprida por mais de uma dúzia de olhos distribuídos pelo seu corpo. Esses olhos de uma cor azul pálida e leitosa permitiam que o Horror percebesse todos os movimentos em suas imediações. Acredita-se que as bocas tubulares seriam capazes de captar diferentes odores, em especial o de potenciais fontes de alimento.
Uma das características mais macabras e bizarras da criatura era a existência de uma imensa e mau formada cabeça mais ou menos humana que encimava seu topo, meio que brotando da massa filamentosa. Essa cabeça, conforme testemunhas concordaram, guardava uma mórbida semelhança física com seu avô, o Bruxo Whateley. Uma barba castanha espessa manchava sua face pálida, enquanto cabelos revoltos escorriam pelo escalpo oleoso. Dotada de olhos mortiços repletos de cataratas, um nariz nodoso adunco e uma boca rasgada repleta de dentes acavalados além de uma língua negra serpenteante, a visão era digna de pesadelos. Incapaz de se expressar, claramente destituída de consciência, a cabeça conseguia através de sua boca torta emitir meros apupos, estalos e ocasionais gritos inumanos que ecoavam pela noite.
Estatísticas para Chamado de Cthulhu
Cria de Yog-Sothoth
O Horror de Dunwich
FOR 230
CON 100
TAM 250
DES 60
INT 90
POD 105
PV 35
Dano Extra: +5D6
Corpo: 6
Pontos de Magia: 21
Movimento: 10
ATAQUES:
Ataques por rodada: 4. O Horror pode usar
seu ataque de atropelar apenas uma vez por rodada e complementar os demais ataques usando seus tentáculos para "Agarrar e Sugar" ou seu ataque corpo a corpo.
Atropelar: A Cria de Yog-Sothoth
é capaz de atropelar seus inimigos, esmagando-os sob seu peso titânico. Esse
ataque pode atingir até 1d4+1 humanos desde que estes estejam em uma área de 5
metros.
Ataques Corpo a
Corpo: A Cria pode lançar até 3
tentáculos grossos e fortes por rodada. Esses ataques causam dano de impacto.
Agarrar
e Sugar: A Cria de Yog-Sothoth usa seus tentáculos para capturar até 3 vítimas.
Se ele agarrar um alvo, este fica preso em uma de suas bocas sugadoras e tem
2d10 +5 pontos de CON drenados. Esse dano é permanente e jamais poderá ser restaurado.
O toque causa corrosão e decomposição na parte exposta.
Armadura:
Nenhuma,
mas o monstro não pode ser ferido por armas físicas. Armas mágicas causam dano
mínimo. Estas criaturas são suscetíveis a magia. Elas permanecem invisíveis
exceto quando estão se alimentando.
Lutar 60% (30/12), dano 2D6
Atropelar 40 (20/8), dano 1D6
+5D6
Agarrar e Sugar
(manobra) Vítima agarrada é drenada em 2d10 +5 pontos de CON por rodada.
Feitiços: O Filho de
Yog-Sothoth sabe instintivamente como Invocar seu pai.
Perícias:
Furtividade (quando invisível) 50%
Furtividade (quando invisível) 50%
Esquivar: 30%
Perda
de Sanidade: Quando invisível a mera presença da Cria de Yog-Sothoth causa a perda de
1/1d8 Pontos de Sanidade. Quando visível o horror ocasiona uma perda de
1d8/3d10 Pontos de Sanidade.
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