quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Recap Episódio 2: Lovecraft Country - “Branquelos na Lua”


Esse é o Recap do segundo episódio da série Lovecraft Country da HBO. Como todo Recap vamos comentar o episódio, falar do que aconteceu e do que pode acontecer na sequência, curiosidades e detalhes que podem ter passado desapercebidos.

Será inevitável haver uma quantidade considerável de SPOILERS.

Se você não assistiu ao primeiro episódio e ainda tenciona fazê-lo sem prévias informações, aconselhamos PARAR DE LER IMEDIATAMENTE.

(e retornar depois)

Você foi avisado.

Vamos ao RECAP de "Branquelos na Lua", o segundo episódio.

*     *     *

Se há algo previsível que pode ser dito a respeito de Lovecraft Country é que a série será incrivelmente imprevisível.

O segundo episódio apresentou uma sequência de acontecimentos estranhos, incidentes alucinantes, ação vertiginosa, bizarrice, monstros obedientes, cultistas maníacos, rituais assustadores e mistérios que prometem ser revelados ao longo das próximas semanas. No Recap passado eu disse que o primeiro episódio tinha se iniciado com um estrondo, e esse continua reverberando como se produzido em uma sala repleta de ecos.


O que parece mais notável é a quantidade de coisas que acontecem em apenas uma hora e como o roteiro consegue multiplicar situações. Condizente com o clima Pulp, onde os personagens escapam de uma situação e imediatamente se vêem arrastados para outra, o episódio dois vai equilibrando acontecimentos sem dar chance de respirar e entender a loucura na qual os três protagonistas foram mergulhados.

O episódio anterior fechou num cliffhanger com Atticus, Letitia e George, os heróis negros chegando à Ardham depois de passar por maus bocados enfrentando racistas raivosos e homens da lei perversos, além de outras criaturas igualmente sanguinárias. Ao encontrar o endereço para onde Monstrose - o pai de Atticus, foi levado, se deparam com uma mansão onde são recebidos gentilmente.

O episódio 2 se inicia com Letitia e George desfrutando do luxo e da hospitalidade da casa, com direito a uma biblioteca repleta de clássicos (no caso de George) e um armário recheado de vestidos (para Letitia). O pesadelo da noite anterior parece ter sido esquecidos e os dois se divertem à valer, o que deixa Tic sem palavras. "Como eles podem ter esquecido o horror vivido ontem mesmo"? 

Bom, a questão é que os dois de fato esqueceram! Quando Atticus tenta lembrar a eles os trágicos incidentes da noite anterior eles simplesmente não conseguem se recordar com clareza.


Esse é o primeiro sinal de que algo muito estranho está acontecendo na Mansão Braithwhite, como eles ficam sabendo através de uma breve explicação fornecida por William, o sujeito insuportavelmente loiro que os recebe e instrui sobre a história da casa. Criada para ser um local de reunião para uma congregação fraternal, a propriedade é uma cópia da construção original, construída por um certo Titus Braithwhite retratado com trajes cerimoniais em vitrais coloridos nas janelas. Titus enriqueceu com "envio de mercadorias" (segundo Leti, uma forma polida de dizer "escravidão") e pereceu em um incêndio que consumiu a casa cerca de 120 anos atrás. Titus, nas palavras de William, era conhecido por ser "gentil" com os escravos, o que é outra forma "educada" de dizer que ele "confraternizava" com as criadas - uma forma mais realista seria dizer que ele visitava suas dependências para estuprá-las.

A figura de Titus, vestido com manto e capuz é suficiente para colocar Atticus em posição de defesa, ele leu o suficiente de Lovecraft para reconhecer um cultista quando vê um. A primeira reação de Tic é dar o fora dali, mas os outros não parecem tão preocupados. Infelizmente eles não podem deixar Ardham até definir o paradeiro de Monstrose.

Após o almoço servido no jardim, no qual eles sentem estar sendo observados, os três decidem dar uma volta pelos arredores de Ardham. O povoado parece um mundo à parte e ninguém se mostra espantado em encontrar forasteiros negros perambulando pelo lugar. Eventualmente os três chegam a uma torre de pedra construída no centro do vilarejo, um lugar que supostamente guarda as provisões da cidade, mas que mais parece uma prisão. Uma mulher estranha e pouco amistosa guarda essa torre, com cães ferozes que latem para o trio de modo que eles não conseguem se aproximar para ver o interior. Contudo, George vê o bastante para suspeitar que a estrutura de pedra deve possuir um subterrâneo, no caso uma masmorra, onde provavelmente Montrose está sendo mantido prisioneiro.

No retorno para a Mansão, já à noite, o grupo é confrontado uma vez mais pelas estranhas criaturas da floresta, as mesmas que massacraram o xerife e seus homens. Mais uma vez um ruído de apito faz com que os monstros, Guardiões, como são chamados, se afastem. A mulher loira vista anteriormente no automóvel prateado é responsável por salvá-los uma vez mais. Ela os escolta de volta à casa, deixando claro que escapar de Ardham é tarefa quase impossível.     

A suspeita de que seus anfitriões estão envolvidos com feitiçaria se confirma quando Atticus é convidado a conhecer o Senhor da Propriedade, Samuel Braithwhite que tem uma introdução inusitada. O sujeito está deitado em uma mesa enquanto outro, devidamente paramentado com trajes cerimoniais realiza algum tipo de cirurgia no seu abdomen. "Eu achei que ele seria mais claro"! é o primeiro comentário de Braithwhite ao ver Atticus quando ele entra no aposento.


Acompanhado de sua filha Cristina, Samuel apresenta as bases para a Congregação que ele preside, um grupo chamado "Ordem do Antigo Despertar" que se vêem como herdeiros de direito de um almejado Jardim do Éden, verdadeiros Filhos de Adão. Nós ficamos sabendo que Samuel de fato é obcecado pela fábula bíblica do Gênesis, ainda que ele tome como tolo qualquer indivíduo que leve ao pé da letra o que está descrito na Bíblia. Ele defende que o Jardim do Eden se refere ao tempo em que o homem era imortal e que tinha um domínio comum sobre a obra de Deus, capaz de nomear e definir o papel de cada ser da criação.      

Samuel e os Filhos de Adão cobiçam esse poder e conforme Cristina explica, seu plano envolve abrir um portal para esse Jardim do Éden que irá garantir aos membros da congregação vida eterna. Para isso eles precisam da participação de algum descendente direto de Titus Braithwhite, a pessoa que mais chegou perto de ter sucesso nessa empreitada. Nesse caso, como todos já presumiam: Atticus. O rapaz carrega em seu sangue a herança de Titus, que pode ser a chave para o êxito da abertura do portal. O rapto de Montrose foi, portanto, uma maneira de trazer seu filho até Ardham e para as garras do Culto. Samuel diz que Atticus deve se preparar para o Ritual e o deixa aos cuidados de Cristina.

Tic tem uma chance de conversar com Cristina e aproveita para descobrir porque seus amigos se comportam como se não lembrassem do que está acontecendo. Ela explica se tratar de um feitiço que foi lançado para controlá-los. Sentindo o perigo da situação, Tic pede que o feitiço seja removido o que faz com que Letitia e George imediatamente percebam que não são hóspedes, mas prisioneiros na Mansão.

Nesse momento, o clima de cortesia se desfaz por completo. O grupo se sente como o Hóspede de Drácula, no clássico de Bran Stoker, aprisionados em aposentos luxuosos mas incapazes de deixar o local. Pior ainda, para deleite dos convidados de Braithwhite, os Filhos de Adão que começam a chegar para a reunião, o trio é submetido a alucinações que manipulam a percepção e faz com que eles vejam indivíduos que não estão lá. Os cortes rápidos e a sequência acelerada, até abrupta desse ponto em diante acentuam a sensação surreal de pesadelo que os personagens estão experimentando. 


George é confrontado por uma visão de Dora, a falecida mãe de Atticus, deixando claro que no passado os dois tiveram um relacionamento amoroso que pode ou não ter resultado no nascimento do rapaz. Letitia se deixa seduzir por uma versão falsa de Atticus, a quem acaba se abrindo e compartilhando de suas tristezas até ser surpreendida por uma visão de uma serpente. Já Atticus se vê atacado por uma mulher chamada Ji-Ah vestida com uniforme militar e armada com uma baioneta. Sem dúvida, é a mulher com quem ele falou ao telefone episódio passado, alguém que ele conheceu na Coréia e que representou algo muito importante na sua vida. 

Eventualmente os três são liberados de seus aposentos e ainda perturbados encontram uns aos outros no corredor onde se abraçam após a provação. George explica que os donos da Casa estão tentando perturbá-los, mas que eles devem resistir. Só assim poderão escapar do lugar. Em seguida, eles são informados por William que um jantar de gala será servido, ainda que apenas os homens estejam convidados.   

O salão de jantar já está lotado com os convidados de Braithwhite, pessoas vindas de toda parte para testemunhar sua tentativa de abrir o portal para o Éden. Quando Atticus e George entram no aposento, a conversa para e os convidados trocam olhares incomodados, eles claramente não estão habituados a compartilhar da mesma mesa que "aquelas pessoas". De fato, compartilhar da mesa (e principalmente da refeição) servida seria uma temeridade. Samuel Braithwhite pede que seus convidados desfrutem da refeição, nada menos do que uma parte do próprio senhor da casa, uma tira de fígado, servida em bandeja de prata como demonstração de boas vindas. Urgh! Atticus que havia presenciado a extração do órgão, não permite que seu tio sequer cheire o conteúdo do prato.

Felizmente, Tio George mais cedo havia encontrado um livro com as regras e estatutos da "Ordem do Antigo Amanhecer" e aponta que tendo feito parte de uma Ordem Fraternal (no caso a Maçonaria Negra) ele sabe que os membros estão obrigados a obedecer as diretrizes ali determinadas. É claro, negros não são aceitos na Irmandade, mas há uma brecha que deixa claro que os descendentes diretos de Titus Braithwhite ("filhos entre os filhos") não apenas são parte do grupo como devem ser respeitados como chefes. Uma vez que Atticus atende essa requisito, sendo herdeiro do líder, ele pode dar ordens aos demais membros com exceção de Samuel. E ele o faz: "Levantem e deem o fora daqui" ele ordena, sendo obedecido à contra gosto pelos cultistas. 


Isso é o bastante para atrapalhar a reunião. Os membros deixam o salão sem sequer experimentar a iguaria servida por Samuel. E isso cria uma oportunidade de ouro para o grupo tentar uma fuga. Antes é preciso resgatar Monstrose (Michael K. Williams) da Masmorra sob a torre de pedra. A essa altura, finalmente, o espectador é apresentado ao pai de Atticus, que sendo um fã da história do Conde de Monte Cristo deu um jeito de escapar da masmorra no melhor estilo Edmon Dantes, cavando um túnel e emergindo do lado de fora coberto de terra. Atticus e George chegam ao mesmo tempo em que a fuga estava sendo efetuada e são ajudados por Letitia que é claro, os auxilia na escapada derrubando a Vigia da Torre. 

Tendo encontrado Monstrose, o quarteto sobe no carro prateado e se prepara para fugir de Ardham, mas as coisas não terminam da forma que eles imaginavam. Ardham é protegida por símbolos mágicos que impedem a saída de pessoas não autorizadas, e quando o automóvel acelera na direção da liberdade ele se choca violentamente contra uma barreira invisível. Braithwhite aparece logo em seguida, sem demonstrar irritação, ele simplesmente atira na barriga de Letitia e George com uma pistola. O ferimento não é letal, e ele pode, é claro, salvá-los recorrendo a poderes arcanos, mas em troca desse favor, espera que Atticus assuma sua posição no Ritual sem mais delongas. Para provar seu ponto, Braithwhite cura o ferimento provocado em Letitia que desperta incólume, George continua agonizando.

Atticus é preparado para o Ritual, sob os olhos vigilantes de Cristina com quem ele tem uma breve mas importante conversa. Tic ressalta que apesar de Cristina ser filha de Samuel Braithwhite, ela, por ser mulher, jamais será aceita na Ordem, afinal são os "filhos" de Adão, as "filhas" estão fora. Cristina não deixa transparecer nada, mas fica claro que a conversa a atingiu em cheio.

A seguir o Ritual se inicia. Atticus é posicionado diante de uma armação em forma de portal, enquanto implementos elétricos são acesos por cultistas vestindo mantos. Braithwhite, em uma posição de destaque lê num velho tomo os trechos do feitiço que abrirá a Porta para o Eden. O som é abafado por trechos de "Branquelos na Lua" (Whiteys in the Moon), poesia de protesto dos anos 1960, declamada por Gil Scott-Heron que dá título ao episódio (mais sobre isso nos comentários).


Nós vemos homens de manto branco, um portal entre dimensões, planos ou realidade se abrindo, banhando os presentes com uma luz e espalhando folhas e flores que parecem surgir da passagem. Uma inconcebível quantidade de energia transborda e o ritual parece ser um sucesso, mas então o inesperado ocorre! A mesma energia da criação se converte em uma força entrópica que atinge Braithwhite e seus ajudantes. Eles  são imediatamente transformados em poeira, como as vítimas de Pompéia e esmagados por destroços que despencam do teto.

É a senha para Tic correr sem olhar para trás. Guiado por uma visão (seria o fantasma de sua antepassada, Hannah, carregando um livro?), ele escapa da casa que desaba no rescaldo do Ritual mal-sucedido. A idílica propriedade dos Braithwhite é transformada numa ruína fumegante. O Ritual para abrir a passagem para o Eden falhou, como havia falhado anteriormente, quando o Mestre Titus foi consumido em meio às chamas. Felizmente, percebendo que as defesas místicas da Casa estavam fraquejando, Letitia, George e Montrose também conseguem escapar à tempo de evitar serem sepultados sobre os restos da Mansão.


Mas ter escapado da Mansão não se traduz em uma vitória para o grupo, afinal George não poderá agora ser curado pela magia de Samuel. Agonizante, com o disparo no estômago ele acaba perecendo nos braços do meio-irmão Montrose. É um final triste para o segundo episódio, e uma pena já que George era um dos personagens mais interessantes. Eu adoraria que ele fosse mais explorado, mas ao que tudo indica ele não vai sobreviver, o que destoa bastante do livro, onde o Tio George figura até o final como um dos protagonistas.

Fecha então a cortina... o primeiro arco está concluído, mas algumas lacunas foram deixadas em aberto, sendo a mais importante a razão pela qual o Ritual falhou. Me parece claro que Cristina Braithwhite está ligada a isso, e o fato de não a vermos depois da conversa com Tic deixa claro que ela passará a ocupar o papel do pai. 

Comentários:

- Uma das cenas mais comentadas desse episódio diz respeito ao monstro - um dos Guardiões da Floresta de Ardham, nascendo de uma vaca. A cena é realmente bizarra e chama a atenção, pois mostra algo perturbador tratado de forma corriqueira à luz da vida na fazenda. Uma vaca parindo não um bezerro, mas uma coisa abominável, um ser não natural.



É curioso como Cristina Braithwhite é chamada especificamente para auxiliar no nascimento da criatura, como se isso fizesse parte de uma provação ou ritual que ela tivesse de desempenhar. Como membro da família cabe a ela trazer ao mundo esses horrores? Ou há algum outro significado oculto?

Outro detalhe curioso é que o primeiro episódio sugere que as criaturas surgem a partir de uma contaminação na qual pessoas mordidas pelos monstros acabam se transformando. Mas se o nascimento deles se dá por inseminação em vacas, então tudo leva a crer que existam duas maneiras de criar esses monstros. 


- Em determinado momento, Tic compara os Braithwhite com a Ku Klux Klan e incomodada Cristina responde: "Meu pai ou seus associados jamais iriam confraternizar com a Klan… Eles são muito pobres". O sentido pode querer dizer "pobres" de ideia ou conteúdo, mas por outro lado pode se referir a um sentido literal. Os Braithwhite e a Ordem são um grupo de elite, formado por pessoas cultas, requintadas e sobretudo ricas. 

A KKK é uma Sociedade tradicional, constituída por um grupo muito específico da sociedade americana, brancos protestantes pobres, o chamado poor white trash. Ao mostrar uma diferença gritante entre grupos brancos, o roteiro demonstra que existe discriminação dentro da própria sociedade branca, com uma separação muito evidente entre ricos e pobres, quase tão grande quanto a de brancos e negros.  

- Atticus parece incrivelmente chocado depois de lutar e estrangular a falsa Ji-Ah. A luta extremamente feroz na qual a mulher tenta matar Atticus justifica suas ações, ele mata o inimigo para não morrer. Ao sair do quarto, ainda perturbado pela experiência, ele encontra George e Leti e começa a explicar o ocorrido dizendo "uma coisa aconteceu na guerra...", mas George o detém e diz que não importa pois aquilo aconteceu quando ele estava lutando pelo seu país.


Que tipo de memória a luta com Ji-Ah desenterrou na mente de Atticus que quase o levou a sofrer um episódio pós-traumático (PTSD)?  No início do episódio anterior vemos Tic envolvido em uma luta esganiçada nas trincheiras da Coréia, mas aquilo não parece suficiente para incomodá-lo, já a morte da falsa Ji-Ah o deixa baqueado. Ainda temos de descobrir quem é ela e como ela está envolvida na história.

- É um detalhe menor, mas quando os heróis estão explorando Ardham e conhecendo o vilarejo, podemos ver um grupo de crianças dançando ao redor de uma árvore segurando fitas vermelhas. Essa dança tem raízes na tradição pagã e costuma aparecer em filmes de Horror Folk em que figuram de forma proeminente cultos e seitas em áreas rurais. O maior exemplo é "O Homem de Palha" (Wicker Man - 1973). Uma dança semelhante aparece em uma cena chave de Midsommar.

- A mãe de Atticus segundo a lembrança de George havia contado certa vez que tinha uma ancestral chamada Hannah que escapou da casa de seu mestre após um incêndio, enquanto estava grávida. Há uma possibilidade de que Hannah tenha iniciado o incêndio, ainda que seja possível também que a tragédia tenha sido provocada pelo Ritual de abertura do Portal para o Eden conduzido por Titus.


Podemos ver que ela está carregando um enorme livro enquanto corre pelos corredores mostrando a Tic o caminho para a liberdade. Esse livro é de grande importância em um dos episódios do romance de Matt Ruff e provavelmente será visitado também na série.

- A maneira como magia e rituais aparecem na série sugerem que "feitiçaria" é tratada de forma bastante direta na série. Os Braithwhite parecem dominar um número considerável de feitiços, como é demonstrado. Eles são capazes de criar barreiras de energia intransponível, controlar os Guardiões que defendem a propriedade, apagar memórias e curar ferimentos quase fatais. 
Que outras habilidades místicas ainda irão aparecer no decorrer da série?    

- Enquanto examina um quadro com os nomes dos fundadores da "Ordem do Antigo Despertar" Tic encontra dois nomes que aparecem com destaque. O primeiro deles é Titus Braithwhite, o Patriarca dos Filhos de Adão e antepassado de Atticus. Mas há um outro nome na moldura do quadro: Horacio Winthrop.


Os leitores do livro com certeza sabem quem é Horacio Winthrop e sabe da importância dele para os próximos episódios com um de seus descendentes figurando como um dos principais vilões da trama. Com a morte de Samuel Braithwhite, sua filha deve tentar se tornar a nova líder da Ordem, mas terá de enfrentar a oposição de outros membros.   

- Durante a cena do ritual, o som ambiente é substituído pelo poema de Gil Scott-Heron. "Whitey's On The Moon" é um dos trabalho mais conhecidos de Scott-Heron um artista proeminente nos anos 1960-70 que criticava o preconceito racial na América. Na poesia, o autor justapõe os avanços tecnológicos da América branca com as dificuldades enfrentadas pelos negros. Enquanto os primeiros conseguem colocar um homem na Lua, os outros tem dificuldades para sobreviver em prédios infestados por ratos.


O poema é executado enquanto o sangue de Atticus (um negro) é usado para alimentar o ritual conduzido por Samuel Braithwhite (um branco). Mais simbólico ainda, o sangue de Atticus está sendo empregado para promover a abertura de um Portal para o Paraíso que ele não foi convidado a adentrar. Como resultado, a magia irá drenar a vida de Atticus e perpetuar a imortalidade de Samuel.

Bem é isso...

Semana que vem tem mais!

2 comentários:

  1. Quando George fala com Dora em seus sonhos, ela faz alusão a ele e SUAS CRIANÇAS (your children), dando a entender que ele realmente tem mais de um filho. Polêmica que renasceu entre ele e Montrose, certo momento.
    Lamentável e estranho matarem um personagem icônico que segue vivo até a última página do conto, literalmente, mas ainda tenho esperanças de alguém passar no "teste de medicina" aí.

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    1. acho que tic vai usar o poder espiritual dele pra reviver george..
      acho que eles não vão perder a oportunidade de mostrar uma outra faceta do poder de tic.. que não só pode ser usado para destruir, mas para construir tbm...
      quanto a ancestral de tic.. acho que ela conseguiu chegar ao eden, e saiu de lá para ajudar tic a fugir..

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