sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

A Queda de Innsmouth - O Ataque à Innsmouth conduzido pelo Governo Americano

 

A Queda de Innsmouth, literal e irrevogável se deu após o envolvimento do Governo Federal dos Estados Unidos após uma sucessão de incidentes inesperados. A história do Ataque à Innsmouth e detalhes sobre a Operação Covenant foram mantidos em completo sigilo em virtude do caráter perturbador dos fatos. Estes são revelados nesse artigo.

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Em 1926, Agentes do Tesouro (que mais tarde seriam chamados de Agentes Federais) haviam tomado conhecimento das atividades criminosas envolvendo contrabando de bebida ocorrendo na Costa da Nova Inglaterra. Suspeitavam corretamente que a Cidade de Innsmouth, por ser isolada e estrategicamente posicionada, vinha sendo usada como porta de entrada para o trafico de bebida ilegal. Uma investigação preliminar foi conduzida por agentes que se infiltraram na cidade usando disfarce como comerciantes locais. Estes, no entanto, conseguiram obter poucas informações do povo fechado que residia na cidade. Acharam o comportamento local "peculiar" e "excêntrico", mas não chegaram a arranhar a superfície e aferir o que realmente acontecia em Innsmouth.  

Os rumos da investigação mudariam graças ao depoimento de um certo Robert Olmstead. Foi através dele que os federais tomaram conhecimento de várias atividades criminosas ocorrendo nos limites de Innsmouth, atividades estas, que iam muito além do contrabando. Olmstead era um estudante de 22 anos com laços familiares em Innsmouth - de fato, acredita-se que ele descendia de um ramo menos decadente dos Marsh. Afastado da cidade desde seu nascimento, o jovem decidiu explorar Innsmouth afim de conhecer a terra natal de seus avós. Olmstead descobriu muito mais do que desejava! Durante sua breve estadia no vilarejo ele conversou com um velho morador chamado Zadock Allen que lhe confidenciou certos segredos sobre o lugar e à respeito dos Marsh. Olmstead não levou muito à sério o que julgou se tratar de delírios da parte do velho, contudo naquela mesma noite ele se viu forçado a fugir de Innsmouth às pressas. Indivíduos ligados aos Marsh o acossaram e ele chegou a temer por sua vida. 

Os horrores de Innsmouth podem ser demais para visitantes desavisados

Os Abissais andavam livremente por Innsmouth

Uma vez em segurança, Olmstead prestou depoimento à polícia e atraiu a atenção de agentes federais que decidiram levar em consideração os temores do rapaz e sua estranha narrativa. Em dezembro de 1926 os federais realizaram uma diligência em Innsmouth para avaliar a situação e retornaram às pressas com uma história bizarra difícil de acreditar. Aparentemente o testemunho de Olmstead não apenas era real, como deixara de fora trechos ainda mais preocupantes sobre o que vinha acontecendo em Innsmouth. Com base no que os agentes do tesouro viram, uma Ordem Federal especial foi emitida ordenando reunir um destacamento de Fuzileiros Navais e prepará-los para uma Operação Militar de máxima prioridade. A Ordem foi cumprida em fevereiro de 1927. Todos detalhes da operação foram mantidos em sigilo, mas sabe-se que ela contou com a participação de Agentes do Tesouro, Guarda Costeira e da Marinha através de Fuzileiros Navais. Entre os agentes escalados para coordenar a operação, estava o jovem e promissor investigador J. Edgar Hoover, originário do escritório de Nova York, mas que havia sido transferido para Boston.

Batizada de Covenant, a Operação foi comandada pelo Oficial da Marinha Coronel James Rothier e mobilizou um efetivo de 120 fuzileiros que se distribuíram na tarefa de cumprir objetivos visando capturar localizações chave na cidade. Os alvos principais definidos foram a Mansão dos Marsh, a Ordem Esotérica de Dagon, o Porto de Innsmouth e a Companhia Pesqueira. Carros armados fecharam as estradas, impedindo a entrada e saída, enquanto três barcos da Guarda Costeira se posicionaram na entrada da Baía de Innsmouth para bloquear embarcações vindas do porto. Em poucas horas, a ação isolou completamente a cidade e restringiu o direito de ir e vir de seus habitantes.

À princípio a Operação visava cumprir mandatos de busca e apreensão e deter os cabeças da Família Marsh para interrogatório. Durante a ação, os militares encontraram forte oposição e tiveram que recorrer a força. Na rua principal, eles foram emboscados por um grupo portando armas de fogo que deram início a um tiroteio. Os Marsh através de sua associação com o crime organizado haviam adquirido um pequeno arsenal que incluía pistolas, espingardas e até Metralhadoras Thompson. A resistência não deteve os fuzileiros que rapidamente dominaram a situação e avançaram em direção do primeiro alvo. Na praça, eles se dividiram em quatro grupos que se distribuíram em suas tarefas pré-determinadas. Um quinto grupo se ocupou de impedir os moradores de sair de suas casas, usando para isso um carro de som com megafone.

Os Fuzileiros foram avisados para não ter piedade

E também não receberam piedade.

Na propriedade dos Marsh, um dos alvos prioritários, os militares encontraram maior resistência. O portão teve de ser derrubado e a porta da casa precisou ser arrombada. Lá dentro os residentes responderam à ordem de prisão e houve novo confronto com tiros. Enquanto revistavam a casa, os fuzileiros descobriram no porão um complexo de túneis subterrâneo que uma vez explorado revelou horrores difíceis de serem contextualizados. Após uma tentativa frustrada de explorar os túneis, os fuzileiros receberam ordens de detonar cargas e selar o acesso a eles, prendendo seja lá o que havia em seu interior. Na sede da Ordem Esotérica de Dagon, também houve reação por parte dos locais. Pelo menos seis indivíduos foram mortos e mais uma dúzia capturados. Os soldados recuperaram uma notável quantidade de documentos e artefatos entregues a consultores especiais contratados pelo exército. Entre livros, arquivos e papéis, os militares se depararam com séculos de registros sobre a História Secreta de Innsmouth. Também haviam objetos curiosos na forma de estatuário, arte e joias que precisaram ser catalogadas antes de serem guardadas em caixotes. No Porto e na Companhia de Pesca os fuzileiros encontraram menor oposição, mas ainda assim tiveram de obrigar os presentes a se render mediante coerção.

Não obstante as dificuldades e surpresas, a Operação logrou êxito em conquistar todos os seus objetivos. Com a escalada dos eventos, os fuzileiros ordenaram que a população civil deixasse suas casas para que estas fossem revistadas e nesse momento eclodiu uma nova revolta que descambou para um momento crítico de grande violência. Ao fim do confronto haviam muitos civis mortos e feridos.

Enquanto isso, na entrada da Baía os Navios-Patrulha Vigilant e Spectre da Guarda Costeira, além da Corveta Urania impediam a fuga de barcos de pesca que tentaram romper o bloqueio imposto. O Vigilant chegou a disparar tiros de advertência que fizeram uma embarcação se render enquanto outra retornou para o porto apressadamente. Enquanto os marinheiros no Urania desciam botes para abordar o pesqueiro capturado, um bando de Abissais (descritos como humanoides com feições batráquias) escalou o costado e veio à bordo atacando a Corveta. Os marinheiros reagiram imediatamente e uma luta corpo à corpo irrompeu nesse momento. As criaturas foram repelidas graças ao uso de armas de fogo, mas seis marinheiros morreram no enfrentamento, enquanto outros dois homens desapareceram depois de cair no mar. Os corpos das criaturas abatidas à bordo do Urania, totalizando 5 espécimes, foram recolhidos e enviados para análise clínica.

O Ataque dos abissais à bordo do Urania

O S-19 disparou seis torpedos até devastar a cidade submarina

A medida mais drástica da Operação envolveu a participação da Marinha que cedeu o Submarino S-19 para atacar a posição de Devil's Reef dois dias após a tomada de Innsmouth. O ataque foi providenciado depois que o interrogatório dos prisioneiros revelou a existência de uma cidadela submarina naquela posição. O S-19 disparou seis torpedos tendo como alvo Devil´s Reef. Com o ataque, a marinha conseguiu obliterar a cidade de Y'ha'nthlei e debandar a colônia de abissais que lá vivia. Depois do ataque, a Guarda Costeira recolheu cadáveres das criaturas conhecidas como Abissais, que vieram à tona. O relato à respeito da carcaça de um ser de grande porte, recuperado pelo Urania e rebocado para uma base não foi confirmado ou negado. Explorações posteriores com mergulhadores em Devil´s Reef revelaram que as ruínas submarinas eram maiores do que se imaginava. Cargas explosivas de profundidade foram usadas para acabar com o recife de uma vez por todas. Após o ataque, constatou-se que o local não representava mais uma ameaça e que ele havia sido inteiramente evacuado.    

No final da Operação Covenant os números eram os seguintes: 57 mortes confirmadas entre os civis locais, com pouco mais de uma centena de feridos leves e moderados. Robert Marsh e seus dois irmãos foram mortos no ataque, outros membros do Clã foram capturados na Mansão da Família. Do lado dos militares foram contabilizadas 10 baixas fatais (além de dois desaparecimentos), resultado de ferimentos à bala e confronto direto. Três óbitos resultaram de fatores não determinados. 
 
A ação efetuou aproximadamente 200 prisões que à princípio não estavam na proposta original. De fato, a população inteira de Innsmouth passou por uma triagem para separar os residentes em três grupos distintos: indivíduos humanos, humanos com mutação (híbridos) e indivíduos não-humanos. Aqueles considerados humanos foram liberados, mediante assinatura de um acordo de confidencialidade que os impedia de divulgar o ocorrido. Vários destes posteriormente foram recapturados quando os efeitos da transformação em Abissal ficaram evidentes. Os dois outros grupos foram capturados preventivamente, sendo enviados para instalações da Marinha. Os prisioneiros que passaram por interrogatório se mostraram cooperativos e confirmaram detalhes sobre a História obscura de Innsmouth, sobre os Marsh e à respeito de sua relação com as criaturas marinhas. A maioria destes prisioneiros foram transferidos para prisões militares nos estados de Utah e no Colorado e lá permaneceram em regime fechado. Distantes do mar, a maioria não viveu muito tempo.

Médicos realizaram autópsias dos cadáveres obtidos em Innsmouth

Dossiê com imagem de um dos seres não-humanos vistos na Operação

Chocado pelas revelações o Governo Federal emitiu uma ordem extraordinária de censura e sigilo absoluto sobre os documentos do Incidente Insmouth. Nenhum arquivo poderia ser divulgado ou consultado sem prévia liberação das autoridades competentes. Os documentos secretos devem permanecer inacessíveis até 2028. 

Depois de ser evacuado, o perímetro de Insmouth foi isolado com uma cerca de arame farpado, placas de advertência e torres de vigilância. A Marinha ficou responsável por guardar a cidade e impedir a aproximação de civis. Até hoje é expressamente proibido visitar Innsmouth por terra ou mar. Os militares envolvidos na Operação Covenant não tiveram permissão para revelar qualquer detalhe concernente a ela. De fato, o "Ataque a Innsmouth" se tornou uma espécie de lenda urbana na região, com pessoas acreditando que o que ocorreu foi uma relocação da população por conta de questões de segurança sanitária. A imprensa investigou o caso e assumiu através de pistas plantadas pelo Serviço Secreto, que Innsmouth era o centro de uma rede de contrabando que foi desbaratada. A suspeita de uma Operação Militar em território americano foi levantada por algumas agências de direitos civis, mas nenhuma de suas alegações foi provada. 

A Operação Militar secreta marcou o primeiro confronto direto entre um Governo e as forças do Mythos. É inegável que foi graças a esse incidente que órgãos oficiais tiveram o primeiro vislumbre à respeito da existência de forças não-humanas operando não apenas em solo americano, mas em amplitude global. Diante da quase completa ignorância à respeito dessa perigo, o governo destinou recursos visando identificar, estudar e debelar outras ameaças em potencial. 

Desse episódio iria resultar criação da primeira agência governamental para análises sobrenaturais, o DELTA GREEN.

4 comentários:

  1. Respostas
    1. Sim, baseado no segundo arco desse artigo,pena quê o final do jogo é um efeito Looping, onde o protagonista acaba com um final em vão. E esse desfecho eu considero como um bom desfecho pra essa história.

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  2. Fico impressionado que os humanos saíram vitoriosos de um embate com as forças dos mythos.

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  3. Cara isso daria uma boa série más teria quê ser pela HBO,pois eles sabem fidelizar melhor certas obras, alá H.P Love Craft.

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