domingo, 15 de dezembro de 2024

O Outros Árabes Loucos II - Cultistas e feiticeiros do Mythos no Oriente Médio

Continuando nossa série sobre outros feiticeiros do oriente Médio além de Abdul Al-Hazred.

IBN-GHAZI


Ibn-Ghazi é um nome conhecido nos círculos místicos. Muitos estudiosos das artes arcanas estão familiarizados com sua maior criação, a famosa poeira que permite tornar visível seres que normalmente são imperceptíveis para os nossos sentidos.

O feiticeiro tem a reputação de ter sido um magnífico alquimista, conhecendo segredos ancestrais da arte da transmutação de metais e destilação de poções, concatenações e filtros com propriedades mágicas. Sabe-se que ele foi atraído pelo conhecimento de Damasco onde se reuniam os maiores sábios do mundo Islâmico. É provável, contudo, que Ibn-Ghazi tenha nascido nas terras da Arábia no século sete.

O árabe se notabilizou pelo estudo das ciências físicas e da matemática. Acredita-se que ele seja o autor de numerosos tratados científicos que atestam seu brilhantismo em diversos campos da ciência. Supõe-se que ele tenha descoberto os Mythos de Cthulhu no período em que esteve em Damasco. Lá ele integrou sociedades secretas e possivelmente cultos devotados a Hastur, Cthugha e Shub-Niggurath

A reputação de Ibn-Ghazi é celebrada por Abdul al-Hazred no Al-Azif que possui um capítulo descrevendo a criação e uso da poeira que leva seu nome. Hazred comenta que Ibn-Ghazi teve a motivação de criar a famosa substância após uma experiência aterrorizante com um demônio invisível conjurado das estrelas - possivelmente um Vampiro Estelar.  O aperfeiçoamento da fórmula consumiu quase duas décadas de sua vida mas rendeu uma forma confiável de detectar e evidenciar a presença de certas criaturas.

A morte de Ibn-Ghazi é cercada de mistério e horror. 

No Al-Azif, Al-Hazred afirma que durante um ritual, Ibn-Ghazi obteve uma visão apocalíptica sobre o fim da humanidade. Os deuses negros negaram compreensão sobre o que ele havia contemplado e o feiticeiro os desafiou. Por sua ousadia, ele foi punido com grande severidade pelos seus companheiros de culto. Sua língua foi arrancada, sua boca costurada e finalmente sua cabeça foi cortada. Em outra versão de seu terrível destino, Ibn-Ghazi teria sido lançado nos recessos mais profundos das soturnas Câmaras de Zin onde habitam os nefastos Shoggoth.    

IBN-SCHACABAO


Conhecido como o Herege de Bagdá, Ibn-Shacabao foi um dos teóricos do Mythos mais importantes de sua época. Ele foi superado apenas por Abdul Al-Hazred seu aprendiz, que estudou consigo por um período de pelo menos cinco anos na capital da Mesopotâmia.

Shacabao, chamado também de Shayk Abol (Herdeiro de Abol) e Ibn-Muchacab (Filho daquele que Habita  Vazio) é citado em pelo menos quatro passagens do Al-Azif. Hazred afirma que seu mestre obteve a maior parte de seu conhecimento esotérico através de conversas com Djins que respondiam aos seus apelos e se manifestavam no vazio do deserto. Ele também se comunicava com entidades superiores utilizando um estranho artefato semelhante a uma lâmpada mística. Alguns teóricos acreditam que Ibn-Shacabao teve seu corpo cooptado por um ser da Grande Raça de Yith que o habitou com sua mente por anos. Nesse período ele teria vagado pelas terras do Oriente Médio empreendendo jornadas até a Cidadela sem Nome e ao misterioso Oásis de Kara-Sher. Ele teria realizado um poderoso ritual de invocação no Rub al Khali que lhe permitiu convocar o próprio Yog-Sothoth para uma audiência. Outra façanha notável foi resgatar um artefato da Raça Ancestral escondido em uma ruína da Caldéia.

Os críticos de Ibn-Shacabao o consideravam um "fanfarrão" em face das façanhas que ele próprio propagava no final de sua vida. Biógrafos afirmam que ele tinha mais de 100 anos de idade quando finalmente expirou em sua morada em Bagdá. As últimas palavras que passaram pelos seus lábios foram uma oração blasfema aos Grandes Antigos. Após sua morte o sol teria sido coberto em um súbito eclipse que causou grande consternação e terror na capital. 

Há grande debate à respeito do destino da lendária biblioteca pertencente a Ibn-Shacabao que possuía uma infinidade de tomos extremamente valiosos e raros. A coleção teria sido roubada por um de seus ajudantes logo após sua morte. O aprendiz ignorou as instruções de seu mestre de queimar os documentos e ao invés disso, carregou consigo inúmeros pergaminhos. Estes teriam sido vendidos para poderosos feiticeiros no Oriente Médio. O aprendiz, no entanto, foi vítima de uma terrível maldição que arruinou seu corpo lentamente - supostamente a temida Necrosis, o "Mal dos Feiticeiros". Abdul Al-Hazred teria recuperado alguns destes pergaminhos subtraídos que foram incorporados a sua coleção particular em Damasco.

Para saber mais:

Sobre Necrosis - 

Sobre Abdul Al-Hazred - 


Sobre o Necronomicon

Shoggoth

A Cidade sem Nome

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